Dia do Rio: união em defesa das águas e do patrimônio cultural

Liderado pelo Instituto Soka Amazônia e IPHAN-AM, mutirão recolheu 2,5 toneladas de resíduos no Sítio Arqueológico Ponta das Lajes, celebrando o Dia do Rio, com atividade de educação ambiental e preservação cultural

* colaboração especial :Talita de Oliveira

Na véspera do Dia do Rio, comemorado no dia 24 de novembro, o Sítio Arqueológico Ponta das Lajes, localizado em Manaus, foi palco de uma ação de mobilização ambiental que reuniu cerca de 300 voluntários.

O mutirão de limpeza, liderado pelo Instituto Soka Amazônia e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN-AM),  resultou na retirada de 2,5 toneladas de resíduos sólidos.

Além de preservar o ambiente e valorizar o sítio arqueológico, o evento promoveu a conscientização sobre a importância dos rios e do patrimônio cultural do Amazonas. 

Beatriz Calheiros, superintendente do IPHAN Amazonas, explicou que a ação faz parte do plano de ações integradas de preservação do patrimônio arqueológico do Amazonas, lançado em setembro.

“Estamos aqui, graças a muitos parceiros, fazendo uma das ações do plano, que tem como espaço de aprendizado e teste o Sítio Ponta das Lajes. Os sítios arqueológicos representam um processo de ocupação muito anterior ao processo de colonização que nós vivemos e por isso é preciso reconhecer a importância dos povos originários e das diversas etnias”, ressaltou.

Sociedade civil engajada

A preocupação com a preservação ambiental e com a biodiversidade também foi  o foco da iniciativa, segundo Jean Dinelli Leão, coordenador de Educação Ambiental do Instituto Soka Amazônia,  “É o segundo ano que realizamos essa atividade e, desta vez, conseguimos superar as expectativas com mais pessoas e a coleta de resíduos surpreendente de 2.5 toneladas de material que prejudica o ambiente aquático e espalha poluição no entorno, em especial no período de cheia dos rios que, em breve se inicia”.

A bacia hidrográfica amazônica é a segunda mais poluída do mundo e recebe cerca de 182 mil toneladas de plástico por ano, segundo José Eduardo Martinelli Filho,  pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará (UFPA). Vários estudos já demonstram o impacto desse tipo de material para a biodiversidade e para a saúde humana, com a presença de microplásticos identificada em diversos organismos aquáticos. Diante desse desafio, a união da sociedade é crucial. 

 

 

Representando 15 empresas japonesas, reunidas na Kaigisho – Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas, Elen Carlen Cunha destacou a importância da reflexão gerada durante a ação. 

“A atividade vem demonstrar claramente a importância da ação que precisamos fazer junto às comunidades. Cada vez mais precisamos fazer ações de educação ambiental na base”, afirmou.

O evento também incentivou a educação das novas gerações. A indústria Kawasaki, instalada próximo ao Sítio Arqueológico, participou da ação com 100 voluntários, entre colaboradores da empresa e familiares.

A iniciativa reuniu voluntários de 18 empresas, incluindo parceiras do Instituto Soka Amazônia e integrantes da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas, servidores de órgãos públicos como Defesa Civil, Guarda Municipal, Polícia Militar, Batalhão de Policiamento Ambiental, Serviço Geológico do Brasil, Semmas-Clima, UFAM e UEA. Também participaram representantes da sociedade civil, como a Coordenação de Povos Indígenas de Manaus e Entorno (Copime), a Associação Brasil SGI, o Instituto Sumaúma e o Grupo Suçuarana.

Espaço sagrado

O Sítio Arqueológico Ponta das Lajes abriga registros rupestres milenares, como oficinas líticas e petróglifos (representações gravadas em rochas).  

Nas bordas do rochedo, gravuras em forma de animais e rostos humanos, até então submersas, ficaram expostas devido ao nível do rio. A primeira vez que elas haviam sido visualizadas foi no ano de 2010, durante outra forte estiagem. Esses elementos testemunham a ocupação de povos originários há mais de 2.000 anos.

Na mesma região, encontram-se outros sítios arqueológicos como o Porto do Encontro das Águas, o Lages e o Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda, que homenageia o fundador do Instituto Soka Amazônia, o filósofo e pacifista Dr. Daisaku Ikeda.  

“O espaço do Instituto Soka e a área das Lajes são patrimônios naturais e arqueológicos. Não se trata apenas de um local de visita, como museu ou parque; mas também é um espaço sagrado. Independente dos nossos credos, é preciso entender que ao chegar no sítio não estamos apenas fazendo uma visita, estamos nos conectando com a história, a memória e a identidade da formação do nosso povo”, disse Beatriz Calheiros, superintendente do IPHAM-AM

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Seminário das Águas discute a seca na amazônica e os impactos para saúde e biodiversidade

Texto: site Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia

A influência da água na saúde humana e os impactos da seca na Amazônia na avifauna foram alguns dos temas abordados na 9ª edição do Seminário das Águas da Amazônia. O evento ocorreu no auditório do Bosque da Ciência e teve como tema “Panorama da Seca na Bacia Amazônica: Impactos na Saúde Humana e Biodiversidade”, sendo realizado pelo Instituto Soka e pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI).

A coordenadora de Tecnologia Social do Inpa, Marcela Amazonas, fez a abertura do evento e destacou a importância do Instituto Soka. “Há 10 anos, este instituto, fundado por Daisaku Ikeda, tem como objetivo promover a coexistência harmoniosa entre o ser humano e a natureza, visando garantir a integridade ecológica da Amazônia”, afirmou.

O pesquisador do Inpa, Renato Senna, explicou os fenômenos de seca na Amazônia durante os anos de 2023 e 2024. Em sua apresentação, o meteorologista relatou os problemas decorrentes das mudanças climáticas, enfatizando que, embora algumas pessoas ainda neguem esse processo, há evidências claras da intensificação da seca.

“A seca de 2024 é, na verdade, uma continuidade da seca de 2023. Ela foi provocada principalmente por eventos climáticos nos oceanos, que contribuíram para a redução do volume de chuvas na Amazônia. Em 2023, tivemos uma seca significativa, e, em 2024, o cenário se agravou. Esse processo contínuo resultou em uma seca sem precedentes na história da Amazônia, com impactos consideráveis sobre a sociedade, as comunidades ribeirinhas, as empresas e a população amazônica como um todo”, afirmou Senna.

A pesquisadora Maria Cristina de Vasconcelos apresentou um panorama sobre a influência da água na saúde humana. 

Além disso, o projeto Vem Passarinhar, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), abordou o impacto da seca nas aves da amazônia, conhecimento apresentado pelas biólogas Bruna Silva e Rebeca Soares.

Ao final das apresentações, o diretor-presidente do Instituto Soka, Luciano Nascimento, destacou a importância de uma atuação consciente e colaborativa para enfrentar a crise climática. “A crise climática é um fenômeno global que trouxe sérios impactos em nossa convivência diária. Sabemos que a causa fundamental dessa crise reside no comportamento egoísta do ser humano”, afirmou Nascimento.

Luciano também citou o fundador do Instituto, Daisaku Ikeda, que defendia que o ser humano e o meio ambiente são “unos e inseparáveis”. “Cada um de nós é protagonista em seu palco de atuação e possui a capacidade e a força necessárias para sensibilizar outros sobre a importância de proteger o meio ambiente e, em especial, a Amazônia”, completou.

Oficina Social:

No encerramento da programação, foi realizada uma oficina intitulada “Papel Reciclado Colorido com Cascas de Frutas e Hortaliças”, ministrada por Marcela Amazonas, chefe do Laboratório de Celulose e Papel/Carvão Vegetal, juntamente com a pesquisadora nutricionista do Inpa, Dionísia Nagahama.

Destacando a urgência de reconhecer os impactos das mudanças climáticas que afetam a Amazônia, a oficina propôs uma ação prática e sustentável. “Uma das propostas é a oficina de papel reciclado com resíduos da cozinha, usando corantes naturais. O objetivo é mostrar que estamos passando por uma situação difícil, um marco histórico com essa seca, e despertar nos participantes a necessidade de mudar a postura em relação às mudanças climáticas”, afirmou Marcela Amazonas.

A oficina reuniu alguns participantes no Laboratório de Alimentos e Nutrição (Lan) do Inpa. 

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Relembrando a Tese de Proteção do Meio Ambiente do pacifista Daisaku Ikeda

Completando um ano de falecimento do fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, compartilhamos seus pensamentos e sua Tese de Proteção do Meio Ambiente produzida como contribuição à Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente (Eco 92), realizada entre os dias 2 e 14 de junho de 1992, no Rio de Janeiro.

Durante a sua existência, o filósofo e pacifista, Daisaku Ikeda, empreendeu esforços por meio de diálogos, palestras e incentivos para disseminar seus ideais de proteção à vida em todas as suas formas.Convicto de que um movimento popular centralizado nas Nações Unidas é a chave para transformar o mundo onde imperam a desunião e a hostilidade, Ikeda veio empreendendo esforços enviando Propostas de Paz às Nações Unidas durante 40 anos.

Diante dos desafios globais, que ainda estarão em discussão na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), em 2025, relembramos seus direcionamentos para a construção de um mundo de harmonia e coexistência.

Confira a seguir, a Tese na íntegra:

Uma nova estratégia para a proteção ambiental

Tese do Dr. Daisaku Ikeda, presidente da SGI, publicada em 1992

I – A Unicidade de Vida e Ambiente

Num discurso proferido durante a reunião do Conselho da Comunidade de Ecologia Humana, em Yokohama, em 1990, Zena Daysh, vice-presidente executivo do Commonwealth Human Ecology Council (CHEC), descreveu a essência da ecologia humana como uma preocupação para os seres humanos como criaturas da ecologia global, que inclui o homo sapiens, assim como as plantas e outros animais, e com os seres humanos como entidades que haviam criado a política, a sociedade, a economia e a cultura [1]

Zena Daysh esclarece, portanto, os dois pilares da ecologia humana ao reconhecer o fato de que os seres humanos são parte do ecossistema global e que são criaturas culturais e sociais. O primeiro pilar sustenta um sistema de coexistência entre a humanidade e a natureza, o segundo refere-se ao ambiente cultural e social que os seres humanos moldaram através da história.

Através da interação com o meio ambiente, a qual é externa por natureza (i.e., o cosmos), os seres humanos construíram um ambiente que é ecologicamente muito complexo. Como parte do ecossistema global, eles aprenderam a se adaptar à ordem e às leis do mundo animal juntamente com as plantas, animais, objetos inanimados e microrganismos. Com esta base, criaram um ambiente cultural e social, incluindo a linguagem, a tecnologia, os governos, a economia e as organizações. O relacionamento intrínseco entre este complexo ecológico que forma o ambiente da humanidade e os próprios seres humanos é expresso no Budismo como a lei de esho funi [2], ou a unicidade da vida e ambiente.

Aqui, “esho” é uma contração dos termos “eho” de “shoho”, que se refere ao ambiente humano e à entidade humana, respectivamente. “Fun”i, por outro lado, é uma expressão que significa “dois, mas não dois”[3]. “Dois” expressa a inter-relação e a interação em um desenvolvimento criativo entre o meio ambiente humano e a entidade vivente. Enquanto o ambiente influencia a entidade humana, os seres vivos também reagem sobre seu ambiente, transformando-o e recriando-o novamente. O meio ambiente é assim transformado, e então exerce-se sobre os seres vivos por novos meios. Esse conceito pode ser descrito, na linguagem da ecologia, como “meio ambiente dinâmico” (o impacto do meio ambiente sobre os seres humanos) e “formação do meio ambiente” (os efeitos da atividade humana sobre o meio ambiente).

A inter-relação entre os seres humanos e o meio ambiente é um processo histórico no qual ambos se transformaram um ao outro e evoluíram criativamente durante anos através da adaptação biológica bem como através da adaptação cultural e social. Por exemplo, como criaturas vivas, os seres humanos herdaram e transmitiram as características genéticas e fisiológicas de seus ancestrais. Eles também mantêm e desenvolvem a herança espiritual de seus ancestrais ao incorporarem os seus ambientes cultural e social.

No Budismo, falamos de “shoho” e “eho” para demonstrar a maneira como essa inter-relação “humanidade-ambiente” torna-se uma presença histórica em termos de espaço e tempo, tanto física como espiritualmente. Portanto, a unicidade do shosho e eho expressa a ideia de que a vida humana e seu ambiente são absolutamente “um, não dois”

"A inter-relação entre os seres humanos e o meio ambiente é um processo histórico no qual ambos se transformaram um ao outro e evoluíram criativamente durante anos através da adaptação biológica bem como através da adaptação cultural e social."

Se extrapolarmos, em termos de espaço, a cadeia ecológica do indivíduo à comunidade, ao grupo étnico, ao Estado, à humanidade como um todo, ela estende-se do ecossistema da Terra ao sistema solar, a galáxia, aos grupos de galáxias e a todo o Universo. Da mesma forma, a cadeia de tempo vai além do nascimento da raça humana, retorna ao início da vida e mesmo ao início da evolução química e física.

Isso quer dizer que, numa dimensão fundamental de tempo e espaço, a realidade, fundamental do Universo, da vida humana e seu ambiente são uma e a mesma. E devido a essa unidade última, sua inter-relação é possível no mundo fenomenal de tempo e espaço. Esta lei representa o mais profundo significado de “dois, mas não dois”.

Do ponto de vista da natureza, baseado na lei de “unicidade da vida e seu ambiente”,  somos conduzidos aos seguintes princípios concernentes aos problemas globais de hoje. Primeiramente, em sua essência fundamental, eho (o ambiente humano) e shoho (a entidade humana), são unos, e embora interagindo no mundo fenomenal – visto que recebem a impressão da história como efeito manifesto – partilham um “destino comum”.

Em segundo lugar, a raça humana, portanto, não pode sobreviver a menos que seja sustentada pela harmonia e coexistência com o ecossistema natureza-humanidade (o ecossistema da Terra), que pode ser chamado de meio ambiente primário. A destruição do meio ambiente da Terra, portanto, é equivalente à destruição da mente e do corpo e rouba dos seres humanos o direito à vida. 

Em terceiro, uma vez que o eho, como ambiente  sociocultural envolve todo o ecossistema natural e possui intrinsecamente a tendência de se desenvolver com base na harmonia das leis e da ordem da natureza, os seres humanos devem reconhecer a dignidade do próprio ecossistema natural e, mobilizando sua sabedoria, encontrar meios para coexistir com as plantas e os animais, através do autocontrole e esforçando-se para sujeitar-se à cadeia de vida. lsto significa não somente restringir o consumo perceptível mas ajudar aqueles em necessidade 

Devemos nos mover na direção do apoio para a “integridade” em face dos benefícios do ecossistema natural: isto é fundamental à “ética ambiental”.

 

"Os seres humanos, portanto, devem utilizar o conhecimento da ecologia e de outros campos para servir como "coordenadores" na promoção de uma harmonia criativa dentro do ecossistema da Terra. Além disso, devem suprimir sua urgência para dominar a natureza, o que resultaria na destruição do ecossistema."

Em quarto, a ciência e a tecnologia, a política, a economia, as organizações, as instituições e demais que constituem o meio ambiente cultural e social devem todos coexistir com o ecossistema, guiando a humanidade rumo a uma prosperidade criativa. Dessa forma, a raison d’etre fundamental dos seres humanos, como a mais avançada forma de vida da Terra, está em ser a protetora da dignidade de todos os seres vivos. Os seres humanos, portanto, devem utilizar o conhecimento da ecologia e de outros campos para servir como “coordenadores” na promoção de uma  harmonia criativa dentro do ecossistema da Terra. Além disso, devem suprimir sua urgência para dominar a natureza, o que resultaria na destruição do ecossistema.

Em quinto lugar, o papel da humanidade é usar o meio ambiente cultural e social que criou para delinear novos “valores globais”. Esta é a missão designada da humanidade como criadora de valores. A economia e outras formas de desenvolvimento devem ser meios de criação de valor, não lhes deve ser permitido privar os seres humanos e outras criaturas de seu direito futuro à vida. Caminhos devem ser explorados para estabelecer tais valores globais e universais para o futuro. Nisto reside a base filosófica e intelectual do conceito de desenvolvimento sustentado.

II. Um novo sistema internacional através da reforma das Nações Unidas

Em junho deste ano, líderes de muitos países em todo o mundo, bem como organizações não governamentais, irão se reunir no Rio de Janeiro, Brasil, para realizarem a Cúpula da Terra, ou seja, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced). Por tratar de problemas globais ambientais, tanto os países do Hemisfério Norte quanto do Hemisfério Sul deveriam cooperar mutuamente, mas na realidade, a confrontação vem antes entre os países desenvolvidos e os em desenvolvimento, causando muitas dúvidas quanto ao fato da Conferência ser produtiva ou não como um todo.

Isto porque o surgimento crescente de vozes nos países em desenvolvimento acusam o alto consumo de massa das nações desenvolvidas como o principal responsável pela atual deterioração do ambiente da Terra. A censura é direcionada às políticas de desenvolvimento que não estão ligadas ao melhoramento dos meios de vida dos povos do Sul e que falharam em evitar os danos ao meio ambiente.

"A economia e outras formas de desenvolvimento devem ser meios de criação de valor, não lhes deve ser permitido privar os seres humanos e outras criaturas de seu direito futuro à vida. Caminhos devem ser explorados para estabelecer tais valores globais e universais para o futuro. Nisto reside a base filosófica e intelectual do conceito de desenvolvimento sustentado."

Não se pode negar que, realmente, os mecanismos de desenvolvimento das nações industrializadas, em vez de amenizar a pobreza, produziu imensos débitos acumulados nos países em desenvolvimento, de forma que os povos do Sul não poderiam prestar atenção à preservação ambiental. Além dessa aguda confrontação entre o Norte e o Sul, existe, mesmo nos países desenvolvidos, uma falta de consenso e de coordenação ao se formular contra-medidas.

Até agora, parece que há poucas perspectivas que a Conferência do Rio de Janeiro possa realmente adotar um tratado para a criação de uma estrutura para a prevenção do aquecimento da Terra e outros acordos de importância viral.

Em 1972, muitos programas de ação foram adotados na Conferência de Estocolmo sobre Meio Ambiente. Nos vinte anos subsequentes, entretanto, as nações desenvolvidas continuaram sua impetuosa busca pela riqueza material, seguindo resolutamente seu caminho de “economia em primeiro”. Elas deram a máxima prioridade à sua própria riqueza e relegaram o cuidado do ambiente da Terra a uma importância secundária ou menor. 

Embora continue a assistência ao desenvolvimento dos países do Sul, não está diretamente ligada ao melhoramento do padrão de vida das pessoas lá. Pouco foi feito para solucionar a terrível pobreza nem a consequente explosão populacional.

A deterioração ambiental, a pobreza e o descontrole do crescimento populacional, todos numa escala global, estão intimamente relacionados. A humanidade está numa situação extremamente difícil que requer soluções simultâneas e abrangentes para todos esses problemas que ameaçam sua existência.

Para tratar dessas dificuldades, incluindo a crescente deterioração do ecossistema terrestre, inovações na ciência e na tecnologia, modificações nas leis, uma mudança na economia “cíclica” [4], e a reconsideração de termos comerciais e sistemas sociais justos que conduziram ao sucesso de tais reformas em escala global

Desde o término da Guerra Fria[*] entre as nações do Ocidente e do Oriente, as Nações Unidas tem sido revitalizadas, e hoje podemos ouvir falar de uma *Renascença das Nações Unidas”. Felizmente, passaram-se os dias em que os vetos evitavam a passagem de resoluções no Conselho de Segurança e paralisaram o funcionamento da organização mundial. Mas é verdade que as Nações Unidas não podem tratar adequadamente da complexidade das questões globais tais como a crise do meio ambiente.

Pode-se duvidar da praticabilidade de tal plano, argumentando que, dadas as dificuldades financeiras que as Nações Unidas sofrem atualmente, seria totalmente impossível estabelecer uma nova organização, mesmo se fosse apenas uma consequência do atual sistema. 

"A deterioração ambiental, a pobreza e o descontrole do crescimento populacional, todos numa escala global, estão intimamente relacionados. A humanidade está numa situação extremamente difícil que requer soluções simultâneas e abrangentes para todos esses problemas que ameaçam sua existência.."

 Entretanto, se considerarmos a magnitude da crise envolvendo a sobrevivência da humanidade em todos os países, não somente do ponto de vista dos interesses de cada Estado, mas do interesse de toda a Terra e de toda a humanidade, podemos perfeitamente conseguir argumentos para uma maior assistência financeira para a organização internacional que deve tomar a liderança na batalha contra esta crise. 

Realmente, disse que as Nações Unidas não estão financeiramente preparadas para promover um desenvolvimento sustentado necessário para tratar adequadamente da preservação ambiental. Portanto, proponho que, agora que a Guerra Fria terminou, as enormes despesas militares envolvidas sejam cortadas como uma medida para aumentar os fundos necessários para a assistência das Nações Unidas.

[*a Tese foi escrita  meses após a dissolução da União Soviética (em 1991), acontecimento historicamente considerado o fim da Guerra Fria]

O custo de soluções substanciais para os problemas relacionados à proteção ambiental, tais como o aquecimento global, a extinção das espécies e a proteção florestal, é, estima-se, astronômica. De acordo com o secretário responsável pelos preparativos da Cúpula da Terra no Brasil, a quantia de dinheiro necessária à preservação ambiental a partir de agora seria de 125 bilhões de dólares por ano. [5]

O único meio de se levantar tal quantia é reduzir drasticamente os gastos militares, estimados em 1 trilhão de dólares anuais em todo o mundo. Especificamente, proponho que cada país corte seus gastos militares e contribua com parte dos fundos liberados para um “Fundo de Desarmamento das Nações Unidas” , que financiaria a preservação do meio ambiente da Terra.

O levantamento de fundos para esse propósito não deve ser deixado apenas para os governos centrais ou locais. É importante que as organizações não-governamentais também estudem alguma forma de contribuir. A fim de transcender as limitações de uma organização internacional composta de Estados soberanos, deve-se considerar cuidadosamente a reunião das forças construtivas das ONGs que tanto se empenham na área de preservação ambiental, proteção dos direitos humanos e cooperação ao desenvolvimento. A maior tarefa em se criar um novo sistema de Nações Unidas é como construir uma organização que possa promover diretamente a força, não somente dos governantes, mas das ONGs capazes de organizar a opinião e a participação a nível popular. 

III. Rumo a uma consciência orientada para a humanidade

A voz das massas deve ser ouvida. Mesmo as propostas mais importantes trazidas à baila pelas Nações Unidas ou por outras organizações internacionais, governos nacionais, círculos comerciais, organizações privadas ou por especialistas não podem ter muita eficácia se não tiverem forte apoio das pessoas. 

A proteção do meio ambiente da Terra, embora abarque a política, economia, ciência e tecnologia, direito e outros campos, em uma “complexa questão”, exige que transcendamos esses campos específicos e questionamos persistentemente nossos estilos de vida, valores e perspectivas da sociedade no futuro. Por esta importante razão, é vital que a consciência popular não deva ser limitada a uma área local, grupo étnico ou a uma única nação, mas que se mova em direção a uma *consciência humana”.

As pessoas devem  ser cosmopolitas no verdadeiro sentido da palavra, pessoas de sabedoria e de ação que compartilham a percepção da ampla crise mundial, e, embora familiarizadas à singular cultura local de suas terras natais, não limitam sua relação ou sua consideração às culturas tradicionais em outras partes do mundo.

A cultura é geralmente compreendida como modelo de comportamento, apreendida dentro de uma comunidade, no processo histórico de lidar com o seu meio ambiente.

A cortina fundamental contra a qual cada cultura se desenvolve é seu ecossistema local único. Em resposta a essa “natureza externa (cosmos)”, a  ancestral “natureza interna”, ou sistema nacional, produziu durante séculos uma herança espiritual que é a cultura.

O cosmos externo que circunda as pessoas no palco proporcionado pelo planeta verde, estende-se do ecossistema da Terra ao infinito universo. Imagino que os nossos ancestrais viram e experimentaram em suas próprias regiões, valores universais que estavam ligados à Mãe Natureza e ao universo. Daqui nasceram as únicas formas de pensamento, os códigos éticos que formam o núcleo da cultura popular.

"As pessoas devem ser cosmopolitas no verdadeiro sentido da palavra, pessoas de sabedoria e de ação que compartilham a percepção da ampla crise mundial, e, embora familiarizadas à singular cultura local de suas terras natais, não limitam sua relação ou sua consideração às culturas tradicionais em outras partes do mundo."

As formas de relacionar o ecossistema e o universo naturalmente diferem de pessoa para pessoa, dependendo das diferenças em seu sistema nacional. E assim toma forma os sistemas culturais peculiares a um certo povo ou a uma região específica. Mesmo assim, qualquer sistema cultural de pessoas deve conter valores cósmicos, valores universais e princípios éticos. Isto indica como todos os povos do planeta podem vir a respeitar a cultura de cada um e a aprender uns com os outros através do intercâmbio, de forma a criar um “valor da Terra” ainda mais avançado em prol do futuro da humanidade.

A cultura de cada pessoa e região, nutrida pelo ecossistema global, envolve um grande tesouro de sabedoria sem dono, ligado ao universo e ao know-how da vida diária, que é uma expressão desta sabedoria. Através do contato com culturas singulares e estilos de vida de outras pessoas, pode-se experimentar os magníficos ritmos da Mãe Natureza e sentir um senso de realização na vida.

O Sutra de Lótus, considerado a suprema escritura no Budismo, ensina o conceito de shoho jisso (que significa a verdadeira entidade de todos os fenômenos) [6]. Isso demonstra que as características únicas de uma pessoa são uma expressão direta dos valores cósmicos e universais, Baseado neste espírito tolerante do Budismo, a Soka Gakkai Internacional há muito tem conduzido intercâmbio cultural com 115 países, cada qual com sua própria herança cultural distinta. 

Enquanto aprende erudição e sabedoria de cada cultura e as transmite a outras culturas, a SGI tem se empenhado para abrir caminho de coexistência com a natureza, associando e sublimando a sabedoria de todas as culturas. 

Por exemplo, como parte de esforço para educar o público sobre a importância de corrigir a disparidade no desenvolvimento entre o Norte e o Sul, a  SGI realizou a  Exposição sobre Direitos Humanos e das Crianças (com a colaboração do Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef), e a Exposição UNICEF e as Crianças do Mundo

Para a Cúpula da Terra, os planos da SGI de apoiar as Nações Unidas com a realização de uma exposição no Rio de Janeiro intitulada “O Desbravar do Século da Vida: Exposição sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento”.

A ideia de ecologia humana defendida pelo Conselho de Ecologia Humana da Comunidade Britânica é o mesmo que shoho jisso.

 

Espero que as valiosas experiências de Conselho durante os últimos trinta anos nos campos do intercâmbio cultural com as pessoas nativas em todo o mundo, a promoção de compreensão mútua e a formação de um consenso entre os diversos povos e mais recentemente, a preservação de florestas, bem como a sabedoria e o conhecimento atingido e partir destas experiências, irão se tomar um “modelo” para uma solidariedade mundial mais ampla e será firmemente refletida na orientação da Conferência Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.

Notas:

[1] Discurso do vice-presidente executivo Zena Saysh em Yokohama na reunião da CHEC, em Yokohama, em 25 de agosto de 1990.

[2] Ver Myoraku (Chan-jan), Hokke’gengi shakusen, vol, 14, pp, 33-919

[3] Funi (=ni narazu) é a forma abreviada de “ni ni shite ni narazu” que significa “dois mas não dois”. Os dois são distintos mas unidos.Ver texto Myoraku citado na nota 2

[4] Em um discurso que proferi na 37ª Reunião Geral da Soka Gakkai em 17 de novembro de 1974, clamei pelo estabelecimento de uma “economia ambiental cíclica”

[5] Asahi Shimbum, 15 de janeiro de 1992

[6] Shoho significa literalmente “várias leis”, isto é, todas as coisas, o mundo fenomenal, por meio do qual a tradução literal “jisso” significa que todos os fenômenos neste mundo são diretamente a verdade absoluta. Ver Hokekyo narabi ni Kaiketsu (O Sutra de Lótus e a Abertura e Fechamento dos Sutras, Seikyo Shimbunsha, pp 154-155. Hokekyo (O Sutra de Lótus), Capítulo Hoben (2º)

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Instituto Soka Amazônia participa em Seminário Integrado promovido por UNIR e UFAC

Entre os dias 4 e 6 de novembro aconteceu o I Seminário Integrado – Diálogos sobre Meio Ambiente e Sociedades na Amazônia, promovido pelo  Centro de Estudos e Pesquisa do Humanismo Ikeda (Cephik) da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e o Grupo de Estudos do Léxico e Narrativas da Amazônia Legal (Gelnal) da Universidade Federal do Acre (Ufac).

O evento contou ainda com a parceria do Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Educação Ambiental no contexto Amazônico (GPIEA/UNIR) e  Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Estado e Territórios na Fronteira Amazônica (Gepe-Front/UNIR).

Realizado em um momento crítico do ponto de vista climático para a Amazônia, o Seminário reuniu uma ampla rede de pesquisadores, cientistas, estudantes, gestores e membros da comunidade acadêmica para promover diálogos e troca de conhecimentos dentro das temáticas Ecossistemas e Impactos Socioambientais, Restauração Florestal, Tecnologias Sociais e Educação Ambiental.

O Instituto Soka Amazônia participou com as palestras A Eficácia do Plantio Florestal considerando Diferentes Topografias em Manaus, proferida pelo Mestre em Ciências de Florestas Tropicais e coordenador da Divisão de Proteção da Natureza, Rodrigo Izumi, e Perspectiva de criação de valor na educação ambiental: estudo de caso do Instituto Soka Amazônia, ministrada pela doutora em Economia e coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do Instituto, Tamy Kobashikawa.

Painéis do Seminário:

  • Restauração de Ecossistemas, com Prof. Dr. Antonio José de Araujo (ACLER)
  • A eficácia do plantio florestal considerando diferentes topografias em Manaus/AM, com Ms. Rodrigo Yuiti Izumi (Instituto Soka Amazônia)
  • Educação Ambiental no Contexto Amazônico, com Prof. Dr. Clarides Henrich de Barba (UNIR) e Sandra Santos Costa (UNIR).
  • Queimadas e Crise Hídrica na Amazônia: impactos e consequências socioambientais, com Esp. Caê Aires Moura Lacerda (Censipam)
  • Experiências de Tecnologias Sociais Sustentáveis para a Amazônia, com Profª. Drª. Denise Machado Duran Gutierrez (INPA)
  • Linguagem, Ambiente e Identidade: o léxico do seringueiro acreano, com Profª. Drª. Márcia Verônica Ramos de Macêdo (UFAC)
  • Entre Redes e Lendas: o léxico dos pescadores do município de Raposa/MA, com Profª. Drª. Raquel Pires Costa (Universidade Federal do Maranhão)
  • Viabilidade de Sementes Florestais Nativas por Raio-X e Scanner: contribuições para a restauração florestal na Amazônia, com Drª. Lydiane Lúcia de Sousa Bastos (CSNAM)
  • Perspectiva de Criação de Valor na Educação Ambiental: estudo de caso do Instituto Soka Amazônia, com Dra. Tamy Kobashikawa (Instituto Soka Amazônia)
  • Desafios do Antropoceno, com Dra. Cintia Okamura (Cetesb). 

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Uniting for Nature, relatório produzido por organizações religiosas é apresentado na COP da Biodiversidade (COP16)

Ao lado de iniciativas de todos os continentes, o Instituto Soka Amazônia é destacado no Relatório, produzida pela coalização internacional Faiths for Biodiversity, por sua atuação na conservação e educação ambiental

No sábado, 2 de novembro, a Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP16), foi encerrada em Cali, Colômbia, sem um consenso satisfatório em prol da proteção da biodiversidade, mas, com avanços pela representatividade e grande pluralidade das manifestações das organizações e representantes da sociedade civil em prol da defesa da biodiversidade. 

Entre  as contribuições apresentadas está o Relatório Uniting for Nature – Faiths at the Forefront of Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework Implementation (em tradução livre: Unindo pela natureza – fés na vanguarda da implementação da Estrutura Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal). 

A publicação foi lançada pela coalizão internacional Faiths for Biodiversity  que reúne organizações religiosas em defesa da biodiversidade.   

O  Relatório apresentou exemplos de iniciativas em todos os continentes com significativa atuação em prol da conservação biodiversidade, entre as quais o Instituto Soka Amazônia, organização não-governamental de atuação ambiental mas que se alinha filosoficamente à Soka Gakkai Internacional (SGI).

Além de realizar a gestão da Reserva Particular do Patrimônio Natural Daisaku Ikeda (RPPN Daisaku Ikeda), o Instituto Soka  apoia pesquisas científicas sobre a Amazônia, promove programas de educação ambiental e dá continuidade ao trabalho de restauração ecológica iniciado há quase 30 anos por associados da Brasil SGI com plantio de mais de 20 mil árvores. 

O Relatório classificou a sede do Instituto Soka como “santuário para a biodiversidade da floresta”. Na Reserva foram identificadas mais de 400 árvores matrizes de espécies com risco de extinção.  Para garantir a perpetuidades dessas espécie é feito a coleta de sementes com variedade genética; monitoramento da biodiversidade contando com o apoio de universidades; plantios de espécies nativas amazônicas e um relevante trabalho de educação e sensibilização social com o objetivo de contribuir para a  integridade ecológica da Amazônia. 

Para ler o relatório completo, acesse https://www.biodiversity.faith/report 

Como organizações baseadas na fé protegem a biodiversidade

  • Envolvimento da comunidade e participação inclusiva: reúne grupos, incluindo mulheres, jovens e crianças em atividades como plantio de árvores, jardinagem comunitária e educação ambiental. 
  • Educação e conscientização: criam  espaços inovadores para o aprendizado experimental; organizam conferências e workshops; desenvolvem programas educacionais que conectam os ensinamentos espirituais com o cuidado ambiental. 
  • Restauração e conservação de ecossistemas : atividades, desde restauração de planícies aluviais e florestas até o estabelecimento de santuários de vida selvagem e promoção da conservação de espécies nativas.
  • Práticas sustentáveis e gerenciamento de recursos : estão na vanguarda da promoção da agrofloresta, gestão sustentável da água, consumo ético e proteção de espécies. proteção de espécies.
  • Defesa de políticas e abordagens baseadas em direitos : se engajam ativamente na formulação de políticas, defendendo para proteções ambientais mais fortes e promovendo abordagens baseadas em direitos para a conservação.
  • Colaboração inter-religiosa e intersetorial: redes baseadas na fé reunem cada vez mais diversas tradições religiosas, perspectivas indígenas e organizações seculares para criar abordagens holísticas para a conservação da biodiversidade.

O QUE É 

É uma coalizão internacional de organizações religiosas mobilizando e defendendo ações para deter e reverter a perda de biodiversidade. Estabelecida após a Cúpula das Nações Unidas sobre Biodiversidade em 2020, a coalizão é dedicada a promover a implementação da Estrutura Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (KMGBF) 

Desde a adoção da Estrutura Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal (KMGBF), as organizações religiosas organizações religiosas continuaram a liderar os esforços locais para restaurar ecossistemas degradados e proteger a biodiversidade, envolvendo as comunidades locais no aprendizado sobre a natureza e a necessidade de sua proteção. 

A iniciativa oferece um espaço exclusivo para organizações religiosas, grupos de conservação e outras grupos de conservação e outras organizações da sociedade civil para formar redes, compartilhar recursos e colaborar na defesa da biodiversidade em eventos internacionais importantes. Faiths for Biodiversity também trabalha para aumentar a compreensão das preocupações com a biodiversidade entre as organizações de fim religioso e fortalecer sua capacidade de participar dos esforços de conservação da biodiversidade.  

Participe também da proteção da Amazônia

Com seu apoio as ações e programas do Instituto Soka Amazônia alcançam milhares de vidas, ampliando a consciência para a proteção do meio ambiente e da biodiversidade amazônica.