Conhecimentos por trilhas no Instituto Soka Amazônia

Muitas são as percepções e sensações que se pode ter em caminhadas em unidades de conservação ou áreas florestais. Reconhecer os variados sons e aromas ou apenas observar diversas formas de vida na paisagem natural já trazem muita informação e saberes.

Mas o conhecimento proporcionado por essa experiência pode ser ampliado e trazer mais compreensão sobre a floresta e as relações ecológicas, com a técnica de interpretação ambiental, um método de aprendizagem utilizado em trilhas educativas ou interpretativas.

Quem visita ou participa dos programas educativos do Instituto Soka Amazônia já usufruem dessa experiência em trilha pela Reserva Particular de Patrimônio Natural Daisaku Ikeda (RPPN Daisaku Ikeda), localizado em frente ao Encontro das Águas.

Parte do aprendizado é obtido nas monitorias e atividades propostas ao longo desses caminhos. Outro recurso disponível, encontrado ao longo das trilhas, enriquece mais experiência: as placas interpretativas.

Nesses painéis estão sintetizados dados relevantes e, até surpreendentes, de cada trilha, como relevo, vegetação, temperatura, características do solo, informações sobre biodiversidade e até dados históricos.

O fato curioso sobre os painéis é que foram desenvolvidos a partir de outra enriquecedora experiência de aprendizado. Na verdade, eles são resultado de um projeto realizado por pesquisadores do Instituto Federal do Amazonas (IFAM), com alunos de Ciências Biológicas, e pesquisadores e equipe do Instituto Soka Amazônia.

Jean Dalmo de Oliveira Marques, doutor em Ecologia e professor do IFAM e que orientou o trabalho, explica que as trilhas na Reserva já existiam e eram utilizadas por equipes de manutenção ou para simples visitações. Com a aplicação da interpretação ambiental a experiência do visitante foi aprimorada, dando-se acesso a informações essenciais para completar a aula ou o passeio.

“Demos um novo olhar para aquelas trilhas e, hoje, as placas interpretativas orientam os visitantes, inclusive sobre o nível de dificuldade, extensão da trilha, acessibilidade, tempo estimado de duração da caminhada”, conclui.

O projeto fez parte da cooperação técnica firmanda entre o IFAM e Instituto Soka Amazônia e resultou na publicação do Guia para instrumentalização de trilhas interpretativas numa perspectiva de ensino e aprendizagem, importante manual para interessados em Gestão Ambiental e Ecologia da Amazônia.

Jean Dalmo destaca a relevância do Instituto Soka para experiências como essa. Para ele, a RPPN Dr Daisaku Ikeda, uma unidade de conservação sustentável de 52 hectares, é mais que ideal para ser estudada e conhecida, sendo um bem sucedido exemplo de mata amazônica em plena recuperação.

O pesquisador destaca outros motivos para o local ser boa opção para estudos e pesquisas sobre o bioma amazônico. “A RPPN está localizada em um ponto estratégico e contem elementos preciosos, como a terra-preta-de-índio, falésia, formação litológica, ruínas históricas, às margens do Rio Negro e a vegetação nativa em franca recuperação”, comenta Jean Dalmo.

Com 21 anos de docência, Jean Dalmo relata que conheceu Instituto Soka em sua busca por ambientes propícios para completar o processo ensino-aprendizagem. A cada semestre, cerca de 40 novos alunos de graduação são convidados a visitar a área da reserva e verificar na prática o que aprendem em teoria na sala de aula. Além das aulas práticas, pesquisadores e alunos de mestrado e doutorado se beneficiam desse ambiente natural para pesquisa. 

Trilhas educativas do programa Academia Ambiental

Vestígios Históricos

Em uma das trilhas podem ser visualizados elementos históricos como as ruínas da antiga olaria, que existia no local até o início do século XX, e aprender mais sobre os achados arqueológicos encontrados em 2001 durante a construção das edificações do centro administrativo do Instituto.  Nesse trajeto foram identificadas peças cerâmicas, como uma urna funerária e um alguidar (panela utilizada pelos índios da região amazônica).

Terra-Preta-de-Índio

Terra-preta-de-índio é um solo de coloração escura, rico em cálcio, magnésio, zinco, manganês, fósforo e carbono. Sua composição proporciona grande fertilidade, atributo raro na região amazônica, onde os solos ácidos são desfavoráveis à agricultura.

Abelhas sem-ferrão

Nesse ponto da trilha é possível saber mais sobre as nativas abelhas-sem-ferrão em uma instalação de meliponário para fins didáticos e de pesquisa. São 52 gêneros e mais de 300 espécies identificadas com distribuição registrada para América do Sul, América Central, Ásia, Ilhas do Pacífico, Austrália, Nova Guiné e África.

Rainha da Floresta

A Samaúma ou Sumaúma (Ceiba pentranda) é uma das árvores gigantes da Amazônia. Sagrada entre os povos da antiguidade do continente, como os maias, seu nome remete à fibra que pode ser obtida a partir de seus frutos. Nas trilhas da RPPN Daisaku Ikeda é possível visualizar duas sumaúmas e que são destaque nas aulas práticas de educação ambiental. Um exemplar tem de 25 anos de vida e 30 metros de altura; a outra, chamada carinhosamente de sumaúma-bebê, tem 5 anos e 10 metros de altura..

Encontro das Águas

Do mirante do Instituto Soka se vê um dos principais pontos turísticos de Manaus, o Encontro das Águas. É ali que os rios Negro e Solimões se encontram dando origem ao rio Amazonas.  Durante a trilha, os visitantes passam a conhecer as razões das águas não se misturarem e a relação desse fenômeno com os seres humanos. Nas explicações, são lembrados os principais fatores que provocam o fenômeno: velocidade dos rios, temperatura, formação geológica, partículas em suspensão.


Fonte:

Trilhas interpretativas em unidade de conservação: espaço pedagógico para o ensino de ecologia.  Jean Dalmo de Oliveira Marques, Laís Cássia Monteiro de Souza Barreto, Elizalane Moura de Araújo Marques. DOI: https://doi.org/10.5335/rbecm.v4i2.11525

LIVRO : Guia para instrumentalização de trilhas interpretativas numa perspectiva de ensino e aprendizagem. Laís Cássia Monteiro de Souza Barreto, Jean Dalmo de Oliveira Marques, Rosa Oliveira Marins Azevedo, Jean Dinelly Leão, JomberChota Inuma, Tais TyotoTokusato .DOI: 10.24824/978854443435.2 Acesso ao Livro

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Instituto Soka comemora queda do desmatamento na Amazônia e apresenta relatório de atividades do primeiro semestre

Entidade celebra as consquistas dos primeiros meses do ano e anuncia novo ciclo visando comemorar seus 10 anos

Uma excelente notícia foi anunciada para finalizar o primeiro semestre de 2023.

Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontou queda de 33% das áreas sob alerta de desmatamento na Amazônia, nos primeiros seis meses do ano. Um grande conquista após cinco anos consecutivos de altas. No mês de junho, considerado o mais crítico devido o clima seco, a redução chegou a 41%, comparada ao mesmo período do ano passado.

Mesmo ciente do muito a ser feito para o alcance da total proteção da floresta e das vidas que dela dependem, o Instituto Soka Amazônia comemora a notícia e, com entusiamo, divulga seu Relatório de Atividades do primeiro semestre de 2023.

O documento reporta as atividades desenvolvidas e que se somam aos esforços de outras instituições sérias e dedicadas à proteção do meio ambiente e do bioma amazônico.

Proteger a Amazônia de forma sustentável exige ações efetivas e permanentes por parte dos vários atores da sociedade. Com essa visão, o Instituto deu ênfase na valorização do potencial criativo e transformador do ser humano em seus programas e atividades.

Novas ações são esperadas pela entidade no novo ciclo que se inicia. Acompanhe a seguir.

Alcance no Primeiro Semestre

+ 27 mil pessoas foram impactadas pela mensagem do Instituto, em ações educativas, plantios com sensibilização social, troca de conhecimentos científicos e divulgação nas redes sociais.

Quase mil alunos participaram de aulas dos programas Academia Ambiental e Oca vai Escola

270 árvores nativas foram plantadas em ações de conscientização ecológica

+ 1000 pessoas assistiram aos eventos promovidos pelo Instituto, como palestras, seminários, exposições e outras ações educativas.

Rumo aos 10 anos do Instituto

A divulgação do relatório celebra também o dia 26 de julho, data de fundação do Instituto Soka Amazônia como organização responsável por perpetuar o trabalho de pesquisa, conservação ecológica e educação ambiental realizado, desde a década de 1990, na Reserva Particular de Patrimônio  Natural Dr. Daisaku Ikeda.

Dando início ao segundo semestre, o Instituto abre novo ciclo visando a celebração dos 10 anos da entidade em 2024.

Os próximos meses, de acordo com a diretoria da entidade, serão dedicados a novos projetos e iniciativas que contribuirão para mudanças efetivas e sustentáveis para Amazônia.

O objetivo é continuar a fortalecer as parcerias nas áreas da educação ambiental, proteção à natureza e  pesquisas científicas, iniciativas essas viabilizadas pelo apoio de pesquisadores, doadores, voluntários, empresas e instituições parcerias.

Destaques do Primeiro Semestre |2023

Dia do Meio Ambiente com Carta da Terra

Um grande destaque foi a Semana do Meio Ambiente foi a celebração do Dia do Meio Ambiente , com a filiação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional. Na ocasião, o fundador do Instituto, Dr. Daisaku Ikeda, expressou sua expectativa de que a parceria possa  fortalecer uma educação ambiental que expanda “a coexistência da natureza e do ser humano, a coexistência humana e a alegria em viver com magnânimo coração”.

Semana do Meio Ambiente

Com o tema “Consciência e Ação: Reconectar vidas, Proteger o Planeta” a Semana do Meio Ambiente foi marcada por eventos educativos para diferentes públicos. Foram realizados seminário com pesquisadores de universidades, exposições, plantios, oficinas, palestras, ações de voluntariado, trilhas ecológicas e atividades de reconexão com a natureza.

Intercâmbio Internacional

No mês de março foi promovido o I Workshop de Ciências Práticas e Educação Ambiental da Amazônia. De maneira inédita, foi realizado, durante três dias, um intercâmbio entre professores e alunos da Universidade Soka (Japão) e Instituto Federal do Amazonas (IFAM)

Dia Mundial da Água e os ODS

Também no mês de março, foi comemorado o Dia Mundial da Água, com o primeiro encontro presencial do Hub ODS Amazonas. Na ocasião, especialistas e representantes da sociedade civil se reuniram para um relevante debate sobre desafios e necessidades para melhor gerir esse fundamental recurso natural.

Expedição às comunidades indígenas e ribeirinhas

Em abril foi a vez da primeira Expedição do Instituto pelos rios Negro e Cuieiras. Percorrendo 100 km de barco na região do Médio Rio Negro, a equipe do Instituto visitou escolas de comunidades indígenas e ribeirinhas para diálogos, troca de aprendizados e plantios de espécies nativas.​

Destaque em Conferência da Unesco

Finalizando o semestre, as práticas educativas do Instituto Soka Amazônia foram apresentadas, no mês de junho, em Conferência Internacional da Rede Acadêmica de Educação e Aprendizagem Global (Angel) na Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris.

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Inicia a florada de ipê amarelo na Amazônia

Quem visita a sede do  Instituto Soka Amazônia é presenteado pela exuberante beleza da biodiversidade da Reserva de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN Dr. Daisaku Ikeda).

Neste final de julho, é possivel avistar também uma grata presença na paisagem: a florada do ipê amarelo.

Considerada a flor oficial do Brasil, o ipê amarelo desabrocha em várias cidades brasileiras, podendo se assim chamada as árvores de diferentes gêneros (Handroanthus, Tabebuia e Tecoma) de uma mesma família botânica (Bignoniaceae).

Na Amazônia é comum a presença da espécie Tabebuia aurea que pode chegar a 12 e 20 metros. Sua florada ocorre, normalmente, entre julho e setembro, quando há menor incidência de chuva. Se o período chuvoso for curto, a florada se antecipa; se as chuvas se estenderem por mais tempo, a floração é retardada, como explica o professor Felipe Fajardo, doutor em botânica e docente na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Breve espetáculo em benefício da  biodiversidade

O nome ipê é de origem tupi e significa “árvore cascuda”.

A beleza da flor é marcante pelo cor intensa, mas também efêmera, durando poucos dias. Seguindo o ciclo natural, após o período de floração, a árvore perde as folhas e frutifica. Neste momento as sementes “aladas” entram em ação e são carregadas pelo vento, especialmente no verão.

O curto tempo de florescimento é resultado de uma sabedoria natural da espécie. Para concretizar a sua propagação, a planta floresce rápido provocando a dispersão de sementes no período com menos chuvas. Ao fim do período da florada e frutificação, a planta encerra o ciclo e aguarda o período de chuvas, investindo em seu crescimento e manutenção.

O tom intenso de amarelo das flores atrai vários visitantes, como beija-flores, abelhas e outros polinizadores, essenciais na manutenção dos ecossistemas.

Fonte: site UFRA. É tempo de florada: Ipês colorem parques e avenidas

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Academia Ambiental amplia e dinamiza suas ações


Alunos e professores ganham aula extra com a abordagem dos ODS e orientações sobre cuidados em unidades de conservação

Um dos pilares mais relevantes do Instituto Soka Amazônia é a Academia Ambiental, programa que trabalha a educação ambiental de forma experiencial para conscientizar as futuras gerações sobre a grandiosidade e imporância da floresta amazônica para o planeta.

Em 17 de julho, uma nova dinâmica teve início no programa com a aula prévia, ministrada pela equipe do Instituto Soka, na Escola Municipal Professor Álvaro Valle, na zona noroeste de Manaus.

Ao todo, 74 alunos e 4 educadores receberam orientações sobre cuidados ecológicos e de segurança necessários em visitas à universidades de conservação, como a RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

De acordo com Jean Dinelli Leão, coordenador da Divisão de Educação Socioambiental do Instituto Soka, é um item importante no processo de aprendizagem, pois funciona como preparação e incentivo para as aulas ao ar livre que acontecem na RPPN Dr. Daisaku Ikeda. A nova dinâmica foi uma das sugestões apresentadas na reunião com os gestores de escolas municipais, realizadas em junho.

Para completar a participação na Academia Ambiental, professores e alunos participam da visitação à RPPN Dr Daisaku Ikeda, sede do Instituto Soka localizada em frente ao Encontro das Águas, onde experienciam conteúdos interativos, com atividades ao ar livre e como a caminhada nas trilhas educativas da Reserva.

Outra novidade no programa é a inclusão de material didático sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) produzido especialmente para o público infantil, pelos Estudios Maurício de Souza e a ONG Aldeias SOS. Nessa etapa, o primeiro objetivo a ser apresentado aos alunos é o ODS4 – Educação de Qualidade.

Valores e princípios da Carta da Terra também estão sendo incluídos na programaçao da Academia Ambiental.

Aprendendo os ODS com a Turma da Mônica

O almanaque Turma da Mônica em Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável é material didático de apoio para que professores e alunos trabalhem em sala de aula. Os exemplares incluídos no material pedagógico da Academia Ambiental foram doados pela empresa Teleperformance, parceira e apoiadora dos projetos do Instituto Soka Amazônia.

O ODS4 – Educação de Qualidade – é aplicado pelo Instituto Soka Amazôni com a Academia Ambiental, que oferece a estudantes de escolas públicas e particulares atividades dinâmicas de conscientização para a preservação da biodiversidade, da água, direitos humanos, englobando assim, os demais ODS.

O sucesso da Academia Ambiental só é possível com o apoio de empresas e instituições parceiras, como a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) e Ocas do Conhecimento Ambiental, além da participação de educadores e tutores voluntários.

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RPPN Dr. Daisaku Ikeda: história de preservação da biodiversidade

por Monica Kimura, em colaboração para o Instituto Soka Amazônia

O dia 12 de julho marca a oficialização da Reserva Particular de Patrimônio Natural, hoje denominada RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

A Unidade de Conservação (UC), localizada em frente ao Encontro das Águas, em Manaus, chamou-se inicialmente Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Nazaré das Lajes, passando a receber o nome do fundador do Instituto Soka Amazônia, por uma homenagem do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Como destacou, à época,  o então diretor de Criação e Manejo e Unidades de Conservação do ICMBio, Luiz Felipe Lima de Souza, o nome da RPPN é um reconhecimento aos tenazes esforços do pacifista em prol do meio ambiente.

“Quando Ikeda falou da relação entre cultura de paz e meio ambiente no ano de 1995, sendo realmente um visionário, teve a grandeza de criar uma reserva natural em um dos biomas mais importantes do globo”.

O Instituto Soka Amazônia, criado por Ikeda, realiza a gestão da RPPN e promove a visão de relação mais harmônica entre ser humano e meio ambiente, em programas de conservação da biodiversidade, apoio à pesquisa científica e educação socioambiental.

A importância da RPPN Dr. Daisaku Ikeda para ecologia da região

Quando foi criada a RPPN, no início da década de 1990, a área de 52 hectares era um terreno totalmente degradado onde havia ruínas de a antiga olaria e vegetação rasteira e de pequeno porte, num solo precário, como relembra o biólogo e doutor em Ciência do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Diego Oliveira Brandão.

“É surpreendente e singular conhecer as origens dessa RPPN, pois quem a visita hoje só enxerga uma densa e bela  floresta regenerada  que hoje compõe a Reserva”, conta.

Diego reitera sobre alguns pontos que tornam a RPPN Dr. Daisaku Ikeda ainda mais relevante dentro de um contexto macro. “A primeira é a presença na Amazônia, pois a Região Norte tem o menor número de RPPN do país, , conforme dados do ICMBio”, explicou.

Outro ponto é a sua localização em frente ao Encontro das Águas. Não somente pelo visual espetacular, mas pela biodiversidade que abriga. “Foi uma decisão inteligente e providencial do fundador do Instituto Soka quando, apesar da degradação aparente no momento da decisão, visualizou o potencial existente”, elucidou.

Hoje a cobertura vegetal da Reserva é de tal exuberância que dezenas de pesquisadores da vida natural já passaram por lá e relatam que é um ambiente propício para a realização de estudos científicos.

RPPN em benefício da biodiversidade e do clima

As RPPNs são Unidades de Conservação essenciais para a biodiversidade, porque servem de habitat para as espécies nativas conhecidas e ainda desconhecidas esperando para serem catalogadas. Toda RPPN é uma Unidade de Conservação privada de Uso Sustentável.

Diego explica que, embora as RPPNs representem ainda um número pouco expressivo (cerca de 1% de todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, os outros 99% são outras formas de Unidades de Conservação de domínio público e alguns privados), sua relevância extrapola os números, “pois cada RPPN tem o objetivo de conservar a  biodiversidade e sua existência garante a sobrevivência de muitas espécies, inclusive as ameaçadas de extinção”.

“Cada RPPN é um banco genético único. Funciona como uma provedora de alimentos e habitat às espécies nativas – fauna e flora silvestre – proporcionando serviços ecossistêmicos importantes, como frutos, polinização e proteção do solo”, explicou Diego.

Outro ponto levantado pelo biólogo é a relevância dessas UCs para o clima regional e global. O ciclo hidrológico de cada região Amazônica depende da reciclagem da água que a floresta executa. E atua também como estoque de carbono na superfície terrestre, como nas folhas, nos troncos, nas populações de fungos e  raízes, por exemplo. “Em vez desse carbono estar solto na atmosfera como dióxido de carbono, que é um gás intensificador do efeito estufa que aquece o planeta”, completa Diego.

Apesar da relevante contribuição das RPPNs para a biodiversidade e o clima do planeta Terra, Diego faz um alerta: mesmo com todo poder de regeneração da natureza, estudos indicam que há um limite associado ao desmatamento e às mudanças climáticas globais.

“A combinação entre 25% de desmatamento e aquecimento global de 2,5°C pode mudar o clima da região permanentemente, com alta perda de biodiversidade.E estamos perto desse limite, pois o desmatamento está próximo de 20% e o aquecimento global já ultrapassou 1,15°C.”, disse com preocupação. Só para se ter uma ideia: de 2001 a 2018, a média de desmatamento foi de 17 mil km2 ao ano em toda Amazônia. “Para ficar claro uma comparação básica: a área do Distrito Federal é de 5,7 mil km2, portanto, foi desmatada anualmente mais de três vezes a área total do Distrito Federal”, finalizou o biólogo.

RPPNs m números

Infelizmente, embora abrigue a maior parte da maior floresta tropical biodiversa do planeta, a Região Norte brasileira é a que tem a menor quantidade de RPPNs. Por exemplo, o estado do Amazonas possui somente 14 reservas particulares atualmente.

Em todo território nacional há 1567 RPPNs que, juntas perfazem um total de 890 mil hectares. Os estados campeões são: Minas Gerais (350), Paraná (282) e Bahia (157); seguidos por Rio de Janeiro (152), São Paulo (99) e Santa Catarina (84). O bioma com mais unidades é a Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado e pela Caatinga.

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Natureza que provoca encantamento e libera criatividade

A jovem fotógrafa Larissa, com Síndrome de Down, registra em imagem sua sensação diante do Encontro das Águas, a partir do Instituto Soka Amazônia

* por Monica Kimura (em colaboração ao Instituto Soka Amazônia)

A floresta tem uma incrível capacidade para trazer ressignificação. Nela encontramos animais, vegetação, e também uma energia capaz de nos proporcionar evolução. Para muitos, o simples fato de olhar para uma densa mata tem o efeito calmante. Sentar-se à sombra, respirar profundamente ares de uma pureza quase palpável e, inconscientemente, sentir-se parte de algo muito maior que a existência humana. Conectar-se com a natureza é um exercício de humanidade!

Mas, uma parcela significativa da população possui uma percepção do mundo natural muito mais apurada, pois não se bloqueia para as energias sutis: as crianças e os jovens.

Ciente de potencial ilimitado desse público, o Instituto Soka Amazônia, realizou, neste ano, aulas especiais na Academia Ambiental, um programa voltado à conscientização ambiental e aprendizado por meio da experiência e conexão com a natureza.

Uma das participantes do  projeto é Larissa Freitas Rocha, uma jovem de 21 anos com síndrome de Down que, ainda que sua condição seja caracterizada por uma série de limitações, demonstra sensibilidade aguçada para as energias sutis dos ambientes naturais.

Larissa compreende com precisão tudo o que a cerca, algo que transcende a percepção captada pelos cinco sentidos pela maioria das pessoas. Sua sensibilidade a levou a participar do curso de fotografia inclusiva, ministrado pela fotógrafa Cláudia Miyuki Higuchi e promovido pela APAE-Manaus e governo do Estado do Amazonas.

Na visita ao Instituto Soka, Larissa pode colocar seu talento em ação. Entusiasmada por conhecer a RPPN Daisaku Ikeda e participar da Academia Ambiental na Semana Internacional da Síndrome de Dow, em março, Larissa deu asas à sua sensível habilidade e registrou livremente a natureza com sua câmera fotográfica.

Além de render à jovem boas sensações em relação à natureza, o olhar de Larissa inspiraram muitas outras pessoas.

Suas fotos foram selecionadas e participaram da Exposição Biodiversidade: a Diversidade Amazônica promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) por meio da iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental, em maio.

Além da fotografia, a estudante busca na arte formas de expressar sua visão de mundo, como na dança do ventre, na dança popular, além de ser bailarina inclusiva.

Luciana Petniúnas Freitas comenta a alegria de ver a mudança significativa na vida de Larissa, com cada vez mais independência e liberdade. “Meu sentimento como mãe é de gratidão em ver minha filha sendo inserida cada vez mais numa sociedade que todos são iguais e têm os mesmos direitos de se desenvolverem mostrando que é capaz. Não tem coisa melhor na vida do que ver o brilho no seu olhar de felicidade e eu dizendo: ‘você pode e você é capaz‘”, ressaltou Luciana.

Outra história de sucesso

O exemplo de Larissa não é um caso isolado, o portal estadunidense, Children & Nature, relata um caso semelhante como o de Larissa, ocorrido com Leela, cujo contato com a natureza a ajudou a aprender sobre o “eu” físico e, mais importante, sobre seu espírito e sua essência. Segundo ela mesma, “a natureza é um organismo vivo, um lugar de relacionamento compartilhado”.  Sua mãe, Allyson enfatiza que para Leela, estar na natureza é como contatar a si mesma, os elementos sensoriais da mata permitem uma redefinição de como sentimos determinadas questões

“As birras terminam quando levamos Leela para fora. É uma experiência de cura no momento”, explica. Allyson conta que as experiências de Leela com a natureza elevaram seu senso de identidade, permitindo que ela se visse como parte de algo maior.

Vários estudos apontam evidências dos beneficios do contato da natureza para crianças. As chamadas “Escolas Verdes”, com com maior presença de natureza, podem melhorar a saúde, bem-estar e promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nas crianças.

De acordo com site da rede Children & Nature, em espaços educativos mais naturais, os estudantes podem tornar-se:

  • Mais calmos e menos estressados: poder olhar para paisagens verdes das janelas da sala de aula ajudou alunos do ensino médio recuperarem-se mais rapidamente de eventos estressantes.
  • Positivos e restaurados: escolas florestais aumenta a positividade e reduz emoções negativas.
  • Resilientes: áreas naturais aumentam sentimentos de competência e amplia ainda mais as relações sociais que ajudam a construir resiliência.

Fonte: Children&Nature Nrtwork

Para a pesquisadora e doutora em Educação, Zemilda Santos, o afeto pela natureza deve ser estimulada na infância. Ela conclui em sua tese de doutorado que“… assim como o poeta Manoel de Barros, eu percebo que a realidade é complexa, mas também acredito na esperança, na potência do vir a ser, e, por isso, ouso dizer: Eu sei que as crianças de hoje, fabricadas de natureza e cultura, conseguirão restaurar dentro delas a inocência. (…) Conseguirão crescer sem deixar de ser crianças. Serão seres que saberão que o importante é ser e não ter. Conseguirão viver em harmonia com os demais sistemas de vida com os quais coabitam na natureza. Tudo isso será possível sim! Se, a começar pela Educação Infantil, lhe permitirem viver na infância, uma experiência afetiva com a natureza.”

Toda a equipe do Instituto Soka Amazônia trabalha incansavelmente para que essas palavras proféticas da pesquisadora se tornem realidade em um futuro bem próximo!

Fontes:

RHODELAND, Amelia. Experiências ao ar livre “naturalmente inclusivas” para crianças de todas as habilidades. Children&Nature. Maio 2023.

SANTOS, Zemilda do Carmo Weber do Nascimento. Criança e a experiência afetiva com a natureza – as concepções nos documentos oficiais que orientam e regulam a Educação Infantil no Brasil. Unival, Tese de Doutorado, Itajaí-SC, 2016. Disponível em: Acesso em: 06/07/2023.

TIRIBA, Lea; Profice, Chistiana Cabicieri. Crianças da natureza: vivências, saberes e pertencimento. Revista Educação & Realidade. Seção temática: Infâncias e Educação das relações étnico-raciais, ed. 44, ano 2, 2019. Disponível em: Acesso em: 06/07/2023

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Research on education at the Soka Amazon Institute is presented at a Unesco Conference

The educational practices carried out at the Soka Amazon Institute were highlighted at the 4th ANGEL (Academic Network on Global Education and Learning) International Conference 2023, held at the headquarters of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), in Paris, on the last 19th. 

The international education researcher and associate professor at the State University of New York, PhD Namrata Sharma, presented her studies on the value creating (in Japanese, Soka) approach to environmental education promoted at the Institute in the Amazon.

In the expert’s evaluation, both formal and non-formal education are fundamental for the development of critical skills in students. According to her, educational approaches based on human values can stimulate behavior for constructive global change.

Namrata Sharma described the relevance of the Soka Amazon Institute for sustainability education and global citizenship are manifold, including its mandate to preserve biodiversity in the Amazon, highlighting 3 aspects:

– its performance as an SDG hub, promoting the engagement of enterprises to achieve the UN Sustainable Development Goals.

 – in its ethos, which is an enactment of the founder’s vision for harmonious coexistence of all life;

– and through its commitment to the Earth Charter and values-based approaches to sustainability.

“I am interested to explore such aspects in my study of the Institute as the only informal learning space for the practice of value-creating education, bringing together discussions on sustainability and global citizenship”, said Ph.D. Namrata Sharma. cidadania global”, afirmou a PhD Namrata Sharma.

The 4th edition of the ANGEL Conference has a theme as Global education & learning for a just, peaceful & sustainable world. The event is organized by the Academic Network on Global Education and Learning(ANGEL) in partnership with the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), Global Education Network Europe (GENE), Institute and Faculty of Education and Society at University College London (UCL) and the NESCO Chair in Global Citizenship Education in Higher Education, based at the University of Bologna.

Pesquisa sobre educação no Instituto Soka Amazônia é apresentada em Conferência da Unesco

As práticas educacionais realizadas no Instituto Soka Amazônia foram destaque na  4ª Conferência Internacional da Rede Acadêmica de Educação e Aprendizagem Global (Angel) , realizada na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, no ultimo dia 19.  

A pesquisadora em educação internacional e professora adjunta da Universidade do Estado de Nova York, PhD Namrata Sharma, apresentou estudos realizados sobre a abordagem de criação de valor (em japonês, Soka) na educação ambiental promovida no Instituto na Amazônia.

Na avaliação da especialista, tanto a educação formal como a não formal são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades críticas nos estudantes. Segundo ela, as abordagens educativas baseadas em valores humanos podem estimular comportamentos para uma mudança global construtiva.

Namrata Sharma classificou como múltipla a relevância do Instituto Soka Amazônia para a educação em sustentabilidade e cidadania global, somada à sua missão de preservação da biodiversidade da Amazônia, destacando três pontos:

  • a atuação da entidade como organização âncora do HUB ODS Amazonas, promovendo engajamento de empresas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU;
  • a ética do Instituto representada na visão do fundador de uma coexistência harmoniosa de todas vidas;
  • compromisso da instituição com os princípios da Carta da Terra aplicados na abordagem de valores para a sustentabilidade.

“Tenho interesse em explorar tais aspectos em meu estudo sobre o Instituto como espaço informal único de aprendizagem para a prática da educação geradora de valor, reunindo discussões sobre sustentabilidade e cidadania global”, afirmou a PhD Namrata Sharma.

A IV edição da Conferência ANGEL teve como temática Educação e Aprendizado Global para um Mundo Justo, Pacífico e Sustentável. O evento é organizado pela Rede Acadêmica de Educação e Aprendizagem Global (ANGEL) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Rede Europeia de Educação Global, Instituto e Faculdade de Educação e Sociedade da University College London e a Cátedra UNESCO em Educação para Cidadania Global em Ensino Superior Educação, com sede na Universidade de Bolonha.

Biodiversidade amazônica: Camucamu, a rainha da vitamina C

Essa árvore é uma prova viva de que a floresta tem ainda muito o que oferecer à humanidade e a cada exemplar abatido é uma perda irreparável para o meio ambiente

Ela ocorre em muitas áreas da Amazônia em sua forma silvestre, mas devido suas propriedades medicinais, no Brasil vem sendo cultivada principalmente no Pará, em algumas fazendas de São Paulo, nos municípios de Mirandópolis e Iguape. Ainda pouco conhecido no Brasil, o destino da produção são os grandes apreciadores do fruto no exterior, como: Japão, EUA e a União Europeia. Atualmente, o Peru é o grande produtor e exportador do camu camu.

Porém, a América Tropical, o Brasil possui a maior diversidade de espécies do gênero Myrtaceae. A planta é encontrada abundante nos estados do Amapá, Marachão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis. O primeiro registro data de 1902, quando da expedição do botânico austro-húngaro, Adolfo Ducke, à Amazônia.

Conhecida também por outros nomes – caçari, araçá-d’água, araçá-de-igapó, sarão, azedinha – o camucamuzeiro é um arbusto ou pequena árvore, podendo atingir de 3m a 6m de altura, pertencente à família Myrtaceae, ainda não totalmente domesticada e se dispersa em praticamente toda a região Amazônia. Embora seja um fruto de alto valor nutritivo os povos da floresta parecem não apreciá-lo como alimento, preferindo utilizá-lo como isca para pesca ou, eventualmente, como tira-gosto. O peixe, por sua vez, alimenta-se do camu camu e é o principal dispersor das sementes. A polinização é feita principalmente por abelhas, embora o vento também contrinua significamente no processo. As flores exalam um aroma doce e agradável, devido isso o néctar é bastante apreciado pelas abelhas nativas (Melipona fuscopilara e Trigona portica).

Sua preferência são as margens de rios e lagos, os exemplares silvestres chegam a permanecer por 4 a 5 meses submersos durante os períodos de cheia. O camu camu amadurece entre novembro e março e praticamente ao longo de todo o ano a árvore brinda os olhos com suas flores, principalmente entre abril e junho.

São largamente conhecidos os benefícios da vitamina C para o bom funcionamento do sistema imunológico do organismo. Além disse é um importante antioxidante, que participa em várias reações metabólicas no organismo, como o metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e carnitina. Esta vitamina é também muito importante na síntese de colágeno, razão pela qual está muitas vezes presente nos suplementos de colágeno. O colágeno é essencial para a manutenção da pele, mucosas, ossos, dentes e preservação da integridade dos vasos sanguíneos.

Desde de 1980, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vem estudando o camucamuzeiro figurando em sua lista de prioridades, por considerá-la de grande potencial nutritivo, entre os frutos nativos da região. O objetivo é oferecer formas alternativas de melhorar a dieta da população local, mas também a geração de divisas. Para se ter uma ideia mais clara de seu potencial nutritivo, a concentração de vitamina C do camu camu é aproximadamente 13 vezes maior que aquela encontrada no caju, 20 vezes maior que na acerola, 100 vezes maior que no limão, podendo conter 5 g da vitamina em cada 100 g de polpa.

By Agroforum Perú – http://www.agroforum.pe/agro-noticias/attachments/11564d1471060316-camu-camu-peru-vitamina-c.jpg/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54372736

E mais: na comparação com a laranja, o camu camu contém 10 vezes mais ferro e 50% mais fósforo. Devido o elevado teor de ácido ascórbico é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, proporcionando retardamento no envelhecimento. Ou seja: são muitas as razões para estudar, cultivar e promover seu consumo.

Desafios

Por todos os motivos acima listados, os pesquisadores concordam que se trata de uma espécie de imenso potencial para exploração comercial. Os desafios a serem vencidos tem a ver com a falta de variedades ou clones indicados para condição de cultivo em área de terra firme.

Nesse sentido, a Embrapa da Amazônia Oriental vem se debruçando sobre a questão do melhoramento genético da espécie desde 2008, promovendo a seleção de genótipos para o caráter de produção de frutos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Camucamuzeiro. Foi assim que os melhores materiais obtidos foram clonados e estão em fase de avaliação em área de terra firme.

A partir de plantas sadias e de alta produção com frutos de tamanho apropriado, faz-se a coleta das sementes. A extração dos frutos é feito por meio da coleta de frutos com o mesmo estágio de maturação que deve garantir uma maior uniformidade no processo de germinação.

O camucamuzeiro começa a produzir após 3 anos de seu posicionamento em campo. Os frutos têm formato globoso arredondado, com diâmetro de 10mm a 32 mm, de coloração vermelha ou rósea e roxo escuro no estágio final de maturação e pesa cerca de 8g. De elevada acidez, dificilmente são consumidos in natura, sendo bastante apreciados em preparações, como refrescos, sorvetes, geleias, doces, licores, ou para conferir sabor a tortas e sobremesas. É, portanto, mais uma das espécies amazônicas potencialmente das mais viáveis economicamente por contribuir significativamente para o bem estar e a saúde humana.

Fontes:

http://portal.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html?#:~:text=O%20camu%2Dcamu%2C%20ca%C3%A7ari%2C,lagos%2C%20geralmente%20de%20%C3%A1gua%20preta

https://www.todafruta.com.br/camu-camu/  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/175155/1/COLECAO-PLANTAR-A-cultura-do-camu-camu-2012.pdf

Programação da Academia Ambiental é enriquecida com conteúdos da Carta da Terra 

Um grupo de gestores de escolas municipais da zona leste de Manaus participaram, nesta terça-feira (20), da reunião de planejamento do programa Academia Ambiental para o segundo semestre de 2023. O programa atende semanalmente turmas de alunos da rede municipal de ensino.

Durante o encontro , os educadores conhecerem os detalhes do programa e assistiram à palestra da coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do instituto, Tamy Kobashikawa, sobre as possibilidades da aplicação da Carta da Terra na educação.

A pesquisadora e especialista em Educação, relembrou que na Semana do Meio Ambiente o Instituto Soka Amazônia tornou-se a primeira organização amazônica filiada à Carta da Terra Internacional, passando a ser uma divulgadora oficial de seus princípios. 

Ponderando sobre os grandes desafios ambientais e sociais que a humanidade enfrenta, Tamy avaliou que esses efeitos são a ponta de um iceberg e que a origem real desses problemas é mais profunda e está relacionada aos nossos valores e visão de mundo. 

“A Carta da Terra, nesse sentido, é uma bússola ética que pode nos guiar para soluções e está diretamente sintonizada aos objetivos que o Instituto declara em seu slogan ‘plantando sementes de uma nova consciência no coração das pessoas'”, afirmou.

Apesar de a Carta da Terra tratar de integridade ecológica, justiça social  e democracia e não-violência, Tamy ressalta que, de maneira sistêmica,  todos esses assuntos convergem para o eixo central que é o respeito e cuidado para com a comunidade da vida que inclui o ser humano, a natureza e sua biodiversidade. “Em resumo, somos a natureza”, declara. 

A coordenadora convidou os educadores a conhecer a exposição Sementes da Esperança e Ação”, disponível no Instituto e que já foi levada para outros espaços educativos, destacando-a como um instrumento importante para formação de cidadãos planetários, conscientes de seu papel no mundo.

O coordenador da Divisão de Educação Socioambiental do Instituto Soka, Jean Dinelly Leão, esclareceu que as aulas da Academia Ambiental são uma forma prática de aplicar a Carta da Terra.

“O modelo de educação proposto aqui é o experiencial, onde os alunos são incentivados a experimentar, manipular e observar os fenômenos da natureza enquanto visitam as instalações do Instituto e a RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Acredito que refletir sobre suas experiências, torna o aprendizado muito mais estimulante”.

Programa educativo oferece aulas ao ar livre para estudantes de escolas públicas e privadas na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, em frente ao Encontro das Águas, e conta com a participação da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Ocas do Conhecimento Ambiental e o apoio de voluntários e empresas da região.

Mais informações do programa estão disponibilizadas em um site-piloto. Clique para acessar.

Quer conhecer ou apoiar as ações do Instituto Soka Amazônia?