Relembrando a Tese de Proteção do Meio Ambiente do pacifista Daisaku Ikeda

Completando um ano de falecimento do fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, compartilhamos seus pensamentos e sua Tese de Proteção do Meio Ambiente produzida como contribuição à Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Eco 92), realizada entre os dias 2 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro.

Durante a sua existência, o filósofo e pacifista, Daisaku Ikeda, empreendeu esforços por meio de diálogos, palestras e incentivos para disseminar seus ideais de proteção à vida em todas as suas formas.Convicto de que um movimento popular centralizado nas Nações Unidas é a chave para transformar o mundo onde imperam a desunião e a hostilidade, Ikeda veio empreendendo esforços enviando Propostas de Paz às Nações Unidas durante 40 anos.

Diante dos desafios globais, que ainda estarão em discussão na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em 2025, relembramos seus direcionamentos para a construção de um mundo de harmonia e coexistência.

Confira a seguir, a Tese na íntegra:

Uma nova estratégia para a proteção ambiental

Tese do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, publicada em 1992

I – A Unicidade de Vida e Ambiente

Num discurso proferido durante a reunião do Conselho da Comunidade de Ecologia Humana, em Yokohama, em 1990, Zena Daysh, vice-presidente executivo do Commonwealth Human Ecology Council (CHEC), descreveu a essência da ecologia humana como uma preocupação para os seres humanos como criaturas da ecologia global, que inclui o homo sapiens, assim como as plantas e outros animais, e com os seres humanos como entidades que haviam criado a política, a sociedade, a economia e a cultura [1]

Zena Daysh esclarece, portanto, os dois pilares da ecologia humana ao reconhecer o fato de que os seres humanos são parte do ecossistema global e que são criaturas culturais e sociais. O primeiro pilar sustenta um sistema de coexistência entre a humanidade e a natureza, o segundo refere-se ao ambiente cultural e social que os seres humanos moldaram através da história.

Através da interação com o meio ambiente, a qual é externa por natureza (i.e., o cosmos), os seres humanos construíram um ambiente que é ecologicamente muito complexo. Como parte do ecossistema global, eles aprenderam a se adaptar à ordem e às leis do mundo animal juntamente com as plantas, animais, objetos inanimados e microrganismos. Com esta base, criaram um ambiente cultural e social, incluindo a linguagem, a tecnologia, os governos, a economia e as organizações. O relacionamento intrínseco entre este complexo ecológico que forma o ambiente da humanidade e os próprios seres humanos é expresso no Budismo como a lei de esho funi [2], ou a unicidade da vida e ambiente.

Aqui, “esho” é uma contração dos termos “eho” de “shoho”, que se refere ao ambiente humano e à entidade humana, respectivamente. “Fun”i, por outro lado, é uma expressão que significa “dois, mas não dois”[3]. “Dois” expressa a inter-relação e a interação em um desenvolvimento criativo entre o meio ambiente humano e a entidade vivente. Enquanto o ambiente influencia a entidade humana, os seres vivos também reagem sobre seu ambiente, transformando-o e recriando-o novamente. O meio ambiente é assim transformado, e então exerce-se sobre os seres vivos por novos meios. Esse conceito pode ser descrito, na linguagem da ecologia, como “meio ambiente dinâmico” (o impacto do meio ambiente sobre os seres humanos) e “formação do meio ambiente” (os efeitos da atividade humana sobre o meio ambiente).

A inter-relação entre os seres humanos e o meio ambiente é um processo histórico no qual ambos se transformaram um ao outro e evoluíram criativamente durante anos através da adaptação biológica bem como através da adaptação cultural e social. Por exemplo, como criaturas vivas, os seres humanos herdaram e transmitiram as características genéticas e fisiológicas de seus ancestrais. Eles também mantêm e desenvolvem a herança espiritual de seus ancestrais ao incorporarem os seus ambientes cultural e social.

No Budismo, falamos de “shoho” e “eho” para demonstrar a maneira como essa inter-relação “humanidade-ambiente” torna-se uma presença histórica em termos de espaço e tempo, tanto física como espiritualmente. Portanto, a unicidade do shosho e eho expressa a ideia de que a vida humana e seu ambiente são absolutamente “um, não dois”

"A inter-relação entre os seres humanos e o meio ambiente é um processo histórico no qual ambos se transformaram um ao outro e evoluíram criativamente durante anos através da adaptação biológica bem como através da adaptação cultural e social."

Se extrapolarmos, em termos de espaço, a cadeia ecológica do indivíduo à comunidade, ao grupo étnico, ao Estado, à humanidade como um todo, ela estende-se do ecossistema da Terra ao sistema solar, a galáxia, aos grupos de galáxias e a todo o Universo. Da mesma forma, a cadeia de tempo vai além do nascimento da raça humana, retorna ao início da vida e mesmo ao início da evolução química e física.

Isso quer dizer que, numa dimensão fundamental de tempo e espaço, a realidade, fundamental do Universo, da vida humana e seu ambiente são uma e a mesma. E devido a essa unidade última, sua inter-relação é possível no mundo fenomenal de tempo e espaço. Esta lei representa o mais profundo significado de “dois, mas não dois”.

Do ponto de vista da natureza, baseado na lei de “unicidade da vida e seu ambiente”,  somos conduzidos aos seguintes princípios concernentes aos problemas globais de hoje. Primeiramente, em sua essência fundamental, eho (o ambiente humano) e shoho (a entidade humana), são unos, e embora interagindo no mundo fenomenal – visto que recebem a impressão da história como efeito manifesto – partilham um “destino comum”.

Em segundo lugar, a raça humana, portanto, não pode sobreviver a menos que seja sustentada pela harmonia e coexistência com o ecossistema natureza-humanidade (o ecossistema da Terra), que pode ser chamado de meio ambiente primário. A destruição do meio ambiente da Terra, portanto, é equivalente à destruição da mente e do corpo e rouba dos seres humanos o direito à vida. 

Em terceiro, uma vez que o eho, como ambiente  sociocultural envolve todo o ecossistema natural e possui intrinsecamente a tendência de se desenvolver com base na harmonia das leis e da ordem da natureza, os seres humanos devem reconhecer a dignidade do próprio ecossistema natural e, mobilizando sua sabedoria, encontrar meios para coexistir com as plantas e os animais, através do autocontrole e esforçando-se para sujeitar-se à cadeia de vida. lsto significa não somente restringir o consumo perceptível mas ajudar aqueles em necessidade 

Devemos nos mover na direção do apoio para a “integridade” em face dos benefícios do ecossistema natural: isto é fundamental à “ética ambiental”.

 

"Os seres humanos, portanto, devem utilizar o conhecimento da ecologia e de outros campos para servir como "coordenadores" na promoção de uma harmonia criativa dentro do ecossistema da Terra. Além disso, devem suprimir sua urgência para dominar a natureza, o que resultaria na destruição do ecossistema."

Em quarto, a ciência e a tecnologia, a política, a economia, as organizações, as instituições e demais que constituem o meio ambiente cultural e social devem todos coexistir com o ecossistema, guiando a humanidade rumo a uma prosperidade criativa. Dessa forma, a raison d’etre fundamental dos seres humanos, como a mais avançada forma de vida da Terra, está em ser a protetora da dignidade de todos os seres vivos. Os seres humanos, portanto, devem utilizar o conhecimento da ecologia e de outros campos para servir como “coordenadores” na promoção de uma  harmonia criativa dentro do ecossistema da Terra. Além disso, devem suprimir sua urgência para dominar a natureza, o que resultaria na destruição do ecossistema.

Em quinto lugar, o papel da humanidade é usar o meio ambiente cultural e social que criou para delinear novos “valores globais”. Esta é a missão designada da humanidade como criadora de valores. A economia e outras formas de desenvolvimento devem ser meios de criação de valor, não lhes deve ser permitido privar os seres humanos e outras criaturas de seu direito futuro à vida. Caminhos devem ser explorados para estabelecer tais valores globais e universais para o futuro. Nisto reside a base filosófica e intelectual do conceito de desenvolvimento sustentado.

II. Um novo sistema internacional através da reforma das Nações Unidas

Em junho deste ano, líderes de muitos países em todo o mundo, bem como organizações não governamentais, irão se reunir no Rio de Janeiro, Brasil, para realizarem a Cúpula da Terra, ou seja, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced). Por tratar de problemas globais ambientais, tanto os países do Hemisfério Norte quanto do Hemisfério Sul deveriam cooperar mutuamente, mas na realidade, a confrontação vem antes entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, causando muitas dúvidas quanto ao fato da Conferência ser produtiva ou não como um todo.

Isto porque o surgimento crescente de vozes nos países em desenvolvimento acusam o alto consumo de massa das nações desenvolvidas como o principal responsável pela atual deterioração do ambiente da Terra. A censura é direcionada às políticas de desenvolvimento que não estão ligadas ao melhoramento dos meios de vida dos povos do Sul e que falharam em evitar os danos ao meio ambiente.

"A economia e outras formas de desenvolvimento devem ser meios de criação de valor, não lhes deve ser permitido privar os seres humanos e outras criaturas de seu direito futuro à vida. Caminhos devem ser explorados para estabelecer tais valores globais e universais para o futuro. Nisto reside a base filosófica e intelectual do conceito de desenvolvimento sustentado."

Não se pode negar que, realmente, os mecanismos de desenvolvimento das nações industrializadas, em vez de amenizar a pobreza, produziu imensos débitos acumulados nos países em desenvolvimento, de forma que os povos do Sul não poderiam prestar atenção à preservação ambiental. Além dessa aguda confrontação entre o Norte e o Sul, existe, mesmo nos países desenvolvidos, uma falta de consenso e de coordenação ao se formular contra-medidas.

Até agora, parece que há poucas perspectivas que a Conferência do Rio de Janeiro possa realmente adotar um tratado para a criação de uma estrutura para a prevenção do aquecimento da Terra e outros acordos de importância viral.

Em 1972, muitos programas de ação foram adotados na Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente. Nos vinte anos subsequentes, entretanto, as nações desenvolvidas continuaram sua impetuosa busca pela riqueza material, seguindo resolutamente seu caminho de “economia em primeiro”. Elas deram a máxima prioridade à sua própria riqueza e relegaram o cuidado do ambiente da Terra a uma importância secundária ou menor. 

Embora continue a assistência ao desenvolvimento dos países do Sul, não está diretamente ligada ao melhoramento do padrão de vida das pessoas lá. Pouco foi feito para solucionar a terrível pobreza nem a consequente explosão populacional.

A deterioração ambiental, a pobreza e o descontrole do crescimento populacional, todos numa escala global, estão intimamente relacionados. A humanidade está numa situação extremamente difícil que requer soluções simultâneas e abrangentes para todos esses problemas que ameaçam sua existência.

Para tratar dessas dificuldades, incluindo a crescente deterioração do ecossistema terrestre, inovações na ciência e na tecnologia, modificações nas leis, uma mudança na economia “cíclica” [4], e a reconsideração de termos comerciais e sistemas sociais justos que conduziram ao sucesso de tais reformas em escala global

Desde o término da Guerra Fria[*] entre as nações do Ocidente e do Oriente, as Nações Unidas tem sido revitalizadas, e hoje podemos ouvir falar de uma *Renascença das Nações Unidas”. Felizmente, passaram-se os dias em que os vetos evitavam a passagem de resoluções no Conselho de Segurança e paralisaram o funcionamento da organização mundial. Mas é verdade que as Nações Unidas não podem tratar adequadamente da complexidade das questões globais tais como a crise do meio ambiente.

Pode-se duvidar da praticabilidade de tal plano, argumentando que, dadas as dificuldades financeiras que as Nações Unidas sofrem atualmente, seria totalmente impossível estabelecer uma nova organização, mesmo se fosse apenas uma consequência do atual sistema. 

"A deterioração ambiental, a pobreza e o descontrole do crescimento populacional, todos numa escala global, estão intimamente relacionados. A humanidade está numa situação extremamente difícil que requer soluções simultâneas e abrangentes para todos esses problemas que ameaçam sua existência.."

 Entretanto, se considerarmos a magnitude da crise envolvendo a sobrevivência da humanidade em todos os países, não somente do ponto de vista dos interesses de cada Estado, mas do interesse de toda a Terra e de toda a humanidade, podemos perfeitamente conseguir argumentos para uma maior assistência financeira para a organização internacional que deve tomar a liderança na batalha contra esta crise. 

Realmente, disse que as Nações Unidas não estão financeiramente preparadas para promover um desenvolvimento sustentado necessário para tratar adequadamente da preservação ambiental. Portanto, proponho que, agora que a Guerra Fria terminou, as enormes despesas militares envolvidas sejam cortadas como uma medida para aumentar os fundos necessários para a assistência das Nações Unidas.

[*a Tese foi escrita  meses após a dissolução da União Soviética (em 1991), acontecimento historicamente considerado o fim da Guerra Fria]

O custo de soluções substanciais para os problemas relacionados à proteção ambiental, tais como o aquecimento global, a extinção das espécies e a proteção florestal, é, estima-se, astronômica. De acordo com o secretário responsável pelos preparativos da Cúpula da Terra no Brasil, a quantia de dinheiro necessária à preservação ambiental a partir de agora seria de 125 bilhões de dólares por ano. [5]

O único meio de se levantar tal quantia é reduzir drasticamente os gastos militares, estimados em 1 trilhão de dólares anuais em todo o mundo. Especificamente, proponho que cada país corte seus gastos militares e contribua com parte dos fundos liberados para um “Fundo de Desarmamento das Nações Unidas” , que financiaria a preservação do meio ambiente da Terra.

O levantamento de fundos para esse propósito não deve ser deixado apenas para os governos centrais ou locais. É importante que as organizações não-governamentais também estudem alguma forma de contribuir. A fim de transcender as limitações de uma organização internacional composta de Estados soberanos, deve-se considerar cuidadosamente a reunião das forças construtivas das ONGs que tanto se empenham na área de preservação ambiental, proteção dos direitos humanos e cooperação ao desenvolvimento. A maior tarefa em se criar um novo sistema de Nações Unidas é como construir uma organização que possa promover diretamente a força, não somente dos governantes, mas das ONGs capazes de organizar a opinião e a participação a nível popular. 

III. Rumo a uma consciência orientada para a humanidade

A voz das massas deve ser ouvida. Mesmo as propostas mais importantes trazidas à baila pelas Nações Unidas ou por outras organizações internacionais, governos nacionais, círculos comerciais, organizações privadas ou por especialistas não podem ter muita eficácia se não tiverem forte apoio das pessoas. 

A proteção do meio ambiente da Terra, embora abarque a política, economia, ciência e tecnologia, direito e outros campos, em uma “complexa questão”, exige que transcendamos esses campos específicos e questionamos persistentemente nossos estilos de vida, valores e perspectivas da sociedade no futuro. Por esta importante razão, é vital que a consciência popular não deva ser limitada a uma área local, grupo étnico ou a uma única nação, mas que se mova em direção a uma *consciência humana”.

As pessoas devem  ser cosmopolitas no verdadeiro sentido da palavra, pessoas de sabedoria e de ação que compartilham a percepção da ampla crise mundial, e, embora familiarizadas à singular cultura local de suas terras natais, não limitam sua relação ou sua consideração às culturas tradicionais em outras partes do mundo.

A cultura é geralmente compreendida como modelo de comportamento, apreendida dentro de uma comunidade, no processo histórico de lidar com o seu meio ambiente.

A cortina fundamental contra a qual cada cultura se desenvolve é seu ecossistema local único. Em resposta a essa “natureza externa (cosmos)”, a  ancestral “natureza interna”, ou sistema nacional, produziu durante séculos uma herança espiritual que é a cultura.

O cosmos externo que circunda as pessoas no palco proporcionado pelo planeta verde, estende-se do ecossistema da Terra ao infinito universo. Imagino que os nossos ancestrais viram e experimentaram em suas próprias regiões, valores universais que estavam ligados à Mãe Natureza e ao universo. Daqui nasceram as únicas formas de pensamento, os códigos éticos que formam o núcleo da cultura popular.

"As pessoas devem ser cosmopolitas no verdadeiro sentido da palavra, pessoas de sabedoria e de ação que compartilham a percepção da ampla crise mundial, e, embora familiarizadas à singular cultura local de suas terras natais, não limitam sua relação ou sua consideração às culturas tradicionais em outras partes do mundo."

As formas de relacionar o ecossistema e o universo naturalmente diferem de pessoa para pessoa, dependendo das diferenças em seu sistema nacional. E assim toma forma os sistemas culturais peculiares a um certo povo ou a uma região específica. Mesmo assim, qualquer sistema cultural de pessoas deve conter valores cósmicos, valores universais e princípios éticos. Isto indica como todos os povos do planeta podem vir a respeitar a cultura de cada um e a aprender uns com os outros através do intercâmbio, de forma a criar um “valor da Terra” ainda mais avançado em prol do futuro da humanidade.

A cultura de cada pessoa e região, nutrida pelo ecossistema global, envolve um grande tesouro de sabedoria sem dono, ligado ao universo e ao know-how da vida diária, que é uma expressão desta sabedoria. Através do contato com culturas singulares e estilos de vida de outras pessoas, pode-se experimentar os magníficos ritmos da Mãe Natureza e sentir um senso de realização na vida.

O Sutra de Lótus, considerado a suprema escritura no Budismo, ensina o conceito de shoho jisso (que significa a verdadeira entidade de todos os fenômenos) [6]. Isso demonstra que as características únicas de uma pessoa são uma expressão direta dos valores cósmicos e universais, Baseado neste espírito tolerante do Budismo, a Soka Gakkai Internacional há muito tem conduzido intercâmbio cultural com 115 países, cada qual com sua própria herança cultural distinta. 

Enquanto aprende erudição e sabedoria de cada cultura e as transmite a outras culturas, a SGI tem se empenhado para abrir caminho de coexistência com a natureza, associando e sublimando a sabedoria de todas as culturas. 

Por exemplo, como parte de esforço para educar o público sobre a importância de corrigir a disparidade no desenvolvimento entre o Norte e o Sul, a  SGI realizou a  Exposição sobre Direitos Humanos e das Crianças (com a colaboração do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef), e a Exposição UNICEF e as Crianças do Mundo

Para a Cúpula da Terra, os planos da SGI de apoiar as Nações Unidas com a realização de uma exposição no Rio de Janeiro intitulada “O Desbravar do Século da Vida: Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento”.

A ideia de ecologia humana defendida pelo Conselho de Ecologia Humana da Comunidade Britânica é o mesmo que shoho jisso.

 

Espero que as valiosas experiências de Conselho durante os últimos trinta anos nos campos do intercâmbio cultural com as pessoas nativas em todo o mundo, a promoção de compreensão mútua e a formação de um consenso entre os diversos povos e mais recentemente, a preservação de florestas, bem como a sabedoria e o conhecimento atingido e partir destas experiências, irão se tomar um “modelo” para uma solidariedade mundial mais ampla e será firmemente refletida na orientação da Conferência Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Notas:

[1] Discurso do vice-presidente executivo Zena Saysh em Yokohama na reunião da CHEC, em Yokohama, em 25 de agosto de 1990.

[2] Ver Myoraku (Chan-jan), Hokke’gengi shakusen, vol, 14, pp, 33-919

[3] Funi (=ni narazu) é a forma abreviada de “ni ni shite ni narazu” que significa “dois mas não dois”. Os dois são distintos mas unidos.Ver texto Myoraku citado na nota 2

[4] Em um discurso que proferi na 37ª Reunião Geral da Soka Gakkai em 17 de novembro de 1974, clamei pelo estabelecimento de uma “economia ambiental cíclica”

[5] Asahi Shimbum, 15 de janeiro de 1992

[6] Shoho significa literalmente “várias leis”, isto é, todas as coisas, o mundo fenomenal, por meio do qual a tradução literal “jisso” significa que todos os fenômenos neste mundo são diretamente a verdade absoluta. Ver Hokekyo narabi ni Kaiketsu (O Sutra de Lótus e a Abertura e Fechamento dos Sutras, Seikyo Shimbunsha, pp 154-155. Hokekyo (O Sutra de Lótus), Capítulo Hoben (2º)

Mais que doar, participe efetivamente da proteção da Amazônia

Com seu apoio as ações e programas do Instituto Soka Amazônia alcançam milhares de vidas, ampliando a consciência para a proteção do meio ambiente e da biodiversidade amazônica.

Instituto Soka Amazônia participa em Seminário Integrado promovido por UNIR e UFAC

Entre os dias 4 e 6 de novembro aconteceu o I Seminário Integrado – Diálogos sobre Meio Ambiente e Sociedades na Amazônia, promovido pelo  Centro de Estudos e Pesquisa do Humanismo Ikeda (Cephik) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Grupo de Estudos do Léxico e Narrativas da Amazônia Legal (Gelnal) da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O evento contou ainda com a parceria do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Educação Ambiental no contexto Amazônico (GPIEA/UNIR) e  Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Estado e Territórios na Fronteira Amazônica (Gepe-Front/UNIR).

Realizado em um momento crítico do ponto de vista climático para a Amazônia, o Seminário reuniu uma ampla rede de pesquisadores, cientistas, estudantes, gestores e membros da comunidade acadêmica para promover diálogos e troca de conhecimentos dentro das temáticas Ecossistemas e Impactos Socioambientais, Restauração Florestal, Tecnologias Sociais e Educação Ambiental.

O Instituto Soka Amazônia participou com as palestras A Eficácia do Plantio Florestal considerando Diferentes Topografias em Manaus, proferida pelo Mestre em Ciências de Florestas Tropicais e coordenador da Divisão de Proteção da Natureza, Rodrigo Izumi, e Perspectiva de criação de valor na educação ambiental: estudo de caso do Instituto Soka Amazônia, ministrada pela doutora em Economia e coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do Instituto, Tamy Kobashikawa.

Painéis do Seminário:

  • Restauração de Ecossistemas, com Prof. Dr. Antonio José de Araujo (ACLER)
  • A eficácia do plantio florestal considerando diferentes topografias em Manaus/AM, com Ms. Rodrigo Yuiti Izumi (Instituto Soka Amazônia)
  • Educação Ambiental no Contexto Amazônico, com Prof. Dr. Clarides Henrich de Barba (UNIR) e Sandra Santos Costa (UNIR).
  • Queimadas e Crise Hídrica na Amazônia: impactos e consequências socioambientais, com Esp. Caê Aires Moura Lacerda (Censipam)
  • Experiências de Tecnologias Sociais Sustentáveis para a Amazônia, com Profª. Drª. Denise Machado Duran Gutierrez (INPA)
  • Linguagem, Ambiente e Identidade: o léxico do seringueiro acreano, com Profª. Drª. Márcia Verônica Ramos de Macêdo (UFAC)
  • Entre Redes e Lendas: o léxico dos pescadores do município de Raposa/MA, com Profª. Drª. Raquel Pires Costa (Universidade Federal do Maranhão)
  • Viabilidade de Sementes Florestais Nativas por Raio-X e Scanner: contribuições para a restauração florestal na Amazônia, com Drª. Lydiane Lúcia de Sousa Bastos (CSNAM)
  • Perspectiva de Criação de Valor na Educação Ambiental: estudo de caso do Instituto Soka Amazônia, com Dra. Tamy Kobashikawa (Instituto Soka Amazônia)
  • Desafios do Antropoceno, com Dra. Cintia Okamura (Cetesb). 

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