Jovem cientista em formação

Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia

As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.

Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.

“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.

A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.

16ª Conferência sobre Educação Soka na Universidade Soka América Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/california-2020-2-dias-intensos-e-riquissimos-na-16a-conferencia-sobre-educacao-soka/

No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.

Planos futuros

O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.

“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.

Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.

Reflexões sobre os Objetivos Sustentáveis

O evento virtual Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis buscou levar informações e exemplos para que pessoas e organizações possam refletir sobre possibilidades reais

Desenvolver com responsabilidade e eficiência. São as palavras de ordem das Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que são essenciais para que haja um futuro ao planeta e a todos os seres que nele habitam. O webinar Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis aconteceu na última quinta-feira, dia 25 de março e é uma iniciativa do Instituto Soka Amazônia e da Fundação Rede Amazônica. Cerca de 180 pessoas e organizações participaram ao vivo e muitas outras mais assistiram à gravação posteriormente pelo canal do Instituto no YouTube[1].

Victor Olszenski – mediador do Evento

Sob mediação do professor e diretor da Percepta Marketing, Victor Olszenski, o evento contou com a participação de Ana Carolina Paci, representante do Pacto Global[2] das Nações Unidas no Brasil. Também apresentaram suas iniciativas e perspectivas, Jonivaldo Miranda da empresa Tutiplast e Márcya Lira da Fundação Rede Amazônica.

“Há 36 anos a Rede Amazônica [maior grupo de comunicação da Região Norte do país], busca colorir, com suas câmeras, todas as facetas da floresta”, enfatizou Márcya. A Fundação é o braço institucional do grupo Rede Amazônica e tem como principal objetivo integrar e desenvolver a região, por meio da capacitação de seus colaboradores. Também articulando parcerias que contribuam para o desenvolvimento social, ambiental e científico-tecnológico, como a que mantém com o Instituto Soka Amazônia. “Hoje não existem mais fronteiras geográficas, só as digitais”, continuou. Tais fronteiras passam necessariamente pela constante inovação tecnológica, especialmente numa empresa voltada para a comunicação. Reafirmou ainda o compromisso de trabalhar pela proteção da floresta, incluindo as populações que precisam encontrar maneiras de viver de maneira sustentável.

A Tutiplast, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado nacional provendo soluções em injeção plástica contou sua experiência com o tema do evento. Jonivaldo Miranda ressaltou muito sobre a preocupação da empresa quanto à questão ambiental e contou sobre a busca por parcerias que pudessem efetivamente desenvolver projetos que possibilitem a conscientização e a redução do impacto ambiental resultante das atividades da empresa. Foi assim que há 3 anos chegaram ao Instituto Soka Amazônia.

Tal parceria resultou em projetos que abrangem desde a educação ambiental até a produção de mudas para o reflorestamento. Jonivaldo conta que hoje há um consenso em toda a cadeia produtiva ligada à empresa, sobre a questão ambiental. Seus colaboradores veem como um “prêmio” serem selecionados para as constantes visitas à sede do Instituto Soka, tal o grau de envolvimento obtido a partir dos projetos de conscientização.

Pacto Global

Ana Carolina Paci iniciou sua apresentação destacando a atuação do Pacto Global no Brasil. Em 20 anos a Rede Brasil já é a terceira maior do mundo e já alcançou cerca de 1.100 membros, sendo que em 2015 eram menos de 500 participantes. Enfatizou a importância da sigla ESG (do inglês Environmental = Ambiental, Social e Governance = Governança) que tem ganhado grande visibilidade, graças a uma preocupação crescente do mercado sobre a sustentabilidade. As questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas tomadas de decisões de investimentos, colocando forte pressão sobre o setor empresarial.

As plataformas de ação da iniciativa em todo o mundo são: ação pelos direitos humanos, ação pelo clima, ação contra a corrupção, ação pelos ODS e ação para comunicar e engajar. Segundo Ana Carolina, há um envolvimento cada vez maior das empresas brasileiras em torno da sustentabilidade e uma maturidade crescente em relação ao tema. Há até bem pouco tempo, era quase um senso comum a ideia de que era suficiente apoiar um projeto no entorno para cumprir seu papel social.

Entretanto, hoje há mais conscientização. Tal evolução compreende o entendimento sobre os desafios da humanidade e o consequente papel das organizações dentro deste cenário. Já há departamentos nas empresas brasileiras voltados à sustentabilidade, cuja função passa pelo controle dos impactos ambientais da operação até a relação dos seus produtos e serviços com a sociedade e com o planeta. Ana Carolina ressaltou que a pandemia trouxe um ponto positivo: a quebra de paradigmas e o consequente aumento da reflexão. Já não se trata de uma voz solitária, pois muitas grandes empresas sinalizam sobre a importância de ações voltadas à sustentabilidade e que já não basta olhar somente para a maximização do lucro mas também voltar-se para o impacto de seu papel em todo o seu entorno. Grandes empresas nacionais que têm em seu DNA a perenidade e o desenvolvimento sustentável vêm, cada vez mais, implantando projetos maduros e conscientes que ultrapassam a linha da simples transferência de recursos financeiros como solução de problemas imediatos.

Sobre a Rede Brasil do Pacto Global: trata-se de uma plataforma que reúne o setor empresarial para atuar com impacto mensurável nos ODS, tanto na evolução dos modelos de negócios como na implementação de projetos em parceria. Tudo isso somado ao acesso às informações das diversas agências da ONU e ao envolvimento do poder público, instituições de ensino / pesquisa e sociedade civil. Isso significa que o engajamento na Rede é uma maneira de alavancar o potencial como agente transformador, garantindo a competitividade enquanto empresa, ao mesmo tempo que se torna parte da tomada de decisões globais de referência.


[1] https://www.youtube.com/watch?v=bIqUepsGgVA

[2] Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade, dando uma dimensão social à globalização. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos em 69 redes locais, que abrangem 160 países (https://www.pactoglobal.org.br/a-iniciativa).

ESG: essa ideia “pegou na veia”

Não se trata, apenas, de ter conquistado a preferência de jovens embalados pela ideia de “produtos amigos da natureza”.

Dê uma espiada no Google.

Selecione ESG – de Environmental, Social, Governance

Você encontrará uma enorme quantidade de alternativas de sites e textos sobre o assunto, pois ESG deixou de ser uma daquelas tendências passageiras que são comuns no mundo empresarial, para se tornar uma realidade palpável que faz grande diferença para empresas, seus executivos e funcionários e, o que mais chama a atenção, para consumidores finais, pessoas como você e cada um de nós.

A verdade é que, como se diz, a ideia “pegou na veia”.

Mais do que isso: não se trata, apenas, de ter conquistado a preferência de jovens embalados pela ideia de “produtos amigos da natureza”, para que prefiram esta ou aquela marca na hora de comprar uma barra de chocolate, uma raquete de tênis ou um chiclete de bola.

Diferencial de marketing cada vez mais valioso

Algumas das mais importantes consultorias de ESG têm clientes das áreas de construção naval, petróleo, siderurgia, papel e celulose, seguradoras e por aí vai. Empresas que se conscientizaram da necessidade de adotar práticas que representam, no fim, uma visão de mundo futuro, decisão tomada não apenas por idealismo ou consciência social, mas também pela certeza de que essa atitude representa um diferencial mercadológico cada vez mais valioso.

Projetos de ESG podem passar por aspectos tão díspares como carro elétrico, logística e manufatura reversa, gestão de resíduos, economia circular, biocompostagem e tantos outros que estão longe do dia a dia de pessoa s comuns. Isso não impede, no entanto, que uma consultoria como a Ambipar exiba em seu site, ao lado de outros complexos projetos, a criação de um sabonete sustentável rico em colágeno, desenvolvido a partir de resíduos de cápsulas de medicamentos, resíduos que antes iam parar num aterro sanitário.

Numa outra ponta, financeiras de grande prestígio perceberam o valor desse diferencial e têm tido grande aderência de aplicadores a fundos com papéis de empresas sustentáveis.

Em mensagem de página dupla na Imprensa e em outras mídias sobre um seminário com foco em ESG, o fundador e CEO da XP (Guilherme Benchimol) destaca que “As empresas do passado eram valorizadas apenas pela capacidade de gerar lucro. Isso acabou”.

Valor paralelo

O site da Fundação Estudar, criada em 1991 pelo empresário Jorge Paulo Lemann (Ambev) registra que “segundo uma pesquisa de 2016 da Cone Communications, 75% dos millennials estão dispostos a ter um corte no salário para trabalhar em uma empresa socialmente responsável. De acordo com outro estudo, da Nielsen, 73% dos millennials pagariam mais por produtos ou soluções sustentáveis.” Vale a pena lembrar, ainda, a pesquisa em que é apontado que 7 entre 9 novos profissionais contratados por grandes empresas foram preferidos justamente pela sua familiaridade e pela real adoção das práticas do ESG.

Uma organização “que planta árvores”

O Instituto Soka Amazônia, dito de uma forma simples, é uma organização “que planta árvores”.

Entenda-se plantar árvores, no entanto, num sentido muito mais amplo, compreendido desde a coleta de sementes, até a produção de mudas e a realização de projetos 100% alinhados com os propósitos de preservação do meio ambiente e de educação ambiental.

Tudo muito em linha com o E de enviroment, ambiente em inglês, com o S de social e o G de governance.

Desembargador Aristóteles Thury falece vítima de covid-19

Homenagem do Instituto Soka Amazônia ao grande parceiro e amigo do meio ambiente e dos Direitos Humanos

A lembrança que ficará em todos os que o conheceram é a da figura humana, o magistrado que sempre defendeu o direito à vida por meio de sua atuação ilibada em todas as ações que se propôs a abarcar. No último domingo,14 de fevereiro, o universo jurídico brasileiro perdeu um de seus mais ilustres integrantes, vítima da covid-19. O legado do Desembargador e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Aristóteles Lima Thury, ficará marcado na história do estado pelos mais de 40 anos dedicados incansavelmente à magistratura.

O Desembargador Thury era um defensor da floresta e, devido a isso, interessou-se pelos projetos ambientais do Instituto Soka Amazônia. Um dos projetos que acolheu, incentivou e defendeu foi o Sementes da Vida, ação de plantio de árvore para cada recém-nascido, em parceria com maternidades de Manaus.

Desembargador Aristóteles Thury e o inicio do plantio do projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia

Thury presidia o TER-AM desde maio, empossado para o biênio 2020-2022, e era ainda, professor titular de Direito Penal. Magistrado de carreira, seu ingresso na magistratura aconteceu em 1980 em comarcas do interior do estado e em 1991 assumiu um posto como juiz na capital.

Seu profundo interesse pela defesa dos Direitos Humanos levou-o a participar como membro do órgão colegiado do Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas – PROVITA/AM.

Condolências

O Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux emitiu nota de pesar, lamentando profundamente a morte do Desembargador Thury e que em nome do judiciário brasileiro, externava todo o seu pesar à família. O presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Luiz Alberto Barroso, ressaltou em nota que o Desembargador Thury serviu à Justiça Brasileira com honra e dedicação e que, em 2020, conduziu de modo impecável as eleições municipais no Estado.

Fonte:https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/02/14/presidente-do-tre-aristoteles-thury-morre-vitima-de-covid-19.ghtml

Empresas e RPPNs num jogo de flagrante ganha-ganha

Já não basta fazer discursos e dizer em anúncios que a empresa é verde: o mercado exige ações práticas e responde com preferência pela marca

“O Decreto Federal 1992/1996 definiu a RPPN como ‘uma área privada gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica’”

Flavio Ojidos em seu livro “Conservação em Ciclo Contínuo”

Este artigo é sobre RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural, mas é preciso lembrar o momento atual em que as empresas e as pessoas vivem.

Simples assim: foi-se o tempo em que uma empresa podia ignorar os riscos do aquecimento global, a importância da responsabilidade de todos pelo equilíbrio ecológico, a preservação do meio ambiente e o valor, para seus negócios, da sigla ESG, (em inglês).

E de Environment

S de Social

G de Governance

Esse assunto ganha cada vez mais relevância.

É crescente a pressão exercida por consumidores (não apenas consumidores finais, mas também os compradores institucionais no chamado mercado business-to-business) para que as empresas assumam atitudes práticas e ativas nas questões ambientais e não se limitem a fazer discursos vazios e falar em seus anúncios que são verdes ou zelam pela sustentabilidade do planeta, mas façam, no entanto, muito pouco de prático e efetivo.

Cresce, por isso mesmo, o número de empresas de todas as áreas, que demonstram real atuação e usem, como devem ser usados, os preceitos do ESG para ganhar pontos efetivos na preferência por suas marcas.

Dentro desse quadro há um papel de relevo que as RPPNs passaram a desempenhar.

De certa forma é uma conta muito simples de soma e subtração.

Todas as ações do homem acabam por gerar dióxido de carbono, o CO2, que é responsável pelo aquecimento global, sendo a queima de combustíveis fósseis a grande vilã. Queima não apenas por parte de veículos nas ruas e estradas, mas sobretudo pela fumaça que sai de chaminés e de complexos processos industriais.

A soma é isso: as ações humanas gerando quantidade enorme de CO2.

A subtração de que falamos, em significativa parte, vem das árvores, que eliminam da atmosfera grandes quantidades de CO2 e contribuem, com isso, para redução do efeito estufa.

Há, em decorrência dessa conta simples, um ponto em que se casam os interesses das empresas poluidoras e das RPPNs.

As empresas não têm vocação ou competência para executar projetos de reflorestamento, mas as RPPNs, ao contrário, têm nisso — plantar, manter vivas as florestas, gerenciá-las– sua razão de existir.

Dentro de normas legais estabelecidas (que pretendemos abordar neste espaço em novos textos) é válido em muitos casos um casamento de interesses, tipicamente ganha/ganha, em que ganham o meio ambiente, as empresas, as florestas, as populações, e podem ganhar as RPPNs.

Vale lembrar que, por Lei, uma RPPN é caracterizada como “área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica”. Para quem acompanha assuntos relacionados ao meio ambiente e à economia do meio ambiente, há muito o que ser analisado e discutido.

Voltaremos ao assunto.

Seminário internacional apresenta o Instituto Soka Amazônia ao mundo!

A iniciativa foi do Núcleo Jovem japonês da Soka Gakkai Internacional

Como parte de uma série de iniciativas que o Núcleo Jovem da Soka Gakkai Internacional (SGI) vem realizando com vistas à conscientização de todos os associados até 2030 – data instituída pela ONU para a consolidação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) –  no último dia 28 de janeiro foi realizado um seminário online – live – para apresentar o Instituto Soka Amazônia. A iniciativa da realização contou com a participação de cerca de 500 líderes de diferentes partes do mundo.

“Com o mesmo propósito, o Núcleo de Jovens do Japão promoverá diversas atividades de mãos dadas com os participantes de hoje”,

enfatizou a responsável pelo Comitê Feminino para a Paz da Soka Gakkai, Noriko Komatsu.
Membros Instituto Soka Amazônia em conferência com SGI – Divisão Jovens
Confiança de parceiros, doadores e do fundador

O diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Akira Sato, abriu os trabalhos agradecendo aos promotores do evento pela iniciativa. “Todas as nossas ações, projetos e programas são desenvolvidos com o sentimento de poder contribuir com o desenvolvimento sustentável da nossa região. E um ponto importante é poder corresponder a toda a confiança depositada em nós tanto pelos nossos parceiros como pelos nossos doadores do mundo inteiro e principalmente do nosso fundador que acreditam e apoiam os nossos trabalhos”, explicou. Akira ressaltou sobre a busca constante da equipe em atuar em conjunto com a sociedade manauara para estabelecer formas concretas de atuação para o bem da floresta, dos povos que nela habitam e a todo o país.

Mudança climática, preocupação mundial

O diretor presidente enfatizou ainda que “as mudanças climáticas são amplamente discutidas e vêm preocupando o mundo todo. O Relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas de 2018 mostra os principais impactos do aquecimento global”. Segundo ele, cada projeto do Instituto, mesmo que aparentemente de proporções limitadas, vem contribuindo para a edificação de um mundo melhor e ecologicamente mais justo, com o propósito de efetivamente se somar para o objetivo de redução dos gases de efeito estufa e assim garantir que o aumento da temperatura da terra fique limitado a até 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais.

A seguir, cada membro da equipe explicou aos participantes da live sua função e os projetos sob sua responsabilidade.

Interação e definições

O gestor ambiental, Jean Dinelly Leão é o responsável técnico pela Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Dr. Daisaku Ikeda. É ele quem avalia o nível de interação que o Instituto pode ter com seus parceiros e define os campos de trabalho, embasamento do propósito filosófico face à legislação e/ou termo de cooperação. Faz parte de seu trabalho, também, a definição da melhor forma de comunicação para cada nível de interação que o Instituto possui com doadores, colaboradores, parceiros institucionais e demais públicos. E vai adiante, no agendamento, avaliação e participação de atividades com Universidades, empresas, profissionais liberais e demais parceiros do Instituto. Passam pela sua avaliação intervenções de caráter humano e fisiológico na RPPN, bem como o seu grau de impacto e suas formas de mitigação propostas no Plano de Manejo. Por fim, elaboração de relatórios pertinentes à gestão da RPPN junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

“As nossas ações estão alicerçadas em Educação ambiental, apoio à pesquisa, à consolidação permanente de programas e projetos socioambientais que o Instituto promove junto à sociedade”, explicou.

Em conjunto com as universidades locais e seus centros de pesquisa, Jean coordena também os estudos acadêmicos para conservação da Amazônia, recebendo e incentivando alunos de mestrado e doutorado.

Também junto com as universidades estamos consolidando o único e maior banco de sementes nativas da Amazônia”, enumera o gestor. Trata-se de uma ferramenta ímpar para auxiliar na restauração e conservação da Amazônia, garantindo que espécies em risco de extinção possam ser protegidas e devolvidas à natureza.

Programas híbridos

A futura formanda em Ciências Naturais Tais Tokusato é a responsável pela Academia Ambiental, programa iniciado em 2017 e que tem como objetivo vivenciar aulas a céu aberto em meio à floresta da RPPN. “Nosso maior objetivo com esse programa é poder mostrar a inter-relação do ser humano com o meio ambiente”, explicou Tais.

Até o ano de 2019 o programa pôde atender mais de 3 mil alunos da rede pública de Manaus, 26 escolas diferentes, principalmente da região periférica da cidade. Embora pareça paradoxal, a capital do estado que abriga uma imensa parcela da maior floresta tropical do planeta, possui uma das menores coberturas verdes dentre as cidades brasileiras de mesmo porte. A conscientização da população também é limitada, pois há uma ideia equivocada e muito disseminada, de que progresso é sinônimo de derrubada de mata.

“Para este ano, como estamos em um momento muito delicado de pandemia sobretudo aqui no Amazonas, a Academia Ambiental continuará virtual, mas já estamos prevendo que mesmo após esse momento difícil, o formato híbrido será mantido. A Academia contará com uma série de vídeos com temas preparatórios para a visita ao Instituto Soka onde poderemos atualizar vários assuntos de acordo com a realidade atual. Em 2021 temos o objetivo de alcançar mais de 30 mil alunos com esse novo formato”, contou Tais.

Banco de sementes

O engenheiro ambiental, Rodrigo Yuiti Izumi explanou sobre o processo de produção e plantio de mudas florestais, ressaltando duas etapas: produção e plantio. Cada qual requer cuidados específicos e fundamentais para o sucesso de todo o processo. Segundo ele, no processo de produção, destaca-se a etapa chamada sementes que basicamente constitui-se de coleta, beneficiamento, armazenamento e expedição.

Já no processo de plantio, cada muda está planejada para ser plantada de acordo com os projetos promovidos pelo Instituto Soka Amazônia. Portanto, antes de chegar ao “Dia de Plantio” é necessária a realização de um conjunto de procedimentos para garantir a continuidade duradoura de cada muda plantada. “Isto inclui as explicações às entidades recebedoras do plantio, os estudos prévios de local e toda especialização da própria equipe de plantio para atender às demandas extras que surgem em cada dia de plantio”, contou Rodrigo.

Então, como as sementes chegam aqui ao Instituto? Por meio de expedições com a finalidade de coletá-las, em diferentes áreas, de acordo com a época de dispersão. Algumas são coletadas dentro da própria RPPN. “Outras vezes coletamos sementes dentro da cidade de Manaus e, muitas vezes, as sementes são vêm do meio da floresta”, esclarece o engenheiro ambiental.

SGI, ODS, COP26

Toda a Soka Gakkai Internacional (SGI) vem se empenhando em projetos voltados à disseminação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com vistas a realização de iniciativas de combate às mudanças climáticas, visando a COP26, (26th UN Climate Change Conference of the Parties) prevista para ocorrer em Glasgow, Reino Unido, em novembro deste ano. Reino Unido e Itália, por exemplo, estão realizando atividades de conscientização por meio de exposições abertas para pequenos grupos.

“Ouvir sobre suas preciosas atividades se tornou uma oportunidade para aprofundar nosso interesse e compreensão em relação aos problemas ambientais. Fiquei emocionada ouvindo sobre o poder da natureza de revivescer a esperança no coração das pessoas”, finalizou a responsável pelo Comitê Feminino para a Paz da Soka Gakkai, Noriko Komatsu.

Uma organização global pela harmonia e simbiose social

Soka Gakkai Global
Há 46 anos nascia a Soka Gakkai Internacional para a promoção dos alicerces de um equilíbrio planetário

‘‘A Amazônia é o tesouro maior do mundo, é onde resplandece a luz da vida, onde ecoa a contínua canção da vida. Quando a Amazônia adoece, o planeta agoniza; quando a Amazônia chora, a Terra se desespera; e quando a Amazônia projetar suas asas livremente, a humanidade poderá voar altivamente.’’
Daisaku Ikeda

Consta nos objetivos da Soka Gakkai Internacional – SGI – desde a sua fundação: Promover, com base no ideal budista da simbiose, a proteção da natureza e do meio ambiente. Tem a ver com um dos mais importantes princípios da filosofia humanística do budismo de Nichiren Daishonin: a relação entre as ações humanas e o meio ambiente em que está inserido (em japonês = esho funi). Há 46 anos, a SGI é a materialização dessa relação, à medida que desde a sua fundação, é uma entidade global que promove a harmonização do ser humano com seu entorno. E o Instituto Soka Amazônia é um dos braços ativos da SGI que atua incansavelmente para edificar esse sonho de solidariedade e convivência humana com a natureza e os demais seres viventes do planeta, com ações práticas e permanentes para preservar a biodiversidade da Amazônia.

Cada ser vivo e seu ambiente são independentes, porém e ao mesmo tempo, interdependentes. Embora paradoxal, cada qual atua como um elo de uma corrente harmônica que subsistem em prol de um ciclo de coexistência.

Há quem olhe para os noticiários apocalípticos e só veja o lado sombrio da civilização humana. Esquecem-se do que a mídia não mostra, que está acontecendo neste exato momento em que leem este texto: bilhões de anônimos fora das notícias, que desafiam todos os dias suas limitações e vencem, dia após dia. E, dentre estes bilhões, 12 milhões são membros da SGI que fazem uso do esho funi para promover o bem, promovendo com base na filosofia budista a proteção do meio em que habitam, reverberando essa força e energia em todo o seu entorno.

Pois a SGI nasceu para congregar entidades locais – filiadas em países e territórios – organizando, orientando e protegendo. Sob a ótica do esho funi ninguém pode existir separadamente. A partir de sua fundação o planeta passou a contar com uma instituição mundial que atua efetivamente para compor um ambiente global a partir da transformação individual de cada um dos seus integrantes. E a arma mais poderosa dessa batalha diária pé a esperança!

É com esse sentimento que o Instituto Soka Amazônia vem empreendendo todas as suas ações em favor da convivência harmoniosa do Homem com a Natureza. Cada projeto visa preservar a maior floresta tropical do planeta, cuja importância para o futuro do planeta é reconhecida internacionalmente por toda a comunidade científica mundial.

Consta em um escrito budista: “Sem a vida, o meio ambiente não pode existir”. O dr. Daisaku Ikeda, fundador do Instituto Soka Amazônia e da SGI, proclamou: “Da guerra à paz! Do ódio à amizade! Do conflito à harmonia!”. Havia, nessas poderosas palavras, um claro clamor à uma coalisão de forças afins, dispostas a empregar seus esforços em prol de um planeta em que haja coexistência harmônica, solidária e fraterna entre todos os seres vivos. Pois a vida e seu ambiente são dois aspectos integrantes de uma mesma entidade. O ambiente, que abarca todo fenômeno universal, não pode existir exceto numa dinâmica relação com a atividade internamente gerada pela própria vida.

Parabéns SGI pelos seus 46 anos de existência!

Por uma economia que priorize o desenvolvimento humano

A doutoranda em Economia Tamy Kobashikawa fala sobre sua vida e sua atuação como acadêmica na Universidade Soka, no Japão

Aos 12 anos Tamy decidiu que iria estudar na Universidade Soka, localizada em Hachioji, em Tóquio, Japão. Órfã de pai, criada pela zelosa mãe que a supriu de amor e de cuidados, somente aos 24 anos conseguiu fazer materializar-se sua determinação de criança. Prestes a concluir o doutorado pela instituição de ensino que a acolheu, incialmente para o mestrado e agora para o doutorado, Tamy quer se dedicar à tarefa de retribuir ao seu país e aos companheiros brasileiros por toda a boa sorte de que foi alvo, dedicando-se a projetos de desenvolvimento econômico que priorizem, antes de tudo, o ser humano.

Ela graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e em 2015 determinou que ingressaria no programa de mestrado da Universidade Soka. “Eu não tinha a menor ideia se conseguiria a bolsa de estudos. E muito menos de onde viria o dinheiro caso não conseguisse. Mas sabia que estaria lá”, conta. Em meio à correria de providenciar documentos para candidatar-se, foi surpreendida com uma inusitada mas providencial surpresa.

O pai de Tamy falecera em um acidente de carro em que ela própria estava envolvida, quando contava com poucos meses de vida. Em decorrência dessa tragédia, sua mãe foi seu sustentáculo, suprindo também o papel de pai de forma admirável. “Meus pais se conheceram dentro da BSGI, ambos foram atuantes do núcleo jovem. Se apaixonaram e casaram. E tiveram duas filhas”, explica. A irmã faleceu muito criança. “Como eu cresci sem pai não tinha a dimensão dessa presença. Foi somente quando estava me preparando para ingressar na Universidade Soka é que me dei conta de que a boa sorte que meu pai acumulara na juventude, atuando na BSGI iria surgir no momento crucial”, ressalta.

O pai havia comprado um terreno em Santana do Parnaíba ainda na juventude. Ficara intocado e esquecido. Uma pessoa passou por ele e se interessou, mesmo sem nem menos haver uma placa de vende-se. Buscou com afinco e chegou à mãe de Tamy. A oferta em dinheiro e à vista era a exata quantia necessária para custear o mestrado. “Foi a comprovação materializada do empenho de meu pai em vida!”, exclama.

O mestrado em Economia teve como objeto de estudo a cooperação agrícola entre três países: Moçambique, Brasil e Japão. Tamy esteve por algumas semanas em Moçambique para seu trabalho de campo que resultou em uma poderosa dissertação.

Para o doutorado decidiu voltar seu olhar sensível ao seu país e entender como a educação ambiental pode contribuir efetivamente para um desenvolvimento econômico sustentável. Para tanto, esteve em 2019 no Instituto Soka Amazônia para o trabalho de campo. “Compreender os projetos e a forma como eles impactam na comunidade foi fundamental para a minha tese”, enfatiza. Em fase de escrita da tese de doutorado, Tamy irá dedicar o ano de 2021 para esse fim.

Em 2019, Tamy integrou o grupo de quatro estudantes da Universidade Soka para participar de um curso ministrado por laureados com o Prêmio Nobel da Paz, no México. Há cerca de 17 anos é oferecido esse treinamento para estudantes de algumas universidades do mundo. Em 2019, 30 laureados estiveram presentes. “Foram 5 dias de puro encantamento e aprendizado riquíssimo e inesquecível”, rejubila-se. Segundo ela, dos quatro integrantes da Universidade Soka do Japão, dois eram brasileiros. “Sinto que com tudo isso que me aconteceu, tenho conseguido honrar meu pai que mal conheci. E o mestre e fundador tanto do Instituto Soka Amazônia como da Universidade Soka, dr. Daisaku Ikeda”.

Ikeda delegou aos estudantes estrangeiros das duas Universidades Soka (Japão e EUA): “vocês são os embaixadores dos ideais Soka de paz, cultura e educação em seus respectivos países. Tornem-se verdadeiros valores fundamentais na sociedade em cada ramo de atuação”. Sem dúvida alguma, a jovem doutoranda Tamy Yukie Kobashikawa já é um grande valor que concretizará relevantes projetos para um real desenvolvimento que se volte para o ser humano.

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber

Mundo acadêmico em luto: morre Antonio Venâncio, reitor do IFAM

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

O Instituto Soka Amazônia presta sua homenagem a um grande educador e parceiro

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

Dedicar-se à Educação é um ato de amor à humanidade. Por meio dela é possível transformar comunidades inteiras, munindo-as de conhecimento por meio da qual se acende a chama da paixão pela descoberta, iluminando um horizonte muito mais amplo e promissor. Esse foi o grande legado do educador Antônio Venâncio Castelo Branco, magnífico reitor do IFAM (Instituto Federal do Amazonas). Na noite do dia 11 de janeiro último, vítima de complicações decorrentes da covid-19, faleceu o professor Venâncio. O mundo acadêmico em luto promoveu um cortejo fúnebre em sua honra na tarde do dia 12.

Carreira brilhante

Graduou-se em Engenharia Civil, mas sua maior obra foi mesmo à frente dos bancos escolares, ora lecionando, ora comandando com muita competência instituições de ensino. Atuou na Escola Técnica Federal do Amazonas, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (CEFET-AM) e no Instituto Federal do Amazonas. Foi Gerente Educacional na Escola Técnica Federal do Amazonas (Etfam), Diretor de ensino, Vice-Diretor Geral do CEFET-AM. Na alta gestão, exerceu o posto de Pró-Reitor de Ensino e de Desenvolvimento Institucional, tendo sido eleito Reitor do IFAM em 2015 e reeleito em 2018.

Sua grande conquista e marco de sua trajetória acadêmica: a interiorização da educação profissionalizante do Estado do Amazonas à frente do IFAM que hoje possui 3 campi em Manaus e mais 14 espalhados pelo interior, com mais de 20 mil alunos e cerca de 2,5 mil docentes.

O site do IFAM publicou nota de pesar descrevendo-o como “um ser humano íntegro, que honrou a comunidade acadêmica com seu trabalho incansável, dedicado e humano com todos nós. Deixa um grande legado para a educação do Estado do Amazonas”.

Parcerias acadêmicas

Em agosto de 2019, aconteceu a visita de uma comitiva da Universidade Soka do Japão a Manaus e o reitor Venâncio, em nome do IFAM, assinou o protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições. Na ocasião, o reitor da universidade japonesa, Yoshihisa Baba parabenizou o sincero comprometimento e a dedicação dos professores e jovens com a Amazônia e disse esperar que a parceria “construa uma nova página da amizade entre os dois países e que seja uma contribuição efetiva para a felicidade da humanidade e o desenvolvimento da educação”. O reitor do IFAM, emocionou-se manifestando apreço e respeito em relação ao trabalho desenvolvido pelo fundador do Instituto Soka, dr. Ikeda, em prol da paz mundial e “principalmente pelo desenvolvimento de cada pessoa”.

Assinatura do protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições
Foto comemorativa do encontro com integrantes da BSGI-AM que celebrou a visita da comitiva da Universidade Soka ao Brasil, em especial, à Amazônia

E o seu entusiasmo pela causa ambiental se refletiu na postura de apoio aos projetos de preservação, como os promovidos pelo Instituto Soka Amazônia. Em dezembro de 2019, IFAM e Instituto Soka firmaram uma carta proposta de intercâmbio com validade de 60 meses e que inclui diversas ações.