26 de janeiro é uma data especial para constelação de organizações filiadas à Soka Gakkai Internacional (SGI), entre as quais o Instituto Soka Amazônia. Nessa data se comemora a fundação da SGI, entidade que há 48 anos vem promovendo ações em defesa da paz, cultura e educação
Todos os anos, o dia 26 de janeiro é marcado pela entrega do documento Proposta de Paz à Organização das Nações Unidas (ONU) pelo líder da SGI e idealizador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda.
Em várias dessas propostas anuais, a preservação da Amazônia e do meio ambiente esteve no foco, assim como a crença no potencial do ser humano para transformação positiva da sociedade por meio da educação, cultura e promoção da paz.
O Instituto Soka Amazônia, em sua atuação de proteção da natureza, pesquisas científicas e educação ambiental, alinha-se inteiramente a esses propósitos da SGI, tendo como inspiração a filosofia dos seus fundadores.
O doutor Daisaku Ikeda descreve a importância de se defender a Amazônia como a “Casa da Vida” e harmonizando esse ato ao desenvolvimento sustentável.
Organizações filiadas à SGI
- Instituto De Filosofia Oriental
- Centro Ikeda para a Paz, Aprendizado e Diálogo
- Instituto Toda para Paz
- Sistema Educacional Soka
- Associação de Concertos Min-On
- Museu de Arte Fuji de Tokyo.
Para saber mais sobre essas instituições, clique aqui.
Para alcançar esse propósito, segundo ele, é necessário concentrar toda a sabedoria do homem e, inclusive, inspirar-se na cosmovisão dos povos originários. “Uma das formas dessa sabedoria é o conhecimento dos próprios nativos da Amazônia, com o qual podemos aprender muito. A sua herança nos ensina que o céu, a terra, os pássaros, os animais e o homem mantêm um perfeito inter-relacionamento e respiram igualmente como se fossem um único corpo. Eles nos ensinam a ver a Terra como uma única grande vida.”
Essa mesma visão foi defendida, cem anos atrás, pelo professor e geógrafo japonês Tsunessaburo Makiguti (1871-1944), um dos fundadores da Soka Kyoiku Gakkai (Sociedade Criadora de Valores para Educação), precursora da atual Soka Gakkai, em seu livro Geografia da Vida Humana.
Descrevemos abaixo um excerto dessa obra, publicada no ano de 1903, que ainda ecoa como verdade e importante reflexão para os dias atuais.
Nascemos na Terra. Somos inspirados pela Terra e morremos na Terra. A Terra é nosso lar.
Lidar com a Terra pode ser um importante primeiro passo em nossos preparativos para aprender sobre o mundo que nos foi dado nascer, a Terra que nos nutre a cada dia que vivemos.
Então, como podemos observar e fazer contato com nosso ambiente? Em primeiro lugar, podemos dizer que há duas formas como interagimos com a Terra. Uma é física, a outra é espiritual.
Nosso contato direto e inicial com a Terra é físico, como com os outros animais e as plantas. Em outras palavras, todas as conexões que fazemos com a Terra são feitas através de nosso organismo.
Mas é por meio de nossa interação espiritual com a Terra que as características que pensamos como verdadeiramente humanas são despertadas e nutridas em nós.
Imagine-se em ambiente tranquilo cercado de campos verdes, água límpida, montanhas majestosas e rios dirigindo-se aos oceanos, o vento tocando suavemente nossas faces enquanto os raios de sol descem através das nuvens. Seu coração e espírito ficam arrebatados pela beleza, frescor e maravilha da experiência.
Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado. É como se o coração e a mente que estavam adormecidos são repentinamente despertos e estimulados para buscar uma comunhão intelectual com o ambiente.
Nossa curiosidade natural acelera e começamos a apreciar a maravilhosa diversidade da natureza, quem sabe nos tornando curiosos sobre a cultura e os costumes do local.
Esse estado inquiridor da mente é o ponto de partida para uma interação mais profunda com o nosso ambiente e um verdadeiro aprendizado.
Interação e crescimento. Inicialmente, nossa interação com o ambiente pode ser superficial. Você observa as montanhas e os rios, por exemplo, apenas em um nível muito superficial, como alguma coisa “lá”. Mas, à medida que desenvolve sua própria vida e seus interesses pessoais, não ficará satisfeito com essa superficialidade. Desejará ir além e experimentar formas mais profundas de associação.
O tipo ou tipos particulares de interação que terá com o mundo ao redor em um momento de sua vida dependerá, em primeiro lugar, de quem ou o que você é, e em segundo, quando e como a interação ocorre.
Algumas pessoas, assim que se tornam familiarizadas com seu ambiente, ficam curiosas para aprender mais sobre as rochas, árvores, qualidade da água, energia hidráulica etc. e começam a pensar como fazer uso delas. Podem imaginar e conhecer mais sobre alturas, extensão, formas, origens e meios pelos quais essas várias características fundamentais influenciam seu ambiente. Ou podem querer ver essas mesmas coisas com olhos artísticos e expressar essa experiência na poesia, literatura, pintura ou música.
Por outro lado, podem perceber a montanha, o rio ou o rochedo diante delas como um campo de treinamento para sua resistência física ou bravura. Ou ainda podem perceber a união da natureza com o cosmo vendo a mesma montanha ou rio.
Existem, portanto, diferentes níveis ou profundidades pelos quais uma pessoa pode interagir com o ambiente. É por meio da interação com esse mundo exterior que experimentamos um crescimento pessoal saudável e equilibrado.
Portanto, digo que esse mundo exterior, especialmente o ambiente natural, pode ser verdadeiramente um educador, nosso esclarecedor, líder e conselheiro. Nossa felicidade na vida está muito conectada com a natureza; ela depende da intimidade ou da profundidade de nosso relacionamento com a natureza. Quando indivíduos cujas características tornaram-se equilibradas e moralmente maduras por meio de profundas interações com o ambiente natural se reúnem, a sociedade que criam propiciará um ambiente social aberto e saudável, capaz de nutrir o crescimento individual.
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