Concurso “Shift to Green” (O verde transforma) da SGI anuncia os vencedores

Shift to Green

O Instituto Soka Amazônia foi parceira nessa importante competição internacional

Olhar e enxergar. Algo que somente olhos sensíveis são capazes perceber. Assim, nuances e tons quase que imperceptíveis foram captados por centenas de competidores em todo o mundo, preocupados com a causa da preservação ambiental. A Soka Gakkai Internacional – SGI – em parceria com o Instituto Soka Amazônia, Greenpeace Japão e Carta da Terra Internacional, realizaram este pleito com o objetivo de sensibilizar o mundo para o mote da competição: o verde transforma. Muito mais pelo desejo de contribuir do que pela premiação mais de 400 jovens de todo o mundo participaram com suas obras. O anúncio dos vencedores aconteceu ao vivo em um evento mundial, dia 19 de setembro.

Entre as premiações do concurso está o plantio de uma árvore dentro do Instituto Soka Amazônia. “Como é de conhecimento de todos, o Brasil tem sofrido com diversas mortes pela COVID-19, bem como as queimadas desde o ano passado e os desafios de reflorestamento e conservação são intermináveis. Por este motivo, o Instituto Soka gentilmente aceitou nossa proposta” ressaltou o Nobuyuki Asai, diretor de Sustentabilidade do Departamento de Paz e Assuntos Globais da SGI.

Já para a presidente da Carta da Terra Internacional, a brasileira Miriam Vilela, a maior conquista desse concurso é levar à reflexão e à conscientização sobre a importância de buscar caminhos para um futuro sustentável e harmonioso para todos os povos do mundo.

A campanha foi lançada em julho e se encerrou em agosto, foi aberta a todas as pessoas sem qualquer restrição. O incentivo simbólico da premiação – plantio de árvores nativas da Amazônia (pau rosa, andiroba, jacarandá e outros) com o nome dos ganhadores em uma placa e um vale-presente no valor de 100 dólares estadunidenses ao primeiro lugar e de 50 dólares aos demais –, é somente um detalhe, pois o que realmente importou aos que se dispuseram a doar um tempo de suas vidas, foi o desejo de eternizar um momento que representasse seu sentimento em relação à causa.

Assim, os competidores se muniram de suas câmeras, flagraram instantes de grande beleza e compartilharam em suas redes fotos e vídeos, agindo positivamente para a elevação da consciência quanto aos temas que afligem atualmente a humanidade.

O Concurso de Fotos e Vídeo “Shift to Green” (O verde transforma) tem o apoio da Carta da Terra Internacional, Greenpeace Japão, Plataforma da Juventude pela Sustentabilidade do Japão e o Instituto Soka Amazônia em Manaus-AM, Brasil.

Hayato Yamashita, coordenador de programas do Departamento de Paz e Assuntos Globais da SGI em Tóquio comentou: “Na atual pandemia, naturalmente a atenção foi deslocada das questões ambientais, incluindo as mudanças climáticas e para as medidas de combate ao coronavírus. Nós desejamos encorajar os jovens a manter suas preocupações com o meio ambiente e o planeta vivo neste momento”.

Cada participante coletou fotos ou vídeos de ações que envolvem a temática do meio ambiente em suas casas, em suas comunidades ou por meio de obras de arte, como pinturas, músicas, poemas ou comédia que demonstrassem sua visão de futuro da humanidade e a Terra que gostariam de deixar. As imagens coletadas envolveram também podem gestos de gratidão pelo meio ambiente e àqueles que o protegem.

Todos os participantes enviaram ainda as principais informações sobre as imagens coletadas (local e explicação de como a foto/vídeo é relevante para o tema escolhido). Os temas:

  • Um problema ambiental que preocupação.
    • O tipo de sociedade que você visualiza para o futuro, em 2050, após superarmos a crise climática.
    • Ação para o bem do meio ambiente que você empreende em casa ou dentro de sua comunidade.
    • Gratidão pelo meio ambiente ou por aqueles que se engajam em sua proteção.
    • Um indivíduo que você gostaria de proteger dos problemas ambientais, incluindo a mudança climática.

O material coletado foi enviado via Facebook, Twitter, Instagram, LINE (aplicativo utilizado no Japão), Mapting (aplicativo produzido pela Soka Gakkai e a Carta da Terra Internacional) ou ainda por e-mail. Os vídeos participantes foram de no máximo 15 minutos.

Os vencedores

Vencedora do Prêmio Excelência (Excellent Award Recipient)

  • Prêmio Especial “O Verde Transforma” (Shift to Green Special Award)
    • Erica Lotus, EUA

Vencedores dos Prêmios Especiais (Special Award Recipients)

  • Prêmio Jovem Destaque em Sustentabilidade (Distinguished Youth Sustainability Award)
    • Shreeya Oberoi, Índia

  • Prêmio Bastão Verde (Green Baton Award)
    • Vasant Kunj Fortis, Índia
  • Prêmio Consciência para a Ação (Turning Conscience into Action Award)
    • Kayoko Orihara, Japão
  • Prêmio Espírito de Procura (Seeking Spirit Award)
    • Midori Campos e Santiago Muñoz, México

Demais vencedores

Prêmio “O Verde Transforma” (Shift to Green Award)

  • Nikita Gupta, Índia

Prêmio “O Verde Transforma” (Shift to Green Award)

  • Jacob Kragh, Dinamarca

Prêmio “O Verde Transforma” (Shift to Green Award)

  • Giannina Caprio Duré, Uruguai

Prêmio “O Verde Transforma” (Shift to Green Award)

  • Ami Kaneko, Japão

Prêmio “O Verde Transforma” (Shift to Green Award)

  • Daiki Ishimoto, Japão

Contabilistas no Instituto Soka Amazônia

Plantio da Classe Contábil

A ação é parte do Programa Voluntário da Classe Contábil

A profissão de contador é naturalmente associada a uma tarefa rotineira e árida. Dificilmente se associa a uma ação ambiental e voluntária. Pois no domingo último, dia 13 de setembro, abrindo a Semana do Contador, alusiva à data que se comemora o Dia do Contabilista (22 de setembro), uma comissão de profissionais da classe esteve no Instituto Soka Amazônia para realizar o plantio de mudas e assinar a Carta da Terra, uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação.

Este evento organizado pela associação de Manaus, integra o Programa de Voluntariado da Classe Contábil (PVCC)[i] e tem por finalidade sensibilizar os profissionais integrantes do Sistema CFC/CRCs e acadêmicos de Ciências Contábeis sobre a importância das ações de voluntariado para a construção de uma sociedade mais justa e solidária.

Segundo Irineu Avelino, a escolha do Instituto Soka Amazônia para abrir a Semana do Contabilista surgiu ainda no ano passado, quando ele esteve na sede da entidade.

“Fiquei encantado com o trabalho abnegado e sério da equipe. Quando estávamos planejando a Semana, quis iniciar com uma ação que pudesse trazer conscientização, pois plantar uma árvore é mais do que o ato em si, é o sentimento, é gerar amor pela terra, cuidado, criar raízes com o meio ambiente”, enfatizou Irineu.

Quanto a Carta da Terra, o contador confessou que não a conhecia, mas ficou tocado com a mensagem nela contida e se deu conta de sua importância. “Nós amazonenses temos que nos responsabilizar pela preservação dessa que é a maior floresta tropical do planeta”.

O objetivo é estimular os profissionais à prática cidadã e o espírito de responsabilidade social por meio da difusão do voluntariado organizado, incentivando-os a comprometerem-se com questões sociais relevantes para o País.

Trata-se de um Programa é de abrangência nacional, que dá suporte logístico às comissões locais, recursos e tecnologia da informação necessários à gestão do Programa. Devido à grande relevância e o volume de ações, os Conselhos Regionais de Contabilidade buscam promover parcerias que os auxilie na execução das atividades propostas.

É o que aconteceu entre a associação local e o Instituto Soka Amazônia que, além de fornecer as mudas plantadas, forneceu informações sobre a importância do ato e ainda quanto à necessidade de conhecer, divulgar e assinar a Carta da Terra. Para a equipe do Instituto Soka Amazônia foi uma grata surpresa conhecer o Programa de Voluntariado da Classe Contábil e oferecer-lhes mais informações acerca das ações promovidas pela instituição. São parcerias como essas que vão, aos poucos, transformando e restaurando o sentimento de pertencimento e comunhão com a terra.


[i]  http://www.crcrs.org.br/pvccrs/wp-content/uploads/2016/11/folder_pvcc.pdf

Uma senhora idosa, 58 milhões de anos com muito o que celebrar

Milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo.

Hoje são milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo. No Brasil, entretanto, os debates se acirram quanto ao modelo de desenvolvimento baseado na destruição de seu maior capital: sua inestimável biodiversidade. Mas, quando um grupo de agentes econômicos – normalmente competidores entre si – se junta para pensar numa saída que visa em primeiro lugar a sustentabilidade do processo, há reais condições para otimismo.

Na semana que antecede esta celebração, o Dia da Amazônia de 2020, o grupo formado pelos três maiores bancos privados brasileiros (Itaú, Bradesco e Santander) anunciaram a formação do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada para apoiar a implementação de 10 medidas para impulsionar o desenvolvimento da região de forma sustentável. São inúmeros motivos incontestáveis para tal iniciativa ocorrer.

O denso tapete verde e pulsante se estende por 5,5 milhões de quilômetros quadrados, visto de cima. Mata, céu, terra e água formam um único organismo vivo gigantesco que abriga um sem número de espécimes – muitas das quais ainda sequer foram catalogadas – de pujante flora e fauna de inacreditável beleza. Esse organismo vivo – a floresta como um todo – é a melhor solução para o combate à crise climática e sua biodiversidade pois fornece proteção ao ecossistema e paisagem impedindo alterações drásticas no clima que incluem o aquecimento global e o efeito estufa.

É uma senhora idosa de cerca de 55 milhões de anos, por isso mesmo, digna de todo o respeito. Nela habitam simbioticamente cerca de 400 bilhões de árvores de 16 mil espécies diferentes além de 40 mil espécies de plantas; entre a fauna estima-se que sejam quase 1300 espécies de aves, quase 500 de mamíferos, cerca de 400 répteis, 430 anfíbios e mais de 2,5 milhões de espécimes de insetos (mais da metade disso, vive nas copas das árvores) isso somente entre as já catalogadas.

O verde dessa mata impressionante estoca de 80 a 120 bilhões de toneladas de carbono – Mecanismo de Sequestro de Carbono – ou a remoção desse gás da atmosfera do planeta. O verdejante oceano de folhas, em seu processo de fotossíntese, captura o carbono e lança oxigênio – essencial para a vida – de volta ao ar. Ininterruptamente!

Sem falar nos “rios flutuantes”. Todos os dias, esse oceano verde transpira 20 bilhões de toneladas de água que se convertem em vapor e que, por sua vez, é levado pelos ventos até os estados do sul, trazendo chuva que fertiliza os campos semeados, produzindo os alimentos essenciais a todos os brasileiros.

São números superlativos em todos os sentidos. Se pensarmos que mesmo com toda destruição ocorrida ao longo de décadas é ainda possível se avistar do satélite o colossal tapete verdejante de vida da Amazônia, percebe-se que esta floresta é realmente um gigante.

Instituto Soka Amazônia

Sobre ela, o fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, destacou:

“O homem tem a solução. ‘O grande celeiro da vida chamado Amazônia’ é um espelho natural que faz o homem refletir como ser humano”.

Ele cita o saudoso Austregésilo de Athayde, que foi presidente da Academia Brasileira de Letras para enfatizar sua afirmação: ‘Todos os problemas encontram-se no próprio homem. É isto que sempre sinto quanto estou na Amazônia’. Ikeda considera essas palavras como uma lição: “diante da grandiosidade da Amazônia e de sua cultura, os homens do mundo moderno devem agir com humildade. Creio que daí será aberto o caminho da convivência para um novo e rico desenvolver da nossa civilização”. O Instituto Soka Amazônia, neste 5 de setembro de 2020, Dia da Amazônia, espera que mais e mais vozes se juntem ao contingente otimista de esperança para juntos encontrarmos o melhor caminho para o desenvolvimento que preserve o imenso patrimônio natural da floresta.

Pioneiro na defesa do Meio Ambiente no Brasil

O jornalista Washington Novaes faleceu esta semana aos 86 anos

Premiado internacionalmente, referência em jornalismo ambiental, Washington Luís Rodrigues Novaes faleceu esta semana, aos 86 anos, em Aparecida de Goiânia. Os temas que o consagraram foram pautados pela defesa do meio ambiente e das culturas tradicionais indígenas entre outras.

Nascido em Vargem Grande do Sul-SP, desde o início de sua carreira destacou-se por se dedicar incansavelmente a questões ambientais e indígenas, produzindo documentários e livros sobre os temas. Recebeu diversos prêmios, com destaque para o Esso Especial de Ecologia e Meio Ambiente (1992) e o Professor Azevedo Netto (2004).

Crédito: Novaes2-TV Anhanguera

Entre os documentários por ele dirigidos, Amazonas, a pátria da água, ganhou a medalha de prata no Festival de Cinema e Televisão de Nova York, EUA, em 1982. Como parte de sua jornada, mergulhou em profundidade no rico e diverso universo dos povos tradicionais do Xingu. Dessa experiência resultou a séria não ficcional Xingu, a Terra Mágica e também o diário Xingu, uma flecha no coração. “Chegar perto do índio, da cultura do índio, exige uma mudança radical de perspectiva, como se o olho passasse a ver pelo lado oposto, no sonho, no inconsciente. Entender o índio, entender a sua cultura e respeitá-lo, implica despirmo-nos desta nossa civilização. Porque o encontro com o índio é um mergulho em outro espaço, em outro tempo”, ressaltou Novaes sobre esse projeto.

Mais de duas décadas se passariam até que Novaes lançasse Xingu, a Terra Ameaçada, onde ele compara os dois momentos, destacando principalmente a tensão envolvida na pressão pelo desenvolvimento econômico a qualquer custo. Ambas as obras foram premiadas internacionalmente.

Recentemente, era colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Popular, bem como consultor de jornalismo da TV Cultura.

Em tempo: O Instituto Soka Amazônia (ISA) presta esta justa homenagem a um dos maiores defensores dessa que é fonte de vida a todo o planeta: a Amazônia. Sobre ela, o fundador do ISA escreveu: ”Quando a Amazônia mostra seu sorriso, a Humanidade sente-se aliviada. Quando a Amazônia adoece, a humanidade também padece (…) A Amazônia é o ‘Tesouro da Terra’ que vem executando a exuberante sinfonia de convivência e harmonia entre a natureza e o homem desde o mais remoto passado”.

Crédito das Imagens: Novaes1-ClaudioTavares-ISA(InstitutoSocioAmbiental) e Novaes2-TV Anhanguera

As muitas idas e vindas na vida de Jean

Gestor Ambiental do Instituto Soka Amazônia

Jean Dinelly Leão – Gestor Ambiental. É assim que está escrito em seu cartão de visitas.

Esse título –Gestor Ambiental– está longe de descrever toda a atividade de Jean no Instituto Soka Amazônia. E está longe (claro!) de revelar todas as inúmeras idas e vindas que foram acontecendo em sua vida, desde que, aos 14 anos, saiu de Maués para Manaus, sem saber direito o que iria acontecer dali para a frente, a não ser  –disso ele estava determinado–  que ia encontrar um futuro melhor, estudar, trabalhar, ganhar mais, ter, bem lá na frente, muito o que contar para os netos, se viesse a tê-los.

Bombril

Responsável Técnico pela RPPN Dr. Daisaku Ikeda, as funções de Jean abrangem, por exemplo, o Assessoramento Executivo, que avalia o nível de interação que o Instituto pode ter com seus parceiros e define os campos de trabalho, embasamento do propósito filosófico face à legislação e ou termo de cooperação. Faz parte de seu trabalho, também, a definição da melhor forma de comunicação para cada nível de interação que o Instituto possui com doadores, colaboradores, parceiros institucionais e demais públicos. E vai adiante, no agendamento, avaliação e participação de atividades com Universidades, empresas, profissionais liberais e demais parceiros do Instituto. Passa pela avaliação de intervenções de caráter humano e fisiológico na RPPN, bem como o seu grau de impacto e suas formas de mitigação propostas no Plano de Manejo. Por fim, elaboração de relatórios pertinentes à gestão da RPPN junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio

Parece muito, mas há muito mais. Jean está sempre ativo em cada visita de grupos que veem conhecer de perto o Instituto. Ou quando jornalistas precisam receber informações detalhadas sobre assuntos relacionados aos projetos de biodiversidade na Amazônia. Em verdade, vez ou outra ele é chamado de Bombril, com suas 1001 utilidades…

Maués, Jean, guaraná

Maués, que é onde Jean veio ao mundo, é a terra do guaraná. Com muito orgulho.

O quase caçula foi o penúltimo de 9 irmãos. Garoto ainda, já trabalhava com amigos na Secretaria de Saúde da cidade, na área de saúde bucal. Foi, aliás, por insistência desses mesmos amigos que, pouco depois da morte do pai, Jean decidiu ir em busca de novos ares na Capital, onde foi morar com amigos. Longa viagem de barco – 18 horas rio acima.

Com persistência, coragem, verdadeira obstinação e uma incrível firmeza de propósito, foi encontrando o seu caminho. A primeira barreira vencida foi o ensino médio, curso técnico em contabilidade. E dá-lhe trabalho. Um desses foi numa farmácia, “Até injeções eu aplicava” conta Jean com ar divertido.

A professora da USP, o guaraná e a diabete Recentes descobertas de pesquisadores do grupo da professora Elizabeth Aparecida Ferraz Silva Torres, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, concluíram em um estudo que as propriedades do guaraná (Paullinia cupana) vão além das conhecidas funções energéticas promovidas pela cafeína. Os compostos fenólicos presentes nas sementes e no fruto possuiriam ação bactericida, anti-inflamatória e anti-hiperglicêmica, sendo que este último age em enzimas que controlam a diabete do tipo 2. O artigo pode ser encontrado na internet: aqui

O valor de um computador de tela azul

Mas tudo bem. Formado em contabilidade, continuou sua maratona, passando a usar o que obtivera com sua formação. Talvez por estar nessa área, acabou conseguindo seu primeiro computador, um Gradiente ainda com aquela antiga tela azul, máquina que teve papel muito importante em sua vida. Autodidata, foi aprendendo e se tornando craque.

Olha daqui, mexe dali, tenta de outro jeito, quando percebeu já dominava a máquina, e daí a começar a dar aulas no Distrito Industrial de Manaus foi um pulo. Em verdade, era de ensinar que ele gostava mesmo. Sem deixar o emprego, agora numa fábrica de painéis elétricos, o que não faltava era gente querendo aprender. Um dos clientes, um senhor português ficou encantado com a internet e maravilhado com a possibilidade de ver, no mesmo dia, os jornais da terrinha.

De tanto dar aulas particulares, veio a ideia de montar com um sócio uma escola especializada em informática. Foi no ano 2.000, mas na prática a empreitada não foi todo o sucesso que ele e o sócio esperavam. E teve que ser encerrada.

Bom ouvinte (apaixonado)

O lado bom foi que, através do sócio, conheceu Elizangela, uma secretária que mais parecia uma filósofa. Foram horas e horas de conversa. Ela uma filósofa. Ele um bom ouvinte, um ouvinte atento que se transformou num ouvinte apaixonado. E acabou em casamento que deu muito certo. Mais do que esposa, Elizangela tem sido um poço de bom senso, qualidade que tem contribuído para uma série de decisões que Jean teve que ir tomando.

Com a chegada do Gabriel (que hoje tem 17 anos) e da Taís, filha de Elizangela (hoje com 23 nos), o peso da vida de casado não era pequeno. De qualquer forma, e trabalhando sempre, de um jeito ou de outro a vida se encaminhava. Um dos expedientes que não deixou de usar (com muito prazer, já que sempre teve muito gosto por ensinar) foi se dedicar à noite e nos fins de semana a ensinar pessoas extremamente interessadas em aprender a usar o computador, primeiro em Manaus, sobretudo no Distrito Industrial e, mais adiante, em Manaquiri, Careiro, Careiro Castanha, Tefé, Alto Tefé, Parintins e tantas outras cidades, onde até hoje há pessoas que quando eventualmente cruzam com Jean, agradecem a porta que ele abriu para o incrível mundo novo.

Budista desde 2009, Jean acompanhou a inauguração do edifício do Cepeam, hoje Instituto Soka Amazônia. “Me lembro da trabalheira toda e da euforia que houve, com a expectativa de todas as coisas boas que eram prometidas e veem sendo cumpridas.”

O tão sonhado diploma

E por falar em euforia Jean lembra, quando viu surgir a concreta possibilidade de conseguir bolsa integral para o tão sonhado curso superior.

“Foi um salto na vida!” – lembra. Ele tinha se matriculado, antes, num curso de administração que foi uma desilusão. Mas em 2009 foi muito bem classificado no Enem e matriculou-se no curso de Engenharia Ambiental, que lhe pareceu (e à “filósofa” Elizangela) que era uma excelente oportunidade. O Brasil estava crescendo, novas indústrias se instalando, havia carência de profissionais dessa área e as empresas brasileiras chegavam a ir buscar engenheiros no Exterior.

Ele estava com 33 anos de idade, uma espécie de tiozinho da sua turma na Faculdade.

 “Meu trabalho prático, quando fazia o curso, acabou tendo a ver com o Cepeam” – conta Jean. Um trabalho para avaliar a origem dos resíduos sólidos, ou pra falar mais claro, lixo que se acumula nas margens do rio, por exemplo na praia do Instituto Soka Amazônia.  “Meus amigos achavam que eu estava louco por fazer pesquisa em alguns lugares tão isolados, que são considerados barra pesada na região.” Mas correu tudo bem, contar tudo o que aconteceu ali dava conversa para mais hora e meia, e o certo é que o estudo foi muito bem avaliado. “Com meu boné cor de laranja, o pessoal achava que eu era da área que cuida da coleta pública de lixo e se abria, sem qualquer apelação.”

Ele estava com 33 anos de idade, uma espécie de tiozinho da sua turma na faculdade

Graduado, no entanto, o exercício prático na profissão não chegou de imediato. Continuava dando aulas, mas sem um trabalho fixo, dava uma mão para Elisangela em seu bem-sucedido Café Regional. Hoje ele dá risada: engenheiro, professor, cozinheiro, garçom de um Café Regional…

Encontro na praia – recolhendo lixo

Foi nessa época o primeiro encontro (casual) com o presidente do Instituto Soka Amazônia, Edison Akira, que viu Jean tirando resíduos da beira do rio e puxou conversa, mera troca de trivialidades, que ficou por isso mesmo. Akira estava nos seus primeiros dias na Amazônia.

Mais aulas, mais trabalho, mais projetos independentes e finalmente em 2016 um novo encontro com o presidente do Instituto Soka Amazônia e o convite formal para uma atuação regular no Instituto.

Humaitá

De lá para cá continua sendo trabalho, trabalho e mais trabalho. Com verdadeira alegria, pois trabalhar é o que faz a felicidade de Jean. Um dos projetos em que se envolveu até a tampa foi o de Humaitá, um local que ficou conhecido pelos altos níveis de corte indiscriminado de árvores, garimpo ilegal, queimadas, choques com o Ibama, mas que tem uma população apaixonada pela cidade.

A economia da Humaitá baseia-se na produção de soja, arroz, pecuária. Conhecida como a “Terra da Mangaba”, em verdade a árvore-símbolo da cidade, mangaba, é típica não da Amazônia, mas do nordeste brasileiro.

“Quando fomos até lá, percebemos o muito que poderia ser feito, falamos das possiblidades de trabalho, mas fomos recebidos com certo descrédito pela maioria dos ouvintes. ‘Todos que veem aqui prometem mundos e fundos e nunca mais aparecem’. Hoje é muito bom ser recebido pelas mesmas pessoas que, ao contrário de antes, botam muita fé no trabalho que estamos fazendo” – lembra Jean sem esconder o orgulho que tem desse prestígio que desfruta o Instituto Soka Amazônia.

Homenagem à imprensa pelo seu papel na pandemia

Dia e noite, nas ruas, nos hospitais, nas redações, filmando, fotografando, fazendo perguntas, interrogando médicos, autoridades, pessoas que procuravam atendimento, os jornalistas foram sempre incansáveis na transmissão de informações e orientação do público a respeito do que acontecia em todas as partes durante a crise provocada pela pandemia do Covid 19.

Homenagem Dia do Meio Ambiente

Nunca houve hora ou dificuldade capaz de impedir a atuação desses profissionais incansáveis.

Sua atuação, por vezes mal compreendida, mereceu reconhecimento por parte do Instituto Soka Amazônia no Dia Universal do Meio Ambiente, data criada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 1972.

No dia 5 de junho (2020), para celebrar a data, uma equipe do Instituto Soka (Tais Tokusato, Rodrigo Izumi  e Pablo Caiña) visitou a sede da Fundação Rede Amazônica em Manaus onde foi plantada uma muda de Ipê que será para sempre símbolo da homenagem aos profissionais da imprensa pela sua atuação durante a pandemia.

A equipe do Instituto Soka foi recepcionada pela sra. Claudia Maria Daou Paixão, Diretora Presidente da FRAM (Fundação Rede Amazônica) e Elisandro Oliveira, diretor de jornalismo, e a eles foram entregues, ainda, outras 100 mudas de diversas espécies da flora amazônica para serem plantadas pelos próprios funcionários da Rede Amazônica.

Nos dias de pandemia

Pandemia Amazonia

Durante o período de pandemia (Covid 19), os serviços de manutenção da Reserva, coleta, beneficiamento e repicagem continuaram sendo executados com os cuidados recomendados para essa atividade.

Pandemia Amazonia

Devido às restrições de mobilidade, todas as sementes coletadas nesse período foram coletadas na própria RPPN. Novas sementes foram catalogadas, proporcionando maior capacidade de diversidade biológica.

Pelo menos 3.000 mudas – algumas incluídas entre as que fazem parte da lista de estado de vulnerabilidade (IUCN) – foram plantadas em novo espaço com capacidade ampliada e maior diversificação de espécies. 

A implementação de medidas no controle dos resíduos florestais garantiu uma produção sustentável de matéria orgânica tão necessária à produção de mudas.

Amazônia sem antagonismos

Edison Akira Sato (*)

A Região amazônica provoca sempre sentimentos extremos.

Discussões e mais discussões em todas as partes do mundo.

Quase sempre acaloradas, cheias de paixão, às vezes com exageros, nem sempre com todo o bom senso, lucidez, equilíbrio, serenidade que seriam desejáveis.

Numa disputa entre antagônicos há, de um lado os que anteveem risco iminente de devastação incontrolável e de outro os que advogam o uso sem limites do solo e de suas riquezas em nome do suposto desenvolvimento do país. 

Opiniões expostas de forma exacerbada em que predomina mais a emoção, menos a razão.

Exageros à parte, o Instituto Soka Amazônia está convicto de que, sim, há cuidados que poderiam, mas nem sempre são tomados, da mesma forma que há pessoas, entidades, órgãos públicos e privados que se dedicam diuturnamente às causas da região. Sua atividade incansável leva à certeza de que a Amazônia, embora ameaçada, é e continuará sendo aquilo que sempre foi, cheia de vida. 

Por nos sentirmos cada vez mais integrados com esta parte tão especial do planeta, procuramos compreender os seus problemas e participar das mais diferentes campanhas que apontem para soluções de seus problemas.  

No início de fevereiro, por exemplo, recebemos aqui em nossa sede a Diretora do Departamento de Desenvolvimento Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, senhora Mariana Maia Lopes que veio abordar conosco uma ação ambiental proposta pelo Ministério e que teve, de pronto, nosso apoio, uma ação que aconteceu no Encontro das Águas e na praia da RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural), onde foram coletados resíduos na beira do rio e na praia, projeto que busca ao menos minorar o sério problema do lixo urbano de Manaus.

O apoio a causas como essa está no DNA do Instituto Soka Amazônia.

Seja por opção, seja por vocação, esse sentido foi dado pelo nosso fundador, uma direção com que concordamos e nos motiva a levar nossos projetos à frente. 

(*) Presidente do Instituto Soka Amazônia