Instituto Soka Amazônia celebra o Dia do Meio Ambiente com os princípios da Carta da Terra

Semana do Meio Ambiente terá programação diversificada e com atividades educativas e de conexão com a natureza e solenidade  de filiação do Instituto à Carta da Terra Internacional


Diante dos enormes desafios ambientais das mudanças climáticas e dos esforços necessários para proteção da biodiversidade da Amazônia e para o combate à poluição ambiental em todos os níveis, o Instituto Soka Amazônia propõe uma Semana de reflexões, debates e ações para mudança de rumos, com base nos princípios da Carta da Terra.

E por que Carta da Terra?

O documento Carta da Terra está diretamente ligado a proteção do meio ambiente e é uma declaração global para um futuro sustentável.

Com uma visão sistêmica, reúne quatro princípios fundamentais que são indissociáveis: 1) cuidar da comunidade; 2) integridade ecológica; 3) ambiente de paz, democracia, não-violência; e 4) justiça social e econômica.

Para o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento,  a Carta da Terra mostra a responsabilidade e potencial de cada pessoa para transformar o destino o Planeta e de protegê-lo como cidadãos globais e planetários.

“É um documento que nos empodera e nos dá esperança para as urgentes e necessárias mudanças a serem feitas para o bem das futuras gerações”, afirma.

Nascimento ressalta que o pacifista e fundador do Instituto, Dr. Daisaku Ikeda, referiu-se ao documento em várias de suas Propostas de Paz enviadas à Organização das Nações Unidas (ONU) e que a mostra Sementes da Esperança e Ação, recentemente exibida em Manaus, também apresentou os princípios da Carta.

Sob o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta a Semana do Meio Ambiente traz uma programação dedicada à reflexão e ações de cada indivíduo. Confira:

Programação da Semana

No dia 3 de junho (sábado), o Instituto abre as portas de sua Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) para o público geral participar de diversas atividades educativas de experimentação e práticas de proteção da natureza. Para participar no evento é preciso se inscrever no site abaixo.

Na segunda-feira, 05, o Dia do Meio Ambiente terá participação especial de Mirian Vilela, diretora executiva da organização Carta da Terra Internacional, que oficializará a filiação do Instituto Soka como primeira organização na região amazônica difusora oficial da Carta da Terra.

No dia 06 acontece o Seminário Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta,  com painéis de especialistas do Instituto Soka Amazônia, do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e uma mesa redonda com Mirian Vilela advisors da Carta da Terra Internacional, Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa. O Seminário acontece na Sede do Instituto e também será transmitido pelo youtube. Inscrições pelo site do evento. 

E, finalizando a Semana do Meio Ambiente, no dia 07, o Instituto recebe alunos e professores da Escola Municipal Jorge Rezende Sobrinho – Escola especial, para mais uma Academia Ambiental, projeto feito em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Manaus e Ocas do Conhecimento Ambiental.

A exemplo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Carta da Terra é uma declaração global que estabelece os valores e princípios para um futuro sustentável. A idealização do documento foi iniciada no Earth Summit em 1992, mas o documento foi desenvolvido ao longo de quase uma década, com a contribuição de cinco mil pessoas de todos os continente,

A Carta da Terra é seguida por organizações como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), World Conservation Union (IUCN), entre outras.  que, nos moldes da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é declaração global que estabelece os valores e princípios para um futuro sustentável.

Instituto Soka Amazônia partipa do Global Big Day, uma jornada mundial de observação de aves

por Dulce Moraes

Neste sábado, 13 de maio, uma turma de apaixonados por pássaros visitou a sede do Instituto Soka Amazônia, na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, com uma silenciosa, atenta e emocionante missão: participar da jornada de observação e registro de aves para o desafio Global Big Day, iniciativa do Laboratório de Ornitologia da Universidade Cornell, que propõe 24 horas de observação de aves em todo o planeta.

Dois locais na cidade de Manaus foram escolhidos pelos participantes para concentrar suas observações: o Museu da Amazônia (Musa) e o Instituto Soka Amazônia na RPPN Dr. Daisaku Ikeda.  O Global Big Day a cada ano tem batido recordes de registros e de identificação de aves.  

O grupo que realizou a jornada no Instituto Soka faz parte do programa Vem Passarinhar Manaus, coordenado pela professora Katell Uguen, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Para a professora Katell, a RPPN Dr Daisaku Ikeda é um local privilegiado com diferentes ecossistemas e microclimas – como floresta, lago e a praia do Encontro das Águas –  que favorecem a atração de inúmeras espécies de aves. “E ideal para esse tipo de atividade e espero que o programa se perpetue aqui.  Com este evento de hoje já é possível ampliar muito o registro e identificação de espécies da nossa avifauna. É extraordinário que, em apenas um dia, se consiga registrar mais de 800 espécies no mundo. É maravilhoso, isso”, afirma.

A professora Odette Gonçalves Araujo, do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas, participante do programa Vem Passarinhar Manaus, destacou a realização no período da tarde, quando as espécies se preparam para se recolher, o que torna a experiência mais interessante. Entusiasta do projeto e apaixonada pela observação de pássaros, Odette compartilhou com o Instituto Soka as imagens dos seus registros durante o Global Big Day. Confira no final.

Grupo Vem Passarinhar Manaus na praia de Ponte das Lajes dentro da RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Foto: Dulce Moraes/InstitutoSokaAmazônia

Os observadores de pássaros compartilharam as listas de espécies que registraram na RPPN Dr. Daisaku Ikeda, na plataforma e-Bird.

Imagens captadas pela professora Odette Gonçalves de Araujo durante o Global Big Day 2023.

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Expedição promovida pelo Instituto Soka Amazônia visita comunidades na região do Médio Rio Negro

A equipe do Instituto percorreu 100km ao longo dos rios Negro e Cuieiras, visitando comunidades e realizando o plantio de 110 mudas de espécies florestais nativas

por Talita Oliveira, em colaboração ao Instituto Soka Amazônia

Na última quinta-feira (27), o Instituto Soka Amazônia promoveu sua primeira expedição do ano. Com o objetivo de realizar ações de educação ambiental e contribuir para o desenvolvimento sustentável de comunidades indígenas e ribeirinhas, a equipe do Instituto percorreu mais de 100km de barco na região do Médio Rio Negro, ao longo dos rios Negro e Cuieiras, realizando diálogos e plantios, em ações que envolveram comunitários, professores e estudantes.

O primeiro destino da expedição foi a Comunidade Nova Esperança, do povo indígena Baré, distante cerca de três horas de barco a partir da sede do Instituto. A equipe foi recebida por Sandoval Moreno, professor e assessor pedagógico da Escola Indígena Municipal Puranga Pisasu

Junto a aproximadamente 40 crianças, o assessor e os professores assistiram ao vídeo institucional do Instituto e foram presenteados com exemplares do livro “Escolha a Vida” e  da Proposta de Paz, de autoria do fundador do Instituto, Dr. Daisaku Ikeda,  além de 200 caixas de giz de cera vindas diretamente do Japão e destinadas às crianças.

O vice-presidente do Instituto Soka Amazônia, Milton Fujiyoshi, explicou para a comunidade qual é o maior desejo do Instituto nessa primeira visita. “Hoje pudemos dar um pequeno passo avante para cumprirmos nossa missão de plantar no coração de cada pessoa a semente da reflexão e consciência de nosso importante papel para a proteção da Amazônia. O objetivo é fazer e aprender junto com todos vocês”, finalizou. 

Após o diálogo, foi hora da ação. Protagonizado pelos alunos e com o apoio técnico da equipe do Instituto, foi realizado o plantio de 100 mudas de espécies florestais nativas na área do entorno da escola. 

O professor e assessor pedagógico da escola indígena, Sandoval Moreno, explica que ações como essas trazem aprendizados que levam as crianças a terem um maior cuidado com a comunidade. “São coisas que incentivam, motivando as nossas crianças a saber cuidar do contexto onde elas estão vivendo. Para as crianças, é sempre uma alegria, uma diversão e ao mesmo tempo elas vão adquirindo novos conhecimentos”, reflete.

Educação indígena: vencendo barreiras e criando valores

Dando sequência ao roteiro da expedição, a equipe percorreu mais uma hora até chegar na Comunidade Três Unidos, do povo indígena Kambeba, onde o Instituto já desenvolveu outras ações. O professor e diretor da Escola Indígena Municipal Kanata T-ykua, Raimundo Kambeba, recebeu a equipe para um intenso e proveitoso diálogo, onde pôde compartilhar a sua trajetória enquanto educador indígena profundamente comprometido com seu povo e sua comunidade, o que inspirou a equipe do Instituto.

Formado em pedagogia intercultural indígena pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e especialista em gestão escolar, Raimundo conta que no início não foi fácil conciliar os estudos com a responsabilidade de ser professor na sua comunidade, função que exerce desde os 14 anos. “Foi uma luta muito grande, pois nunca deixei de estar aqui na comunidade dando aula, estudava na cidade e voltava para a comunidade”, relembra. 

Raimundo enfatiza a necessidade das escolas indígenas terem condições para produzir materiais próprios, que valorizem os conhecimentos tradicionais. “Precisamos de parcerias para que educadores indígenas em suas próprias comunidades possam criar materiais pedagógicos que possam ser trabalhados nas suas escolas, para que o conhecimento dos nossos mais velhos possa ficar registrado”, finaliza. 

Na oportunidade, a equipe identificou as espécies florestais que são de interesse da comunidade e que possam, futuramente, fornecer também matéria prima para os artesanatos do povo Kambeba, feitos com sementes das árvores. 

Plantar, educar e preservar

A última parada da expedição foi a Comunidade Santa Maria do Rio Negro, onde vivem indígenas e ribeirinhos. Ângelo Grijó, diretor da Escola Municipal Luiz Jorge da Silva, recebeu a equipe do Instituto e mostrou a estrutura da escola. Após um breve diálogo, os alunos, sob a supervisão da equipe do Instituto, realizaram o plantio de 10 mudas de espécies florestais nativas no entorno da escola, especialmente próximo às margens do rio, com a intenção de preservar os barrancos da comunidade.

“Estamos muito gratos pela visita do Instituto Soka Amazônia aqui na comunidade. A educação ambiental  faz com que as crianças percebam a importância do plantio e os efeitos desse plantio, que futuramente estará preservando os barrancos da comunidade”, explica o diretor. 

Com a proximidade da chuva e do horário do pôr-do-sol, a equipe do Instituto finalizou a expedição, com a sensação de missão cumprida. “O Instituto Soka Amazônia vai continuar seguindo essa luta de conectar vidas. A partir da inseparabilidade da pessoa e seu ambiente, podemos dar uma grande contribuição aprendendo junto e realmente criando uma história nova na vida de todos nós”, avalia o vice-presidente do Instituto Soka Amazônia, Milton Fujiyoshi.

Sementes da Vida

Todas as mudas nativas plantadas nas comunidades são georreferenciadas e integram o projeto Sementes da Vida, idealizado pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas e coordenado pelo Instituto Soka Amazônia. Para cada criança que nasce na Maternidade Pública Moura Tapajós, na cidade de Manaus, é plantada uma árvore. Junto com a certidão de nascimento do bebê, os pais recebem um certificado de plantio, emitido com o nome da criança, identificando a espécie e sua geolocalização. 

Apoios

A expedição é uma iniciativa do Instituto Soka Amazônia em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed), com a qual o Instituto desenvolve ações conjuntas de educação ambiental na rede municipal de ensino. Além da Semed, a expedição também teve o apoio do Centro de Projetos Rurais Sustentáveis da Amazônia (Prusa).

Essas e outras importantes ações empreendidas pelo Instituto Soka Amazônia só podem ser realizadas em razão da ampla rede de órgãos, instituições, empresas e pessoas que apoiam o Instituto, sejam através de doações ou demais parcerias.

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