É óbvio que todos já devem ter pensado nessa relação. Um artigo da prestigiosa revista científica Nature deixa bem claro que a relação é mais estreita do que se pensava
São imensas as quantidades de compostos orgânicos voláteis (COV), ou “sementes de chuva”, emitidos para a atmosfera pela vegetação terrestre. Por oxidação são produzidos aerossóis orgânicos secundários (SOA), estas importantes concentrações atuam como núcleos de condensação de nuvens (CCN), ou seja, influenciam na formação de chuvas e equilibram o clima.
Em dias mais quentes, mudanças ambientais podem estressar a vegetação e induzir alterações nas emissões de sementes de chuva. Desmatamento, queimadas são fatores que facilmente estressam o meio e, consequentemente, as plantas. O artigo da Nature relata como a infestação de insetos como pulgões, causa emissões adicionais de COV modificados em tamanho e composição das partículas dos SOA e da capacidade de absorção de água, o que afeta a condensação de nuvens, pois, mais absorção terrestre, menos nuvens e, consequentemente, menos chuva.
Portanto, a relação calor excessivo e emissão de COV é estreita. Em queimadas recorrentes é ainda mais crucial. Além do calor natural da época do ano, soma-se o fogo e a destruição. Além daquela floresta extinta pela ação da queimada, o calor devastador leva as plantas – as sobreviventes – a se protegerem, absorvendo mais umidade do que o normal e emitindo menos sementes de chuva para a atmosfera.
Este ciclo terrível vem se repetindo anualmente com consequências nefastas às populações de todo o país. Calor intenso nas cidades, estiagem prolongada e, quando finalmente desabam as chuvas, vêm as tempestades torrenciais que arrasam tudo, derrubam postes, prédios, arrastam veículos e causam ferimentos e até morte.
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