O encontro entre a criança e sua árvore

Lauro Guilherme de Araújo Mota é uma das centenas de crianças que têm árvores plantadas em celebração ao seu nascimento

O projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia, vem plantando uma árvore a cada criança nascida na Maternidade Moura Tapajós de Manaus desde novembro de 2016. No último dia 15 de dezembro, o pequeno Lauro de 3 anos, foi finalmente conhecer a sua árvore: um Ipê Pau D’Arco. Acompanharam a visita: Roseneide (avó), Débora Mariane (prima), Isabel Cristina (mãe) e Gabriel (padrasto). A avó, Roseneide, foi com quem conversamos e iniciou contando que o Laurinho nasceu no dia 14 de outubro 2018.

A família do pequeno Lauro no Instituto Soka Amazônia

A notícia da gravidez gerou uma surpresa inicial, mas o sentimento maior foi de felicidade. Segundo Roseneide, Isabel, a mãe, realizou um completo pré-natal e teve um acompanhamento muito bom feito todo na Maternidade Moura Tapajós. Foi um parto normal e tranquilo.

Conheceram o projeto Sementes da Vida por meio da maternidade e do seu diretor que é um amigo da família. Roseneide acompanhou a filha ao cartório para realizar o registro do pequeno Lauro e ali souberam que receberiam também o certificado do plantio de um ipê pau d’alho, a árvore que celebrava o nascimento de Lauro. “Fiquei muito feliz pois achei um projeto muito bom e falei a todos em casa que o Lauro tinha agora uma árvore plantada com seu nome e que ele tinha que acompanhar seu desenvolvimento”.

Lauro e sua Avó Roseneide com o Certificado de Plantio da Árvore do projeto Sementes da Vida

A avó de Lauro ficou tão empolgada que enviou a foto do certificado às irmãs no Rio Grande do Norte. Uma delas, professora, foi a mais entusiasta. Postou em suas redes e comentou sobre o projeto ao seu público. “Desde então a gente queria conhecer o projeto, o local onde estava a árvore, mas não sabíamos como fazer”. Roseneide foi à luta: pesquisou e escreveu um comentário numa das postagens em rede social deixando o telefone. Foi então que a equipe do Instituto contatou-a para proporcionar essa vivência ao pequeno Lauro e família.

Segundo seus familiares, Lauro, desde cedo, demonstrou ser uma criança diferenciada, precoce mesmo. “Ele gostava de coisas que não eram da sua idade”, contou a avó. A prima Gabriela, nascida dias após Lauro, se interessava por coisas naturais para a idade, como desenhos animados infantis e bichinhos de pelúcia. Muito curioso, despertou cedo para as cores e o mundo à sua volta, um aventureiro, “vai onde ele acha que consegue chegar, sem medo”. Lauro tem predileção por aprender, jogos de montar, livros. Intrigada, Roseneide buscou aconselhamento médico e teve o diagnóstico de criança superdotada.

Isabel Cristina, mãe de Lauro juntamente com Lauro e sua árvore Pau d’Arco.

A priminha de Lauro, Gabriela, nasceu em outra maternidade e por isso não tem uma árvore plantada em seu nome.

“Seria muito bom se outras maternidades também estivessem no projeto para que todas as crianças pudessem ter sua árvore e, desde cedo, aprendessem a cultivar e preservar a natureza”, finalizou Roseneide.

Muito calor na rua? A solução está no plantio de árvores!

Sensação térmica beirando o insuportável é resultado direto da escassez de áreas verdes

As cidades brasileiras são naturalmente quentes devido a boa parte do território nacional se encontrar em região tipicamente tropical. Devido a isso, alguns municípios possuem verões com temperaturas muito acima do suportável, “com temperaturas acima de 50ºC”, segundo o biólogo Diego Brandão, ocasionando baixíssimos índices de umidade relativa do ar. Tal fato ocorre devido o crescimento desordenado dos centros urbanos ter sido realizado à custa da remoção de grande parte da vegetação que resultou em edifícios, casas, indústrias, asfalto e outras construções, em sua maioria, compostas de concreto e cimento, materiais que retém o calor. Diego cita ainda que o aumento de temperatura nas cidades também acontece devido à mudança climática  causada pelas atividades humanas. O IPCC 2021 colocou em seu relatório que o aumento da temperatura global na superfície do solo entre 2011 e 2020 foi registrada entre 1,34 e 1,83° C mais alta em comparação a média entre 1850 e 1900[i]. E pior: aumentam a incidência da radiação solar direta e da radiação de onda longa[ii], modifica a direção dos ventos, altera os ciclos de precipitação (chuvas).

Some-se a tudo isso o aumento da impermeabilização do solo nos centros urbanos, além dos grandes níveis de gases poluentes emitidos de maneiras diferentes. É assim que se modificou radicalmente o clima nas cidades, que levou à ocorrência de temperaturas muito altas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar. A consequência mais evidente, além do calor, é o prejuízo na saúde dos habitantes.

Asfalto e concreto retém a radiação solar, o que aquece a superfície terrestre. O mormaço que sentimos na rua é relacionado diretamente a esses dois componentes. Agora: experimente ir para a sombra de uma árvore. Pronto! O frescor que alivia o desconforto é a resposta ao problema, não é papo de eco-chato. A sombra de uma árvore pode baixar até 10ºC a temperatura em relação à exposição direta ao sol. Não é achismo, é fato.

As árvores amenizam o desequilíbrio térmico criado pela grande concentração de gás carbônico somado ao calor retido pelo asfalto e concreto. Portanto a arborização urbana é a melhor maneira de retificar o estrago, além de proporcionar bem estar, tanto orgânico como visual – não há como negar que o verde embeleza as cidades e nos causa irreprimível deleite.

Um estudo realizado em 2015[iii] pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encabeçada pelo médico Anderson Martelli e o biólogo Arnaldo Rodrigues Santos, analisou a relação entre a arborização urbana no município de Itapira-SP e sua influência no conforto térmico.

Os dados foram coletados em um parque bem arborizado, uma praça com unidades arbóreas isoladas e em uma área desprovida de vegetação. Os resultados mostraram que a arborização influencia os valores de temperatura e umidade relativa do ar, indicando uma necessidade de arborização na área urbana, como condicionante de conforto térmico. Está muito bem estabelecida a função exercida pela arborização na redução do calor gerado no ambiente urbano, proporcionando um microclima com condições de conforto térmico favorável, redução da insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade dos ventos, desempenhando assim, um importante papel na melhoria das condições ambientais das cidades e qualidade de vida de seus habitantes.

Simples assim. Além do que está descrito acima, as árvores exercem ainda uma importante função dentro do espaço urbano: reparar, dentro do possível, os estragos causados pelo dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas no planeta. Isso acontece principalmente devido à fotossíntese, que é a troca gasosa realizada pelas plantas, removendo o CO2 da atmosfera e liberando oxigênio, gás essencial para a sobrevivência humana.

Outro estudo realizado na Universidade Federal de Goiás, na capital Goiânia, demonstrou que numa mesma cidade, há climas diferentes entre bairros que possuem mais verde e outros que têm mais asfalto. Realizada num período de um ano, a pesquisa comprovou o que já se suspeitava: há bairros 8ºC mais frescos devido à maior quantidade de verde.

Em um bairro de comércio, onde não existem árvores, onde tudo é asfaltado e o trânsito é ruim o dia todo. Às três da tarde o termômetro marcou 39.8ºC. E a umidade relativa do ar era de 14%. A equipe se deslocou para outra região, onde há vasta arborização, um dos maiores parques da cidade. Ali o termômetro marcou 32,2ºC. Isso no mesmo dia. E a unidade relativa do ar? No parque estava em 40%!

Há que se repensar urgentemente na melhoria da qualidade de vida das populações urbanas. Arborizar as cidades é fundamental. Com mais árvores, a condição do ar melhora, assim como o regime de chuvas e os ciclos dos ventos e, consequentemente, a umidade do ar.

Fontes:

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-relacao-entre-arvores-e-o-clima-das-cidades/ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/relacao-entre-arvores-e-temperaturas-vira-tema-de-estudo-em-universidade.html


[i] : IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessmentreport-working-group-i/ Acesso em: 28 out. 2021.

[ii] A radiação de onda longa é o fluxo radiante de energia resultante da emissão dos gases atmosféricos e de superfícies líquidas e sólidas da Terra. A maior parte da radiação emitida pela Terra e pela atmosfera está contida no intervalo de 4 a 100 mm e por isto recebe a denominação de radiação de onda longa.

[iii] file:///C:/Users/Mo/Downloads/15968-87501-1-PB.pdf

Amazônia: exuberância verde em solo pobre

A imensa camada florestal amazônica se assenta em uma fina camada de compostos orgânicos

Pouca gente acredita, mas é verdade: aquela imensidão verde amazônica está assentada sobre uma fina camada de nutrientes, um solo considerado pobre. O ceticismo vem da pergunta que logo vem à mente: como é possível? É o que este texto visa responder. Todo solo se desenvolve a partir da destruição (intemperismo) das rochas, ou material de origem. Tal intemperismo[i] tem causa principal nas chuvas torrenciais que literalmente lavam a região, por uma série de fatores (já abordados na matéria deste blog: Rios voadores são essenciais para o planeta)

As águas dessas chuvas são levemente ácidas por causa da reação com o CO2 da atmosfera, que forma um composto chamado ácido carbônico (H2O + CO2 = H2CO3) que decompõe as rochas. Há ainda a ação de outros organismos como fungos, algas, líquens, raízes, que atuam em conjunto para a ocorrência do intemperismo, por também produzirem ácidos.

Porém, o principal agente intemperizador das rochas é a água, pois o solo em que está assentada a mata, resulta de todo um conjunto de fatores: a decomposição física das rochas que se quebram continuamente em pedaços cada vez menores, e a formação de outros minerais secundários. A cada chuva vão perdendo elementos químicos nutricionais fundamentais para o desenvolvimento da vegetação, como cálcio, magnésio e potássio, pois são pouco retidos no solo.

A maior parte do solo amazônico é arenoso. A fina camada que recobre o chão é formada pela decomposição de folhas, frutos, sementes e animais mortos. E é isso que lhe confere sua exuberância. Embora o intemperismo impere, é a floresta que mantém a sua magnífica exuberância. Sem ela, a floresta, o solo se torna areia em poucas décadas.

Foto de Materiais orgânicos (Serrapilheira) feita por Setsuo Tahara disponível em https://www.flickr.com/photos/setsuotahara/101158655/

A derrubada contínua vem desertificando grande parte do que antes era uma densa e majestosa floresta. Há indícios claros que se a atual taxa de desmatamento se mantiver, em breve não haverá mais como recuperar a vegetação.

Em áreas desmatadas, as fortes chuvas “lavam” o solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de lixiviação[i], que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres. Dos 6,7 bilhões de km2 de área da Amazônia, somente 14% de toda essa imensidão é considerada verdadeiramente fértil para a agricultura.

Neste processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante reciclagem de nutrientes.

Nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis, conhecidos como várzeas. As chuvas carregam os nutrientes e correm para os rios, daí suas margens possuírem maior quantidade de compostos orgânicos. Especialmente as águas vindas das Cordilheiras dos Andes que percorrem grandes extensões de terra e vem trazendo imensas quantidades de nutrientes, principalmente nos períodos de cheias. Em algumas regiões pequenas de Rondônia e Acre (estados que vem sofrendo grandes devastações) encontram-se solos de grande fertilidade.

Portanto, o que sustenta a exuberância da floresta, é a própria floresta, devido as toneladas de material orgânico depositadas continuamente no solo, apesar da escassez de nutrientes.

Fontes

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-solo-amazonia-pobre-nutrientes.htm https://www.blogs.unicamp.br/geofagos/2006/10/10/solo-pobre-vegetacao-exuberante/


[i]  Lixiviação é o movimento de materiais solúveis na matriz do solo pelo efeito da água que escorre e causa erosão ou a água que infiltra no solo em direção ao lençol freático. … “O mesmo processo acontece em todos os solos com a camada superficial mais leve (solos de textura leve)


[i] Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra.

Manacapuru recebe plantio do Memorial Vida

Município com o terceiro maior PIB do Estado promove evento ambiental com participação do Instituto Soka Amazônia

Manacapuru é um município amazonense situado na Região Metropolitana da capital Manaus. No último dia 28, integrando a programação de três dias do evento de Educação Ambiental promovido pelo município, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de 100 árvores dentro do projeto Memorial Vida.

O objetivo do evento é a conscientização da população em geral. Durante o verão amazônico, aumentam consideravelmente os incêndios florestais – em geral, ocorrem por ação humana.

Ao longo de seis quilômetros, a equipe do Instituto plantou uma centena de espécies em conjunto com a população e convidados da municipalidade. O projeto Memorial Vida visa homenagear as vítimas brasileiras da Covid-19 com o plantio de árvores amazônicas. Uma forma de celebrar a vida!

Cedro brasileiro: aroma e qualidade de madeira ímpares!

Presente em muitos ecossistemas do país, a espécie vem sofrendo continuamente com a exploração comercial ao longo dos anos

Cedrela fissilis e Cedrela odorata são espécies de Cedro amplamente distribuídas em muitos pontos do Brasil. Exploradas por sua madeira, muito utilizada tanto pela indústria moveleira quanto para produção de óleos essenciais devido seu aroma único e altamente benéfico para a saúde. No sul e sudeste, a população selvagem praticamente foi extinta, devido a exploração indiscriminada ao longo de anos. Acredita-se que, nos últimos 50 anos, foi dizimado cerca de 30% de sua população.

O cedro-cheiroso, ou Cedrela odorata, é também conhecido pelos nomes populares de acaju, cedro-fêmea, cedro-rosa, cedro-espanhol, cedro-vermelho, cedro-mogno e cedro-brasileiro é uma árvore da família das meliáceas, com uma ampla distribuição natural, ocorrendo do México a Argentina. No Brasil ocorre na Floresta Atlântica, na Amazônia e até mesmo na Caatinga.

Características

Ambas as espécies podem chegar a atingir 30 metros de altura e 1,5m de diâmetro. Têm o caule rugoso e folhas compostas, ou seja, o limbo é formado por várias unidades (vários folíolos[i] de 8 a 14cm de comprimento) e contém, na base do pecíolo comum, gemas de crescimento, estípulas ou bainha. Suas folhas possuem formato de lâmina e 7 pares de folíolos e 11 folíolos opostos. Dimensões: 60 a 100cm de comprimento.

A floração, entre agosto e setembro, é composta de flores com coloração de brancas a amarelo pálido, que ocorre de janeiro a maio e seus frutos são capsulares deiscentes (que se abre para liberar sementes, os indeiscentes são aqueles em que as sementes permanecem no interior do fruto), e medem de 2,0 a 3,5 cm de comprimento. Amadurecem, em geral, de março a setembro, com a árvore quase que totalmente desfolhada, produzindo anualmente uma vasta quantidade de sementes viáveis. Seu sistema de reprodução se dá por meio do sistema sexual monóico e sua polinização é feita principalmente por mariposas e insetos.

Muda de Cedro Fissilis

A cor avermelhada forte de seu cerne é o grande atrativo para a produção de mobiliário. Some-se a isso a excelente qualidade da madeira, o que a faz figurar na triste lista de espécies ameaçadas de extinção. Além de mobiliário, a madeira do cedro é bastante utilizada também na construção naval e aeronáutica.

Devido o aroma forte, agradável e benéfico, é muito apreciada para a produção de óleo essencial utilizado na indústria de perfumaria e produtos terapêuticos.

Árvore que restaura a mata

Também é uma ótima aliada para restauração de florestas, pois se dá muito bem em solo degradado, área aberta e mata ciliar. O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados como já citado, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com finalidade econômica. O único cuidado que se deve ter é não realizar plantios homogêneos, pois esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar essa ameaça o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.

Muda de Cedro no Instituto Soka Amazônia
Benefícios do Óleo Essencial de Cedro

Possui propriedades expectorantes que ajudam no bom funcionamento do aparelho respiratório, combatendo como coadjuvante problemas como bronquite, tosse e acúmulo de catarro. O excesso de mucosidade é controlado pelo efeito “secante” do cedro.

Produz um efeito calmante e pode ser muito útil na meditação. Tem aroma prolongado, capaz de elevar e estimular o cérebro. Ajuda no combate à depressão e alivia a tensão ou o medo. É suave e levemente tranquilizante. Útil em casos de irritabilidade e insônia.

Alivia dores reumáticas e artrite crônica – aumenta a circulação sanguínea produzindo um efeito analgésico.

Suas propriedades adstringentes e antissépticas são muito benéficas à pele oleosa; pode ajudar a combater a acne. Em combinação com o óleo essencial é ótimo para tratamentos faciais em peles maduras e com rugas.

É um ótimo tônico capilar e pode ser eficaz no combate à seborreia do couro cabeludo, à caspa e queda de cabelo. Ajuda no fortalecimento capilar.

Observação: a utilização de todo e qualquer produto com finalidade medicinal deve ter recomendação, orientação e acompanhamento de um profissional de saúde.

Fontes:

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20fissilis

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20odorata https://belezaesaude.com/oleo-essencial-de-cedro/


[i] Folíolo: cada uma das partes laminares de uma folha composta, o mesmo que pina.

Em defesa das abelhas nativas

Apaixonada pelas polinizadoras brazucas, Iris Andrade da Cruz vai desenvolver estudo sobre elas no Instituto Soka Amazônia

Chegam a somar centenas de espécies e possuem particularidades únicas e preciosas. A simbiose perfeita entre as abelhas nativas sem ferrão (tribo Meliponini) e a nossa flora é crucial para a sustentabilidade da imensa e rica biodiversidade brasileira. A pesquisadora Iris Andrade da Cruz nasceu em Belém, mas ainda bebê foi para Manaus e lá fincou sólidas raízes. “Me considero manauara já”, reafirma. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela ONU, o Instituto Soka Amazônia homenageia todas as cientistas com este breve perfil de uma jovem pesquisadora humanista.

Espécie de abelha sem ferrão. Melipona seminigra coletando nectar em flor de Antigonon leptopus. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas
Carreira “mais rentável” por quê?

Budista desde o nascimento, a criança Iris interessou-se desde cedo pelas Ciências Biológicas. Na fase pré vestibular, porém, chegou a prestar Administração, influenciada pelas vozes contrárias que a aconselhavam a buscar uma carreira mais “rentável”.

Porém, acaso ou não, foi reprovada na seletiva. Voltou-se então para a paixão e prestou a prova para a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com sucesso. “Foi a vocação!”, exclama.

Antes das abelhas, formigas

Seu primeiro interesse foram as formigas. Ao longo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, seu plano era estudar esses insetos, todavia, não teve a oportunidade. Mas ao buscar o mestrado em Entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) voltou-se para as abelhas, em especial, as nativas sem ferrão.

“Há muito queria conhecer sobre as nossas abelhas e sobre as suas propriedades únicas”, explica. Uma delas é a importância que têm na preservação de determinadas espécies da flora amazônica polinizadas somente por elas.”

Abelha sem ferrao, Melipona interrupta. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA – INPA

Outras propriedades – O mel das abelhas nativas sem ferrão possui ainda uma alta atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado para combater doenças pulmonares, resfriados, gripes, fraqueza e infecção nos olhos em diversas partes do país. Os povos tradicionais conhecem e utilizam seu mel para tratar ferimentos e outras afecções cutâneas pela ação cicatrizante e antioxidante.

Além disso, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais saboroso que existe. Além de ser variado, é diferenciado por sua consistência, aroma, coloração. No entanto, quase todas as características físico-químicas desse mel não atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira. Há necessidade de uma legislação específica para os méis dessas abelhas pois as normas são pautadas pelo mel produzido pelas abelhas africanizadas que é o que predomina no mercado nacional. Uma das principais vantagens do mel das abelhas nativas é o seu baixo teor de açúcar, que pode chegar a 70% menos que o mel produzido pelas abelhas africanizadas (Apis mellifera).

Mais adiante, o doutorado

“Foi a melhor escolha que fiz!”, conta Iris. Quanto mais estudava maior se tornava sua paixão. Tanto que pretende fazer o doutorado com o mesmo grupo de estudo, as abelhas sem ferrão, sob a orientação da profa. dra. Gislene Almeida Carvalho-Zilse, uma das grandes especialistas do assunto no país, no que se refere às abelhas nativas.

Um meliponário

Iris foi convidada pelo Instituto Soka Amazônia para montar um meliponário[i] dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN). Além de contribuir para um maior conhecimento sobre esses animais preciosos, o projeto terá também uma importante finalidade educativa já que as abelhas sem ferrão são seguras e podem ser apresentadas sem receio aos milhares de escolares que visitam o Instituto todos os anos. “Quando as atividades normais forem retomadas, quero ajudar as novas gerações a conhecerem essas abelhas e compreenderem a sua importância para a preservação das nossas matas”, ressalta.

Há ainda muito o que se descobrir. A primeira tarefa de Iris será construir o meliponário. Para tanto vem se dedicando à captura das espécies de forma segura. Um desses métodos foi o tema de sua dissertação de mestrado que estudou a eficiência dos ninhos-isca para a obtenção de enxames de abelhas sem ferrão, feitos utilizando garrafas pet.

Desafio: as abelhas estão desaparecendo

Uma das questões mais desafiadoras deste século é o crescente desaparecimento das abelhas em escala global. Mais do que simples produtoras de mel, as abelhas são responsáveis pela polinização de uma imensa parcela de plantas utilizadas na alimentação. Os especialistas são unânimes em afirmar que, com a contínua extinção desses animais, a segurança alimentar do planeta está ameaçada. Ou seja: delas dependem a sobrevivência humana. Cerca de 70% de todo alimento produzido no mundo depende de serem polinizadas pelas abelhas.

As abelhas, as queimadas e uma peculiaridade

E as abelhas nativas têm mais um grave fator a ameaçá-las. Diferente das africanizadas, as abelhas nativas sem ferrão não abandonam suas colmeias quando ocorrem incêndios ou desmatamentos. Elas dependem da preservação da mata em que estão. Hoje são cerca de 500 espécies conhecidas, cada qual com sua caraterística e peculiaridades. O projeto que Iris vai realizar no Instituto Soka Amazônia trará grandes benefícios a todo ciclo de vida da maior floresta do planeta, além de ajudar a conscientizar novas gerações de brasileiros quanto à importância da preservação desses animais fantásticos.


Fontes:

https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/?gclid=Cj0KCQiAjKqABhDLARIsABbJrGmjoMg7G4IdkzE1h85iOg_F-zd68DkhZcgFeCWjXZhqaGtamqZFYg8aAvxYEALw_wcB

MELO, G.A.R. Stingless Bees (Meliponini). In: STARR, C. (Ed.) Encyclopedia of Social Insects. Springer, Cham, 2020. p. 1-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-90306-4_117-1

[i] Meliponário (coleção de colmeias de abelhas nativas sem ferrão)

Cumaru: Uma árvore medicinal

Cumaru

Os benefícios da árvore são impressionantes!

Ameaça: cobiça por sua madeira de altíssima qualidade

Todo habitante da floresta conhece suas propriedades medicinais. Há séculos a árvore Cumaru é usada em preparados que, todo mundo garante, são muito eficazes na cura de diferentes males. Desde a casca até os frutos, as folhas, todas as partes da Cumaru (Dipteryx odorata) são valiosas e muito apreciadas.

Monster46, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La-Sarrapia.JPG

Com indicação para enfermidades das vias respiratórias, são preparados xaropes e infusões produzidos a partir da extração da casca da árvore. Assegura-se que a semente tem propriedades analgésicas no tratamento de dor de ouvido com um preparado à base de álcool. O chá das folhas é um potente coadjuvante no tratamento de arritmias cardíacas. Já o óleo extraído também da semente é um potente anti-inflamatório, muito utilizado nos casos de reumatismo.

A partir do fruto, que possui uma fragrância inconfundível, produz-se um personalíssimo e muito agradável perfume. Como dizem os coletores extrativistas: “A gente colhe, seca e abre. O cheiro da semente pega e o perfume fica o dia todo nas mãos!”.

Tanto essas propriedades são reconhecidamente válidas, que grandes empresas vêm fomentando o plantio da árvore em enormes áreas na Amazônia. Esse plantio contribui para o reflorestamento e ao mesmo tempo incentiva a fixação do trabalhador rural na região. A semente do cumaru é conhecida como fava-tonka ou fava-tonca, e vem sendo utilizada pela perfumaria desde o século XIX. O princípio ativo responsável pelo seu perfume é a cumarina e a fragrância remete a uma fusão de aromas de baunilha e amêndoa.

Mas e a madeira?

Todos os benefícios listados são salutares tanto para floresta como para as comunidades, já que a extração dos insumos mantém a árvore em pé e proporciona renda aos povos que habitam a floresta. Porém, uma das características que assombram a manutenção dessa harmonia é a altíssima qualidade da madeira dessa árvore muito resistente ao ataque de cupins e de fungos que provocam apodrecimento. A indústria moveleira de luxo é a grande consumidora dessa matéria prima, o que acaba por ameaçar a continuidade de sua existência nos ambientes naturais.

Características físicas

Árvore de copa globosa, tronco ereto e cilíndrico, de 50-70 cm de diâmetro. Sua casca é lisa e amarela, pouco espessa, rugosa e descamante em placas irregulares. Suas flores pequenas em tons brancos com as pontas rosas; a fruta é carnosa (drupa) de cor amarela esverdeada com gosto meio amargo, e suas sementes são de coloração vinho, mas quando maduras escurecem e ficam pretas.

É uma árvore de porte grande que pode atingir 30 metros de altura em ambiente natural, mas quando cultivada não chega a esse patamar. Daí a indústria madeireira buscar seus insumos na floresta. Embora seja abundante na região amazônica, pode ser encontrada também desde o estado do Acre até o Maranhão.

O fruto da Cumaru é uma noz ovoide, de casca verde-amarelada, que envolve uma semente que possui uma amêndoa oleosa, de forma alongada. Essa amêndoa é rija e envolta por uma película fina de cor pardo-clara, com uma semente verde. Quando a amêndoa está seca, a semente adquire uma tonalidade vermelho-escura.

A floração árvore ocorre entre os meses de dezembro e abril e o amadurecimento dos frutos acontece, principalmente, entre maio e setembro.

Propriedades medicinais

Cardiotônica: atua como tonificante do coração

Antiespasmódica: melhora quadros de cólica uterina

Antiasmático: alivia os sintomas da asma

Emenagoga: facilita o fluxo da menstruação diminuindo a cólica menstrual

Diaforética: estimula a transpiração, contribuindo para a desintoxicação do organismo

Anti-inflamatória: trata e combate estados inflamatórios como feridas, aftas e úlceras e em caso de sinusite

Analgésica: minimiza estados de dor, como a do reumatismo e da cefaleia

Broncodilatadora: alivia congestionamento pulmonar, em casos de gripe, asmas e bronquites

Alerta: A cumarina (Cumaricanhydride), principal princípio ativo desta planta, é uma substância branca de sabor acre no começo e depois agradável, solúvel em água fervente, é responsável por grande parte das propriedades da árvore Cumaru. O extrato da cumarina tem efeito anestésico sobre o sistema nervoso central e, em altas doses pode resultar em morte.

Fonte:

https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-ecologica/especies/cumaru

https://www.youtube.com/watch?v=8RZnUTl9fqwhttps://www.greenmebrasil.com/usos-beneficios/6617-cumaru-beneficios-como-usar/

Instituto Soka e o Memorial VIDA

Vítimas Covid-19

Projeto está plantando árvores em homenagem às vítimas fatais do covid-19

Desde o seu lançamento em 21 de setembro último – Dia da Árvore – o Instituto Soka Amazônia em parceria com a Rede Amazônica já foram plantadas mais de 4 mil árvores em oito locais de Manaus. A cerimônia de lançamento do projeto Memorial Vida se deu no Clube do Trabalhador do SESI da capital amazonense com a presença de diversas empresas apoiadoras que viram nessa iniciativa, uma maneira grandiosa de honrar as vidas ceifadas por essa pandemia global.

Momento de um dos plantios. Este foi realizado por Cláudia Daou, presidente da Fundação Rede Amazônica

O apoio da Arquidicese de Manaus trouxe um grande incremento que resultou na disposição de outras instituições a oferecerem locais e auxílio nos plantios. Mesmo em meio às chuvas desse período do ano, a equipe do Instituto Soka vem se desdobrando em esforços para cumprir o cronograma de plantios.

Plantio em Parceria com a Arquidiocese de Manaus

Locais em que ocorreram plantios do projeto Memorial Vida:

  1. Clube do Trabalhador
  2. Balneário do SESC
  3. Empresa Musashi
  4. Dom Bosco Zona Leste
  5. DDPM SEMED
  6. Seminário São José
  7. Paróquia São Francisco
  8. Instituto Soka

Memorial da Vida: Uma árvore para cada vítima do Covid 19 no Brasil

Homenagem Vítimas Covid 19

Todas as mudas plantadas são espécimes nativas da Amazônia. O ato de plantar uma árvore – símbolo universal da vida – é uma forma de honrar toda a humanidade que ora encontra-se num momento dramático. Uma árvore representa a perpétua evolução; sua ascensão vertical – tanto para baixo da terra com suas raízes, quanto para cima, com seu tronco, ramos, folhas, flores e frutos – demonstra a grandeza do ciclo da vida em movimento. Esse projeto é a materialização de toda essa simbologia, idealizada pelo Instituto Soka Amazônia e vem sendo implementado por apoiadores que todos os dias chegam oferecendo seus esforços. E é esse o resultado buscado: que a energia do bem de cada plantio se alastre e se mimetize com outras até que cada ser se conscientize da importância de se preservar a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

Uma raridade amazônica

Muda de Coccoloba

Coccoloba gigantifolia é uma árvore amazônica que detém o título da maior folha do planeta e figura no Guiness Book desde 1997!

No último dia 10 de dezembro, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de uma muda de Coccoloba gigantifolia, uma rara espécie amazônica, cuja folha pode chegar a 2,5m de comprimento e 1,44m de largura. O exemplar plantado foi um presente do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – à instituição, como forma de celebrar a amizade e a longa e frutífera parceria. O plantio foi realizado pelo presidente da BSGI, Miguel Shiratori, que se encontrava em visita ao Instituto. O plantio foi também um marco que visa projetar os próximos 10 anos, rumo ao icônico ano de 2030, quando a Soka Gakkai completa seu centenário e é também o ano estabelecido pela ONU para a total implementação dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável[i].

Exemplares dessa árvore só são encontrados na bacia do Rio Madeira, nos estados do Amazonas e Rondônia, em áreas altamente impactadas por projetos de infraestrutura como barragens hidrelétricas, estradas e empreendimentos agropecuários. Estes fatores somados à sua pouca incidência colocam a Coccoloba gigantifolia, na lista de espécies ameaçadas de extinção, o que por si é bastante desalentador uma vez que esta árvore foi recém “descoberta”, por assim dizer.

Embora o INPA possua um exemplar de sua imensa folha seca emoldurada em sua sede em Manaus há décadas, foi somente há pouco mais de uma década que a Coccoloba gigantifolia foi oficialmente catalogada, mas ainda seus pesquisadores lutam para o reconhecimento de sua identidade genuinamente nacional.

Foram 13 anos de espera até que uma das plantas floriu e frutificou, em 2018, o que permitiu aos pesquisadores do INPA encerrar o ciclo e identificar a espécie. “Nunca poderíamos descrever a espécie sem flor e sem fruto, por isso que demorou tanto. A planta do campus do INPA floresceu e frutificou aos 13 anos”, explicam os autores do estudo, Cid Ferreira e Rogério Gribel.

São árvores que chegam a 15 metros de altura e tronco fino, de no máximo 15cm de diâmetro. Vem daí o impressionante espetáculo de suas imensas folhas, o que a torna muito visada para ornamentação. E o fruto é muito apreciado por araras, tucanos e araçari.

Fontes:

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0044-59672004000400006&script=sci_arttext

http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2012/06/em-extincao-maior-folha-do-mundo-ainda-e-encontrada-no-amazonas.html

http://portal.inpa.gov.br/index.php/ultimas-noticias/3752-arvore-com-maior-folha-do-mundo-ganha-identificacao-botanica


[i] https://un75.online/partner/google?lang=prt&gclid=CjwKCAiA_eb-BRB2EiwAGBnXXi856xcx41Gu34mOeRPEGjPYZf0TZgtR4q9AgH78iwi1Y7xIoI3w5BoCHowQAvD_BwE

Precioso fruto do Brasil: a nossa CASTANHEIRA!

Castanheira do Brasil

Um dos frutos mais apreciados em todo o mundo, a castanha do Brasil é rica em selênio, micronutriente que preserva as células e tem ação desintoxicante

Só para ter uma ideia de sua potência: com a ingestão de apenas uma castanha do Brasil por dia, obtém-se a dose necessária de selênio, componente fundamental para a manutenção da saúde física e mental. Além desse, são muitos os benefícios advindos desse fruto, mas o maior de todos é, sem dúvida, a sua contribuição para a manutenção da floresta em pé, pois grande parte da coleta da castanha é feita por extrativistas que vivem no interior das matas e nas margens dos rios e que por isso mesmo, cuidam e protegem essas árvores. responsáveis por sua subsistência.

Bertholletia excelsa

Também conhecida como castanheira-do-pará, a Bertholletia excelsa é uma árvore altiva, e majestosa, nativa da Amazônia e cresce quase sempre às margens de grandes rios, como o Amazonas, o Negro, o Orinoco e o Araguaia. Está presente também nos demais países amazônicos (Peru, Colômbia, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa), mas atualmente ela só abunda na Bolívia e no Suriname.

Árvore ameaçada

Embora seja fonte de subsistência para uma parcela da população da floresta, está ameaçada de extinção devido ao desmatamento que devasta áreas imensas indiscriminadamente. Consta inclusive, na lista da União Mundial para a Natureza (IUCN) como espécie que se encontra em situação de grande vulnerabilidade.

30 a 50 metros de altura

As castanheiras-do-Brasil normalmente atingem entre 30~50 metros de altura e chegam, em média, a 2 metros de diâmetro, mas há registro de espécimes que alcançaram mais de 50m de altura e mais de 5m de diâmetro. O tronco é reto e os galhos se concentram na parte mais alta da árvore. A casca é acinzentada e as folhas, que ficam acima da copa das outras árvores, têm de 20 cm a 35 cm de comprimento.

As castanhas

As castanhas são as sementes da planta e se encontram protegidas no interior do fruto – “ouriços” – de casca dura e contêm cerca de 10 a 25 sementes. Cada fruto pesa em média 750g, mas pode chegar a 2kg e leva cerca de um ano para amadurecer.

Ouriços da Castanheira

As castanhas são muito apreciadas por roedores como as cutias, que desenvolveram a habilidade de abrir os ouriços (a casca destes pode chegar a ter 2cm de espessura), mas micos e outros animais também se alimentam delas. O peso do ouriço o faz precipitar-se no solo e, os frutos abertos que não são devorados, são absorvidos pelo solo que dará início à germinação de uma nova castanheira, que pode viver cerca de 500 anos!

A reprodução

A reprodução depende de um solo intocado, mas também de certos insetos que são atraídos por orquídeas que vivem próximas das castanheiras. Ao se aproximarem das orquídeas, também acabam sendo atraídos pelas flores da árvore. Ou seja: sem as orquídeas os insetos não se aproximariam, a polinização não aconteceria e não correriam os frutos. Tudo é parte de um ciclo de vida muito bem engendrado pela natureza.

Ajudar a espécie

Uma das maneiras de ajudar a castanheira é cuidar para que se compre madeira sempre com certificação pois estará apoiando a criação e a gestão de unidades de conservação. Além disso dar preferência a produtos sustentáveis do ponto de vista ecológico e social.

Mais benefícios da castanha

Além do selênio já citado, a castanha-do-Brasil possui alta capacidade saciante, por possuir alto teor de gordura boa e proteína, sendo por isso um grande aliado no processo de emagrecimento; é ainda fonte de fibra, vitaminas e minerais como o cálcio e o magnésio. Fortalece os ossos, é aliada do bom colesterol (HDL), combate o envelhecimento e fortalece o sistema imunológico.

Não só o selênio

Voltando ao selênio, um estudo da Universidade de São Paulo (USP), da pesquisadora Bárbara Cardoso, comprovou que o consumo diário de selênio – presente em altas concentrações do fruto – é capaz de melhorar o desempenho de idosos em testes cognitivos. A descoberta rendeu à pesquisadora o 1º lugar na categoria mestre e doutor no Prêmio Jovem Cientista. Os resultados dessa pesquisa vêm movimentando a indústria farmacêutica em testes feitos nos laboratórios da Universidade de Melbourne, na Austrália. Nutricionistas, nutrólogos e médicos do Esporte indicam o consumo de uma castanha por dia para ajudar no emagrecimento. Outro ganho é a redução em até 60% do risco relativo de desenvolver doença arterial crônica, quando consumida pelo menos cinco vezes por semana.

A castanheira fornece ainda insumos para a milionária indústria de cosméticos. É, portanto uma espécie que pode encabeçar o desenvolvimento de novas matrizes econômicas, uma das propostas do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), que defende uma abertura para possibilidades que conduzam à independência do modelo da Zona Franca de Manaus, para que não se repita a história do ciclo da borracha que reinou por três décadas e, ao quebrar, levou junto toda a economia do Estado (a borracha produzida no Amazonas era responsável por 45% do PIB da época).

Ou seja: a castanha-do-brasil é um excelente exemplo do imenso potencial econômico da maior floresta tropical do planeta.

Fontes: https://amazonia.org.br/2016/06/castanha-o-bendito-fruto-da-amazonia-para-uma-vida-saudavel/https://brasilamazoniaagora.com.br/domesticacao-da-castanha-parte3/