Sauins-de-coleira se estabelecem no Instituto Soka Amazônia

Desde novembro de 2021, a família desse primata ameaçado está se adaptando ao novo espaço e parece estar totalmente ambientada

O sauim-de-coleira é um dos xodós da população de Manaus-AM, por causa de sua presença em diversos fragmentos florestais do Amazonas. Devido a isso, é muitas vezes chamado de sauim-de-manaus ou de sauim-de-duas-cores.

Desde o último mês de novembro, uma família desses primatas foi alocada na reserva do Instituto Soka Amazônia, afinal seu habitat natural está sendo cada vez mais perdido devido ao crescimento desordenado da região.

“Dos 9 animais do grupo, três se separaram, mas se juntam esporadicamente. Esse grupo menor dificilmente é avistado”, contou o professor doutor em Zoologia da Universidade Federal do Amazonas -UFAMA, Marcelo Gordo, responsável pela captura e soltura da família.

Família de Sauins se ambientando no Instituto Soka Amazônia

Segundo ele, o grupo maior, com os 6 indivíduos, tem explorado bem novas áreas dentro da Reserva, voltando sempre para se alimentar nas plataformas elevadas, abastecidas com bananas todos os dias.

Embora sejam competidores naturais por território e alimentos dos sauins, os macacos de cheiro que já eram abundantes na reserva, até o momento não têm causado problemas. “Nessa época de chuvas há muitas árvores com frutos disponíveis para ambas as espécies”, ressalta o professor.

Na última semana de janeiro, o grupo principal com 6 indivíduos foi avistado. “Estão frequentando com menos frequência as plataformas de alimentação, provavelmente pela fartura de alimentos na mata. Aparentemente estão muito bem”, detalhou, “infelizmente, o grupo menor com 3 animais não foi mais avistado”.

Uma espécie em constante ameaça

Desde 1997 a redução de seu habitat natural fez com que a população desse simpático primata fosse diminuída em 80%. Hoje restam 7,5 mil km² (nos) em partes dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

Tanto a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) quanto o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), colocam a espécie no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. A estimativa atual é de que ainda existam mais de 45 mil sauins-de-coleira na natureza, com mais de 20 mil adultos entre eles. A cada ano, no entanto, eles perdem mais de 250 km² de habitat: 80% para o desmatamento e 20% pela ocupação do seu principal concorrente: o sagui-de-mãos-douradas.

Fonte:https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/mamiferos/saium-de-coleira

Sauins-de-coleira se estabelecem no Instituto Soka Amazônia

Desde novembro de 2021, a família desse primata ameaçado está se adaptando ao novo espaço e parece estar totalmente ambientada

O sauim-de-coleira é um dos xodós da população de Manaus-AM, por causa de sua presença em diversos fragmentos florestais do Amazonas. Devido a isso, é muitas vezes chamado de sauim-de-manaus ou de sauim-de-duas-cores.

Desde o último mês de novembro, uma família desses primatas foi alocada na reserva do Instituto Soka Amazônia, afinal seu habitat natural está sendo cada vez mais perdido devido ao crescimento desordenado da região.

“Dos 9 animais do grupo, três se separaram, mas se juntam esporadicamente. Esse grupo menor dificilmente é avistado”, contou o professor doutor em Zoologia da Universidade Federal do Amazonas -UFAMA, Marcelo Gordo, responsável pela captura e soltura da família.

Família de Sauins se ambientando no Instituto Soka Amazônia

Segundo ele, o grupo maior, com os 6 indivíduos, tem explorado bem novas áreas dentro da Reserva, voltando sempre para se alimentar nas plataformas elevadas, abastecidas com bananas todos os dias.

Competidores naturais

Embora sejam competidores naturais por território e alimentos dos sauins, os macacos de cheiro que já eram abundantes na reserva, até o momento não têm causado problemas. “Nessa época de chuvas há muitas árvores com frutos disponíveis para ambas as espécies”, ressalta o professor.

Na última semana de janeiro, o grupo principal com 6 indivíduos foi avistado. “Estão frequentando com menos frequência as plataformas de alimentação, provavelmente pela fartura de alimentos na mata. Aparentemente estão muito bem”, detalhou, “infelizmente, o grupo menor com 3 animais não foi mais avistado”.

Uma espécie em constante ameaça

Desde 1997 a redução de seu habitat natural fez com que a população desse simpático primata fosse diminuída em 80%. Hoje restam 7,5 mil km² (nos) em partes dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara.

Tanto a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) quanto o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), colocam a espécie no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. A estimativa atual é de que ainda existam mais de 45 mil sauins-de-coleira na natureza, com mais de 20 mil adultos entre eles. A cada ano, no entanto, eles perdem mais de 250 km² de habitat: 80% para o desmatamento e 20% pela ocupação do seu principal concorrente: o sagui-de-mãos-douradas.

Fonte:https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/mamiferos/saium-de-coleira

Família de Sauim-de-coleira tem novo endereço

Sauim de Manaus
O Instituto Soka Amazônia recebeu seus novos moradores em novembro de 2021

A cidade de Manaus é lar de muitas espécies de flora e fauna. Uma das que fazem a alegria e é a paixão dos moradores é o Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), também conhecido por sauim-de-Manaus, sagui-de-duas-cores, sagui-de-cara-nua. Uma família dessa espécie de primatas foi toda alocada no Instituto Soka Amazônia em novembro último e está se adaptando bem, para alegria de toda equipe.

Manaus é uma cidade que segue crescendo e essa expansão acaba por deixar fragmentos de mata nativa no meio urbano. Sempre que se cogita derrubar algum pedaço desses fragmentos, todo um estudo envolvendo captura, soltura e adaptação da fauna, é feito. O biólogo, mestre em Ecologia e doutor em Zoologia e pesquisador pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Gordo, ressaltou que muito antes da soltura dessa família de Sauim, ela já vinha sendo monitorada para conhecer seus hábitos ao mesmo tempo em que se buscavam locais que poderiam servir de lar.

“É sempre um risco. Minha preocupação inicial com a reserva do Instituto Soka era a grande quantidade de macacos-de-cheiro que predominam ali. Poderia haver disputa por território”, completou. “Mas era fundamental manter essa família de sauim próxima da área a que já estava acostumada, ou a adaptação poderia ser traumática. E a área do Instituto era a ideal”.

Fêmea alfa

Uma singularidade dessa espécie é a presença da fêmea alfa.

“A monitorização possibilitou a identificação da fêmea alfa. Com a sua captura os demais membros se mantêm próximos e isso facilita o processo”, explicou. Apreendidos todos os indivíduos, eles foram levados ao laboratório do ICMBio para coleta de material para exames, colocação de microchip, coleira rádio na fêmea alfa. Por meio desses dispositivos será possível saber com certa precisão como está toda a família.

Isso porque só a fêmea alfa reproduz e o Sauim é uma espécie em risco. Segundo a categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil, ele figura como “Criticamente em Perigo” (CR), devido especialmente à expansão urbana. Cerca de 80% de seu habitat foi perdido desde 1997 e, em consequência, 80% de sua população igualmente se reduziu. Restam somente 46.500 indivíduos segundo a última estimativa. Destes, cerca de 20 mil são adultos, mas a tendência populacional segue, infelizmente, em declínio, daí a importância de se proteger e garantir a adaptação de toda essa família em seu novo endereço.

Segue uma tabela com as características principais:

História de vida

Fonte:https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7232-mamiferos-saguinus-bicolor-sauim-de-coleira

Família de Sauim-de-coleira tem novo endereço

Sauim de Manaus
O Instituto Soka Amazônia recebeu seus novos moradores em novembro de 2021

A cidade de Manaus é lar de muitas espécies de flora e fauna. Uma das que fazem a alegria e é a paixão dos moradores é o Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), também conhecido por sauim-de-Manaus, sagui-de-duas-cores, sagui-de-cara-nua. Uma família dessa espécie de primatas foi toda alocada no Instituto Soka Amazônia em novembro último e está se adaptando bem, para alegria de toda equipe.

Manaus é uma cidade que segue crescendo e essa expansão acaba por deixar fragmentos de mata nativa no meio urbano. Sempre que se cogita derrubar algum pedaço desses fragmentos, todo um estudo envolvendo captura, soltura e adaptação da fauna, é feito. O biólogo, mestre em Ecologia e doutor em Zoologia e pesquisador pelo Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio), Marcelo Gordo, ressaltou que muito antes da soltura dessa família de Sauim, ela já vinha sendo monitorada para conhecer seus hábitos ao mesmo tempo em que se buscavam locais que poderiam servir de lar.

“É sempre um risco. Minha preocupação inicial com a reserva do Instituto Soka era a grande quantidade de macacos-de-cheiro que predominam ali. Poderia haver disputa por território”, completou. “Mas era fundamental manter essa família de sauim próxima da área a que já estava acostumada, ou a adaptação poderia ser traumática. E a área do Instituto era a ideal”.

Fêmea alfa

Uma singularidade dessa espécie é a presença da fêmea alfa.

“A monitorização possibilitou a identificação da fêmea alfa. Com a sua captura os demais membros se mantêm próximos e isso facilita o processo”, explicou. Apreendidos todos os indivíduos, eles foram levados ao laboratório do ICMBio para coleta de material para exames, colocação de microchip, coleira rádio na fêmea alfa. Por meio desses dispositivos será possível saber com certa precisão como está toda a família.

Isso porque só a fêmea alfa reproduz e o Sauim é uma espécie em risco. Segundo a categoria e critério para a avaliação da espécie no Brasil, ele figura como “Criticamente em Perigo” (CR), devido especialmente à expansão urbana. Cerca de 80% de seu habitat foi perdido desde 1997 e, em consequência, 80% de sua população igualmente se reduziu. Restam somente 46.500 indivíduos segundo a última estimativa. Destes, cerca de 20 mil são adultos, mas a tendência populacional segue, infelizmente, em declínio, daí a importância de se proteger e garantir a adaptação de toda essa família em seu novo endereço.

Segue uma tabela com as características principais:

História de vida

Fonte:https://www.icmbio.gov.br/portal/faunabrasileira/estado-de-conservacao/7232-mamiferos-saguinus-bicolor-sauim-de-coleira