Março: mês de cuidar do Planeta

O mês de março é um símbolo de mudança de ciclos, como o fim do verão, e que faz renascer esperança. O período é marcado por datas que incentivam reflexões e mobilizações em prol da proteção e saúde do meio ambiente e do planeta.  

16 de março – Dia Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas 

Um chamado para proteção dos ecossistemas, combate à poluição por meio da redução de resíduos sólidos e do consumo de combustíveis fósseis. A data, criada por uma lei federal, faz alusão ao Protocolo de Kyoto, um dos primeiros tratados internacionais a reduzir a emissão de gases causadores do aquecimento global.

 

 21 de março – Dia Internacional das Florestas 

Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), a data chama a atenção para a preservação e o manejo sustentável das florestas. No mundo, as florestas  abrigam cerca de 80% da biodiversidade do planeta e são vitais para o equilíbrio climático, entre outros benefícios para a humanidade.    

22 de março – Dia Mundial da Água 

Criada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, a data convida à consciência para a proteção do bem mais essencial à  vida das populações e equilibro do planeta e traz o alerta para necessidade de uso consciente,  proteção de rios, nascentes e todos os sistemas aquáticos.

O Instituto Soka, ao longo de todo o mês de março, proporciou aos participantes  do programa Academia Ambiental oportunidades de aprender sobre importância a de cada uma dessas datas e atuar pela proteção do meio ambiente.  

No laboratório de sementes, no meliponário e nas trilhas da Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Daisaku Ikeda, os alunos da rede pública de ensino de Manaus (AM), aprendem sobre os mecanismos da natureza para a proteção da vida e a importância de preservá-los.   

“Eles aprendem o impacto desses fenômenos nas florestas com a perda da biodiversidade, diminuição de polinizadores e a alteração no regime das chuvas e reconhecem importância de tornarem-se protetores do meio ambiente”, explica Rodrigo Izumi, coordenador da Divisão de Proteção da Natureza do Instituto Soka Amazônia. 

Celebrando o Dia da Água, os estudantes descobrem curiosidades sobre os rios Negro e o Solimões presenciando o fenômeno Encontro das Águas “Diante desse cenário eles se conscientizam sobre evitar desperdício e poluição dos rios e igarapés”, completa Carla Osawa, assistente de comunicação e voluntária do programa. 

“Eles aprendem o impacto desses fenômenos nas florestas com a perda da biodiversidade, diminuição de polinizadores e a alteração no regime das chuvas e reconhecem importância de tornarem-se protetores do meio ambiente”, explica Rodrigo Izumi, coordenador da Divisão de Proteção da Natureza do Instituto Soka Amazônia. 

Celebrando o Dia da Água, os estudantes descobrem curiosidades sobre os rios Negro e o Solimões presenciando o fenômeno Encontro das Águas “Diante desse cenário eles se conscientizam sobre evitar desperdício e poluição dos rios e igarapés”, completa Carla Osawa, assistente de comunicação e voluntária do programa. 

Árvores nas escolas e praças

A partir de março, o programa Academia Ambiental, que ganhou a certificação de Sala Verde do Ministério do Meio Ambiente, passou a incorporar o plantio de árvores nas escolas com a participação dos estudantes.  

“Queremos dar a oportunidades de vivenciarem o cuidado com a natureza e fazerem algo para mudar suas realidades. Isso é enriquecedor para o desenvolvimento deles como cidadãos, que é o objetivo também da Academia Ambiental”, explica Jean Dinelli, coordenador de educação ambiental do instituto.  

Na Escola Municipal Professora Francisca Campos Correa, os alunos plantaram mudas de açaí e ipê e ainda receberam a doação de outras espécies nativas, como chuva-de-ouro da-Amazônia, cupuaçu, ingá-chichica e bacuri-graúdo. 

Já na Escola Municipal Professor Themistocles Pinheiro Gadelha, as espécies escolhidas foram açaí e acerola, explica a engenheira florestal Karoline Emily.  “São espécies que os alunos conhecem e apreciam. Para nós, é gratificante vê-los tão felizes em plantar e cuidar dessas árvores”, comentou a especialista  

Para muitas das crianças é uma grande descoberta conhecer as árvores dos frutos que só consomem e a rica biodiversidade da região. Na Escola Municipal Antonina Borges de Sá, foram plantadas mudas de graviola e cupuaçu e foi feita doação de mudas de chuva-de-ouro-da-Amazônia, araçá-boi, taperebá, ingá-de-macaco, bacuri, pitomba, e bacaba, entre outras espécies da região. 

Quando não há espaço para plantio de árvores nas escolas, os alunos recebem doação de mudas ou realizam plantios em espaços públicos. Foi o caso da Escola Municipal Frei Mario Monacelli de Grello, no bairro Colônia Antonio Aleixo.

A programação de plantios em escolas participantes da Academia Ambiental Soka segue até o mês de novembro.

Comissão da Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente participa de vivência da Academia Ambiental Soka

a comissão de articulação regional para a Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente visitou a sede do Instituto Soka Amazônia na Reserva Particular de Patrimônio Natural Daisaku Ikeda, em Manaus (AM). O grupo, formado por grupo de jovens, educadores e representantes do Ministério da Educação (MEC) e da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc-AM), vivenciou práticas educativas da Academia Ambiental Soka que, este ano, foi certificada como Sala Verde pelo Ministério do Meio Ambiente.

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Guerreiras da Amazônia: homenagem a todas as mulheres

A floresta mais biodiversa do mundo tem o nome inspirado nas corajosas mulheres indígenas avistadas pelo espanhol Francisco Orellana no século XVI às margens do Rio Amazonas, em alusão às guerreiras da mitologia grega.

A homenagem não poderia ser mais justa para um território que também é uma “floresta de mulheres ” corajosas, que protegem, semeiam e cultivam vidas e empunham o arco e flecha de esperança e resiliência.

Neste Dia Internacional da Mulher, compartilhamos a visão e desafios de quatro mulheres amazônidas que representam e inspiram muitas outras no desejo de cuidar e proteger a vida.

Marcivana Sateré-Mawé

Ela foi a primeira mulher a liderar a coordenação dos Povos Indígenas de Manaus. Nascida no território tradicional do povo Sateré Mawé foi registrada como Marcivana Rodrigues Paiva. Mudou-se para Manaus ainda na infância, junto com sua família, em busca de condições melhores de educação e saúde.

“A história da minha família é a de muitas mulheres que saem de seus territórios em direção às grandes cidades para ter acesso aos serviços públicos e melhores oportunidades para os filhos. Todas precisam se munir de muita coragem para deixar seu território e ir para um lugar totalmente diferente e se reinventar”.

Sua mãe, dona Ana, foi sua grande inspiração como defensora dos direitos das mulheres e da preservação da tradição cultural dos povos indígenas.

“Eu sinto essa força em mulheres de todos as etnias. Elas protegem a vida de seus filhos, seus territórios e suas tradições. São mulheres com terçado na mão, nas roças, ou produzindo artesanato na cidade, sempre transmitindo sua cultura e tradição para as novas gerações. Lembro, na época da Covid, que muitas delas confeccionaram máscaras de tecido com símbolos de sua etnia”.

Para garantir a transmissão de seus saberes e tradições, elas também enfrentam muitos desafios.

“Há um sério desrespeito na atuação das mulheres por seus saberes ancestrais. Por exemplo, embora seja uma prática milenar, não há reconhecimento de uma mulher pajé e nem políticas públicas que garantam esse direito a elas.”

Crise climática, destruição da floresta e deslocamento forçado são dores sentidas especialmente pelas mulheres indígenas.

“Para nós, proteger o território é proteger o próprio corpo. Muitas vezes, as líderes da comunidade percebem o impacto das mudanças climáticas antes que os estudiosos. Uma parente me relatou que vinha percebendo folhas da maniva (planta cuja raiz é conhecida como mandioca ou macaxeira) queimar muito antes da seca ser declarada. Por ter uma relação de quase parentesco com a terra, elas percebem mais rapidamente os efeitos da crise climática.

Proteger a terra, e tudo que há nela, como missão ancestral.

Na cultura sateré-mawé aprendemos que no nukosen (o princípio de todo conhecimento, como uma espécie de paraíso) havia frutas bonitas, águas limpas e tudo era muito equilibrado porque era cuidado pelas mulheres. Essa também é a nossa própria origem do guaraná. Há uma relação de parentesco com a terra. O meio ambiente e o ser humano, ou melhor, os seres, não estão separados. Todos eles vivem em harmonia e todos eles dialoguem entre si".

Ter seus direitos e tradições respeitados é o desejo para todas as mulheres indígenas.

“O que está acontecendo no mundo, nos entristece, mas, continuaremos a existir. A transmissão do conhecimento ancestral não acaba, porque, para nós indígenas, mesmo após a morte, esse conhecimento continua a ser transmitido".

Márcia Verônica Ramos de Macêdo

Professora, acadêmica, escritora, mãe, avó e plantadora de árvores. Nascida em Guajará- Mirim, Rondônia, aos 10 anos mudou-se com a família para Rio Branco, no Acre, e seguiu o exemplo dos pais professores.

““Meu pai costumava dizer que meu marido era meu diploma. E de fato foi um caso de amor, pois sou professora desde os 18 anos. Tive como inspiração também outro Mestre, Daisaku Ikeda, que é o fundador do Instituto Soka Amazônia.”

Com doutorado e pos-doutorado, autora de livros sobre dialetologia regional, o léxico dos seringueiros e lendas da floresta, Márcia abraçou uma nova paixão ligada à Amazônia: plantar árvores.  Junto com seu pai, dirige uma ONG que planta cerca de 150 mudas de árvores frutíferas na cidade semanalmente. Orgulha-se de ser mãe do advogado e chef de cozinha, Carlos Vinícius, da advogada Ana Beatriz e da gastróloga Ana Ceila, além de ser a avó de Yasmin e Nathália.

“A força da mulher na Amazônia é marcada por uma conexão profunda com a terra e as tradições. Ela desempenha papéis fundamentais na preservação da cultura, das tradições e do meio ambiente, sendo líder de família e das suas comunidades. Frequentemente é a guardiã do saber tradicional, na medicina, nas práticas artesanais ou na transmissão da história, de geração em geração."

Gá muitas Amazônias e múltiplos, também, são os desafios nos caminhos das mulheres que lá vivem.

"O isolamento geográfico é um dos principais desafios, pois muitas comunidades estão localizadas em áreas remotas e de difícil acesso, dificultando a chegada de serviços básicos como saúde, educação e segurança."

A falta ou dificuldade de acesso à educação coloca a região Norte numa posição de alto índice de alfabetismo e baixa escolaridade e, consequentemente, com condição de vida menos privilegiada. A região Norte também exibe altos índices de violência doméstica. O Acre, em particular, tem o maio número de feminicídios na região.

"Apesar dos desafios, as mulheres amazônidas encontram forças nas suas raízes, na solidariedade entre as mulheres e na sua relação com a natureza. Elas também protagonizam a luta por direitos, por educação e por um futuro mais justo para suas famílias e comunidades. É uma mulher que se reinventa, se fortalece e se transforma, sendo pilar essencial para a resistência e a construção de um futuro mais sustentável e igualitário na região".

Em um território cultural e biodiverso, múltiplas também são as mulheres.

"A mulher amazônida é símbolo de coragem. Vemos na Amazônia essa força das mulheres indígenas, ribeirinhas, quilombolas, negras, rurais, urbanas e de outras diversas realidades. Desejo a todas que façam o seu sonho acontecer, que acreditem no seu potencial. "

Dona Raimunda Pereira Viana, do Catalão

Professora, mãe, líder comunitária, ribeirinha, vive na vila de casas flutuantes, a cidade sobre as águas

"“Passei por muitas situações difíceis. Perdi minha mãe quando eu tinha 4 anos. Meu pai tinha sete filhos e foi só luta. Mas sempre com fé a gente foi vivendo e vencendo. Hoje, com 63 anos, não me troco por duas novinhas de 20. Tenho tido a graça da saúde, da força e da coragem."

Nascida próximo a uma aldeia indígena na região do Alto Juruá e Rio Xeruã, Raimunda Pereira Viana, é conhecida como dona Rai do Catalão, mas, poderia ser chamada de Coragem ou Resiliência, pois, como disse, nunca perde a esperança. 

“A força da mulher da Amazônia, para mim, é inexplicável. A gente tira de onde não tem e sempre consegue resolver as situações. E são muitos os desafios. Somos sujeitas a abusos, preconceitos e perigos constantes”.

Uma vida entre e sobre os rios.

“Faz um tempo que vim morar no Lago Catalão. Vim descendo, descendo, o rio Juruá, Xeruã, Solimões e estou agora aqui próximo ao Encontro das Águas onde se encontram o Rio Negro e Solimões. Vivo no Catalão, uma comunidade flutuante, conhecida como cidade sobre as águas."

Professora certificada, Dona Raimunda é líder comunitária há mais de 20 anos. Su marca é habilidade de reunir pessoas para ajudar.

“Ser mulher na Amazônia é isso: acordar muito cedo e ir pra labuta, pegar o seu transporte e ir pro rio pra fazer o que precisa ser feito”.

Dinâmica e inquieta, Dona Raimunda responde a nossa pergunta enquanto dirige um barco:

“Tenho orgulho de ser amazonense e usufruir dessa natureza, do nosso verde. Estou atravessando agora o rio, dirigindo o barco com outro barco atrás".

Aprendendo com o ritmo constante das águas.

“Moramos sobre as águas, em casas flutuantes. Todos os dias estamos como se estivéssemos em um barco, flutuando. Agora estou do outro lado do rio.

Ressurgir sempre, como águias.

“Às vezes quero pendurar a chuteira devido as dificuldades e falta de apoio. Mas meus sonhos nunca cessa, cada vez tenho mais sonhos. Sem sonhos a mulher da Amazônia não tem vida. Somos como águias, quando estamos muito cansadas, paramos, pensamos e somos renovadas."

Eliane Rocha

Paraense, nascida na cidade de Óbidos, chegou a Manaus na infância. Na grande cidade formou-se, tornou-se mãe de três filhos e avó de quatro netos. Construiu uma carreira de 27 anos na área de Recursos Humanos e orgulha-se por atuar em uma empresa que oferece oportunidades de crescimento profissional para jovens mães

“A força da mulher na Amazônia está na sua resiliência e na sua capacidade de transformar desafios em oportunidades. Muitas são mães solo, que assumem sozinhas a responsabilidade de criar seus filhos, trabalhando incansavelmente para garantir um futuro melhor."

Desde o início de sua instalação no bairro da Compensa, na zona Leste de Manaus, a indústria Gaia Eco, identificou a difícil realidade presente em muitas periferias das cidades brasileiras: um grande número de jovens mães, solteiras, desempregadas e que se responsabilizam sozinhas pelo sustento e criação dos filhos.

“As mulheres da Amazônia mostram todos os dias sua capacidade de superar obstáculos, reinventar-se e seguir em frente com determinação. Muitas enfrentam a dificuldade de equilibrar trabalho e maternidade e ter acesso a oportunidades de crescimento profissional. A falta de uma rede de apoio torna a realidade econômica e a jornada diária dessas mulheres ainda mais desafiadora."

Para apoiar essas mulheres, a indústria Gaia  adotou como política de RH, a contratação de jovens mães.

“Que este dia seja um lembrete de que cada mulher tem dentro de si uma força imensa. Para todas as mães, trabalhadoras e guerreiras que fazem a diferença em suas famílias e comunidades, desejo que acreditem no seu potencial e saibam que não estão sozinhas. Juntas, seguimos construindo um futuro melhor!"

Participe efetivamente da proteção da Amazônia

Com seu apoio, o Instituto Soka Amazônia alcança milhares de vidas, ampliando a consciência para a proteção do meio ambiente e da biodiversidade amazônica.