Voluntariado: promoção de bem-estar físico e mental

Tornar-se voluntário em alguma ação social é um ato de amor à humanidade e a si mesmo

O programa de voluntariado do Instituto Soka Amazônia tem como foco os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), parte da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com a pandemia houve uma interrupção no Programa, mas em breve serão reabertas as inscrições para participar. Assim, estudantes e pesquisadores da fauna e flora da Amazônia terão a oportunidade de se integrar ao bioma mais diverso do planeta e realizar um trabalho de grande valor para a humanidade. Aguardem!

Enquanto aguardamos, compartilhamos abaixo as principais benesses ao voluntário advindas das ações genuinamente altruísticas.

Fazer o bem faz bem

Há muito já se sabe que o ato de fazer o bem é benéfico não só para quem recebe, mas principalmente para quem se doa. Mas como ocorre isso? A psiquiatra Tatiana Mourão do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais, ressalta que pessoas verdadeiramente altruísticas se beneficiam muito dessa condição devido à descarga dos hormônios promotores do bem-estar: serotonina, endorfina, dopamina e ocitocina, reduzindo assim, os níveis de cortisol, hormônio que causa o estresse.

Há muitos estudos que comprovam essa informação, relacionando o trabalho voluntário com a redução significativa dos sintomas de depressão, melhora na saúde mental e física, menos limitações funcionais e maior longevidade.

Foi o que concluíram pesquisadores das Universidades de Michigan e Cornell, nos EUA. Durante um longo período, dedicaram-se a estudos ligados ao voluntariado e constataram uma longevidade muito maior do grupo de voluntariado diferindo significativamente daqueles que nunca participaram de qualquer ação desse tipo. A explicação para isso é a melhor qualidade de vida do voluntário. Outro estudo acompanhou um grupo de voluntárias ao longo de 30 anos e constataram que estas mantiveram um índice muito superior na manutenção de suas habilidades e aptidões físicas e mentais.

Os seja: os voluntários vivem mais, têm mais qualidade de vida e confirmam que o altruísmo faz bem à saúde!

Cerca de 2 a 3 horas por semana, ou 100 horas ao ano, são suficientes para promover todos esses benefícios.

Mais um estudo

Outro estudo muito celebrado foi o da doutora em Psicologia, Nicole Anderson. Trabalhando em conjunto com cientistas de centros acadêmicos canadenses e estadunidenses, realizou a análise de 73 pesquisas publicadas nos últimos 45 anos envolvendo adultos com idades de 50 anos ou mais que atuavam em funções formais de voluntariado.

A inclusão dos estudos para essa revisão foi criteriosa. Foram analisados critérios como a medição dos resultados psicossociais, físicos e/ou cognitivos associados com o voluntariado – como felicidade, saúde física, depressão, funcionamento cognitivo, sentimentos de apoio social, satisfação com a vida etc.

“Nós descobrimos uma série de tendências nos resultados que pintam um retrato convincente do voluntariado como um componente do estilo de vida importante para manter a saúde e o bem-estar nos anos seguintes”, ressaltou a pesquisadora.

Assim, seguem as conclusões mais relevantes:

  • O voluntariado está associado com redução nos sintomas de depressão, melhor saúde geral, menos limitações funcionais e maior longevidade.
  • Os benefícios à saúde dependem de um nível moderado de voluntariado. Parece haver um ponto de inflexão, após o qual não se agregam maiores benefícios – esse ponto situa-se ao redor de 100 horas anuais (2-3 horas por semana).
  • Idosos mais vulneráveis, ou seja, aqueles com condições crônicas de saúde, podem se beneficiar mais do voluntariado do que idosos sem problemas de saúde.
  • Sentir-se valorizado ou necessário como voluntário parece amplificar a relação entre o voluntariado e o bem-estar psicossocial.
  • “Tomados em conjunto, estes resultados sugerem que o voluntariado está associado com a melhoria da saúde e um aumento da atividade física – alteração que, como esperado, oferece proteção contra uma variedade de condições de saúde”, disse a dra. Anderson.
  • Voluntário altruísta vive mais, voluntário egoísta não

Fontes:

https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=voluntariado-moderado-traz-saude-bem-estar&id=10006

https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/182466/001076750.pdf?sequence=1 https://www.unodc.org/lpo-brazil/pt/vacancies/seja-um-voluntario-da-onu.html

Cultivando esperança e futuro!

A Academia Ambiental é um projeto que possibilita a alunos e professores de Manaus-AM reflexão, conscientização e aprendizado

Desde que foi criada, a Academia Ambiental vem encantando professores e alunos devido à sua metodologia centrada nos princípios da Abordagem de Criação de Valor do educador japonês Tsunesaburo Makiguchi. Desenvolver a consciência e promover a reflexão são os objetivos básicos, tendo como uma das diretrizes principais a preservação da maior floresta tropical do planeta.

Por meio da Academia, o Instituto Soka Amazônia proporciona aos estudantes subsídios para incrementar a grade curricular e ampliar seu conhecimento por meio de atividades práticas. E, aos professores, oferece uma experiência única e profunda sobre diversos temas.

Os depoimentos que adiante foram coletados junto a alunos e professores em visita ao Instituto Soka Amazônia ao longo de 2018. A partir da pandemia da Covid-19, os encontros da Academia Ambiental passaram a ser online, com conteúdos previamente gravados.

Walace, professor de Matemática da Escola Paulo Pinto Neri, ficou maravilhado com o ambiente da Reserva do Instituto e com a equipe muito receptiva e calorosa. “Instrutores muito bem-preparados ensinando os nossos jovens a cultivar e cuidar do meio ambiente, falando ainda sobre arqueologia, paleontologia e expondo as suas ideias de um futuro melhor para a nossa Amazônia”.

O jovem David disse que, “antes de fazer essa excursão eu não me importava muito com o meio ambiente. Na verdade, sempre que eu ouvia sobre isso achava ‘lá vem essa chatice de plantar árvore’. Mas a discussão que tivemos fez com que eu mudasse de ideia. Vi que vai muito além das simples palavras ‘meio ambiente’, percebi os verdadeiros objetivos e confesso que não sabia nem a metade do que explicaram… E gostei muito!”.

A pedagoga Leila foi enfática ao dizer que gostou de tudo. Ela não conhecia o local e nem as ações, se diz grata pela experiência que vai levar para a vida.

A pequena Anne do 4º ano se encantou com as árvores. “As árvores dão muito boas esperanças pro mundo!”, exclamou.

Lucas, do 9º ano ressaltou que “estavam encerrando um dia de muito aprendizado. A gente precisa disso!”. Disse ainda que é importante conhecer, não apenas na teoria, “mas na vivência mesmo, como a Amazônia é. Aprendemos hoje na prática um pouco de história e a ciência por trás de cada árvore”. Ao final de seu depoimento, Lucas agradeceu ao fundador do Instituto Soka Amazônia, dr. Daisaku Ikeda, por tudo o que vem realizando e por ter criado o local para que mais e mais estudantes possam aprender com o espaço.

“Sou a professora Vanessa e é com muita satisfação que venho trazendo nossos alunos, ou melhor, o nosso futuro, para aprender mais, por meio de uma aula diferente sobre fotossíntese, arqueologia, e outros conhecimentos importantes”, contou. Ela enfatizou que é somente por meio de iniciativas como essas que o futuro da floresta será garantido, pois gera reflexão e, a partir daí, a conscientização sobre a importância de se preservar o meio ambiente.

Volta da Academia presencial

A partir de setembro o Instituto Soka Amazônia volta a receber as escolas da rede pública de Manaus para as aulas presenciais da Academia Ambiental. Mantendo todas as diretrizes de biossegurança, a equipe está se preparando para esse retorno visando a segurança dos participantes. Escolas interessadas em agendar uma aula devem contatar o e-mail agendamentos@institutosoka-amazonia.org.br

Cultivando esperança e futuro!

A Academia Ambiental é um projeto que possibilita a alunos e professores de Manaus-AM reflexão, conscientização e aprendizado

Desde que foi criada, a Academia Ambiental vem encantando professores e alunos devido à sua metodologia centrada nos princípios da Abordagem de Criação de Valor do educador japonês Tsunesaburo Makiguchi. Desenvolver a consciência e promover a reflexão são os objetivos básicos, tendo como uma das diretrizes principais a preservação da maior floresta tropical do planeta.

Por meio da Academia, o Instituto Soka Amazônia proporciona aos estudantes subsídios para incrementar a grade curricular e ampliar seu conhecimento por meio de atividades práticas. E, aos professores, oferece uma experiência única e profunda sobre diversos temas.

Os depoimentos que adiante foram coletados junto a alunos e professores em visita ao Instituto Soka Amazônia ao longo de 2018. A partir da pandemia da Covid-19, os encontros da Academia Ambiental passaram a ser online, com conteúdos previamente gravados.

Walace, professor de Matemática da Escola Paulo Pinto Neri, ficou maravilhado com o ambiente da Reserva do Instituto e com a equipe muito receptiva e calorosa. “Instrutores muito bem-preparados ensinando os nossos jovens a cultivar e cuidar do meio ambiente, falando ainda sobre arqueologia, paleontologia e expondo as suas ideias de um futuro melhor para a nossa Amazônia”.

O jovem David disse que, “antes de fazer essa excursão eu não me importava muito com o meio ambiente. Na verdade, sempre que eu ouvia sobre isso achava ‘lá vem essa chatice de plantar árvore’. Mas a discussão que tivemos fez com que eu mudasse de ideia. Vi que vai muito além das simples palavras ‘meio ambiente’, percebi os verdadeiros objetivos e confesso que não sabia nem a metade do que explicaram… E gostei muito!”.

A pedagoga Leila foi enfática ao dizer que gostou de tudo. Ela não conhecia o local e nem as ações, se diz grata pela experiência que vai levar para a vida.

A pequena Anne do 4º ano se encantou com as árvores. “As árvores dão muito boas esperanças pro mundo!”, exclamou.

Lucas, do 9º ano ressaltou que “estavam encerrando um dia de muito aprendizado. A gente precisa disso!”. Disse ainda que é importante conhecer, não apenas na teoria, “mas na vivência mesmo, como a Amazônia é. Aprendemos hoje na prática um pouco de história e a ciência por trás de cada árvore”. Ao final de seu depoimento, Lucas agradeceu ao fundador do Instituto Soka Amazônia, dr. Daisaku Ikeda, por tudo o que vem realizando e por ter criado o local para que mais e mais estudantes possam aprender com o espaço.

“Sou a professora Vanessa e é com muita satisfação que venho trazendo nossos alunos, ou melhor, o nosso futuro, para aprender mais, por meio de uma aula diferente sobre fotossíntese, arqueologia, e outros conhecimentos importantes”, contou. Ela enfatizou que é somente por meio de iniciativas como essas que o futuro da floresta será garantido, pois gera reflexão e, a partir daí, a conscientização sobre a importância de se preservar o meio ambiente.

Volta da Academia presencial

A partir de setembro o Instituto Soka Amazônia volta a receber as escolas da rede pública de Manaus para as aulas presenciais da Academia Ambiental. Mantendo todas as diretrizes de biossegurança, a equipe está se preparando para esse retorno visando a segurança dos participantes. Escolas interessadas em agendar uma aula devem contatar o e-mail agendamentos@institutosoka-amazonia.org.br

Coisas do verão amazônico: um espetáculo com milhões de anos

As peculiaridades das estações do ano na Amazônia, que são só duas, verão e inverno,  nada de primavera e outono;  de que forma o verão e o inverno afetam o dia a dia de toda a população do Amazonas e, em particular, das pessoas que mantêm vivo e ativo o nosso Instituto Soka durante os 12 meses do ano; as belezas que a natureza revela nos meses “secos” (ou com redução na quantidade de chuvas), belezas com milhões de anos que aparecem menos ou aparecem mais, dependendo de como tenha sido o inverno e da quantidade de água que caia do céu durante os meses pouco ou quase nada chuvosos do verão.

Não é segredo: no Amazonas são só duas estações por ano: verão, de maio/junho até meados de novembro e inverno de novembro/dezembro, quando as chuvas começam a vir com mais força, até que o tempo mude outra vez e volte a chover menos em meados do maio seguinte.

Tempo realmente seco não chega a haver – a umidade é constante.

Temperaturas baixas, ou seja, alguma coisa de 19 a 21 graus, são coisa rara.

A diferença entre uma estação e outra

A diferença entre uma estação e outra é, basicamente, a quantidade de chuvas.

As temperaturas e a umidade relativa do ar não chegam a ter variações tão significativas, mas seja como for, em alguns dias do verão de 2021 supostamente a época mais seca, onde estamos quando este artigo está sendo redigido, choveu muito, a ponto de haver vários pontos de alagamento nas ruas da Capital. Em 2 de agosto, por exemplo, quando normalmente os termômetros estariam lá em cima, nos 38 ou 39 graus eles não passaram dos 28 graus, talvez como simples reflexo da onda de frio que castigou boa parte mais ao sul e até o centro do país, ou uma prova concreta de que as variações climáticas de que tanto se fala estejam se mostrando ao mundo como indesejável realidade.

O portal G1 lembrou em seu espaço digital que apesar de ser um fenômeno da natureza, o verão amazônico também recebe influências da ação do homem. Registrou, ainda, palavras do meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, que explicou que o aumento da temperatura pode ser mais intenso, dependendo de algumas condições. “O homem altera o ambiente substituindo áreas anteriormente cobertas por vegetação com asfalto, concreto e vidro, elementos que intensificam as condições de elevação da temperatura e redução da umidade, criando as conhecidas “ilhas de calor” nos grandes centros urbanos”, disse.

Inverno

O inverno, com suas chuvas fortes e a bem dizer diárias, é a época ideal para o plantio, já que as mudas criadas durante a estação anterior precisam de água para germinar e se desenvolver em toda plenitude.

O que não falta são muitas áreas que devem receber novas árvores, assim como há muita muda preparada na estação anterior.

Tanto quanto em qualquer outra época do ano, há uma trabalheira sem fim para as equipes técnicas do Instituto Soka Amazônia em suas múltiplas atividades adequadas a cada estação.

Uma curiosidade que merece registro à parte: não chega ser surpresa quando se encontram em Manaus árvores de outras regiões do Brasil, em especial da Mata Atlântica, vicejando sobretudo em áreas públicas da Capital. O ipê do sul cresce muito bem no norte brasileiro. Da mesma forma, sabe-se que espécies do norte brasileiro podem ser encontradas nos estados mais ao sul. Até o Ipê Amazônico, uma versão nortista dessa espécie, pode ser encontrada forte e muito viva em cidades do sudeste, centro oeste e até no sul do Brasil.

Verão

O verão é tempo de intensa atividade na manutenção dos viveiros, produção de novas mudas que precisam estar prontas mais adiante. Época de coleta e tratamento de sementes, árvores florindo, uma cena encantadora proporcionada pela mãe natureza. Tempo de desbaste de árvores, poda. Em tempos normais, sem pandemia, é a melhor fase dos programas de visitas de colegiais ao Instituto.

Milhões de anos

Nesse período mais seco, o visual da margem do Rio Negro transfigura-se e deixa à mostra os desenhos e inscrições gravados na rocha escura daquele paredão que se estende por pelo menos 500 metros. Há várias estimativas feitas por diferentes arqueólogos sobre a idade dessas gravuras rupestres, variando de 2 mil a 7 mil anos. Ficam em frente ao Encontro das Águas, no leste de Manaus.

Em reportagem muito interessante, o jornal A Crítica de Manaus publicou recentemente reportagem sobre esse assunto, matéria que pode ser vista na internet aqui

Em certo trecho dessa matéria, há uma frase muito feliz do educador e fotógrafo amador Valter Calheiros: “A beleza das lajes nos presenteia com sua magia e beleza”

Quanto mais baixas forem as águas do rio, maior a quantidade de inscrições que pode ser admirada.

Fotos do Educador e Fotógrafo Amador Valter Calheiros

2021, aliás, está sendo um ano muito propício para contemplar esses desenhos.

Os desenhos milenares

Outra publicação que vale a pena visitar é a que se encontra aqui. Assinala-se ali que entre os desenhos está uma série de rostos humanos gravados nas pedras localizadas à beira do rio. Também é possível identificar figuras geométricas, espirais e desenhos sinuosos em forma de cobra.

Com a subida do rio Negro, os desenhos começam a ser cobertos pela água.

2010: o ano recorde

2010 talvez tenha sido o ano recorde, pois nessa época aconteceu uma seca acima do normal, a ponto de haver peixes morrendo e o paredão mostrou-se praticamente por inteiro, revelando novos desenhos e chegou a atrair a atenção de uma equipe não-brasileira, provavelmente da BBC de Londres e a Lage acabou sendo assunto de uma reportagem internacional.

Material riquíssimo para estudos tanto de história, como de geologia, arqueologia, paleontologia, ecologia e, dentro da ecologia, a fenologia, ou “fenomenologia”, ramo que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade.


Mais atrações

A bem da verdade, deve-se lembrar que nem só por essa atração há tantas visitações ao local: o lugar é excelente para pescarias e há um cuidado muito especial que as equipes do Instituto têm que dispensar para evitar que curiosos entrem na sua área e possam provocar danos às espécies ali existentes. Intervenções muito cordiais e discretas têm sido suficientes para evitar problemas.

Coisas do verão amazônico: um espetáculo com milhões de anos

As peculiaridades das estações do ano na Amazônia, que são só duas, verão e inverno,  nada de primavera e outono;  de que forma o verão e o inverno afetam o dia a dia de toda a população do Amazonas e, em particular, das pessoas que mantêm vivo e ativo o nosso Instituto Soka durante os 12 meses do ano; as belezas que a natureza revela nos meses “secos” (ou com redução na quantidade de chuvas), belezas com milhões de anos que aparecem menos ou aparecem mais, dependendo de como tenha sido o inverno e da quantidade de água que caia do céu durante os meses pouco ou quase nada chuvosos do verão.

Não é segredo: no Amazonas são só duas estações por ano: verão, de maio/junho até meados de novembro e inverno de novembro/dezembro, quando as chuvas começam a vir com mais força, até que o tempo mude outra vez e volte a chover menos em meados do maio seguinte.

Tempo realmente seco não chega a haver – a umidade é constante.

Temperaturas baixas, ou seja, alguma coisa de 19 a 21 graus, são coisa rara.

A diferença entre uma estação e outra

A diferença entre uma estação e outra é, basicamente, a quantidade de chuvas.

As temperaturas e a umidade relativa do ar não chegam a ter variações tão significativas, mas seja como for, em alguns dias do verão de 2021 supostamente a época mais seca, onde estamos quando este artigo está sendo redigido, choveu muito, a ponto de haver vários pontos de alagamento nas ruas da Capital. Em 2 de agosto, por exemplo, quando normalmente os termômetros estariam lá em cima, nos 38 ou 39 graus eles não passaram dos 28 graus, talvez como simples reflexo da onda de frio que castigou boa parte mais ao sul e até o centro do país, ou uma prova concreta de que as variações climáticas de que tanto se fala estejam se mostrando ao mundo como indesejável realidade.

O portal G1 lembrou em seu espaço digital que apesar de ser um fenômeno da natureza, o verão amazônico também recebe influências da ação do homem. Registrou, ainda, palavras do meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, que explicou que o aumento da temperatura pode ser mais intenso, dependendo de algumas condições. “O homem altera o ambiente substituindo áreas anteriormente cobertas por vegetação com asfalto, concreto e vidro, elementos que intensificam as condições de elevação da temperatura e redução da umidade, criando as conhecidas “ilhas de calor” nos grandes centros urbanos”, disse.

Inverno

O inverno, com suas chuvas fortes e a bem dizer diárias, é a época ideal para o plantio, já que as mudas criadas durante a estação anterior precisam de água para germinar e se desenvolver em toda plenitude.

O que não falta são muitas áreas que devem receber novas árvores, assim como há muita muda preparada na estação anterior.

Tanto quanto em qualquer outra época do ano, há uma trabalheira sem fim para as equipes técnicas do Instituto Soka Amazônia em suas múltiplas atividades adequadas a cada estação.

Uma curiosidade que merece registro à parte: não chega ser surpresa quando se encontram em Manaus árvores de outras regiões do Brasil, em especial da Mata Atlântica, vicejando sobretudo em áreas públicas da Capital. O ipê do sul cresce muito bem no norte brasileiro. Da mesma forma, sabe-se que espécies do norte brasileiro podem ser encontradas nos estados mais ao sul. Até o Ipê Amazônico, uma versão nortista dessa espécie, pode ser encontrada forte e muito viva em cidades do sudeste, centro oeste e até no sul do Brasil.

Verão

O verão é tempo de intensa atividade na manutenção dos viveiros, produção de novas mudas que precisam estar prontas mais adiante. Época de coleta e tratamento de sementes, árvores florindo, uma cena encantadora proporcionada pela mãe natureza. Tempo de desbaste de árvores, poda. Em tempos normais, sem pandemia, é a melhor fase dos programas de visitas de colegiais ao Instituto.

Milhões de anos

Nesse período mais seco, o visual da margem do Rio Negro transfigura-se e deixa à mostra os desenhos e inscrições gravados na rocha escura daquele paredão que se estende por pelo menos 500 metros. Há várias estimativas feitas por diferentes arqueólogos sobre a idade dessas gravuras rupestres, variando de 2 mil a 7 mil anos. Ficam em frente ao Encontro das Águas, no leste de Manaus.

Em reportagem muito interessante, o jornal A Crítica de Manaus publicou recentemente reportagem sobre esse assunto, matéria que pode ser vista na internet aqui

Em certo trecho dessa matéria, há uma frase muito feliz do educador e fotógrafo amador Valter Calheiros: “A beleza das lajes nos presenteia com sua magia e beleza”

Quanto mais baixas forem as águas do rio, maior a quantidade de inscrições que pode ser admirada.

Fotos do Educador e Fotógrafo Amador Valter Calheiros

2021, aliás, está sendo um ano muito propício para contemplar esses desenhos.

Os desenhos milenares

Outra publicação que vale a pena visitar é a que se encontra aqui. Assinala-se ali que entre os desenhos está uma série de rostos humanos gravados nas pedras localizadas à beira do rio. Também é possível identificar figuras geométricas, espirais e desenhos sinuosos em forma de cobra.

Com a subida do rio Negro, os desenhos começam a ser cobertos pela água.

2010: o ano recorde

2010 talvez tenha sido o ano recorde, pois nessa época aconteceu uma seca acima do normal, a ponto de haver peixes morrendo e o paredão mostrou-se praticamente por inteiro, revelando novos desenhos e chegou a atrair a atenção de uma equipe não-brasileira, provavelmente da BBC de Londres e a Lage acabou sendo assunto de uma reportagem internacional.

Material riquíssimo para estudos tanto de história, como de geologia, arqueologia, paleontologia, ecologia e, dentro da ecologia, a fenologia, ou “fenomenologia”, ramo que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade.


Mais atrações

A bem da verdade, deve-se lembrar que nem só por essa atração há tantas visitações ao local: o lugar é excelente para pescarias e há um cuidado muito especial que as equipes do Instituto têm que dispensar para evitar que curiosos entrem na sua área e possam provocar danos às espécies ali existentes. Intervenções muito cordiais e discretas têm sido suficientes para evitar problemas.

Um universo conectado sob os nossos pés!

Raízes e Fungos
Raízes e fungos interagem sob a terra como uma grande “internet” vegetal promovendo a comunicação e subsistência da vida no planeta

Quem caminha pela mata tem os olhos voltados para o que a superfície revela. A beleza e a singularidade proporcionada pela atmosfera quase mágica da floresta. Mas debaixo dos seus pés há um universo complexo e interativo composto por raízes e fungos que promovem, entre outras coisas, a subsistência dos seres que sobre ela vivem. Uma das mais complexas redes de que se tem notícia é a da Amazônia, cujo solo é pobre em nutrientes, mas por meio de uma série de interações, dá vida à maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.

O início

Tudo se inicia com a raiz que se prolonga por debaixo do solo lenta e pacientemente. Microorganismos, em especial os fungos, crescem ao redor e dentro dessas raízes fornecendo nutrientes em troca dos carboidratos (açúcares) que a planta produz por meio de reações químicas de trocas com o ambiente que o cerca.

Imagem de ezblum por Pixabay

Trata-se de uma conexão muito mais profunda do que antes se acreditava e a Ciência vem estudando com grande interesse, pois a simbiose entre fungos e raízes, além de fornecer substratos mutuamente, forma uma verdadeira rede de comunicação subterrânea.

Há indícios de que indivíduos mais velhos, chamados de árvores-mães, se utilizem dessa rede, fornecendo, além de açúcares às mudas jovens, sua sombra e proteção contra pragas e outras ameaças e, assim, aumentar suas chances de sobrevivência, perpetuando a floresta.

E as que estão em vias de falecer, generosamente, despejam seus últimos nutrientes nessa imensa rede, intuitivamente, garantindo que não haja “desperdícios”, pois as jovens mudas farão bom uso desse subsídio para se fortalecerem e se desenvolverem. É como se os mais “idosos” desejassem passar seu “conhecimento” e “sabedoria” aos que estão ao redor – mais jovens e saudáveis – para que “aprendam” com sua experiência.

Porém, não se trata de uma rede de benefícios somente. Há espécies de plantas como algumas orquídeas que se especializaram em “roubar” nutrientes de árvores próximas; ou ainda a nogueira-preta que espalham toxinas com o intuito de “sabotar” espécies rivais, podendo causar até a morte destas.

Fungos, agentes mensageiros

Rede micorriza é o nome do aglomerado de fungos que interage sob a terra e permite que sejam trocados nutrientes de uma planta a outra. As “mensagens” carregadas por essa rede além de permitir a troca de substratos, “informa” os demais sobre as ocorrências na região, como a morte de uma planta, o ataque de pragas ou até a iminente mudança climática. Os fungos, agem ainda como uma linha de defesa. Caso as plantas “hospedeiras” sejam atacadas, os fungos liberam sinais químicos para alertar as espécies vizinhas de modo que consigam ampliar suas defesas.

Cerca de 90% das plantas possuem boas relações com os fungos. Uma silenciosa relação harmoniosa e fundamental se desenvolve entre plantas e fungos, um não sobreviveria sem o outro. Nas florestas mais densas é possível observar uma fina teia que espalha no solo cobrindo todo o chão da floresta. Este é o micélio vegetativo que é a parte correspondente à sustentação e absorção de nutrientes.

Imagem de DebWatson por Pixabay

E é essa fina teia de micélio que possibiliza a formação da micorriza que conecta os fungos às raízes das plantas no subsolo. Um dos componentes fundamentais do micélio é a hifa, filamentos de células dos fungos. A cientista e professora de Ecologia Florestal da Universidade da Colúmbia Britânica, Suzanne Simard vem, desde 1997, testando teorias de como as árvores se comunicam entre si. Utilizando carbono radioativo, ela mede o fluxo e o compartilhamento desse elemento químico entre as árvores. Não é exagero dizer que se trata de uma via superrápida para tráfego de dados, que coloca em contato uma grande população de indivíduos diversos e dispersos. A cientista também acredita que as plantas parecem funcionar no sentido oposto ao observado por Darwin, em relação à competição por recursos entre as espécies animais. Segundo ela, muitas espécies de plantas utilizam a rede para trocar nutrientes e se autopreservarem, garantindo a sobrevivência.

Outro especialista, o micologista[i] estadunidense, Paul Stamets, afirma que essa rede de fungos é uma “internet natural” do planeta Terra. Segundo ele é ela que coloca cada planta do mundo conectada, mesmo as que se encontram muito distantes entre si. Um paralelo traçado por ele é o filme Avatar de 2009, cujo cenário mostra como vários organismos obtém comunicação eficaz e compartilhamento de recursos por meio de uma ligação simbiótica produzida por eletroquímica passando pelas intrincadas cadeias de raízes das plantas.

Fontes:

http://www.bioblog.com.br/a-comunicacao-das-plantas-uma-internet-em-baixo-da-terra/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_earth_internet_natural_dg


[i] Micologia (também denominada micetologia) é um ramo da biologia dedicado ao estudo dos fungos, que são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos consideráveis como os cogumelos e também tamanhos microscópicos como as leveduras e bolores.

Um universo conectado sob os nossos pés!

Raízes e Fungos
Raízes e fungos interagem sob a terra como uma grande “internet” vegetal promovendo a comunicação e subsistência da vida no planeta

Quem caminha pela mata tem os olhos voltados para o que a superfície revela. A beleza e a singularidade proporcionada pela atmosfera quase mágica da floresta. Mas debaixo dos seus pés há um universo complexo e interativo composto por raízes e fungos que promovem, entre outras coisas, a subsistência dos seres que sobre ela vivem. Uma das mais complexas redes de que se tem notícia é a da Amazônia, cujo solo é pobre em nutrientes, mas por meio de uma série de interações, dá vida à maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.

O início

Tudo se inicia com a raiz que se prolonga por debaixo do solo lenta e pacientemente. Microorganismos, em especial os fungos, crescem ao redor e dentro dessas raízes fornecendo nutrientes em troca dos carboidratos (açúcares) que a planta produz por meio de reações químicas de trocas com o ambiente que o cerca.

Imagem de ezblum por Pixabay

Trata-se de uma conexão muito mais profunda do que antes se acreditava e a Ciência vem estudando com grande interesse, pois a simbiose entre fungos e raízes, além de fornecer substratos mutuamente, forma uma verdadeira rede de comunicação subterrânea.

Há indícios de que indivíduos mais velhos, chamados de árvores-mães, se utilizem dessa rede, fornecendo, além de açúcares às mudas jovens, sua sombra e proteção contra pragas e outras ameaças e, assim, aumentar suas chances de sobrevivência, perpetuando a floresta.

E as que estão em vias de falecer, generosamente, despejam seus últimos nutrientes nessa imensa rede, intuitivamente, garantindo que não haja “desperdícios”, pois as jovens mudas farão bom uso desse subsídio para se fortalecerem e se desenvolverem. É como se os mais “idosos” desejassem passar seu “conhecimento” e “sabedoria” aos que estão ao redor – mais jovens e saudáveis – para que “aprendam” com sua experiência.

Porém, não se trata de uma rede de benefícios somente. Há espécies de plantas como algumas orquídeas que se especializaram em “roubar” nutrientes de árvores próximas; ou ainda a nogueira-preta que espalham toxinas com o intuito de “sabotar” espécies rivais, podendo causar até a morte destas.

Fungos, agentes mensageiros

Rede micorriza é o nome do aglomerado de fungos que interage sob a terra e permite que sejam trocados nutrientes de uma planta a outra. As “mensagens” carregadas por essa rede além de permitir a troca de substratos, “informa” os demais sobre as ocorrências na região, como a morte de uma planta, o ataque de pragas ou até a iminente mudança climática. Os fungos, agem ainda como uma linha de defesa. Caso as plantas “hospedeiras” sejam atacadas, os fungos liberam sinais químicos para alertar as espécies vizinhas de modo que consigam ampliar suas defesas.

Cerca de 90% das plantas possuem boas relações com os fungos. Uma silenciosa relação harmoniosa e fundamental se desenvolve entre plantas e fungos, um não sobreviveria sem o outro. Nas florestas mais densas é possível observar uma fina teia que espalha no solo cobrindo todo o chão da floresta. Este é o micélio vegetativo que é a parte correspondente à sustentação e absorção de nutrientes.

Imagem de DebWatson por Pixabay

E é essa fina teia de micélio que possibiliza a formação da micorriza que conecta os fungos às raízes das plantas no subsolo. Um dos componentes fundamentais do micélio é a hifa, filamentos de células dos fungos. A cientista e professora de Ecologia Florestal da Universidade da Colúmbia Britânica, Suzanne Simard vem, desde 1997, testando teorias de como as árvores se comunicam entre si. Utilizando carbono radioativo, ela mede o fluxo e o compartilhamento desse elemento químico entre as árvores. Não é exagero dizer que se trata de uma via superrápida para tráfego de dados, que coloca em contato uma grande população de indivíduos diversos e dispersos. A cientista também acredita que as plantas parecem funcionar no sentido oposto ao observado por Darwin, em relação à competição por recursos entre as espécies animais. Segundo ela, muitas espécies de plantas utilizam a rede para trocar nutrientes e se autopreservarem, garantindo a sobrevivência.

Outro especialista, o micologista[i] estadunidense, Paul Stamets, afirma que essa rede de fungos é uma “internet natural” do planeta Terra. Segundo ele é ela que coloca cada planta do mundo conectada, mesmo as que se encontram muito distantes entre si. Um paralelo traçado por ele é o filme Avatar de 2009, cujo cenário mostra como vários organismos obtém comunicação eficaz e compartilhamento de recursos por meio de uma ligação simbiótica produzida por eletroquímica passando pelas intrincadas cadeias de raízes das plantas.

Fontes:

http://www.bioblog.com.br/a-comunicacao-das-plantas-uma-internet-em-baixo-da-terra/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_earth_internet_natural_dg


[i] Micologia (também denominada micetologia) é um ramo da biologia dedicado ao estudo dos fungos, que são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos consideráveis como os cogumelos e também tamanhos microscópicos como as leveduras e bolores.