Muito calor na rua? A solução está no plantio de árvores!

Sensação térmica beirando o insuportável é resultado direto da escassez de áreas verdes

As cidades brasileiras são naturalmente quentes devido a boa parte do território nacional se encontrar em região tipicamente tropical. Devido a isso, alguns municípios possuem verões com temperaturas muito acima do suportável, “com temperaturas acima de 50ºC”, segundo o biólogo Diego Brandão, ocasionando baixíssimos índices de umidade relativa do ar. Tal fato ocorre devido o crescimento desordenado dos centros urbanos ter sido realizado à custa da remoção de grande parte da vegetação que resultou em edifícios, casas, indústrias, asfalto e outras construções, em sua maioria, compostas de concreto e cimento, materiais que retém o calor. Diego cita ainda que o aumento de temperatura nas cidades também acontece devido à mudança climática  causada pelas atividades humanas. O IPCC 2021 colocou em seu relatório que o aumento da temperatura global na superfície do solo entre 2011 e 2020 foi registrada entre 1,34 e 1,83° C mais alta em comparação a média entre 1850 e 1900[i]. E pior: aumentam a incidência da radiação solar direta e da radiação de onda longa[ii], modifica a direção dos ventos, altera os ciclos de precipitação (chuvas).

Some-se a tudo isso o aumento da impermeabilização do solo nos centros urbanos, além dos grandes níveis de gases poluentes emitidos de maneiras diferentes. É assim que se modificou radicalmente o clima nas cidades, que levou à ocorrência de temperaturas muito altas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar. A consequência mais evidente, além do calor, é o prejuízo na saúde dos habitantes.

Asfalto e concreto retém a radiação solar, o que aquece a superfície terrestre. O mormaço que sentimos na rua é relacionado diretamente a esses dois componentes. Agora: experimente ir para a sombra de uma árvore. Pronto! O frescor que alivia o desconforto é a resposta ao problema, não é papo de eco-chato. A sombra de uma árvore pode baixar até 10ºC a temperatura em relação à exposição direta ao sol. Não é achismo, é fato.

As árvores amenizam o desequilíbrio térmico criado pela grande concentração de gás carbônico somado ao calor retido pelo asfalto e concreto. Portanto a arborização urbana é a melhor maneira de retificar o estrago, além de proporcionar bem estar, tanto orgânico como visual – não há como negar que o verde embeleza as cidades e nos causa irreprimível deleite.

Um estudo realizado em 2015[iii] pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encabeçada pelo médico Anderson Martelli e o biólogo Arnaldo Rodrigues Santos, analisou a relação entre a arborização urbana no município de Itapira-SP e sua influência no conforto térmico.

Os dados foram coletados em um parque bem arborizado, uma praça com unidades arbóreas isoladas e em uma área desprovida de vegetação. Os resultados mostraram que a arborização influencia os valores de temperatura e umidade relativa do ar, indicando uma necessidade de arborização na área urbana, como condicionante de conforto térmico. Está muito bem estabelecida a função exercida pela arborização na redução do calor gerado no ambiente urbano, proporcionando um microclima com condições de conforto térmico favorável, redução da insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade dos ventos, desempenhando assim, um importante papel na melhoria das condições ambientais das cidades e qualidade de vida de seus habitantes.

Simples assim. Além do que está descrito acima, as árvores exercem ainda uma importante função dentro do espaço urbano: reparar, dentro do possível, os estragos causados pelo dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas no planeta. Isso acontece principalmente devido à fotossíntese, que é a troca gasosa realizada pelas plantas, removendo o CO2 da atmosfera e liberando oxigênio, gás essencial para a sobrevivência humana.

Outro estudo realizado na Universidade Federal de Goiás, na capital Goiânia, demonstrou que numa mesma cidade, há climas diferentes entre bairros que possuem mais verde e outros que têm mais asfalto. Realizada num período de um ano, a pesquisa comprovou o que já se suspeitava: há bairros 8ºC mais frescos devido à maior quantidade de verde.

Em um bairro de comércio, onde não existem árvores, onde tudo é asfaltado e o trânsito é ruim o dia todo. Às três da tarde o termômetro marcou 39.8ºC. E a umidade relativa do ar era de 14%. A equipe se deslocou para outra região, onde há vasta arborização, um dos maiores parques da cidade. Ali o termômetro marcou 32,2ºC. Isso no mesmo dia. E a unidade relativa do ar? No parque estava em 40%!

Há que se repensar urgentemente na melhoria da qualidade de vida das populações urbanas. Arborizar as cidades é fundamental. Com mais árvores, a condição do ar melhora, assim como o regime de chuvas e os ciclos dos ventos e, consequentemente, a umidade do ar.

Fontes:

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-relacao-entre-arvores-e-o-clima-das-cidades/ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/relacao-entre-arvores-e-temperaturas-vira-tema-de-estudo-em-universidade.html


[i] : IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessmentreport-working-group-i/ Acesso em: 28 out. 2021.

[ii] A radiação de onda longa é o fluxo radiante de energia resultante da emissão dos gases atmosféricos e de superfícies líquidas e sólidas da Terra. A maior parte da radiação emitida pela Terra e pela atmosfera está contida no intervalo de 4 a 100 mm e por isto recebe a denominação de radiação de onda longa.

[iii] file:///C:/Users/Mo/Downloads/15968-87501-1-PB.pdf

Muito calor na rua? A solução está no plantio de árvores!

Sensação térmica beirando o insuportável é resultado direto da escassez de áreas verdes

As cidades brasileiras são naturalmente quentes devido a boa parte do território nacional se encontrar em região tipicamente tropical. Devido a isso, alguns municípios possuem verões com temperaturas muito acima do suportável, “com temperaturas acima de 50ºC”, segundo o biólogo Diego Brandão, ocasionando baixíssimos índices de umidade relativa do ar. Tal fato ocorre devido o crescimento desordenado dos centros urbanos ter sido realizado à custa da remoção de grande parte da vegetação que resultou em edifícios, casas, indústrias, asfalto e outras construções, em sua maioria, compostas de concreto e cimento, materiais que retém o calor. Diego cita ainda que o aumento de temperatura nas cidades também acontece devido à mudança climática  causada pelas atividades humanas. O IPCC 2021 colocou em seu relatório que o aumento da temperatura global na superfície do solo entre 2011 e 2020 foi registrada entre 1,34 e 1,83° C mais alta em comparação a média entre 1850 e 1900[i]. E pior: aumentam a incidência da radiação solar direta e da radiação de onda longa[ii], modifica a direção dos ventos, altera os ciclos de precipitação (chuvas).

Some-se a tudo isso o aumento da impermeabilização do solo nos centros urbanos, além dos grandes níveis de gases poluentes emitidos de maneiras diferentes. É assim que se modificou radicalmente o clima nas cidades, que levou à ocorrência de temperaturas muito altas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar. A consequência mais evidente, além do calor, é o prejuízo na saúde dos habitantes.

Asfalto e concreto retém a radiação solar, o que aquece a superfície terrestre. O mormaço que sentimos na rua é relacionado diretamente a esses dois componentes. Agora: experimente ir para a sombra de uma árvore. Pronto! O frescor que alivia o desconforto é a resposta ao problema, não é papo de eco-chato. A sombra de uma árvore pode baixar até 10ºC a temperatura em relação à exposição direta ao sol. Não é achismo, é fato.

As árvores amenizam o desequilíbrio térmico criado pela grande concentração de gás carbônico somado ao calor retido pelo asfalto e concreto. Portanto a arborização urbana é a melhor maneira de retificar o estrago, além de proporcionar bem estar, tanto orgânico como visual – não há como negar que o verde embeleza as cidades e nos causa irreprimível deleite.

Um estudo realizado em 2015[iii] pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encabeçada pelo médico Anderson Martelli e o biólogo Arnaldo Rodrigues Santos, analisou a relação entre a arborização urbana no município de Itapira-SP e sua influência no conforto térmico.

Os dados foram coletados em um parque bem arborizado, uma praça com unidades arbóreas isoladas e em uma área desprovida de vegetação. Os resultados mostraram que a arborização influencia os valores de temperatura e umidade relativa do ar, indicando uma necessidade de arborização na área urbana, como condicionante de conforto térmico. Está muito bem estabelecida a função exercida pela arborização na redução do calor gerado no ambiente urbano, proporcionando um microclima com condições de conforto térmico favorável, redução da insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade dos ventos, desempenhando assim, um importante papel na melhoria das condições ambientais das cidades e qualidade de vida de seus habitantes.

Simples assim. Além do que está descrito acima, as árvores exercem ainda uma importante função dentro do espaço urbano: reparar, dentro do possível, os estragos causados pelo dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas no planeta. Isso acontece principalmente devido à fotossíntese, que é a troca gasosa realizada pelas plantas, removendo o CO2 da atmosfera e liberando oxigênio, gás essencial para a sobrevivência humana.

Outro estudo realizado na Universidade Federal de Goiás, na capital Goiânia, demonstrou que numa mesma cidade, há climas diferentes entre bairros que possuem mais verde e outros que têm mais asfalto. Realizada num período de um ano, a pesquisa comprovou o que já se suspeitava: há bairros 8ºC mais frescos devido à maior quantidade de verde.

Em um bairro de comércio, onde não existem árvores, onde tudo é asfaltado e o trânsito é ruim o dia todo. Às três da tarde o termômetro marcou 39.8ºC. E a umidade relativa do ar era de 14%. A equipe se deslocou para outra região, onde há vasta arborização, um dos maiores parques da cidade. Ali o termômetro marcou 32,2ºC. Isso no mesmo dia. E a unidade relativa do ar? No parque estava em 40%!

Há que se repensar urgentemente na melhoria da qualidade de vida das populações urbanas. Arborizar as cidades é fundamental. Com mais árvores, a condição do ar melhora, assim como o regime de chuvas e os ciclos dos ventos e, consequentemente, a umidade do ar.

Fontes:

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-relacao-entre-arvores-e-o-clima-das-cidades/ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/relacao-entre-arvores-e-temperaturas-vira-tema-de-estudo-em-universidade.html


[i] : IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessmentreport-working-group-i/ Acesso em: 28 out. 2021.

[ii] A radiação de onda longa é o fluxo radiante de energia resultante da emissão dos gases atmosféricos e de superfícies líquidas e sólidas da Terra. A maior parte da radiação emitida pela Terra e pela atmosfera está contida no intervalo de 4 a 100 mm e por isto recebe a denominação de radiação de onda longa.

[iii] file:///C:/Users/Mo/Downloads/15968-87501-1-PB.pdf