O legado de Daisaku Ikeda na Amazônia

O legado de Daisaku Ikeda na Amazônia


Mesmo sem ter visitado a região amazônica, Daisaku Ikeda nutriu, ao longo de sua vida, um profundo sentimento pela Amazônia. Pacifista, escritor prolífico, poeta e educador, fundador do Instituto Soka Amazônia e presidente da Soka Gakkai Internacional (SGI), Ikeda faleceu serenamente em 15 de novembro de 2023.

Dois anos depois, seu legado segue vivo em ações voltadas à paz, cultura e educação. Por mais de sete décadas, dedicou-se à defesa do diálogo como caminho indispensável para enfrentar os desafios globais.

Grande incentivador da formulação da Carta da Terra, documento que estabelece princípios éticos essenciais para a construção de uma sociedade justa e sustentável, Ikeda enviou, por quase quatro décadas, propostas de paz anuais à Organização das Nações Unidas (ONU). Em seus textos, abordava soluções para questões cruciais da humanidade, como o desarmamento, o combate à fome, a preservação ambiental, os direitos humanos e a educação humanística.

O Instituto Soka Amazônia materializa o ideal do pensador japonês de contribuir para a proteção da integridade ecológica da floresta. Criado em 2014 para consolidar e ampliar as iniciativas de preservação iniciadas na década de 1990 pelo Centro de Pesquisas Ecológicas da Amazônia (Cepeam), o Instituto é responsável pela gestão da Reserva Particular do Patrimônio Natural Daisaku Ikeda (RPPN Daisaku Ikeda), em Manaus, uma unidade de conservação situada diante do deslumbrante Encontro das Águas.

Para Daisaku Ikeda, a Amazônia sempre foi mais do que um bioma: era um símbolo vivo da interdependência entre humanidade e natureza. Em seus escritos e diálogos, via na floresta não apenas a exuberância de um ecossistema singular, mas a manifestação da dignidade da vida em sua forma mais profunda. Defendia que a verdadeira revolução humanista começa no coração de cada pessoa. Aplicada à Amazônia, essa visão nos convida a abandonar a lógica da exploração predatória e a construir uma cultura de cuidado, educação e solidariedade planetária. Proteger a floresta, para ele, era proteger cada vida que dela depende: povos originários, comunidades tradicionais, espécies únicas e gerações futuras.

Certa vez, Ikeda afirmou: “Quando a Amazônia mostra seu sorriso, a humanidade sente-se aliviada. Quando a Amazônia adoece, a humanidade também padece.” (Brasil Seikyo, ed. 1.579, 11 nov. 2000, p. A10.)

Encontros e afinidades com a região amazônica


O reconhecimento ao humanista japonês na região amazônica foi amplo. Ele recebeu títulos e homenagens de instituições locais, entre elas: doutor honorário do Instituto Federal do Amazonas (2010), Medalha da Ordem do Mérito Jurídico (2018) e doutor honoris causa da Universidade Federal do Amazonas (2019). Em novembro de 2000, tornou-se membro correspondente da Academia Amazonense de Letras (AAL).

A relação entre Ikeda e o poeta amazonense Thiago de Mello também revela afinidades profundas. Thiago conheceu as obras de Daisaku Ikeda durante a Conferência Rio-92 e, naquele mesmo ano, integrou a comissão organizadora das exposições Diálogo com a Natureza, em São Paulo, e Convivência e Esperança, no Rio de Janeiro.

O primeiro encontro entre os dois ocorreu em fevereiro de 1993, no Rio de Janeiro, quando Thiago assistiu a uma palestra de Ikeda por ocasião de sua nomeação como sócio correspondente da Academia Brasileira de Letras. Em 1997, reencontraram-se em Tóquio. A partir daquele ano, Thiago de Mello tornou-se revisor da edição em português das propostas de paz que Ikeda enviava anualmente à ONU.

Em 1997, Thiago relatou a Daisaku Ikeda o impacto de seu contato com a obra Revolução Humana, de autoria de Ikeda: “Há décadas não sentia emoção tão forte, pois imaginava que não haveria mais nada que me comovesse como poeta. O senhor me fez renascer. Fez de mim novamente ‘uma criança da floresta amazônica’.” (Brasil Seikyo, ed. 2.303, 12 dez. 2015, p.B2.)

Nós, do Instituto Soka Amazônia, reafirmamos nossa missão de “cultivar a coexistência harmoniosa entre ser humano e natureza para garantir a integridade ecológica da Amazônia”, em consonância com os ideais do nosso eterno fundador, Dr. Daisaku Ikeda.

Assista

Entrevista do Thiago de Mello, realizada no Instituto Soka Amazônia, em 2013.

A missão do Instituto Soka Amazônia

Com sede em Manaus (AM), o Instituto Soka Amazônia se destaca por suas ações em defesa da floresta, com foco na educação ambiental e no engajamento comunitário.

Entre suas iniciativas estão projetos educativos com estudantes, que promovem o contato direto com a natureza por meio de trilhas ecológicas, oficinas e campanhas de sensibilização. A valorização da cultura amazônica também é central, integrando saberes tradicionais como ferramentas para a preservação ambiental.

O Instituto atua com a convicção de que conhecer a floresta é o primeiro passo para protegê-la, assim como orienta o fundador, Dr. Daisaku Ikeda

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Painel sobre ética e fé na COP30 reúne Instituto Soka Amazônia e líderes internacionais

João Carlos, diretor ambiental do Instituto Soka participa de painel

A 30ª Conferência das Partes (COP30) começou oficialmente no dia 10 de novembro, em Belém (PA), reunindo líderes e organizações para discutir políticas que enfrentem as mudanças climáticas. Entre os participantes, marcam presença a SGI, a BSGI e o Instituto Soka Amazônia, reforçando seu compromisso com a construção de um futuro sustentável.

Antes da abertura, o seminário pré-COP30, realizado em 8 de novembro em Ananindeua, celebrou os 25 anos da Carta da Terra. O evento contou com a palestra de Nobuyuki Asai, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Humanitários da SGI, no painel “Democracia, Não-Violência e Paz”. Para saber mais, clique aqui.

Já na manhã de 11 de novembro, o Instituto Soka Amazônia participou do painel “Ética e fé na transformação da ação climática comunitária, nacional e global”, representado por João Carlos, diretor ambiental da instituição. O debate abordou como referenciais éticos podem impulsionar mudanças nos estilos de vida, enfrentar causas estruturais, garantir direitos humanos, viabilizar financiamento climático e promover solidariedade intergeracional — caminhos essenciais para soluções restauradoras e voltadas à paz.

Os convidados compartilharam ações concretas realizadas em diferentes regiões do mundo. Em sua fala, Keith Runyan, secretário-geral da Quaker Earthcare Witness, por exemplo, destacou: “Vivemos em um mundo escuro, mas agora é o momento de mudarmos com coragem, esperança e amor entre as pessoas. Podemos inspirar as pessoas com as nossas transformações.”

Representando o Instituto Soka Amazônia, João Carlos agradeceu a oportunidade de apresentar iniciativas e trocar experiências. Ele destacou a Academia Ambiental, programa que já beneficiou mais de 20 mil estudantes de escolas públicas de Manaus com aulas imersivas de educação ambiental na Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda.

Encerrando sua participação, João citou uma frase do fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda: “A floresta amazônica é a grande terra-mãe que ensina a paz, a harmonia e a coexistência ao homem.”

Perdeu o painel?

 Acesse o Instagram do Instituto e assista na íntegra.

Acompanhe mais detalhes sobre a COP30 e a participação do Instituto Soka Amazônia em nossas redes sociais: @institutosoka.amazonia e @brasilseikyo e nos sites https://institutosoka-amazonia.org.br/ e https://www.brasilseikyo.com.br/

Instituto Soka Amazônia na COP30

Leia mais:

Futuro sustentável é possível. Durante o seminário pré-COP 30, leia palestra de Nobuyuki Asai, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Humanitários da Soka Gakkai Internacional (SGI).

“Mobilizando a solidariedade global para enfrentar os desafios da crise climática”. Declaração da SGI focada nas questões globais.

Vídeo 360º do Instituto na pré Cop 30

Durante o seminário pré-COP#), realizado em 8 de novembro, os participantes puderam assistir a um vídeo em tecnologia 360º que apresentou as iniciativas do Instituto voltadas à educação ambiental, ao reflorestamento e à preservação da biodiversidade.

A missão do Instituto Soka Amazônia

Com sede em Manaus (AM), o Instituto Soka Amazônia se destaca por suas ações em defesa da floresta, com foco na educação ambiental e no engajamento comunitário.

Entre suas iniciativas estão projetos educativos com estudantes, que promovem o contato direto com a natureza por meio de trilhas ecológicas, oficinas e campanhas de sensibilização. A valorização da cultura amazônica também é central, integrando saberes tradicionais como ferramentas para a preservação ambiental.

O Instituto atua com a convicção de que conhecer a floresta é o primeiro passo para protegê-la, assim como orienta o fundador, Dr. Daisaku Ikeda

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Instituto Soka Amazônia em seminário pré-COP30

Seminário pré-COP30 em Ananindeua celebra 25 anos da Carta da Terra e reforça compromisso global com a paz e a democracia

Evento internacional reuniu lideranças e representantes da SGI para debater os valores da Carta da Terra e o papel da educação humanista na construção de um futuro sustentável.

Durante o seminário pré-COP30 em Ananindeua, líderes internacionais celebraram os 25 anos da Carta da Terra e defenderam a educação para a paz, a democracia e a sustentabilidade como bases de um novo pacto global, realizada neste sábado, 8 de novembro, no Teatro Municipal de Ananindeua (PA), o Seminário Internacional: 25 anos da Carta da Terra.

Entre os temas debatidos, o painel “Democracia, Não-Violência e Paz”, quarto princípio da Carta da Terra, contou com a presença de Nobuyuki Asai, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Humanitários da Soka Gakkai Internacional (SGI).

O encontro reforçou o legado desse documento que se tornou um marco ético e político global, orientando governos, empresas, escolas e comunidades a transformar consciência em ação — para que toda a vida na Terra possa prosperar. A Carta da Terra articula uma visão de interdependência planetária e responsabilidade compartilhada, oferecendo um chamado à esperança e à ação conjunta pela sustentabilidade.

Com leveza e carisma, Asai abriu sua fala brincando com o próprio nome: “Eu me chamo Asai e sou da Soka Gakkai Internacional. Meu sobrenome é parecido com a palavra ‘açaí’, que está muito popular no Japão e sempre que aparece na TV, me sinto muito bem”, disse, arrancando risos do público.

Em seguida, destacou que o Japão é hoje um dos países mais pacíficos do mundo, com baixo índice de violência armada. “Atualmente, mais pessoas perdem a vida para ursos do que para armas de fogo”, observou, com humor.

O palestrante explicou que o envelhecimento da população japonesa, cuja idade média é de 49,9 anos, também contribui para uma sociedade mais pacífica. “Mesmo tendo 49 anos, ainda sou considerado jovem no Japão”, disse, reforçando que uma população mais idosa tende naturalmente à calma e à redução da violência física.

Mas Asai lembrou que nem sempre o Japão foi símbolo de paz. Há apenas oito décadas, o país vivia sob um regime militarista, quando educação e recursos públicos serviam aos interesses do exército. Foi nesse contexto que o educador Tsunesaburo Makiguchi, fundador da Soka Gakkai, lançou uma ideia revolucionária: “A educação existe para a felicidade das crianças.”

Preso por se opor ao militarismo, Makiguchi morreu na prisão, deixando como legado uma filosofia humanista que inspirou gerações e transformou-se em um movimento global pela paz e pela dignidade da vida.

Asai também destacou a atuação de Daisaku Ikeda, terceiro presidente da Soka Gakkai e fundador do Instituto Soka Amazônia, que expandiu o movimento ao redor do mundo com base na valorização do ser humano e na promoção da educação humanista e, inspirada por essa filosofia, no Brasil o Instituto Soka Amazônia desenvolve programas de educação ambiental e formação de cidadãos globais, fortalecendo o vínculo entre valores humanos e sustentabilidade.

Encerrando sua fala, o diretor reafirmou o compromisso da SGI em cooperar com o povo brasileiro para expandir iniciativas que constroem as bases da paz e da democracia. “Estamos determinados a fortalecer nossas parcerias no Brasil e seguir promovendo a educação para a paz. Só com pessoas sábias e empáticas poderemos transformar a sociedade.”

Nobuyuki Asai, diretor de Desenvolvimento Sustentável e Assuntos Humanitários da Soka Gakkai Internacional.

De 2013 a 2019, atuou como presidente da Conferência de Paz da Juventude da Soka Gakkai Japão. É membro do Conselho de Líderes da Iniciativa Conjunta de Aprendizagem sobre Fé e Comunidades Locais (JLI-LFC) e um dos principais integrantes da Coalizão Japonesa de OSCs para Redução do Risco de Desastres.

Participou de diversas conferências da ONU, incluindo a Rio+20, a Conferência Mundial sobre Redução de Riscos de Desastres (2015) e as COPs.

Formado em Direito pela Universidade de Tóquio (1999), publicou em 2018 o artigo “Função do capital social embutido em comunidades religiosas em tempos de desastre” no Journal of Disaster Research.

Vídeo 360º do Instituto na pré Cop 30

Durante o evento, os participantes puderam assistir a um vídeo em tecnologia 360º que apresentou as iniciativas do Instituto voltadas à educação ambiental, ao reflorestamento e à preservação da biodiversidade.

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Com sede em Manaus (AM), o Instituto Soka Amazônia se destaca por suas ações em defesa da floresta, com foco na educação ambiental e no engajamento comunitário.

Entre suas iniciativas estão projetos educativos com estudantes, que promovem o contato direto com a natureza por meio de trilhas ecológicas, oficinas e campanhas de sensibilização. A valorização da cultura amazônica também é central, integrando saberes tradicionais como ferramentas para a preservação ambiental.

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