As gravuras milenares expostas pela Seca na Amazônia

Por conta da seca no Rio Negro no Amazonas, o sítio arqueológico Ponta das Lajes atraiu, no mês de outubro, a atenção de especialistas, da imprensa mundial e de muitos curiosos no início de outubro.

Nessa área de aproximadamente 150.000 m², que comporta uma praia coberta de lajes de pedra, existem petróglifos (gravuras rupestres) com incisões e oficinas de amoladores pré-coloniais. A estimativa é de que tenham cerca 2.000 anos.

Nas bordas desse rochedo, gravuras em forma de animais e rostos humanos, até então, submersas, ficaram expostas devida a baixo do nível do rio. A primeira vez elas haviam sido visualizadas foi no ano de 2010, durante outra forte estiagem. 

Segundo o professor e pesquisador Carlos Augusto da Silva, Universidade Federal da Amazônia (UFAM), as gravuras são, na verdade, símbolos históricos antigos em que os povos utilizavam as rochas para registrar seus comportamentos sociais.

“Elas também podem representar um comportamento socioambiental humanizado, em que a água, a terra e a floresta seriam como irmãos. Havia zelo pela vida”, comenta.

Helena Pinto Lima, doutora em arqueologia pela USP e pesquisadora do Museu Paraense Emílio Goeldi, destaca a importância de todos os Sítios Arqueológicos da região e dessas gravuras. “Elas são uma expressão fortíssima de como esses povos viram e representaram elementos importantes de suas culturas.”

“Esse complexo arqueológico se situa justo à frente do Encontro das Águas, lugar de muita potência em diversos sentidos, desde os tempos antigos até hoje em dia”. Segundo ela, não à toa, o Sítio Lages (com G) foi o primeiro sítio arqueológico registrado em Manaus, ainda na década de 1960.

Convivência e cuidado

Embora sejam surpreendentes para maioria das pessoas, para os moradores da região as gravuras fazem parte da memória. Dona Onedia Nascimento dos Santos (83 anos), que frequenta a região para banho de sol e pesca individual, afirma que desde a infância via essas marcas nas pedras. “Lembro de muitas outras figuras, algumas parecidas com objetos de mesa”, relata.

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Outras marcas em forma de riscos ou afundamentos delgados e cilindricos, presentes em grandes extensões das lajes, são sinais da chamadas oficinas líticas, ou seja, atividades cotidianas de polimento de rochas resultado do processo de feitura de objetos do cotidiano .

Embora inspire curiosidade e fascínio, as gravuras reveladas pela seca do rio Negro também atraíram, infelizmente, desrespeito e depredação e outros atos criminosos. Como informado em Nota Oficial do IPHAN: “todos os bens arqueológicos pertencem à União, sendo que a legislação veda qualquer tipo de aproveitamento econômico de artefatos arqueológicos, assim como sua destruição e mutilação.”

O órgão federal alerta que, para realização de pesquisas de campo e escavações, é preciso o envio prévio de projeto arqueológico ao Iphan, que avaliará e, só então, editará portaria de autorização. “Assim, qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização do Iphan é ilegal e passível de punição nos temos da lei”. Clique aqui para ler a Nota na íntegra.

Por esse motivo, o mutirão de limpeza organizado pelo Instituto Soka Amazônia e IPHAN, contou com a presença da Polícia Federal e da Secretaria Municipal de Segurança Pública e Defesa Social, e foi oportunidade de educação e sensibilização.

Técnicos do IPHAN e de outros órgãos orientaram a população sobre como visitar os sítios e se apropriar do conhecimento sobre esses locais, sem causar qualquer dano. Por exemplo, registros fotográficos são permitidos desde que não se faça intervenções ou coleta de objetos.  

O arqueólogo Jaime Oliveira orienta que, em situações de descoberta de material arqueológico deve-se comunicar, primeiramente, ao Iphan.

No caso do Amazonas, ao email e telefone da Superintendência do IPHAN Amazonas. “Orientamos que as pessoas não coletem materiais no local do sítio, bem como não realizem escavações, pinturas ou outras atividades que impliquem em intervenção no local. Para essas situações, basta fazer um registro fotográfico e anotar a localização, se possível, com a coordenada geográfica e o meio de acesso.” 

Riqueza arqueológica da Amazônia: Instituto Soka e IPHAN promovem ações educativas para preservação do patrimônio

Proteger a Amazônia é preservar a floresta, seus rios, animais e as populações que existem ou já existiram nesse territóro.

Registrada de diversas formas, seja no solo, nos rios, nas formações rochosas, nos vestígios deixados por quem viveu antes ou nos modos de vida transmitidos de geração em geração, a história da Amazônia é um patrimônio essencial para compreensão do presente e garantia de futuro.  

Um exemplo disso está na Reserva do Particular do Patrimônio Natural RPPN Daisaku Ikeda, onde foram encontrados, em 2001, urna funerária e um alguidar (panelas utilizadas por povos indígenas da região amazônica). A partir desse achado a área foi reconhecida e oficializada como Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

O Sitio Arqueológico Daisaku Ikeda está rodeado pelos Sítios Lages, Porto do Encontro das Águas e Ponta das Lajes. Este último, por longos períodos, fica praticamente submerso (vide infográfico).

Entre os sítios arqueológicos da região o Daisaku Ikeda está em melhor estado de preservação, segundo especialistas, por estar inserido em unidade de conservação. A área reflorestada pelo Instituto Soka ao longo dos últimos 30 anos teria contribuído para essa proteção.

Floresta em pé, ampliação de pesquisa e popularização do conhecimento arqueológico por meio da educação patrimonial são estratégias benéficas para proteção do patrimônio arqueológico, histórico e cultural Amazônia e ajudam a potencializar o senso de pertencimento e respeito às origens dos povos amazônicos.

Cientes disso, o Instituto Soka Amazônia uniu-se à Superintendência do IPHAN Amazonas para realizar uma Semana de Educação Patrimonial, entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro.

A série de eventos contou com o apoio da Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar (Seduc), da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC) e envolveu professores, alunos, pesquisadores das universidades federal (UFAM) e estadual do Amazonas (UEA), Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Museu da Amazônia (Musa), agentes culturais e comunidade local.

No Brasil, a Educação Patrimonial é eixo estruturante da política de patrimônio, como explica a superintendente do IPHAN Amazonas, Beatriz Calheiro.”Acredito que todos os processos educativos construídos de forma coletiva que tenham foco no Patrimônio Cultural, podem ser compreendidos pela comunidade nos territórios e colaborar pra reconhecimento e valorização dos nossos bens históricos e culturais, sejam arqueológico, edificado ou imaterial”.

Arqueologia no Instituto Soka Amazônia

No Instituto Soka, todos os anos, cerca de 2000 alunos da rede pública de ensino têm um primeiro contato com a arqueologia e despertam seu interesse por meio da visita guiada pelo Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda do programa Academia Ambiental.

No último dia 1º de novembro, os participantes da Semana de Educação Patrimonial do IPHAN também visitaram o Sitio Arqueológico Daisaku Ikeda e assistiram às palestras e demonstrações dos arqueólogos Iberê Martins, do Museu da Amazônia, e Jaime Oliveira, do IPHAN Amazonas.

No dia 28 de outubro, foi a vez de sensibilizar a comunidade local com outra atividade promovida pelo Instituto Soka e IPHAN Amazonas.

Um mutirão educativo e de limpeza no Sítio Ponta das Lajes, em Manaus foi organizado com a participação de cerca de 200 voluntários de empresas vizinhas ao Sítio e de instituições parceiras, além de pesquisadores, alunos e população local.

Além da retirada de resíduos sólidos (lixo) do local , os participantes receberam orientações sobre como visitar sítios arqueológicos sem causar qualquer tipo de prejuízo ao Patrimônio Arqueológico.  

Beatriz Calheiro se emociona ao relembrar a quantidade tão diversa de pessoas e representações de órgãos públicos unidos em prol do patrimônio histórico.

“Coletar aqueles resíduos sólidos foi um momento de reflexão, cuidado e de fazer alguma coisa efetiva acontecer, sem ficar esperando. Mas sim juntos, unindo esforços, para entrelaçar educação ambiental e educação patrimonial”, avaliou ela.

A ação foi inspirada em outra iniciativa educativa realizada, no dia anterior, pela Escola Japonesa de Manaus na área da RPPN Daisaku Ikeda próxima à margem do rio.

Leia também : As gravuras milenares expostas pela seca na Amazônia

Nota oficial do IPHAN sobre o Sitio Arqueológico Ponta das Lajes

Devido a relevância do tema, reproduzimos na íntegra a Nota oficial do Instituto do Patrimônio Histório e Artístico Nacional (IPHAN) sobre o Sítio Arqueológico Ponta das Lajes, onde recentemente aflorou grande número de gravuras rupestres por conta da seca no Rio Negro. O Sítio Arqueológico Ponta das Lajes é vizinho ao Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda (veja o mapa ao final).

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informa que vem realizando fiscalizações regularmente na área do sítio arqueológico Ponta das Lajes, com apoio do Instituto Soka Amazônia, em Manaus (AM).

O Iphan procurou os órgãos competentes para evitar possíveis danos aos bens arqueológicos, especialmente a Polícia Federal, o Batalhão de Polícia Ambiental e a Secretaria Municipal de Segurança Pública. Esta, por sua vez, deverá realizar patrulhas de modo a impedir qualquer dano ao Patrimônio Cultural brasileiro. 

Outras providências estão sendo organizadas em um Plano Emergencial devido à estiagem, incluindo a instalação de um grupo de trabalho para gestão compartilhada do sítio, envolvendo diversos órgãos.

Importante destacar que todos os bens arqueológicos pertencem à União, sendo que a legislação veda qualquer tipo de aproveitamento econômico de artefatos arqueológicos, assim como sua destruição e mutilação. Além disso, para realização de pesquisas de campo e escavações, é preciso o envio prévio de projeto arqueológico ao Iphan, que avaliará e, só então, editará portaria de autorização. Assim, qualquer pesquisa interventiva realizada sem autorização do Iphan é ilegal e passível de punição nos temos da lei.

Atualmente, está em execução um Plano de Ação cujo objetivo é pesquisar e cadastrar sítios arqueológicos no estado do Amazonas. Com isso, pretende-se produzir conhecimento sobre o Patrimônio Arqueológico da região amazônica, promovendo, ao mesmo tempo, ações educativas que, também, são uma forma de prevenir futuros prejuízos a esses bens.

Assessoria de Comunicação Iphan 

Localização dos Sítios Arqueológicos da região

Colaboração: Roger Biondani

Academia Ambiental amplia e dinamiza suas ações


Alunos e professores ganham aula extra com a abordagem dos ODS e orientações sobre cuidados em unidades de conservação

Um dos pilares mais relevantes do Instituto Soka Amazônia é a Academia Ambiental, programa que trabalha a educação ambiental de forma experiencial para conscientizar as futuras gerações sobre a grandiosidade e imporância da floresta amazônica para o planeta.

Em 17 de julho, uma nova dinâmica teve início no programa com a aula prévia, ministrada pela equipe do Instituto Soka, na Escola Municipal Professor Álvaro Valle, na zona noroeste de Manaus.

Ao todo, 74 alunos e 4 educadores receberam orientações sobre cuidados ecológicos e de segurança necessários em visitas à universidades de conservação, como a RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

De acordo com Jean Dinelli Leão, coordenador da Divisão de Educação Socioambiental do Instituto Soka, é um item importante no processo de aprendizagem, pois funciona como preparação e incentivo para as aulas ao ar livre que acontecem na RPPN Dr. Daisaku Ikeda. A nova dinâmica foi uma das sugestões apresentadas na reunião com os gestores de escolas municipais, realizadas em junho.

Para completar a participação na Academia Ambiental, professores e alunos participam da visitação à RPPN Dr Daisaku Ikeda, sede do Instituto Soka localizada em frente ao Encontro das Águas, onde experienciam conteúdos interativos, com atividades ao ar livre e como a caminhada nas trilhas educativas da Reserva.

Outra novidade no programa é a inclusão de material didático sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) produzido especialmente para o público infantil, pelos Estudios Maurício de Souza e a ONG Aldeias SOS. Nessa etapa, o primeiro objetivo a ser apresentado aos alunos é o ODS4 – Educação de Qualidade.

Valores e princípios da Carta da Terra também estão sendo incluídos na programaçao da Academia Ambiental.

Aprendendo os ODS com a Turma da Mônica

O almanaque Turma da Mônica em Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável é material didático de apoio para que professores e alunos trabalhem em sala de aula. Os exemplares incluídos no material pedagógico da Academia Ambiental foram doados pela empresa Teleperformance, parceira e apoiadora dos projetos do Instituto Soka Amazônia.

O ODS4 – Educação de Qualidade – é aplicado pelo Instituto Soka Amazôni com a Academia Ambiental, que oferece a estudantes de escolas públicas e particulares atividades dinâmicas de conscientização para a preservação da biodiversidade, da água, direitos humanos, englobando assim, os demais ODS.

O sucesso da Academia Ambiental só é possível com o apoio de empresas e instituições parceiras, como a Secretaria Municipal de Educação de Manaus (Semed) e Ocas do Conhecimento Ambiental, além da participação de educadores e tutores voluntários.

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Natureza que provoca encantamento e libera criatividade

A jovem fotógrafa Larissa, com Síndrome de Down, registra em imagem sua sensação diante do Encontro das Águas, a partir do Instituto Soka Amazônia

* por Monica Kimura (em colaboração ao Instituto Soka Amazônia)

A floresta tem uma incrível capacidade para trazer ressignificação. Nela encontramos animais, vegetação, e também uma energia capaz de nos proporcionar evolução. Para muitos, o simples fato de olhar para uma densa mata tem o efeito calmante. Sentar-se à sombra, respirar profundamente ares de uma pureza quase palpável e, inconscientemente, sentir-se parte de algo muito maior que a existência humana. Conectar-se com a natureza é um exercício de humanidade!

Mas, uma parcela significativa da população possui uma percepção do mundo natural muito mais apurada, pois não se bloqueia para as energias sutis: as crianças e os jovens.

Ciente de potencial ilimitado desse público, o Instituto Soka Amazônia, realizou, neste ano, aulas especiais na Academia Ambiental, um programa voltado à conscientização ambiental e aprendizado por meio da experiência e conexão com a natureza.

Uma das participantes do  projeto é Larissa Freitas Rocha, uma jovem de 21 anos com síndrome de Down que, ainda que sua condição seja caracterizada por uma série de limitações, demonstra sensibilidade aguçada para as energias sutis dos ambientes naturais.

Larissa compreende com precisão tudo o que a cerca, algo que transcende a percepção captada pelos cinco sentidos pela maioria das pessoas. Sua sensibilidade a levou a participar do curso de fotografia inclusiva, ministrado pela fotógrafa Cláudia Miyuki Higuchi e promovido pela APAE-Manaus e governo do Estado do Amazonas.

Na visita ao Instituto Soka, Larissa pode colocar seu talento em ação. Entusiasmada por conhecer a RPPN Daisaku Ikeda e participar da Academia Ambiental na Semana Internacional da Síndrome de Dow, em março, Larissa deu asas à sua sensível habilidade e registrou livremente a natureza com sua câmera fotográfica.

Além de render à jovem boas sensações em relação à natureza, o olhar de Larissa inspiraram muitas outras pessoas.

Suas fotos foram selecionadas e participaram da Exposição Biodiversidade: a Diversidade Amazônica promovida pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) por meio da iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental, em maio.

Além da fotografia, a estudante busca na arte formas de expressar sua visão de mundo, como na dança do ventre, na dança popular, além de ser bailarina inclusiva.

Luciana Petniúnas Freitas comenta a alegria de ver a mudança significativa na vida de Larissa, com cada vez mais independência e liberdade. “Meu sentimento como mãe é de gratidão em ver minha filha sendo inserida cada vez mais numa sociedade que todos são iguais e têm os mesmos direitos de se desenvolverem mostrando que é capaz. Não tem coisa melhor na vida do que ver o brilho no seu olhar de felicidade e eu dizendo: ‘você pode e você é capaz‘”, ressaltou Luciana.

Outra história de sucesso

O exemplo de Larissa não é um caso isolado, o portal estadunidense, Children & Nature, relata um caso semelhante como o de Larissa, ocorrido com Leela, cujo contato com a natureza a ajudou a aprender sobre o “eu” físico e, mais importante, sobre seu espírito e sua essência. Segundo ela mesma, “a natureza é um organismo vivo, um lugar de relacionamento compartilhado”.  Sua mãe, Allyson enfatiza que para Leela, estar na natureza é como contatar a si mesma, os elementos sensoriais da mata permitem uma redefinição de como sentimos determinadas questões

“As birras terminam quando levamos Leela para fora. É uma experiência de cura no momento”, explica. Allyson conta que as experiências de Leela com a natureza elevaram seu senso de identidade, permitindo que ela se visse como parte de algo maior.

Vários estudos apontam evidências dos beneficios do contato da natureza para crianças. As chamadas “Escolas Verdes”, com com maior presença de natureza, podem melhorar a saúde, bem-estar e promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nas crianças.

De acordo com site da rede Children & Nature, em espaços educativos mais naturais, os estudantes podem tornar-se:

  • Mais calmos e menos estressados: poder olhar para paisagens verdes das janelas da sala de aula ajudou alunos do ensino médio recuperarem-se mais rapidamente de eventos estressantes.
  • Positivos e restaurados: escolas florestais aumenta a positividade e reduz emoções negativas.
  • Resilientes: áreas naturais aumentam sentimentos de competência e amplia ainda mais as relações sociais que ajudam a construir resiliência.

Fonte: Children&Nature Nrtwork

Para a pesquisadora e doutora em Educação, Zemilda Santos, o afeto pela natureza deve ser estimulada na infância. Ela conclui em sua tese de doutorado que“… assim como o poeta Manoel de Barros, eu percebo que a realidade é complexa, mas também acredito na esperança, na potência do vir a ser, e, por isso, ouso dizer: Eu sei que as crianças de hoje, fabricadas de natureza e cultura, conseguirão restaurar dentro delas a inocência. (…) Conseguirão crescer sem deixar de ser crianças. Serão seres que saberão que o importante é ser e não ter. Conseguirão viver em harmonia com os demais sistemas de vida com os quais coabitam na natureza. Tudo isso será possível sim! Se, a começar pela Educação Infantil, lhe permitirem viver na infância, uma experiência afetiva com a natureza.”

Toda a equipe do Instituto Soka Amazônia trabalha incansavelmente para que essas palavras proféticas da pesquisadora se tornem realidade em um futuro bem próximo!

Fontes:

RHODELAND, Amelia. Experiências ao ar livre “naturalmente inclusivas” para crianças de todas as habilidades. Children&Nature. Maio 2023.

SANTOS, Zemilda do Carmo Weber do Nascimento. Criança e a experiência afetiva com a natureza – as concepções nos documentos oficiais que orientam e regulam a Educação Infantil no Brasil. Unival, Tese de Doutorado, Itajaí-SC, 2016. Disponível em: Acesso em: 06/07/2023.

TIRIBA, Lea; Profice, Chistiana Cabicieri. Crianças da natureza: vivências, saberes e pertencimento. Revista Educação & Realidade. Seção temática: Infâncias e Educação das relações étnico-raciais, ed. 44, ano 2, 2019. Disponível em: Acesso em: 06/07/2023

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Research on education at the Soka Amazon Institute is presented at a Unesco Conference

The educational practices carried out at the Soka Amazon Institute were highlighted at the 4th ANGEL (Academic Network on Global Education and Learning) International Conference 2023, held at the headquarters of the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), in Paris, on the last 19th. 

The international education researcher and associate professor at the State University of New York, PhD Namrata Sharma, presented her studies on the value creating (in Japanese, Soka) approach to environmental education promoted at the Institute in the Amazon.

In the expert’s evaluation, both formal and non-formal education are fundamental for the development of critical skills in students. According to her, educational approaches based on human values can stimulate behavior for constructive global change.

Namrata Sharma described the relevance of the Soka Amazon Institute for sustainability education and global citizenship are manifold, including its mandate to preserve biodiversity in the Amazon, highlighting 3 aspects:

– its performance as an SDG hub, promoting the engagement of enterprises to achieve the UN Sustainable Development Goals.

 – in its ethos, which is an enactment of the founder’s vision for harmonious coexistence of all life;

– and through its commitment to the Earth Charter and values-based approaches to sustainability.

“I am interested to explore such aspects in my study of the Institute as the only informal learning space for the practice of value-creating education, bringing together discussions on sustainability and global citizenship”, said Ph.D. Namrata Sharma. cidadania global”, afirmou a PhD Namrata Sharma.

The 4th edition of the ANGEL Conference has a theme as Global education & learning for a just, peaceful & sustainable world. The event is organized by the Academic Network on Global Education and Learning(ANGEL) in partnership with the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO), Global Education Network Europe (GENE), Institute and Faculty of Education and Society at University College London (UCL) and the NESCO Chair in Global Citizenship Education in Higher Education, based at the University of Bologna.

Pesquisa sobre educação no Instituto Soka Amazônia é apresentada em Conferência da Unesco

As práticas educacionais realizadas no Instituto Soka Amazônia foram destaque na  4ª Conferência Internacional da Rede Acadêmica de Educação e Aprendizagem Global (Angel) , realizada na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris, no ultimo dia 19.  

A pesquisadora em educação internacional e professora adjunta da Universidade do Estado de Nova York, PhD Namrata Sharma, apresentou estudos realizados sobre a abordagem de criação de valor (em japonês, Soka) na educação ambiental promovida no Instituto na Amazônia.

Na avaliação da especialista, tanto a educação formal como a não formal são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades críticas nos estudantes. Segundo ela, as abordagens educativas baseadas em valores humanos podem estimular comportamentos para uma mudança global construtiva.

Namrata Sharma classificou como múltipla a relevância do Instituto Soka Amazônia para a educação em sustentabilidade e cidadania global, somada à sua missão de preservação da biodiversidade da Amazônia, destacando três pontos:

  • a atuação da entidade como organização âncora do HUB ODS Amazonas, promovendo engajamento de empresas para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU;
  • a ética do Instituto representada na visão do fundador de uma coexistência harmoniosa de todas vidas;
  • compromisso da instituição com os princípios da Carta da Terra aplicados na abordagem de valores para a sustentabilidade.

“Tenho interesse em explorar tais aspectos em meu estudo sobre o Instituto como espaço informal único de aprendizagem para a prática da educação geradora de valor, reunindo discussões sobre sustentabilidade e cidadania global”, afirmou a PhD Namrata Sharma.

A IV edição da Conferência ANGEL teve como temática Educação e Aprendizado Global para um Mundo Justo, Pacífico e Sustentável. O evento é organizado pela Rede Acadêmica de Educação e Aprendizagem Global (ANGEL) em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Rede Europeia de Educação Global, Instituto e Faculdade de Educação e Sociedade da University College London e a Cátedra UNESCO em Educação para Cidadania Global em Ensino Superior Educação, com sede na Universidade de Bolonha.

Programação da Academia Ambiental é enriquecida com conteúdos da Carta da Terra 

Um grupo de gestores de escolas municipais da zona leste de Manaus participaram, nesta terça-feira (20), da reunião de planejamento do programa Academia Ambiental para o segundo semestre de 2023. O programa atende semanalmente turmas de alunos da rede municipal de ensino.

Durante o encontro , os educadores conhecerem os detalhes do programa e assistiram à palestra da coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do instituto, Tamy Kobashikawa, sobre as possibilidades da aplicação da Carta da Terra na educação.

A pesquisadora e especialista em Educação, relembrou que na Semana do Meio Ambiente o Instituto Soka Amazônia tornou-se a primeira organização amazônica filiada à Carta da Terra Internacional, passando a ser uma divulgadora oficial de seus princípios. 

Ponderando sobre os grandes desafios ambientais e sociais que a humanidade enfrenta, Tamy avaliou que esses efeitos são a ponta de um iceberg e que a origem real desses problemas é mais profunda e está relacionada aos nossos valores e visão de mundo. 

“A Carta da Terra, nesse sentido, é uma bússola ética que pode nos guiar para soluções e está diretamente sintonizada aos objetivos que o Instituto declara em seu slogan ‘plantando sementes de uma nova consciência no coração das pessoas'”, afirmou.

Apesar de a Carta da Terra tratar de integridade ecológica, justiça social  e democracia e não-violência, Tamy ressalta que, de maneira sistêmica,  todos esses assuntos convergem para o eixo central que é o respeito e cuidado para com a comunidade da vida que inclui o ser humano, a natureza e sua biodiversidade. “Em resumo, somos a natureza”, declara. 

A coordenadora convidou os educadores a conhecer a exposição Sementes da Esperança e Ação”, disponível no Instituto e que já foi levada para outros espaços educativos, destacando-a como um instrumento importante para formação de cidadãos planetários, conscientes de seu papel no mundo.

O coordenador da Divisão de Educação Socioambiental do Instituto Soka, Jean Dinelly Leão, esclareceu que as aulas da Academia Ambiental são uma forma prática de aplicar a Carta da Terra.

“O modelo de educação proposto aqui é o experiencial, onde os alunos são incentivados a experimentar, manipular e observar os fenômenos da natureza enquanto visitam as instalações do Instituto e a RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Acredito que refletir sobre suas experiências, torna o aprendizado muito mais estimulante”.

Programa educativo oferece aulas ao ar livre para estudantes de escolas públicas e privadas na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, em frente ao Encontro das Águas, e conta com a participação da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Ocas do Conhecimento Ambiental e o apoio de voluntários e empresas da região.

Mais informações do programa estão disponibilizadas em um site-piloto. Clique para acessar.

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Semana do Meio Ambiente: Melhores Momentos

Com o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, Instituto Soka Amazônia promoveu série de eventos visando sensibilizar a sociedade para proteção do meio ambiente

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

O mês de junho começou com várias ações de estímulo ao engajamento da sociedade para a necessária proteção do meio ambiente, diante dos desafios enfrentados em escala local e global.

Na cidade de Manaus, a equipe do Instituto Soka Amazônia teve oportunidades de levar à população conhecimento e experiências visando reconectar as pessoas à natureza e inspirá-las para ações no dia-a-dia.

No dia 1º de junho, a convite da Secretaria Municipal de Educação de Manaus, a coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do Instituto, Tamy Kobashikawa, proferiu palestra para educadores e alunos da rede municipal sobre o que é e como aplicar Carta da Terra.

A poucos metros dali, no Ocas do Conhecimento Socioambiental,  espaço voltado à provocar a interação da população com as questões ambientais, voluntarios e equipe de Educação Socioambiental do Instituto Soka Amazônia realizaram ação educativa com workshop da bióloga e  pesquisadora Iris Andrade, sobre importância das abelhas nativas para o ecossistema.

Com o intuito de apoiar ações de ESG de empresas, a equipe de Proteção a Natureza do Instituto realizou palestra de sensibilização e plantio de árvores nativas com os colaboradores da empresa de energia Breitener.

PORTAS ABERTAS

Mas, foi no dia 3 de junho a abertura oficial da Semana do Meio Ambiente, com o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, que promoveu atividades e vivências estimuladoras para reconexão, afeição e proteção da natureza.

Foram dez horas de programação na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, como trilhas educativas, caminhadas com observação de pássaros, plantio de enriquecimento florestal,  exposições educativas e interativas de empresas parceiras. Um público de mais de 400 pessoas de diversas idades pode experimentar exercícios de  Sambaterapia, oficinas de origami, artesanato com plantio de mudas, atividades literárias e atração musical da Manaus Brass Band.

DIA DO MEIO AMBIENTE COM CARTA DA TERRA

No dia 5 de junho, foi realizada cerimônia para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e a oficialização do Instituto Soka como a primeira organização amazônica filiada à Carta da Terra Internacional. 

O diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, destacou a importância da Carta Terra como declaração global que estabelece os valores e princípios para um futuro sustentável, nos moldes da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nascimento ressalta o papel da Carta como instrumento para mostrar a responsabilidade e potencial de cada pessoa para transformar o destino o Planeta e de protegê-lo como cidadãos globais e planetários. “É um documento que nos empodera e nos dá esperança para as urgentes e necessárias mudanças a serem feitas para o bem das futuras gerações”, afirma. 

Antes de proferir sua palestra, Mirian Viela, diretora executiva da Carta da Terra Internacional, confessou sua emoção de ver, pela primeira vez, o Encontro das Águas a partir do Instituto . “A beleza e a estética do lugar deve ajudar a mover a nossa consciência a um outro nível”, comentou.

Mirian destacou ainda que o Dia do Meio Ambiente é todo o dia que vivemos, pois nas mínimas ações interagimos e dependemos do meio ambiente natural. “Somos natureza, somo feitos de água, ar e todos nutrientes. É fundamental expandir a nossa consciência sobre isso”.

Durante a solenidade, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, apresentou mensagem enviada pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda, em que agradece a homenagem recebida da Carta da Terra Internacional e a dedica ao seu predecessor, Tsunessaburo Makiguti. “O professor Makiguti foi um geógrafo proeminente que admirava sinceramente as terras da Amazônia e era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária”.

A cerimonia foi concluída com plantio de árvore nativa em celebração ao Dia do Meio Ambiente e Carta da Terra Internacional.

SEMINÁRIO CONSCIÊNCIA E AÇÃO

Um público de quase mil pessoas assistiu ao Seminário Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, transmitido ao vivo, pelo youtube no dia 6 de junho.

O evento reuniu apresentações de especialistas e debates sobre a importância da biodiversidade para o cidadão comum e abordagens educativas para criação de valores alinhados aos princípios da Carta da Terra.

Entre os palestrantes esteve a coordenadora de Tecnologia Social do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), professora doutora Denise Gutierrez, o professor e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), professor doutor Marcelo Gordo, e o coordenador da Divisão de Proteção da Natureza do Instituto Soka Amazônia, Rodrigo Izumi.  

O Seminário contou ainda com palestra de Mirian Vilela, da Carta da Terra Internacional, sobre formas de aplicar a Carta da Terra em vários contextos e uma mesa redonda com as consultoras da Carta da Terra Internacional, Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa.

Pelo chat na transmissão pelo Youtube do Seminário houve grande troca de informação e inspiração entre os participantes.

Veja alguns depoimentos dos participantes:

“Excelentes reflexões. o que falta fazer para o homem pensar global e agir local? Fundei uma ONG Árvores frutíferas em Rio branco com meu pai de 83 anos. plantamos cerca de 160 mudas por semana” (Marcia Macedo, educadora, Rio Branco/AC)

“Excelente, dra Denise. Aqui no Japão, temos este sistema de reciclagem também, seria excelente algum político pudesse levantar-se-á bandeira também” (Alfredo Kadomoto​)

Filiação do Instituto à Carta da Terra Internacional marca celebração do Dia do Meio Ambiente

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Com o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, Instituto Soka Amazônia promoveu série de eventos visando sensibilizar a sociedade para proteção do meio ambiente. O momento ápice da Semana foi o dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, que foi celebrado com cerimônia de oficialização do Instituto Soka como a primeira organização amazônica filiada à Carta da Terra Internacional. 

O diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, destacou a importância da Carta Terra como declaração global que estabelece os valores e princípios para um futuro sustentável, nos moldes da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nascimento ressalta o papel da Carta como instrumento para mostrar a responsabilidade e potencial de cada pessoa para transformar o destino o Planeta e de protegê-lo como cidadãos globais e planetários. “É um documento que nos empodera e nos dá esperança para as urgentes e necessárias mudanças a serem feitas para o bem das futuras gerações”, afirma. 

Antes de proferir sua palestra, Mirian Viela, diretora executiva da Carta da Terra Internacional, confessou sua emoção de ver, pela primeira vez, o Encontro das Águas a partir do Instituto . “A beleza e a estética do lugar deve ajudar a mover a nossa consciência a um outro nível”, comentou.

Mirian destacou ainda que o Dia do Meio Ambiente é todo o dia que vivemos, pois nas mínimas ações interagimos e dependemos do meio ambiente natural. “Somos natureza, somo feitos de água, ar e todos nutrientes. É fundamental expandir a nossa consciência sobre isso”.

Durante a solenidade, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, apresentou mensagem enviada pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda, em que agradece a homenagem recebida da Carta da Terra Internacional e a dedica ao seu predecessor, Tsunessaburo Makiguti. “O professor Makiguti foi um geógrafo proeminente que admirava sinceramente as terras da Amazônia e era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária”.

A cerimonia foi concluída com plantio de árvore nativa em celebração ao Dia do Meio Ambiente e Carta da Terra Internacional.