Após seca histórica, Rio Negro sobe e reacende a esperança e alerta para as mudanças climáticas

Vista do Encontro das Águas

Colaboração: Monica Kimura

2023 foi marcado por emergências climáticas, entre as quais, a seca extrema que atingiu os principais rios amazônicos, resultando grandes prejuízos à biodiversidade e as comunidades ribeirinhas.

O Rio Negro esteve entre os mais atingidos pela seca, chegando a baixar 12 metro em seu nível. Algo histórico em mais de 121 anos!

Na região do Encontro das Águas, onde está localizado o Instituto Soka Amazônia, na cidade de Manaus, desde o início de janeiro, o nível das águas do Rio Negro vem subindo mudando completamente a paisagem.

Antes, durante e depois da seca do Rio Negro, no limite entre o Instituto Soka Amazônia e Praia das Lajes

No último dia 5 de fevereiro, o Rio Negro atingiu a marca de 21 metros e 42 centímetros, quase o dobro do nível mais baixo atingido.

Apesar da lenta recuperação os impactos dos fenômenos climáticos no ciclo hidrológico amazônico ainda são sentidos por vários municípios da região e boa parte deles ainda encontram-se em estado de emergência por conta da seca.

Em outubro de 2023, no auge da seca, o Instituto Soka Amazônia mobilizou empresas parceiras e realizaram uma ação emergencial solidária para levar água, alimentos e filtros de água para comunidades ribeirinhas no município de Iranduba, próximo ao Encontro das Águas.

Vida interligada por rios

A medida que sobe o nível dos rios, sobe também a esperança da população local.

A região Amazônica concentra a maior floresta tropical e uma das maiores bacias hidrográficas do mundo. Todo o ecossistema e a vida de quem vive por lá muda de acordo com as cheias e baixas dos rios.  

A economia local depende do transporte fluvial, assim como o turismo que, literalmente, precisa das águas para fluir. Quando ocorre uma seca extrema, todos são afetados pois dependem dos rios para se locomoverem e receber alimentos e demais itens de primeira necessidade.

Alerta às mudanças climáticas

As chuvas que precipitaram em dezembro de 2023 e janeiro de 2024 contribuíram para a elevação nos níveis de umidade no solo em grande parte do Brasil, mas, principalmente, no sul da região Norte e em áreas da região central do País, de acordo com o boletim Painel El Niño 2023-2024, divulgado pela Agência Nacional das Águas.

Porém, o levantamento alerta de que a previsão climática para os meses de fevereiro, março e abril indica maior probabilidade de chuva abaixo do normal em parte da porção central e Norte do Brasil.  

Embora as previsões indiquem condições mais úmidas do que o normal entre o centro e leste do país, em grande parte das demais regiões do país – incluindo região amazônica – a previsão indica o predomínio de condições mais secas do que o normal. 

Fonte: Agência Nacional das Águas
ANA – Painel El Niño 2023-2024

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Japu ou Japó, os ecodesigners da natureza

Depois do longo período de estiagem de 2023, o  inverno amazônico traz gratas surpresas como as belas esculturas em árvores produzidas por japus ou japós  (Psarocolius decumanus) para proteger seus ovos e filhotes.

Esses ninhos em forma de gotas são comumente vistos em árvores na sede do Instituto Soka Amazônia, na Reserva de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, na região do Encontro das Águas, em Manaus.

Além da beleza, a estrutura surpreende pela durabilidade, diante das intempéries e predadores naturais. 

No estado do Amazonas, a espécie é conhecida como japó, mas em outras regiões é popularmente chamada de fura-banana (Minas Gerais), japu-gamela (Bahia), xexéu-mufumbo (Pernambuco), japuguaçu, japu-preto, rei-congo ou recongo (Maranhão), entre outras denominações.

Pela coloração da plumagem, tambem é confundida com aves da espécie Cacicus haemorrhous, recebendo os nomes populares de japiim, japiim-tecelão, guaxe ou guaxo, em varias regiões da América do Sul.

Cores e som marcantes

A característica da espécie é a plumagem preta e cauda amarela e vermelho e o bico curto em tom amarelo claro. Mas o charme fica pelo olho azul. Os machos podem chegar até 48 centímetrosde comprimento e as fêmeas 38 centímetros. Costumam se alimentar de frutas (como banana, mamão, entre outras) e insetos alados.

Os ovos da espécie tem uma coloração verde-claro ou acinzentada com listras ou pontos escuros.  As fêmeas colocam 1 a 2 ovos, três vezes ao ano

Outra característica marcante é seu canto marcante.

Na RPPN Daisaku Ikeda mais de 100 espécies de aves foram avistadas e registradas na plataforma eBird. Caminhadas para visualização de aves são organizadas em parceria com o programa Vem Passarinhar Manaus e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Dia Internacional de Meninas e Mulheres na Ciência e o desafio da Amazônia

*artigo foi gentilmente escrito pela autora para o Instituto Soka Amazônia, em alusão ao dia 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, uma iniciativa lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com o objetivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, especialmente na educação. O artigo expressa a opinião da autora.

Descobertas científicas têm impulsionado o desenvolvimento da humanidade no propósito de viver mais e melhor. A busca sistemática pelo conhecimento implica acesso à escola, oportunidades, suportes para pesquisa que, durante muito tempo, foram vedados às mulheres.

Apesar disso temos, na história, exemplos como Marie Curie (1867-1934), física e química, a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, ea cientista Rachel Carson (1907-1964), bióloga americana cujo livro Primavera Silenciosa, com seu estudo científico sobre os riscos do uso de pesticida agrícola, tornou-seum marco na história da ecologia.

Mas, a Ciência ainda é uma questão de gênero. No mundo, apenas um terço dos pesquisadores é constituído por mulheres.

O desafio do acesso das meninas e mulheres à escola, às universidades, aos financiamentos de pesquisa tem sido enfrentado, tanto pelo trabalho insistente da ONU e da UNESCO, bem como por programas nacionais e locais. E, também, pelo extraordinário desempenho das mulheres quando conquistam esse acesso. No Brasil, dados do MEC, divulgados em abril de 2023, revelam que, dos 405 mil alunos de mestrado e doutorado no país, 221 mil são mulheres: 54%.

Certamente há muitos outros desafios a superar numa sociedade que ainda tem preconceitos de gênero, que passam pela ocupação de cargos, remunerações desiguais e, até, escolha de temas de pesquisa.

Por isso é importante celebrar iniciativas como o movimento Mulheres e Meninas na Ciência. E, especialmente, na Amazonia.

“Nós podemos preparar o caminho para um futuro em que a Ciência não tenha fronteiras de gênero.”

Audrey Azoulay, Diretora geral da UNESCO

A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que tem investido no protagonismo das mulheres na Ciência, lançou, em março de 2023, uma série de vídeos intitulada “Mulheres Cientistas no Amazonas”. Em uma das entrevistas, Elisabeth Gusmão, doutora em Ecologia e Recursos Naturais, lembrou que “superar a invisibilidade foi o meu maior desafio.”

Na Amazonia é preciso superar a invisibilidade das mulheres pesquisadoras e a invisibilidade dos conhecimentos tradicionais preciosos para a Ciência contemporânea, pois, como afirma a Carta da Terra, é necessário “Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.”

ROSE MARIE INOJOSA

Advisor e professora no Centro Internacional Carta da Terra de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, com sede na Universidade para a Paz, na Costa Rica. Conselheira e ex-Diretora da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) da prefeitura do município de São Paulo.

O Instituto Soka Amazônia é filiado à Carta da Terra Internacional. Em seus programas de Educação Socioambiental e de Apoio a Pesquisas Científicas, estimula e inspira novas gerações de cientistas.

O Instituto mantém parcerias e acordos de cooperação técnicas com instituições acadêmicas e de pesquisa, como as Universidades Federais do Amazonas (UFAM) e de Rondônia (UFIR), Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Universidade do Estado Amazonas (UEA), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e Soka University (Japão).

Essas iniciativas e parcerias contribuem para alcance dos seguintes OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU:

ODS 4 – Educação de Qualidade; ODS 5 – Igualdade de Gênero; ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; ODS 17 – Parcerias para Implementação

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Instituto Soka Amazônia apresenta resultados de seus programas em 2023 e dá início às comemorações dos 10 anos

O Instituto Soka Amazônia deu início às comemorações do 10º aniversário manifestando agradecimento a sua rede de apoiadores.

Com a mensagem Gratidão Amazônia, inspirada na  benevolência das árvores amazônicas, o Instituto Soka concluiu o ciclo de atividades de 2023 convidando seus doadores, colaboradores e parceiros a conhecerem mais sobre a biodiversidade da floresta que protege a vida e clima do Planeta e que merece todo o nosso cuidado.

A instituição, que completará 10 anos no mês de julho, também compartilhou os resultados de seus programas no ano 2023, em seu Relatório Anual.

Entre as realizações estiveram expedições para comunidades ribeirinhas, exposições e eventos de difusão científica e sensibilização social, plantios e mutirões de limpeza ecológica, ação solidária em prol das vítimas da seca história na Amazônia e a ampliação do alcance das ações de educação socioambiental para um público de mais de 4000 pessoas.

Como destaca o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, o ano de 2023 foi marcado por muitos desafios, aprendizados e também conquistas.

“Para o Instituto foi um ano de fortalecimento de suas bases. Tivemos a honra de celebrar nossa filiação à Carta da Terra Internacional e novas parcerias floresceram, mostrando resultados práticos de ações de sensibilização para os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, ressaltou.

Todos os resultados dessas realizações podem ser conferidos no Relatório Anual, disponível para download no final da página.

Celebração dos 10 anos do Instituto

As sinergias e as conexões para a proteção da Amazônia serão o enfoque das comemorações dos 10 anos do Instituto.

Uma série de encontros com empresas e instituições parceiras vem sendo realizados desde o início do ano para troca de experiências e promoção de ações conjuntas.

A comemoração de aniversário está programada para o mês de julho, mas ao longo do ano vários eventos promovidos pelo Instituto farão alusão aos 10 anos.

A programação anual será divulgada em breve.

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