Mesa-Redonda: Universidades amazônicas debatem Educação Sustentável e Cidadania Global em Manaus

Evento integra as comemorações dos 10 anos do Instituto Soka Amazônia e conta com a participação da University Soka of America

Antevendo o que será debatido na COP-30 e dentro das preocupações mundiais sobre a Amazônia e as Mudanças Climáticas, no próximo dia 29 de julho, acontece a Mesa Redonda: Educação para o Desenvolvimento Sustentável e Cidadania Global.

Conectadas ao ODS 4 : Educação de Qualidade, as temáticas Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS) e Cidadania Global  são alvo da atenção em fóruns internacionais e da agência especializada da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e consideradas por acadêmicos e especialistas do Terceiro Setor como estratégias vitais para o alcance dos ODS, especificamente na meta 4.7.1 que trata da necessidade de aumentar os esforços na educação para a cidadania global. 

O evento conta com a participação internacional do PhD em Economia, Edward Feasel, reitor da Soka University of América (SUA), além de reitores e pró-reitores das universidades amazônicas, que compartilharão suas visões e experiências dentro da temática.  

Então confirmados como debatedores: Denize Gutierrez, coordenadora de Tecnologia Social no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Cristiana Cavalcanti Lima, professora ddo Instituto Federal do Amazonas e reitores e pró-reitores das Universidades Federal do Amazonas (UFAM) e do  Estado do Amazonas (UEA).

O evento é voltado a estudantes, educadores, gestores de recursos humanos e sustentabilidade, terceiro setor e interessados na temática Educação (Inscrição pelo site)

A Mesa-Redonda integra programação do Amazônia: Casa da Vida, Tesouro da Humanidade – série de eventos comemorativos aos 10 anos do Instituto Soka Amazônia – e conta com o apoio institucional das universidades UFAM, UEA, IFAM, INPA e  Soka University of America, além do apoio cultural da Águas de Manaus.

 

SOBRE O EVENTO:

Data: 29 de julho – Horário: 15 horas
Local: Auditório da AEGEA- Águas de Manaus  – Av.  André Araujo, 1981 – Aleixo – Manaus-AM.


Inscrição pelo site: CLIQUE AQUI

 

 

Belém recebe exposição internacional com iniciativas práticas sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

A mostra “SEMENTES DA ESPERANÇA E AÇÃO: Transformando os ODS em Realidade”, já vista por mais de 1,5 milhões de pessoas em vários países, será exibida na capital paraense a partir do Dia Mundial do Meio Ambiente

Em meio ao intenso debate sobre as mudanças climáticas, a capital paraense e sede da COP-30, recebe neste mês de junho a exposição internacional Sementes da Esperança e Ação, que apresenta maneiras práticas para transformar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em realidade. 

Promovida pelo Instituto Soka Amazônia e a Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc),  Sementes da Esperança e Ação é uma realização conjunta da Soka Gakkai Internacional e Carta da Terra Internacional e foi exibida durante a COP 26, em Glasgow na Escócia. A mostra já percorreu algumas cidades brasileiras (como Manaus e São Paulo) e diversos países como México, França, Japão, Índia, entre outros, euas edições anteriores estiveram nas Conferências Rio+10 e Rio+20.

A exposição integra os eventos oficiais da Secretaria da Estado de Educação do Pará (Seduc) em comemoração ao Dia do Meio Ambiente e teve sua abertura oficial na manhã do dia 5, na sede da Seduc, onde permanece até o dia 7 de junho, com entrada gratuita, priorizando os educadores e gestores escolares como multiplicadores do conhecimento.  Do dia 10 a 16 de junho estará aberta para visitação pública no Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Pará (Cefor) e nos dias 18 e 19 será exibida no Encontro Youth (Y20), no Hangar Centro de Convenções da Amazônia.

 diretoria executiva da Carta da Terra Internacional, Mirian Vilela, em mensagem enviada especialmente para inauguração da mostra, destacou a importância dessa iniciativa  chegar a capital da COP30 seguindo o compromisso de sensibilizar, inspirar e engajar a população para o alcance dos ODS, especialmente os jovens. E sugere: “que tal que esta seja a geração conhecida por ter tomado consciência e começado a cuidar do planeta?”

 

Estiverem presentes na abertura da exposição, o Secretário de Educação do Estado do Pará, Rossieli Soares, e o presidente e vice-presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Gonçalves e Milton Fujiyoshi.

Consciência e Ação

O fio condutor da exposição passa pelos fundamentos da Agenda 21 – INSPIRAR, APRENDER, REFLETIR, EMPODERAR E AGIR/LIDERAR – destacando o potencial humano para transformação. 

Com ênfase na AÇÃO, a mostra é um convite aos visitantes para uma reflexão enquanto membros de uma mesma família humana e planetária, apresentando a busca pela coexistência harmônica entre o ser humano e meio ambiente como caminho para o real desenvolvimento sustentável. 

Ao retratar cidadãos de diferentes culturas, a exposição aborda o desafio de superar os conflitos decorrentes da discriminação. “Todos são diferentes – cada um de nós tem suas próprias ideias e soluções únicas que podem transformar uma sociedade inteira, a começar por nós mesmos, nossa família e amigos” é a mensagem de um dos painéis.

 

AGENDA Belém-PA

Dia 5 de junho, 8h30 – Entrada Gratuita – Abertura da Exposição Semente da Esperança e Ação

Local: Sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC)

De 05 a 07 de junho, das 8h às 17h – Visitação por Educadores e Gestores Escolares

Local: Sede da Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC)

De 10 e 16 de junho, das 8h às 17h – Visitação Pública – Entrada Gratuita

Local: Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará.

Dias 18 e 19 de junho, horário a confirmar – Encontro Youth (Y20)

Local: Hangar Centro de Convenções da Amazônia

DADOS DA EXPOSIÇÃO 

  • Foi traduzida para seis idiomas e visitada por mais de 1,5 milhão de pessoas em mais de 24 países e territórios.
  • É a versão atualizada da exposição Sementes da Esperança: Visões da Sustentabilidade, passos em direção à mudança, lançada em 2010, e exibida em 2012, na Conferência Rio+20, no Rio de Janeiro. 
  • Teve exibições em importantes eventos e locais: Palácio de Haia, na Holanda; Centro para a Educação Ambiental da Índia; Conferência Anual da NGO do Departamento de Informações Públicas das Nações Unidas em Bonn; Olimpíada da Juventude, em Cingapura; na Rio+20, entre outros. 
  • Sucede a mostra Sementes da Mudança: a Carta da Terra e o Potencial Humano (lançada na Conferência Mundial de Desenvolvimento Sustentável em 2002, em Johanesburgo, África do Sul) e que já teve exibições em Belém, Ananindeua, Santarém, Oriximiná e Juruti, no Estado do Pará.  

Confira a programação de atividades alusivas ao Dia do Meio Ambiente

No dia 5 de junho é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente.

Ao longo do mês de junho, o Instituto Soka Amazônia promoverá e participará, com empresas e instituições parcerias, de uma série de ações e eventos alusivos a data, visando ampliar a conscientização e sensibilização para ações de proteção do meio ambiente.

Acompanhe essas e outras realizações pelo Faceboook e Instagram.

28 e 29 de maio
Academia Ambiental para Tutiplast
Insituto Soka Amazônia/RPPN Dr. Daisaku Ikeda

Os estagiários e jovens aprendizes dos programas  Geração T e Rocket 30 da indústria Tutiplast participam de uma Academia Especial na RPPN Dr. Daisaku Ikeda. A programação inclui palestras sobre sustentabilidade  e trilhas educativas do programa Academia Ambiental 

28 e 29 de maio
3 de junho
Palestra sobre ODS 6: Água e Saneamento para Todos (Breitener Energética)
Auditório UTE Tambaqui/Breitener Energética

O coordenador de Educação Ambiental do Instituto Soka Amazônia, Jean Dinelli Leão, ministrará palestra sobre o ODS 6 no evento promovido pela  Breitener Energética alusiva ao Dia do Meio Ambiente.  A palestra será transmitida online para colaboradores do grupo CEIBA Energy Brasil/Breitener/Jandaia Energia

3 de junho
04 de junho
Academia Ambiental para Samsung Eletrônica
Insituto Soka Amazônia/RPPN Dr. Daisaku Ikeda

Colaboradores da indústria Samsung participam de uma Academia Ambiental Especial na RPPN Dr. Daisaku Ikeda. A programação inclui palestras sobre sustentabilidade  e trilhas educativas do programa Academia Ambiental 

04 de junho
05 de junho DIA DO MEIO AMBIENTE 1º Aniversário da Filiação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional
Abertura da Exposição "Sementes da Esperança e Ação"
Edifício-Sede da SEDUC-PA

Em celebração ao Dia do Meio Ambiente, mostra internacional é aberta  em Belém/PA, a convite da  Secretaria de Educação do Estado do Pará (Seduc-PA). 

05 de junho DIA DO MEIO AMBIENTE 1º Aniversário da Filiação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional
05 de junho DIA DO MEIO AMBIENTE 1º Aniversário da Filiação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional
Academia Ambiental Especial Dia do Meio Ambiente
Insituto Soka Amazônia/RPPN Dr. Daisaku Ikeda

Duas turmas de alunos da Escola Municipal Francisco Guedes assistem a palestras e percorrem trilhas educativas na RPPN Dr. Daisaku Ikeda

05 de junho DIA DO MEIO AMBIENTE 1º Aniversário da Filiação do Instituto Soka Amazônia à Carta da Terra Internacional
05 a 07 de junho
Exposição Sementes da Esperança e Ação
Edifício-Sede da SEDUC-PA
A mostra internacional Sementes da Esperança e Ação: Tornando os ODS uma Realidade será exibida na sede da SEDUC, em Belém/PA, exclusivamente para educadores e Gestores Escolares
05 a 07 de junho
05 a 07 de junho
3ª Mostra Sustentável Manaus Verde
Centro de Convenções Plaza Shopping
Em seu stand o Instituto Soka apresentará seus principais projetos e ações e exibirá pequena mostra de sementes de algumas árvores nativas da Amazônia são cultivadas no Berçário Florestal. O evento é promovido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas/Manaus)
05 a 07 de junho
06 de junho
Plantio de Árvore na Escola
E.M. Dr. Olavo das Neves, Manaus-AM
Em comemoração ao Dia do Meio Ambiente, Instituto doa 8 mudas de árvores nativas à E.M. Dr. Olavo das Neves. O objetivo é contribuir com a conscientização do alunos e toda comunidade escolar sobre o benefício ecológico das árvores e a importância de escolas mais 'verdes'.
06 de junho
08 de junho
Participação no GOMI ZERO (Lixo Zero)
O Instituto Soka Amazônia doa 100 mudas de espécies nativas da Amazônia para celebrar o Dia do Meio Ambiente no Gomi Zero (Lixo Zero), evento promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas
08 de junho
10 a 16 de junho
Exposição Sementes da Esperança e Ação
CEFOR - Rua Gama de Abreu, 256, bairro Campina. Belém/PA
Exposição será aberta ao público, das 8h às 17h, no Centro de Formação dos Profissionais da Educação Básica do Estado do Pará, na cidade de Belém/PA
10 a 16 de junho
13 de juno às 18h
Palestra Importância do ESG
Senac-AM - Unidade Cidade Nova
O coordenador de Educação Ambiental do Instituo Soka Amazônia, Jean Dinelli Leão, é o convidada da programação do Senac para o mês do Meio Ambiente
13 de juno às 18h
18 a 19 de junho
Encontro Youth (Y20)
Hangar Centro de Convenções. Belém/PA
Exposição Sementes da Esperança e Ação: Tornando os ODS em Realidade foi convidada a ser exibida nesse evento.
18 a 19 de junho

Educação e sabedoria dos povos Indígenas em favor da proteção da Amazônia

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Durante muito tempo, o dia 19 de abril era celebrado como Dia do Índio. Mas, desde 2022, a data mudou de denominação para Dia dos Povos Indígenas.

A professora indígena, Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, explica que a expressão “índio” sempre foi um grave equívoco criado dentro de uma visão estereotipada: “Somos vários povos. Foi uma luta de muitos anos para essa mudança. Essa data, o Dia dos Povos Indígenas, é uma conquista e soa muito reflexiva para que, principalmente, a sociedade não-indígena reconheça esses povos, sua existência e resistência”

A educadora alerta para o preconceito ainda existente em nossa sociedade, fruto da história colonizadora, que considera o indígena como selvagem, sem inteligência, sem alma, preguiçosos e incapazes. “É preciso ‘decolonizar’ esses pensamentos e mudar essa visão”, afirma.

A doutoranda em História e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Isabel Munduruku, concorda. Para ela a mudança de nome da data faz jus a grande diversidade étnica e cultural dos povos originários no País. “Somos vários. Essa denominação diz respeito a uma reivindicação de existência que nós temos nesse país e da nossa própria ocupação”.

Isabel destaca a importância dos povos indígenas na preservação da própria floresta. “A gente tem afirmado que a Amazônia foi plantada pelos povos indígenas. E isso é uma coisa muito importante de se levar em consideração pois diz respeito da nossa relação com ela também”.

O fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, em discurso durante a Conferência Internacional Amazônia no Terceiro Milênio: Atitudes Desejáveis, realizada em 1999, sinalizou a necessidade de harmonizar o desenvolvimento sustentável com a defesa da Amazônia como a Casa da Vida e considerando os saberes ancestrais dos povos nativos:

“A sua herança nos ensina que o céu, a terra, os pássaros, os animais e também o homem mantêm um perfeito inter-relacionamento e respiram igualmente como se fossem um único corpo. Eles nos ensinam a ver a Terra como uma única grande vida”, afirmou Ikeda.

O Instituto Soka Amazônia, organização fundada por Ikeda, atua pela conservação e educação ambiental. Entre suas iniciativas estão plantios de espécues nativas acompanhado de troca de conhecimentos com comunidades indígenas e ribeirinhas.

Como organização filiada à Soka Gakkai e Carta da Terra Internacional atua dentro dos valores da Carta da Terra de cuidado com a Comunidade da Vida e pela Justiça Social e Econômica.

A proteção da Amazônia e de sua biodiversidade, é tratada pela instituição sob o necessário olhar de respeito à dignidade da vida.

Na semana comemorativa ao Dia dos Povos Indígenas,  a coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Izabel Munduruku, e a educadora indígena  Sidneia Piratapuya, representante do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas, compartilharam suas vivências e visões sobre o real sentido da proteção da floresta para os seus povos e a importância e os desafios das novas gerações indígenas quanto à educação. Leia a seguir: 

Isabel Munduruku, doutoranda em História pela UFAM  e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas

Como os jovens indígenas estão se engajando para a valorização da sua identidade ética e a cultura de seu povo?

No Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas a gente tem reforçado muito isso e a importância de nossa presença nas universidades. Temos pautado o conhecimento tradicional dos povos indígenas junto com o conhecimento ocidental, de maneira intercultural. 

E é uma interculturalidade crítica onde a gente, a partir do conhecimento ocidental, articula formas de aplicar esse conhecimento tradicional que a gente aprendeu desde criança nas comunidades. Esses conhecimento e  culturalidade podem promover um bem viver coletivo, não só os povos indígenas, mas também para outros povos que habitam a Amazônia.

Como se dá esse resgate às origens por esses jovens e de que maneira contribuem para transmissão desse conhecimento?

Nossa presença dentro do espaço acadêmico é de profunda grandiosidade porque somos nós que estamos escrevendo e reescrevendo as nossas histórias e estamos reafirmando nossas identidades através desses escritos. Estamos, portanto, refazendo processos que, muitas vezes, nos colocam no apagamento.

A presença de estudantes indígenas nas Universidades, de uma certa maneira, está fazendo uma salvaguarda na proteção da memória dos povos indígenas. Temos escritos nossas teses sobre nossas culturas e as nossas tradições e como essas tradições também são tecnologias para proteção da qualidade de vida da Amazônia.

Como garantir a proteção da Amazônia na perspectiva dos povos indígenas ?

A proteção da Amazônia deve ser pensada de maneira articulada não enquanto uma responsabilidade que os povos indígenas tenham que garantir, mas entender a importância que os povos indígenas têm na proteção, tendo em vista que essa é uma missão e um dever de povos indígenas, dos povos ribeirinhos, de quilombolas, dos não-indígenas e da sociedade civil como um todo. Isso porque a Amazônia é garantia da nossa biodiversidade, do nosso território e da própria qualidade de vida das populações de todo o território brasileiro.

Como os povos indígenas compreendem a floresta e o território?

A nossa relação com o território é recíproca porque a gente não compreende o território enquanto um meio fora da gente. Nós somos o território e o território somos nós. 

Desta maneira, no momento em que o território está sendo explorado ou maltratado nessa exploração dentro da lógica de capitalização – através da exploração do ouro, da extração ilegal  de madeira e tantas outras formas de explorar o território – a gente entende como a exploração do nosso próprio corpo, enquanto corpos indígenas. Então a relação que temos com o território é uma relação de vida e de compreender enquanto parte do próprio ecossistema.

O que, na sua visão, tornaria mais efetivas as iniciativas de proteção ambiental?

A gente também tem uma visão muito crítica como se pensa muitas vezes a lógica da proteção ambiental como recurso natural. A gente não lida com o território ou com a Amazônia como recurso, pois quando se pensa em recurso automaticamente já está partindo para uma premissa de capitalização. E isso é muito problemático. 

É preciso tratar a partir dessa relação recíproca, onde o território garante a vida e a gente também tem essa responsabilidade de garantir a vida do território.

Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, falante da língua indígena Tukano.  É professora da rede escolar pública e especialista em gestão escolar

Na visão indígena o que é proteger a Amazônia?

Para nós indígenas e, para mim como Pira-tapuya, proteger a Amazônia é proteger nossa terra. E não só a nossa terra, mas todas as vidas e natureza que estão dentro do território chamado Amazônia. Para nós defender é amar essa Amazônia; é conservar e manter o Rio Amazonas e todos os afluentes principais, o rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Negro, o Rio Japurá. 

Todos esses afluentes importantes que, na nossa visão, estão sendo contaminados pela exploração de minérios trazidos por grandes empresas que vão destruindo e contaminando não só a água que bebemos, mas também a terra e as pessoas que têm essa ligação com essa terra e com essa água.

Por isso nossa defesa pela Amazônia. Mas, defender não é só pelas pessoas que vivem na Amazônia, é sim pelos que vivem no Brasil e no mundo todo, porque precisa desse ar. Porque em outros países não tem mais uma floresta original e intacta. Então defendemos por tudo isso, por todas essas vidas do mundo todo.

Pela sua experiência, como professora e aluna indígena, qual deve ser o diferencial da educação indígena?

A política de educação escolar indígena é muito importante e o Estado brasileiro precisa entender sua importância. Porque nós indígenas não precisamos só conhecer as coisas da sociedade branca, precisamos fortalecer nossa cultura e os nossos conhecimentos tradicionais e fortalecê-los e também dominar esses conhecimentos da sociedade não-indígena e, assim, nos interagir com a sociedade.

Como a educação pode ajudar na valorização da identidade indígena?

Se o jovem se apegar só aos conhecimentos da sociedade não-indígena, enfraquece nossa gente e perde nossa língua e nossa cultura. Daí a importância que a educação escolar indígena seja implementada nas comunidades evitando que esses grupos étnicos saiam de suas aldeias e não voltem. 

Nos deparamos com estudantes que saem das aldeias para fazer faculdade em outras localidades e criam problemáticas, porque eles saíram dos seus territórios para se deparar com outras realidades que não a sua. Essa também foi minha realidade. É nesse sentido que a educação diferenciada e de qualidade é importante para nós.

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Floresta e Água: eterna relação

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Sem floresta, não há água. E sem água, não há vida.

E no mes de março esses dois elementos indissociáveis e essenciais para a sobrevivência de todas as formas de vida do planeta tem datas alusivas: o Dia Internacional das Florestas (21)  e Dia Mundial da Água (22).

Proteger e preservar as florestas não é apenas uma questão de conservação da natureza,como destaca o presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento. “É fundamental para garantir o acesso a conservação da água limpa para as gerações presentes e futuras”.

Os efeitos das mudanças climáticas, com as altas temperaturas, as ondas de calor e as fortes chuvas no Brasil e no mundo, já são sentidos em várias partes do globo. E na Amazônia, que possui uma das maiores bacias hidrográficas, esses impactos já são percebidos, como a seca extrema nos principais rios da região, que teve seu auge nos período de outubro a dezembro de 2023. 

As principais vítimas de eventos extremos como esses na região são as populações ribeirinhas e a biodiversidade. “Presenciamos isso de perto nas comunidades próximas da RPPN Dr. Daisaku Ikeda, na região do Encontro das Águas, em Manaus”, afirmou  Milton Fujiyoshi, vice-presidente da entidade.

O executivo relembrou que no início de outubro de 2023, com os primeiros relatos da seca no Rio Negro, o Instituto Soka e empresas parceiras se uniram em uma ação de solidariedade, levando água potável, alimentos e filtros de água à comunidade Catalão, no município de Iranduba.

LEIA TAMBEM: Ação emergencial pela seca do Rio Negro: Instituto Soka Amazônia e empresas parceiras doam água potável e alimentos a comunidades ribeirinhas

O desequilíbrio climático também afetou os esforços do Instituto de preservação de espécies nativas, obrigando o adiamento de ações de plantios programadas para o final daquele ano.

Neste mês de março, em comemoração aos dias Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas (16), Internacional das Florestas (21) e Mundial da Água (22) , o Instituto Soka retomou sua programação de plantios e conscientização de preservação de espécies nativas.  

Foram plantadas  2.500 árvores na comunidade ribeirinha São José, no município de Careiro da Varzea, próximo à RPPN,  com objetivo de ajudar a recomposição da floresta com estratégias de sistema agroflorestal.

A iniciativa associou plantios, preservação de espécies nativas e conscientização sobre as possibilidades e benefícios de se manter a floresta em pé, explica o coordenador da Divisão de Proteção da Natureza, Rodrigo Izumi.

“Sabemos que a floresta é uma das grandes aliadas para revertermos os efeitos do desequilíbrio climático por isso o contato com quem mora próximo da floresta é fundamental”, avalia

A relação com as comunidades é fundamental para o trabalho de proteção da floresta, ressalta Jean Dinelli Leão, coordenador de educação socioambiental do Instituto.

“A expectativa é compartilhar conhecimento e aprender com eles, respeitando suas realidades e, principalmente, trazendo esperança para as futuras gerações. Nós do Instituto Soka Amazônia, acreditamos que a mudança da consciência de cada pessoa, faz a diferença na proteção do meio ambiente e do planeta”.

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Dia da Educação Ambiental: futuros educadores participam de aula no Instituto Soka Amazônia

No último dia 20 de janeiro,  24 estudantes do curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)  estiveram na Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN), sede do Instituto Soka Amazônia, para participar de uma aula muito especial.

A  visita, organizada pela professora de Geografia, Vilma Terezinha de Araujo Lima, teve intuito de apresentar aos futuros educadores uma vivência educativa dentro de uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável.

A iniciativa antecedeu duas datas importantíssimas para alunos e educadores: o Dia Mundial da Educação (24/01) e o Dia Mundial da Educação Ambiental (26/01), instituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Profesora Vilma Terezinha, da UEA, levam alunos para aula na RPPN Daisaku Ikeda e Sitio Ponta das Lajes. Foto: Dulce Moraes

De acordo professora Vilma, que pesquisa Unidades de Conservação há mais de 20 anos.a escolha da RPPN Daisaku Ikeda como local de trabalho permitiu aos alunos conhecer as práticas de educação ambiental adotadas no Instituto e que são voltadas para escolas e sociedade. “Para um educador ambiental, os espaços conservados representam um tesouro inestimável, uma vez que podemos compará-los com áreas não protegidas que necessitam de cuidado“, ressalta professora Vilma.

Estudantes da UEA participam de aula de campo na sede do Instituto Soka Amazônia. Foto: Dulce Moraes

De acordo com a especialista, a RPPN Daisaku Ikeda, tem  grande valor para a cidade de Manaus, principalmente porque a metrópole oferece poucas áreas verdes aos seus habitantes. “O trabalho de educação ambiental desenvolvido pelos funcionários, o atendimento às escolas e universidades são motivadores para as práticas de ensino; e, além disso, o local está estrategicamente localizado em frente ao Encontro das Águas, um ponto turístico icônico de Manaus, e vizinho a um sítio arqueológico Ponta das Lajes”, afirma.

Alunos da UEA conhecem detalhes da criação da RPPN Daisaku Ikeda em Auditório do Instituto Soka Amazônia. Foto: Dulce Moraes

Para maioria dos alunos foi a primeira visita à unidade de Conservação em Manaus. Na RPPN Daisaku Ikeda, eles tiveram a oportunidade de percorrer o mesmo roteiro de aulas do programa Academia Ambiental praticado com estudantes da rede pública de ensino e absorver e discutir participativamente dos conhecimentos sobre a flora e fauna da Amazônia e sua inter-relação com a geologia, história, biologia, arqueologia, nutrição, geografia, linguagem, artes, entre outros.

A singularidade da natureza engloba humanos, fauna, flora e o meio físico-natural em toda a sua rica biodiversidade e geodiversidade. Depender dela é incontestável, tornando crucial que a tratemos com maior cuidado e responsabilidade.

Vilma Terezinha de Araújo Lima, Professora do Curso de Geografia/PPGED/UEA

Para Lara Figueiredo de Oliveira, Marcela Coutinho Mendonça, Silmara Mendonça dos Santos e Tiago Henrique Azevedo Rodrigues – alunos da disciplina Geografia na Educacão Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, que participaram de aula de campo na RPPN Daisaku Ikeda, em 2023, – a visualização de paisagens diversas permite refletir sobre a riqueza de conceitos que podem ser construídos na experiência individual de cada sujeito. “Essas experiências nos ajudam a ‘romper com as práticas tradicionais’ no ensino da Geografia nos dando autonomia para ler as paisagens e ressignificá-las”, concluem.

Estudantes da UEA em aula no Laboratorio do Instituto Soka Amazônia. Foto: Dulce Moraes

Shelda Helena Batista Ferreira, aluna do 6º período de Pedagogia,comentou que conhecer o Instituto Soka  a fez pensar em como trabalhar a educação ambiental com crianças e como despertar o interesse em atividades em prol da preservação do meio ambiente.

Um dos pontos da visitação mais marcantes para ela foi a trilha da Terra Preta de Índio (TPI), que a fez lembrar de sua irmã que participou de um curso sobre o tema: ela chegava em casa e falava sobre as experiências dela; também me lembrou o sítio do meu tio que ficava no meio do mato e que tinha trilhas assim”.

Mathias Bernard Lira de Almeida,  também aluno do 6° período de Pedagogia, descreve a experiência educativa na RPPN como um revigorante momento de contemplação. “A beleza do rio e ouvir os banzeiros que se chocam com as pedras me trouxe um importantíssimo momento de paz. Observar as paisagens, conhecer a história do local e conhecer os pedacinhos daquela vastidão de biodiversidade renovou as minhas forças e me inspirou para momentos futuros trabalhando como pedagogo”, ressaltou.

Trilhas Educativas da Academia Ambiental

O roteiro educativo desenvolvido para essa aula de campo iniciou-se com a contemplação de um exemplar de Sumaúma e do monumento dedicado à nascente do Rio Amazonas.

Estudantes da UEA em trilha educativa da Academia Ambiental do Instituto Soka Amazônia. Foto: Dulce Moraes

Conduzidos pelas explicações do coordenador de Educação Ambiental, Jean Dinelli Leão, os alunos visitaram o Mirante – por onde puderam contemplar o Encontro das Águas e e saber mais sobre os rios – o Laboratório do Instituto – onde puderam conhecer o trabalho desenvolvido para preservação de árvores nativas amazônicas e a amostra do acervo arqueológico da região.

Estudantes da UEA em aula no Laboratorio do Instituto Soka Amazônia. Foto: Dulce Moraes

Finalizaram a experiência percorrendo a trilha da Terra Preta e acessando parte do Sítio Arqueológico Ponta das Lages, hoje quase totalmente coberto pelas águas do Rio Negro,  após meses de seca extrema.

O Instituto Soka Amazônia com essa iniciativa apoia o alcance dos OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU:

ODS 4 – Educação de Qualidade;

ODS 14 – Vida na Água;

ODS 15 – Vida Terrestre;

ODS 17 – Parcerias para Implementação


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As gravuras milenares expostas pela Seca na Amazônia

Por conta da seca no Rio Negro no Amazonas, o sítio arqueológico Ponta das Lajes atraiu, no mês de outubro, a atenção de especialistas, da imprensa mundial e de muitos curiosos no início de outubro.

Nessa área de aproximadamente 150.000 m², que comporta uma praia coberta de lajes de pedra, existem petróglifos (gravuras rupestres) com incisões e oficinas de amoladores pré-coloniais. A estimativa é de que tenham cerca 2.000 anos.

Nas bordas desse rochedo, gravuras em forma de animais e rostos humanos, até então, submersas, ficaram expostas devida a baixo do nível do rio. A primeira vez elas haviam sido visualizadas foi no ano de 2010, durante outra forte estiagem. 

Segundo o professor e pesquisador Carlos Augusto da Silva, Universidade Federal da Amazônia (UFAM), as gravuras são, na verdade, símbolos históricos antigos em que os povos utilizavam as rochas para registrar seus comportamentos sociais.

“Elas também podem representar um comportamento socioambiental humanizado, em que a água, a terra e a floresta seriam como irmãos. Havia zelo pela vida”, comenta.

Helena Pinto Lima, doutora em arqueologia pela USP e pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, destaca a importância de todos os Sítios Arqueológicos da região e dessas gravuras. “Elas são uma expressão fortíssima de como esses povos viram e representaram elementos importantes de suas culturas.”

“Esse complexo arqueológico se situa justo à frente do Encontro das Águas, lugar de muita potência em diversos sentidos, desde os tempos antigos até hoje em dia”. Segundo ela, não à toa, o Sítio Lages (com G) foi o primeiro sítio arqueológico registrado em Manaus, ainda na década de 1960.

Convivência e cuidado

Embora sejam surpreendentes para maioria das pessoas, para os moradores da região as gravuras fazem parte da memória. Dona Onedia Nascimento dos Santos (83 anos), que frequenta a região para banho de sol e pesca individual, afirma que desde a infância via essas marcas nas pedras. “Lembro de muitas outras figuras, algumas parecidas com objetos de mesa”, relata.

O

Outras marcas em forma de riscos ou afundamentos delgados e cilindricos, presentes em grandes extensões das lajes, são sinais da chamadas oficinas líticas, ou seja, atividades cotidianas de polimento de rochas resultado do processo de feitura de objetos do cotidiano .

Embora inspire curiosidade e fascínio, as gravuras reveladas pela seca do rio Negro também atraíram, infelizmente, desrespeito e depredação e outros atos criminosos. Como informado em Nota Oficial do IPHAN: “todos os bens arqueológicos pertencem à União, sendo que a legislação veda qualquer tipo de aproveitamento econômico de artefatos arqueológicos, assim como sua destruição e mutilação.”

O órgão federal alerta que, para realização de pesquisas de campo e escavações, é preciso o envio prévio de projeto arqueológico ao Iphan, que avaliará e, só então, editará portaria de autorização. “Assim, qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização do Iphan é ilegal e passível de punição nos temos da lei”. Clique aqui para ler a Nota na íntegra.

Por esse motivo, o mutirão de limpeza organizado pelo Instituto Soka Amazônia e IPHAN, contou com a presença da Polícia Federal e da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social, e foi oportunidade de educação e sensibilização.

Técnicos do IPHAN e de outros órgãos orientaram a população sobre como visitar os sítios e se apropriar do conhecimento sobre esses locais, sem causar qualquer dano. Por exemplo, registros fotográficos são permitidos desde que não se faça intervenções ou coleta de objetos.  

O arqueólogo Jaime Oliveira orienta que, em situações de descoberta de material arqueológico deve-se comunicar, primeiramente, ao Iphan.

No caso do Amazonas, ao email e telefone da Superintendência do IPHAN Amazonas. “Orientamos que as pessoas não coletem materiais no local do sítio, bem como não realizem escavações, pinturas ou outras atividades que impliquem em intervenção no local. Para essas situações, basta fazer um registro fotográfico e anotar a localização, se possível, com a coordenada geográfica e o meio de acesso.” 

Riqueza arqueológica da Amazônia: Instituto Soka e IPHAN promovem ações educativas para preservação do patrimônio

Proteger a Amazônia é preservar a floresta, seus rios, animais e as populações que existem ou já existiram nesse territóro.

Registrada de diversas formas, seja no solo, nos rios, nas formações rochosas, nos vestígios deixados por quem viveu antes ou nos modos de vida transmitidos de geração em geração, a história da Amazônia é um patrimônio essencial para compreensão do presente e garantia de futuro.  

Um exemplo disso está na Reserva do Particular do Patrimônio Natural RPPN Daisaku Ikeda, onde foram encontrados, em 2001, urna funerária e um alguidar (panelas utilizadas por povos indígenas da região amazônica). A partir desse achado a área foi reconhecida e oficializada como Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Sitio Arqueológico Daisaku Ikeda está rodeado pelos Sítios Lages, Porto do Encontro das Águas e Ponta das Lajes. Este último, por longos períodos, fica praticamente submerso (vide infográfico).

Entre os sítios arqueológicos da região o Daisaku Ikeda está em melhor estado de preservação, segundo especialistas, por estar inserido em unidade de conservação. A área reflorestada pelo Instituto Soka ao longo dos últimos 30 anos teria contribuído para essa proteção.

Floresta em pé, ampliação de pesquisa e popularização do conhecimento arqueológico por meio da educação patrimonial são estratégias benéficas para proteção do patrimônio arqueológico, histórico e cultural Amazônia e ajudam a potencializar o senso de pertencimento e respeito às origens dos povos amazônicos.

Cientes disso, o Instituto Soka Amazônia uniu-se à Superintendência do IPHAN Amazonas para realizar uma Semana de Educação Patrimonial, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro.

A série de eventos contou com o apoio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC) e envolveu professores, alunos, pesquisadores das universidades federal (UFAM) e estadual do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Museu da Amazônia (Musa), agentes culturais e comunidade local.

No Brasil, a Educação Patrimonial é eixo estruturante da política de patrimônio, como explica a superintendente do IPHAN Amazonas, Beatriz Calheiro.”Acredito que todos os processos educativos construídos de forma coletiva que tenham foco no Patrimônio Cultural, podem ser compreendidos pela comunidade nos territórios e colaborar pra reconhecimento e valorização dos nossos bens históricos e culturais, sejam arqueológico, edificado ou imaterial”.

Arqueologia no Instituto Soka Amazônia

No Instituto Soka, todos os anos, cerca de 2000 alunos da rede pública de ensino têm um primeiro contato com a arqueologia e despertam seu interesse por meio da visita guiada pelo Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda do programa Academia Ambiental.

No último dia 1º de novembro, os participantes da Semana de Educação Patrimonial do IPHAN também visitaram o Sitio Arqueológico Daisaku Ikeda e assistiram às palestras e demonstrações dos arqueólogos Iberê Martins, do Museu da Amazônia, e Jaime Oliveira, do IPHAN Amazonas.

No dia 28 de outubro, foi a vez de sensibilizar a comunidade local com outra atividade promovida pelo Instituto Soka e IPHAN Amazonas.

Um mutirão educativo e de limpeza no Sítio Ponta das Lajes, em Manaus foi organizado com a participação de cerca de 200 voluntários de empresas vizinhas ao Sítio e de instituições parceiras, além de pesquisadores, alunos e população local.

Além da retirada de resíduos sólidos (lixo) do local , os participantes receberam orientações sobre como visitar sítios arqueológicos sem causar qualquer tipo de prejuízo ao Patrimônio Arqueológico.  

Beatriz Calheiro se emociona ao relembrar a quantidade tão diversa de pessoas e representações de órgãos públicos unidos em prol do patrimônio histórico.

“Coletar aqueles resíduos sólidos foi um momento de reflexão, cuidado e de fazer alguma coisa efetiva acontecer, sem ficar esperando. Mas sim juntos, unindo esforços, para entrelaçar educação ambiental e educação patrimonial”, avaliou ela.

A ação foi inspirada em outra iniciativa educativa realizada, no dia anterior, pela Escola Japonesa de Manaus na área da RPPN Daisaku Ikeda próxima à margem do rio.

Leia também : As gravuras milenares expostas pela seca na Amazônia

Nota oficial do IPHAN sobre o Sitio Arqueológico Ponta das Lajes

Devido a relevância do tema, reproduzimos na íntegra a Nota oficial do Instituto do Patrimônio Histório e Artístico Nacional (IPHAN) sobre o Sítio Arqueológico Ponta das Lajes, onde recentemente aflorou grande número de gravuras rupestres por conta da seca no Rio Negro. O Sítio Arqueológico Ponta das Lajes é vizinho ao Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda (veja o mapa ao final).

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que vem realizando fiscalizações regularmente na área do sítio arqueológico Ponta das Lajes, com apoio do Instituto Soka Amazônia, em Manaus (AM).

O Iphan procurou os órgãos competentes para evitar possíveis danos aos bens arqueológicos, especialmente a Polícia Federal, o Batalhão de Polícia Ambiental e a Secretaria Municipal de Segurança Pública. Esta, por sua vez, deverá realizar patrulhas de modo a impedir qualquer dano ao Patrimônio Cultural brasileiro. 

Outras providências estão sendo organizadas em um Plano Emergencial devido à estiagem, incluindo a instalação de um grupo de trabalho para gestão compartilhada do sítio, envolvendo diversos órgãos.

Importante destacar que todos os bens arqueológicos pertencem à União, sendo que a legislação veda qualquer tipo de aproveitamento econômico de artefatos arqueológicos, assim como sua destruição e mutilação. Além disso, para realização de pesquisas de campo e escavações, é preciso o envio prévio de projeto arqueológico ao Iphan, que avaliará e, só então, editará portaria de autorização. Assim, qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização do Iphan é ilegal e passível de punição nos temos da lei.

Atualmente, está em execução um Plano de Ação cujo objetivo é pesquisar e cadastrar sítios arqueológicos no estado do Amazonas. Com isso, pretende-se produzir conhecimento sobre o Patrimônio Arqueológico da região amazônica, promovendo, ao mesmo tempo, ações educativas que, também, são uma forma de prevenir futuros prejuízos a esses bens.

Assessoria de Comunicação Iphan 

Localização dos Sítios Arqueológicos da região

Colaboração: Roger Biondani

Academia Ambiental amplia e dinamiza suas ações


Alunos e professores ganham aula extra com a abordagem dos ODS e orientações sobre cuidados em unidades de conservação

Um dos pilares mais relevantes do Instituto Soka Amazônia é a Academia Ambiental, programa que trabalha a educação ambiental de forma experiencial para conscientizar as futuras gerações sobre a grandiosidade e imporância da floresta amazônica para o planeta.

Em 17 de julho, uma nova dinâmica teve início no programa com a aula prévia, ministrada pela equipe do Instituto Soka, na Escola Municipal Professor Álvaro Valle, na zona noroeste de Manaus.

Ao todo, 74 alunos e 4 educadores receberam orientações sobre cuidados ecológicos e de segurança necessários em visitas à universidades de conservação, como a RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

De acordo com Jean Dinelli Leão, coordenador da Divisão de Educação Socioambiental do Instituto Soka, é um item importante no processo de aprendizagem, pois funciona como preparação e incentivo para as aulas ao ar livre que acontecem na RPPN Dr. Daisaku Ikeda. A nova dinâmica foi uma das sugestões apresentadas na reunião com os gestores de escolas municipais, realizadas em junho.

Para completar a participação na Academia Ambiental, professores e alunos participam da visitação à RPPN Dr Daisaku Ikeda, sede do Instituto Soka localizada em frente ao Encontro das Águas, onde experienciam conteúdos interativos, com atividades ao ar livre e como a caminhada nas trilhas educativas da Reserva.

Outra novidade no programa é a inclusão de material didático sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) produzido especialmente para o público infantil, pelos Estudios Maurício de Souza e a ONG Aldeias SOS. Nessa etapa, o primeiro objetivo a ser apresentado aos alunos é o ODS4 – Educação de Qualidade.

Valores e princípios da Carta da Terra também estão sendo incluídos na programaçao da Academia Ambiental.

Aprendendo os ODS com a Turma da Mônica

O almanaque Turma da Mônica em Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável é material didático de apoio para que professores e alunos trabalhem em sala de aula. Os exemplares incluídos no material pedagógico da Academia Ambiental foram doados pela empresa Teleperformance, parceira e apoiadora dos projetos do Instituto Soka Amazônia.

O ODS4 – Educação de Qualidade – é aplicado pelo Instituto Soka Amazôni com a Academia Ambiental, que oferece a estudantes de escolas públicas e particulares atividades dinâmicas de conscientização para a preservação da biodiversidade, da água, direitos humanos, englobando assim, os demais ODS.

O sucesso da Academia Ambiental só é possível com o apoio de empresas e instituições parceiras, como a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) e Ocas do Conhecimento Ambiental, além da participação de educadores e tutores voluntários.

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