Da roça a Doutor pela Universidade Waseda do Japão

O engenheiro agrônomo, André Rodrigues dos Reis, é um dos pesquisadores voluntários de um dos novos projetos do Instituto Soka Amazônia

Nascido na pequena Sud Mennucci, norte do estado de São Paulo, André é antes de tudo um sobrevivente. Caçula de 7 e filho de lavradores humildes, viveu infância e adolescência na zona rural, seu primeiro aprendizado que mais tarde seria um grande diferencial quando se destacou de forma brilhante na vida acadêmica.

Aos 18 anos decidiu ganhar o mundo! Montou num cavalo e seguiu para onde seu coração o levou. Ele queria mais do que a pequena cidade poderia lhe oferecer. Vivenciou momentos dramáticos – fome, frio, desesperança – até chegar a uma cidade universitária e – enfim! – encontrar seu lugar no mundo. Lavando carros e trabalhando em restaurantes para obter o sustento, conheceu Fábio Matsui, jovem universitário que cursava engenharia civil na Unesp e que o levou a conhecer a filosofia humanística do budismo Nichiren da Soka Gakkai. “No começo eu não queria pois tinha crescido sob uma formação cristã. Mas após muita insistência, à qual eu agradeço imensamente até hoje, fui. E gostei muito”, conta André.

André se inscreveu para o curso pré-vestibular livre oferecido pela Unesp, no qual cursou por 2 anos até a aprovação na Unesp em Engenharia Agronômica. “Foi uma das primeiras conquistas obtidas a partir da prática budista”. Nem é preciso mencionar o quanto foi difícil conciliar estudos – bastante defasados devido a precariedade do ensino fundamental e médio concluídos na zona rural – e trabalho, mas a garra e a vontade de estudar era muito maior que qualquer percalço. Amigos universitários e Fábio que cursava engenharia ajudou-o a vencer a barreira dos cálculos e André conseguiu ingressar num dos mais concorridos vestibulares do país. Era só o início de uma carreira meteórica, marcada pelo talento e a determinação de não se deixar abater nunca.

Assim que ingressou no curso de Engenharia Agronômica, soube da existência de uma bolsa auxílio, vinculada ao trabalho nos laboratórios de pesquisa mantidos pela universidade. Em seu primeiro dia percebeu que encontrara o seu propósito no mundo: a Ciência. O conhecimento empírico adquirido na infância e adolescência, arando-semeado-colhendo, entendendo como as plantas interagem e se desenvolvem, algo que sempre o fascinou, foi enfim colocado em seu devido lugar e o garoto André se tornou o cientista André Rodrigues dos Reis.

Finda a graduação, seus olhos ainda ávidos por conhecimento voltaram-se para o mundo. “Eu almejei conhecer outros pesquisadores, outros lugares e percebi que o Brasil não me daria isso. No dia que devotei minhas orações para este objetivo recebi a mensagem que o Ministério da Educação japonês havia publicado um edital para jovens pesquisadores”. E lá se foi o cientista para além-mar, para o outro lado do mundo.

Um parêntese necessário: um dos critérios para a seleção era o conhecimento do idioma japonês. Mais uma vez a experiência vivida na pequena Sud Mennucci foi crucial. Viviam lá muitos descendentes de imigrantes japoneses que frequentavam a escola do idioma natal de seus antepassados. O curioso garoto André ajudava os amigos nas lições de casa – muitas vezes fazia todo o dever de casa para eles por gostar do idioma – e assim aprendeu a língua japonesa.

Findo o parêntese, se a graduação lhe trouxe a compreensão de seu lugar no mundo, foi o mestrado na ESALQ-USP e depois o doutorado na concorrida Universidade Waseda de Tóquio que lhe rendeu um universo de possibilidades. A excelência do trabalho apresentado alçou-o ao doutorado, cujo foco agora era a poluição aquática e os diversos meios de tratamento disponíveis. Foi à Tailândia ver como tratavam a água por lá e, após mais um tempo de estudo e pesquisas, concebeu seu próprio Sistema de Tratamento – eficiente e barato – que está em uso em muitos locais.

Foram 7 anos no Japão e muitos feitos impressionantes. Algo que bem poucos cientistas podem exibir em seus currículos. Em 2014, num programa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil (CNPq) de atração de jovens talentos, André retornou à terra natal e à universidade que o acolheu e lhe deu todos os subsídios necessários para se tornar o grande cientista que é hoje. É pesquisador e docente da Unesp no campus de Tupã, e seu atual projeto é voltar-se para projetos de produção de alimentos enriquecidos para melhorar a nutrição humana, melhorando a eficiência do solo, dentre outros projetos não menos importantes.

E, em 2017, foi convidado pelo Instituto Soka Amazônia a compor o quadro de pesquisadores voluntários. André vem estudando com grande interesse a castanheira, uma importante árvore amazônica cujo fruto – a castanha do Brasil – é a maior fonte de selênio conhecida, assim como a produção de mudas de espécies Amazônicas visando reflorestamento de áreas degradadas.

André, no alto de seus 40 anos – um jovem ainda! – olha para sua trajetória sabe o quanto ainda tem a contribuir com o planeta, conhecedor de todas as ameaças a ele existentes. “Sou grato ao budismo, ao fundador do Instituto Soka, Dr. Daisaku Ikeda, sem os quais eu jamais teria conseguido vencer. Quero continuar a contribuir para a preservação da floresta e de sua riquíssima biodiversidade!”, finaliza.

O selênio é um mineral e serve, em especial, como um antioxidante poderoso no organismo. Que é capaz de prevenir doenças como Alzheimer, Parkinson e esclerose múltipla. A ação antioxidante deste mineral ainda serve para prevenir o envelhecimento precoce, doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer.

Fonte:

https://www.tuasaude.com/selenio/

Em defesa das abelhas nativas

Apaixonada pelas polinizadoras brazucas, Iris Andrade da Cruz vai desenvolver estudo sobre elas no Instituto Soka Amazônia

Chegam a somar centenas de espécies e possuem particularidades únicas e preciosas. A simbiose perfeita entre as abelhas nativas sem ferrão (tribo Meliponini) e a nossa flora é crucial para a sustentabilidade da imensa e rica biodiversidade brasileira. A pesquisadora Iris Andrade da Cruz nasceu em Belém, mas ainda bebê foi para Manaus e lá fincou sólidas raízes. “Me considero manauara já”, reafirma. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela ONU, o Instituto Soka Amazônia homenageia todas as cientistas com este breve perfil de uma jovem pesquisadora humanista.

Espécie de abelha sem ferrão. Melipona seminigra coletando nectar em flor de Antigonon leptopus. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas
Carreira “mais rentável” por quê?

Budista desde o nascimento, a criança Iris interessou-se desde cedo pelas Ciências Biológicas. Na fase pré vestibular, porém, chegou a prestar Administração, influenciada pelas vozes contrárias que a aconselhavam a buscar uma carreira mais “rentável”.

Porém, acaso ou não, foi reprovada na seletiva. Voltou-se então para a paixão e prestou a prova para a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com sucesso. “Foi a vocação!”, exclama.

Antes das abelhas, formigas

Seu primeiro interesse foram as formigas. Ao longo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, seu plano era estudar esses insetos, todavia, não teve a oportunidade. Mas ao buscar o mestrado em Entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) voltou-se para as abelhas, em especial, as nativas sem ferrão.

“Há muito queria conhecer sobre as nossas abelhas e sobre as suas propriedades únicas”, explica. Uma delas é a importância que têm na preservação de determinadas espécies da flora amazônica polinizadas somente por elas.”

Abelha sem ferrao, Melipona interrupta. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA – INPA

Outras propriedades – O mel das abelhas nativas sem ferrão possui ainda uma alta atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado para combater doenças pulmonares, resfriados, gripes, fraqueza e infecção nos olhos em diversas partes do país. Os povos tradicionais conhecem e utilizam seu mel para tratar ferimentos e outras afecções cutâneas pela ação cicatrizante e antioxidante.

Além disso, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais saboroso que existe. Além de ser variado, é diferenciado por sua consistência, aroma, coloração. No entanto, quase todas as características físico-químicas desse mel não atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira. Há necessidade de uma legislação específica para os méis dessas abelhas pois as normas são pautadas pelo mel produzido pelas abelhas africanizadas que é o que predomina no mercado nacional. Uma das principais vantagens do mel das abelhas nativas é o seu baixo teor de açúcar, que pode chegar a 70% menos que o mel produzido pelas abelhas africanizadas (Apis mellifera).

Mais adiante, o doutorado

“Foi a melhor escolha que fiz!”, conta Iris. Quanto mais estudava maior se tornava sua paixão. Tanto que pretende fazer o doutorado com o mesmo grupo de estudo, as abelhas sem ferrão, sob a orientação da profa. dra. Gislene Almeida Carvalho-Zilse, uma das grandes especialistas do assunto no país, no que se refere às abelhas nativas.

Um meliponário

Iris foi convidada pelo Instituto Soka Amazônia para montar um meliponário[i] dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN). Além de contribuir para um maior conhecimento sobre esses animais preciosos, o projeto terá também uma importante finalidade educativa já que as abelhas sem ferrão são seguras e podem ser apresentadas sem receio aos milhares de escolares que visitam o Instituto todos os anos. “Quando as atividades normais forem retomadas, quero ajudar as novas gerações a conhecerem essas abelhas e compreenderem a sua importância para a preservação das nossas matas”, ressalta.

Há ainda muito o que se descobrir. A primeira tarefa de Iris será construir o meliponário. Para tanto vem se dedicando à captura das espécies de forma segura. Um desses métodos foi o tema de sua dissertação de mestrado que estudou a eficiência dos ninhos-isca para a obtenção de enxames de abelhas sem ferrão, feitos utilizando garrafas pet.

Desafio: as abelhas estão desaparecendo

Uma das questões mais desafiadoras deste século é o crescente desaparecimento das abelhas em escala global. Mais do que simples produtoras de mel, as abelhas são responsáveis pela polinização de uma imensa parcela de plantas utilizadas na alimentação. Os especialistas são unânimes em afirmar que, com a contínua extinção desses animais, a segurança alimentar do planeta está ameaçada. Ou seja: delas dependem a sobrevivência humana. Cerca de 70% de todo alimento produzido no mundo depende de serem polinizadas pelas abelhas.

As abelhas, as queimadas e uma peculiaridade

E as abelhas nativas têm mais um grave fator a ameaçá-las. Diferente das africanizadas, as abelhas nativas sem ferrão não abandonam suas colmeias quando ocorrem incêndios ou desmatamentos. Elas dependem da preservação da mata em que estão. Hoje são cerca de 500 espécies conhecidas, cada qual com sua caraterística e peculiaridades. O projeto que Iris vai realizar no Instituto Soka Amazônia trará grandes benefícios a todo ciclo de vida da maior floresta do planeta, além de ajudar a conscientizar novas gerações de brasileiros quanto à importância da preservação desses animais fantásticos.


Fontes:

https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/?gclid=Cj0KCQiAjKqABhDLARIsABbJrGmjoMg7G4IdkzE1h85iOg_F-zd68DkhZcgFeCWjXZhqaGtamqZFYg8aAvxYEALw_wcB

MELO, G.A.R. Stingless Bees (Meliponini). In: STARR, C. (Ed.) Encyclopedia of Social Insects. Springer, Cham, 2020. p. 1-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-90306-4_117-1

[i] Meliponário (coleção de colmeias de abelhas nativas sem ferrão)

Em defesa das abelhas nativas

Apaixonada pelas polinizadoras brazucas, Iris Andrade da Cruz vai desenvolver estudo sobre elas no Instituto Soka Amazônia

Chegam a somar centenas de espécies e possuem particularidades únicas e preciosas. A simbiose perfeita entre as abelhas nativas sem ferrão (tribo Meliponini) e a nossa flora é crucial para a sustentabilidade da imensa e rica biodiversidade brasileira. A pesquisadora Iris Andrade da Cruz nasceu em Belém, mas ainda bebê foi para Manaus e lá fincou sólidas raízes. “Me considero manauara já”, reafirma. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela ONU, o Instituto Soka Amazônia homenageia todas as cientistas com este breve perfil de uma jovem pesquisadora humanista.

Espécie de abelha sem ferrão. Melipona seminigra coletando nectar em flor de Antigonon leptopus. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas
Carreira “mais rentável” por quê?

Budista desde o nascimento, a criança Iris interessou-se desde cedo pelas Ciências Biológicas. Na fase pré vestibular, porém, chegou a prestar Administração, influenciada pelas vozes contrárias que a aconselhavam a buscar uma carreira mais “rentável”.

Porém, acaso ou não, foi reprovada na seletiva. Voltou-se então para a paixão e prestou a prova para a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com sucesso. “Foi a vocação!”, exclama.

Antes das abelhas, formigas

Seu primeiro interesse foram as formigas. Ao longo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, seu plano era estudar esses insetos, todavia, não teve a oportunidade. Mas ao buscar o mestrado em Entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) voltou-se para as abelhas, em especial, as nativas sem ferrão.

“Há muito queria conhecer sobre as nossas abelhas e sobre as suas propriedades únicas”, explica. Uma delas é a importância que têm na preservação de determinadas espécies da flora amazônica polinizadas somente por elas.”

Abelha sem ferrao, Melipona interrupta. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA – INPA

Outras propriedades – O mel das abelhas nativas sem ferrão possui ainda uma alta atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado para combater doenças pulmonares, resfriados, gripes, fraqueza e infecção nos olhos em diversas partes do país. Os povos tradicionais conhecem e utilizam seu mel para tratar ferimentos e outras afecções cutâneas pela ação cicatrizante e antioxidante.

Além disso, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais saboroso que existe. Além de ser variado, é diferenciado por sua consistência, aroma, coloração. No entanto, quase todas as características físico-químicas desse mel não atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira. Há necessidade de uma legislação específica para os méis dessas abelhas pois as normas são pautadas pelo mel produzido pelas abelhas africanizadas que é o que predomina no mercado nacional. Uma das principais vantagens do mel das abelhas nativas é o seu baixo teor de açúcar, que pode chegar a 70% menos que o mel produzido pelas abelhas africanizadas (Apis mellifera).

Mais adiante, o doutorado

“Foi a melhor escolha que fiz!”, conta Iris. Quanto mais estudava maior se tornava sua paixão. Tanto que pretende fazer o doutorado com o mesmo grupo de estudo, as abelhas sem ferrão, sob a orientação da profa. dra. Gislene Almeida Carvalho-Zilse, uma das grandes especialistas do assunto no país, no que se refere às abelhas nativas.

Um meliponário

Iris foi convidada pelo Instituto Soka Amazônia para montar um meliponário[i] dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN). Além de contribuir para um maior conhecimento sobre esses animais preciosos, o projeto terá também uma importante finalidade educativa já que as abelhas sem ferrão são seguras e podem ser apresentadas sem receio aos milhares de escolares que visitam o Instituto todos os anos. “Quando as atividades normais forem retomadas, quero ajudar as novas gerações a conhecerem essas abelhas e compreenderem a sua importância para a preservação das nossas matas”, ressalta.

Há ainda muito o que se descobrir. A primeira tarefa de Iris será construir o meliponário. Para tanto vem se dedicando à captura das espécies de forma segura. Um desses métodos foi o tema de sua dissertação de mestrado que estudou a eficiência dos ninhos-isca para a obtenção de enxames de abelhas sem ferrão, feitos utilizando garrafas pet.

Desafio: as abelhas estão desaparecendo

Uma das questões mais desafiadoras deste século é o crescente desaparecimento das abelhas em escala global. Mais do que simples produtoras de mel, as abelhas são responsáveis pela polinização de uma imensa parcela de plantas utilizadas na alimentação. Os especialistas são unânimes em afirmar que, com a contínua extinção desses animais, a segurança alimentar do planeta está ameaçada. Ou seja: delas dependem a sobrevivência humana. Cerca de 70% de todo alimento produzido no mundo depende de serem polinizadas pelas abelhas.

As abelhas, as queimadas e uma peculiaridade

E as abelhas nativas têm mais um grave fator a ameaçá-las. Diferente das africanizadas, as abelhas nativas sem ferrão não abandonam suas colmeias quando ocorrem incêndios ou desmatamentos. Elas dependem da preservação da mata em que estão. Hoje são cerca de 500 espécies conhecidas, cada qual com sua caraterística e peculiaridades. O projeto que Iris vai realizar no Instituto Soka Amazônia trará grandes benefícios a todo ciclo de vida da maior floresta do planeta, além de ajudar a conscientizar novas gerações de brasileiros quanto à importância da preservação desses animais fantásticos.


Fontes:

https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/?gclid=Cj0KCQiAjKqABhDLARIsABbJrGmjoMg7G4IdkzE1h85iOg_F-zd68DkhZcgFeCWjXZhqaGtamqZFYg8aAvxYEALw_wcB

MELO, G.A.R. Stingless Bees (Meliponini). In: STARR, C. (Ed.) Encyclopedia of Social Insects. Springer, Cham, 2020. p. 1-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-90306-4_117-1

[i] Meliponário (coleção de colmeias de abelhas nativas sem ferrão)

Mundo acadêmico em luto: morre Antonio Venâncio, reitor do IFAM

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

O Instituto Soka Amazônia presta sua homenagem a um grande educador e parceiro

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

Dedicar-se à Educação é um ato de amor à humanidade. Por meio dela é possível transformar comunidades inteiras, munindo-as de conhecimento por meio da qual se acende a chama da paixão pela descoberta, iluminando um horizonte muito mais amplo e promissor. Esse foi o grande legado do educador e parceiro do Instituto Soka Amazônia Antônio Venâncio Castelo Branco, magnífico reitor do IFAM (Instituto Federal do Amazonas). Na noite do dia 11 de janeiro último, vítima de complicações decorrentes da covid-19, faleceu o professor Venâncio. O mundo acadêmico em luto promoveu um cortejo fúnebre em sua honra na tarde do dia 12.

Carreira brilhante

Graduou-se em Engenharia Civil, mas sua maior obra foi mesmo à frente dos bancos escolares, ora lecionando, ora comandando com muita competência instituições de ensino. Atuou na Escola Técnica Federal do Amazonas, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (CEFET-AM) e no Instituto Federal do Amazonas. Foi Gerente Educacional na Escola Técnica Federal do Amazonas (Etfam), Diretor de ensino, Vice-Diretor Geral do CEFET-AM. Na alta gestão, exerceu o posto de Pró-Reitor de Ensino e de Desenvolvimento Institucional, tendo sido eleito Reitor do IFAM em 2015 e reeleito em 2018.

Sua grande conquista e marco de sua trajetória acadêmica: a interiorização da educação profissionalizante do Estado do Amazonas à frente do IFAM que hoje possui 3 campi em Manaus e mais 14 espalhados pelo interior, com mais de 20 mil alunos e cerca de 2,5 mil docentes.

O site do IFAM publicou nota de pesar descrevendo-o como “um ser humano íntegro, que honrou a comunidade acadêmica com seu trabalho incansável, dedicado e humano com todos nós. Deixa um grande legado para a educação do Estado do Amazonas”.

Parcerias acadêmicas

Em agosto de 2019, aconteceu a visita de uma comitiva da Universidade Soka do Japão a Manaus e o reitor Venâncio, em nome do IFAM, assinou o protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições. Na ocasião, o reitor da universidade japonesa, Yoshihisa Baba parabenizou o sincero comprometimento e a dedicação dos professores e jovens com a Amazônia e disse esperar que a parceria “construa uma nova página da amizade entre os dois países e que seja uma contribuição efetiva para a felicidade da humanidade e o desenvolvimento da educação”. O reitor do IFAM, emocionou-se manifestando apreço e respeito em relação ao trabalho desenvolvido pelo fundador do Instituto Soka, dr. Ikeda, em prol da paz mundial e “principalmente pelo desenvolvimento de cada pessoa”.

Assinatura do protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições
Foto comemorativa do encontro com integrantes da BSGI-AM que celebrou a visita da comitiva da Universidade Soka ao Brasil, em especial, à Amazônia

E o seu entusiasmo pela causa ambiental se refletiu na postura de apoio aos projetos de preservação, como os promovidos pelo Instituto Soka Amazônia. Em dezembro de 2019, IFAM e Instituto Soka firmaram uma carta proposta de intercâmbio com validade de 60 meses e que inclui diversas ações.

A vida intensa do Instituto com o mundo universitário

Acordos, parcerias, permuta de sementes, cessão de área para pesquisas, um mundo de ações práticas e efetivas

Ações práticas, contínuas, efetivas, constantes, de recíproco valor fazem parte da convivência do Instituto com o mundo universitário. Acordos de cooperação, parcerias, execução de projetos, permuta de sementes e mudas, cessão de área para aulas, cada caso é um caso e os resultados são sempre flagrantes.

Da Universidade Soka das Américas (Califórnia), por exemplo, foi marcante a presença de um grupo de alunos que veio conhecer as características da Amazônia e teve uma passagem pelo Instituto. Uma aluna da universidade californiana permaneceu em Manaus e realizou trabalho voluntário por cerca de 2 meses.

Alunos da Universidade Soka Americas em visita ao Instituto Soka Amazônia

Já com a Universidade Soka japonesa há uma parceria firmada com a pesquisadora brasileira Tamy Yukie Kobashikawa, que está fazendo doutorado em Economia no Japão. (Ver artigo de Tamy em nosso blog).

UFAM

Com a UFAM (Universidade Federal do Amazonas) há uma longa convivência e vários acordos celebrados. Um deles estabelece permutas estratégicas de sementes, uma vez que tanto a Universidade como o Instituto fazem o tratamento de sementes e podem ter necessidade, aqui e ali, de uma determinada semente que falte ao Instituto ou à UFAM.

O Instituto tem recebido em processo de intercâmbio vários estudantes da UFAM que vêm realizar, aqui, seus estudos.

A mesma universidade é, ainda, parceira ativa num dos mais importantes projetos do Instituto, o Projeto Humaitá que engloba tanto atividades de educação ambiental como do reflorestamento (há detalhes desse projeto no nosso site – Veja aqui)

UEA – Universidade do Estado do Amazonas

A UEA (Universidade do Estado do Amazonas) é uma universidade pública, autônoma, fundada em 2001, hoje com cerca de 25 mil alunos, cinco unidades acadêmicas na capital, seis Centros de Estudos Superiores e 13 Núcleos de Ensino Superior no interior do estado, focada na promoção da educação e no conhecimento científico, particularmente sobre a Amazônia.

A UEA é outra parceira do Instituto Soka Amazônia com muita atividade conjunta, grande troca de experiências e, também, um acordo de permuta de sementes.

IFAM – Instituto Federal Amazonas

Resta mencionar, ainda, as atividades que são desenvolvidas junto ao IFAM – Instituto Federal do Amazonas que incluem muitas aulas de campo que são realizadas na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) dr. Daisaku Ikeda; e da cessão dessa área para que professores da UFAM deem, ali, suas aulas; ou mencionar os alunos que desenvolveram na nossa RPPN seus projetos de mestrado; e ainda, da publicação conjunta de dois livros em que o foco são as atividades ecológicas.

Rondônia

Cabe, em seguida, menção ao acordo recentemente firmado com a Universidade de Porto Velho, Rondônia, cujos trabalhos práticos terão início nos primeiros meses de 2021.

INPA

Já o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), criado em 1952 e implementado em 1954 – – ao longo dos anos, vem realizando estudos científicos do meio físico e das condições de vida da região amazônica para promover o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico regional.

É muito conhecido o seu Circuito da Ciência, voltado para educação ambiental, em que fica flagrante o empenho em popularizar a ciência. Durante 2020, por exemplo, o INPA participou ativamente do Seminário das Águas realizado pelo Instituto Soka.

Representantes das Universidades Parceiras do Instituto Soka Amazônia

Pesquisadores associados

Ao lado de parcerias formais, cabe um registro, pela sua importância e pelos trabalhos realizados, de acordos como o que o Instituto Soka Amazônia tem com profissionais de relevo como o dr. André Rodrigues dos Reis, agrônomo, mestre e doutor, professor na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade Federal do Paraná, pesquisador associado do Instituto Soka Amazônia; e o dr. Marco Tadeu Grassi, professor de Química Analítica e Química Ambiental no Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná e também pesquisador associado do Instituto Soka Amazônia.

O mesmo sentido prático das atividades continuará sendo mantido ao longo do tempo.

Com novos projetos, novas parcerias, novas atividades em favor do meio ambiente e em defesa da apaixonante causa que move tanto o Instituto Soka como o mundo universitário.

A vida intensa do Instituto com o mundo universitário

Acordos, parcerias, permuta de sementes, cessão de área para pesquisas, um mundo de ações práticas e efetivas

Ações práticas, contínuas, efetivas, constantes, de recíproco valor fazem parte da convivência do Instituto com o mundo universitário. Acordos de cooperação, parcerias, execução de projetos, permuta de sementes e mudas, cessão de área para aulas, cada caso é um caso e os resultados são sempre flagrantes.

Da Universidade Soka das Américas (Califórnia), por exemplo, foi marcante a presença de um grupo de alunos que veio conhecer as características da Amazônia e teve uma passagem pelo Instituto. Uma aluna da universidade californiana permaneceu em Manaus e realizou trabalho voluntário por cerca de 2 meses.

Alunos da Universidade Soka Americas em visita ao Instituto Soka Amazônia

Já com a Universidade Soka japonesa há uma parceria firmada com a pesquisadora brasileira Tamy Yukie Kobashikawa, que está fazendo doutorado em Economia no Japão. (Ver artigo de Tamy em nosso blog).

UFAM

Com a UFAM (Universidade Federal do Amazonas) há uma longa convivência e vários acordos celebrados. Um deles estabelece permutas estratégicas de sementes, uma vez que tanto a Universidade como o Instituto fazem o tratamento de sementes e podem ter necessidade, aqui e ali, de uma determinada semente que falte ao Instituto ou à UFAM.

O Instituto tem recebido em processo de intercâmbio vários estudantes da UFAM que vêm realizar, aqui, seus estudos.

A mesma universidade é, ainda, parceira ativa num dos mais importantes projetos do Instituto, o Projeto Humaitá que engloba tanto atividades de educação ambiental como do reflorestamento (há detalhes desse projeto no nosso site – Veja aqui)

UEA – Universidade do Estado do Amazonas

A UEA (Universidade do Estado do Amazonas) é uma universidade pública, autônoma, fundada em 2001, hoje com cerca de 25 mil alunos, cinco unidades acadêmicas na capital, seis Centros de Estudos Superiores e 13 Núcleos de Ensino Superior no interior do estado, focada na promoção da educação e no conhecimento científico, particularmente sobre a Amazônia.

A UEA é outra parceira do Instituto Soka Amazônia com muita atividade conjunta, grande troca de experiências e, também, um acordo de permuta de sementes.

IFAM – Instituto Federal Amazonas

Resta mencionar, ainda, as atividades que são desenvolvidas junto ao IFAM – Instituto Federal do Amazonas que incluem muitas aulas de campo que são realizadas na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) dr. Daisaku Ikeda; e da cessão dessa área para que professores da UFAM deem, ali, suas aulas; ou mencionar os alunos que desenvolveram na nossa RPPN seus projetos de mestrado; e ainda, da publicação conjunta de dois livros em que o foco são as atividades ecológicas.

Rondônia

Cabe, em seguida, menção ao acordo recentemente firmado com a Universidade de Porto Velho, Rondônia, cujos trabalhos práticos terão início nos primeiros meses de 2021.

INPA

Já o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), criado em 1952 e implementado em 1954 – – ao longo dos anos, vem realizando estudos científicos do meio físico e das condições de vida da região amazônica para promover o bem-estar humano e o desenvolvimento socioeconômico regional.

É muito conhecido o seu Circuito da Ciência, voltado para educação ambiental, em que fica flagrante o empenho em popularizar a ciência. Durante 2020, por exemplo, o INPA participou ativamente do Seminário das Águas realizado pelo Instituto Soka.

Representantes das Universidades Parceiras do Instituto Soka Amazônia

Pesquisadores associados

Ao lado de parcerias formais, cabe um registro, pela sua importância e pelos trabalhos realizados, de acordos como o que o Instituto Soka Amazônia tem com profissionais de relevo como o dr. André Rodrigues dos Reis, agrônomo, mestre e doutor, professor na Unesp (Universidade Estadual Paulista) e da Universidade Federal do Paraná, pesquisador associado do Instituto Soka Amazônia; e o dr. Marco Tadeu Grassi, professor de Química Analítica e Química Ambiental no Departamento de Química da Universidade Federal do Paraná e também pesquisador associado do Instituto Soka Amazônia.

O mesmo sentido prático das atividades continuará sendo mantido ao longo do tempo.

Com novos projetos, novas parcerias, novas atividades em favor do meio ambiente e em defesa da apaixonante causa que move tanto o Instituto Soka como o mundo universitário.

Na Califórnia dois dias de intensa troca de experiências.

Tais Tokusato(*)

Há mais de um ano a SESRP vem trabalhando para facilitar
este evento, proporcionando espaço e oportunidade para
que todos os participantes aprofundem sua compreensão da
Soka Education, pedagogia humanística focada na
construção da paz e na cidadania global.
Carta de introdução à 16ª. Conferência sobre Educação Soka

Confira no mapa onde fica Aliso Viejo.

Fica no sul da Califórnia, não muito longe de Los Angeles, uma beleza de cidade tranquila, perto do Pacífico, embora entre a cidade e o mar, uma distância que se cobre nuns 5 minutos, haja um canyon, espécie de barreira montanhosa.

É justamente em Alison Viejo que fica a Universidade Soka América. Foi ali, em dois dias de intenso trabalho e rica troca de experiências envolvendo cerca de 50 pessoas dos 5 continentes, tanto jovens estudantes como maduros professores e pesquisadores, que se realizou nos dias 15 e 16 fevereiro a 16ª. Conferência sobre Educação Soka. Os mais variados temas foram abordados, expostos e debatidos – entre tantos outros, justiça ambiental, consentimento sexual como meio de pacificação, Iran – diálogo na busca da paz num país que rotulamos como violento.

Foram apresentadas 11 pesquisas e aconteceram 3 workshops. Ainda que em inglês, vale a pena conhecer maiores detalhes da Conferência – Clique aqui (https://m.box.com/shared_item/https%3A%2F%2Fsoka.box.com%2Fv%2Fsec16booklet ) .

Tive muita honra e satisfação em fazer a apresentação “Educação Ambiental no Amazonas: Um Caso de Estudo sobre o Instituto Soka Amazônia” em que expus, ao lado da pesquisadora brasileira Tamy Kobashikawa os resultados da pesquisa realizada em outubro de 2019 com o intuito de avaliar a eficiência do projeto “Academia Ambiental”. Estudante de doutorado na Universidade Soka, atualmente Tamy é membro do Centro de Pesquisa de Humanismo Ikeda da Universidade Federal de Rondônia e da Sociedade Japonesa para o desenvolvimento Internacional.

Para mim e Tamy foi especialmente muito bom ter recebido demonstrações vivas e inequívocas do interesse despertado pelo conteúdo apresentado.

Em relação aos dois dias de trabalho, talvez uma das mais importantes constatações tenha sido a da praticidade dos casos e experiências apresentados, capazes de tornar cada vez mais efetiva a nossa atuação no dia a dia dentro da realidade brasileira e das peculiaridades de uma região tão especial e rica como a Amazônia.

E as praias da Califórnia?

Deu apenas para contemplar um lindo pôr-do-sol e perceber que as águas são geladas e as areias, curiosamente, talvez mais geladas ainda.

(*) Graduanda em Ciências Naturais (UFAM) e Coordenadora de Projetos Ambientais

Na Califórnia dois dias de intensa troca de experiências.

Tais Tokusato(*)

Há mais de um ano a SESRP vem trabalhando para facilitar
este evento, proporcionando espaço e oportunidade para
que todos os participantes aprofundem sua compreensão da
Soka Education, pedagogia humanística focada na
construção da paz e na cidadania global.
Carta de introdução à 16ª. Conferência sobre Educação Soka

Confira no mapa onde fica Aliso Viejo.

Fica no sul da Califórnia, não muito longe de Los Angeles, uma beleza de cidade tranquila, perto do Pacífico, embora entre a cidade e o mar, uma distância que se cobre nuns 5 minutos, haja um canyon, espécie de barreira montanhosa.

É justamente em Alison Viejo que fica a Universidade Soka América. Foi ali, em dois dias de intenso trabalho e rica troca de experiências envolvendo cerca de 50 pessoas dos 5 continentes, tanto jovens estudantes como maduros professores e pesquisadores, que se realizou nos dias 15 e 16 fevereiro a 16ª. Conferência sobre Educação Soka. Os mais variados temas foram abordados, expostos e debatidos – entre tantos outros, justiça ambiental, consentimento sexual como meio de pacificação, Iran – diálogo na busca da paz num país que rotulamos como violento.

Foram apresentadas 11 pesquisas e aconteceram 3 workshops. Ainda que em inglês, vale a pena conhecer maiores detalhes da Conferência – Clique aqui (https://m.box.com/shared_item/https%3A%2F%2Fsoka.box.com%2Fv%2Fsec16booklet ) .

Tive muita honra e satisfação em fazer a apresentação “Educação Ambiental no Amazonas: Um Caso de Estudo sobre o Instituto Soka Amazônia” em que expus, ao lado da pesquisadora brasileira Tamy Kobashikawa os resultados da pesquisa realizada em outubro de 2019 com o intuito de avaliar a eficiência do projeto “Academia Ambiental”. Estudante de doutorado na Universidade Soka, atualmente Tamy é membro do Centro de Pesquisa de Humanismo Ikeda da Universidade Federal de Rondônia e da Sociedade Japonesa para o desenvolvimento Internacional.

Para mim e Tamy foi especialmente muito bom ter recebido demonstrações vivas e inequívocas do interesse despertado pelo conteúdo apresentado.

Em relação aos dois dias de trabalho, talvez uma das mais importantes constatações tenha sido a da praticidade dos casos e experiências apresentados, capazes de tornar cada vez mais efetiva a nossa atuação no dia a dia dentro da realidade brasileira e das peculiaridades de uma região tão especial e rica como a Amazônia.

E as praias da Califórnia?

Deu apenas para contemplar um lindo pôr-do-sol e perceber que as águas são geladas e as areias, curiosamente, talvez mais geladas ainda.

(*) Graduanda em Ciências Naturais (UFAM) e Coordenadora de Projetos Ambientais