RPPN Dr. Daisaku Ikeda: história de preservação da biodiversidade

por Monica Kimura, em colaboração para o Instituto Soka Amazônia

O dia 12 de julho marca a oficialização da Reserva Particular de Patrimônio Natural, hoje denominada RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

A Unidade de Conservação (UC), localizada em frente ao Encontro das Águas, em Manaus, chamou-se inicialmente Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Nazaré das Lajes, passando a receber o nome do fundador do Instituto Soka Amazônia, por uma homenagem do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Como destacou, à época,  o então diretor de Criação e Manejo e Unidades de Conservação do ICMBio, Luiz Felipe Lima de Souza, o nome da RPPN é um reconhecimento aos tenazes esforços do pacifista em prol do meio ambiente.

“Quando Ikeda falou da relação entre cultura de paz e meio ambiente no ano de 1995, sendo realmente um visionário, teve a grandeza de criar uma reserva natural em um dos biomas mais importantes do globo”.

O Instituto Soka Amazônia, criado por Ikeda, realiza a gestão da RPPN e promove a visão de relação mais harmônica entre ser humano e meio ambiente, em programas de conservação da biodiversidade, apoio à pesquisa científica e educação socioambiental.

A importância da RPPN Dr. Daisaku Ikeda para ecologia da região

Quando foi criada a RPPN, no início da década de 1990, a área de 52 hectares era um terreno totalmente degradado onde havia ruínas de a antiga olaria e vegetação rasteira e de pequeno porte, num solo precário, como relembra o biólogo e doutor em Ciência do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Diego Oliveira Brandão.

“É surpreendente e singular conhecer as origens dessa RPPN, pois quem a visita hoje só enxerga uma densa e bela  floresta regenerada  que hoje compõe a Reserva”, conta.

Diego reitera sobre alguns pontos que tornam a RPPN Dr. Daisaku Ikeda ainda mais relevante dentro de um contexto macro. “A primeira é a presença na Amazônia, pois a Região Norte tem o menor número de RPPN do país, , conforme dados do ICMBio”, explicou.

Outro ponto é a sua localização em frente ao Encontro das Águas. Não somente pelo visual espetacular, mas pela biodiversidade que abriga. “Foi uma decisão inteligente e providencial do fundador do Instituto Soka quando, apesar da degradação aparente no momento da decisão, visualizou o potencial existente”, elucidou.

Hoje a cobertura vegetal da Reserva é de tal exuberância que dezenas de pesquisadores da vida natural já passaram por lá e relatam que é um ambiente propício para a realização de estudos científicos.

RPPN em benefício da biodiversidade e do clima

As RPPNs são Unidades de Conservação essenciais para a biodiversidade, porque servem de habitat para as espécies nativas conhecidas e ainda desconhecidas esperando para serem catalogadas. Toda RPPN é uma Unidade de Conservação privada de Uso Sustentável.

Diego explica que, embora as RPPNs representem ainda um número pouco expressivo (cerca de 1% de todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, os outros 99% são outras formas de Unidades de Conservação de domínio público e alguns privados), sua relevância extrapola os números, “pois cada RPPN tem o objetivo de conservar a  biodiversidade e sua existência garante a sobrevivência de muitas espécies, inclusive as ameaçadas de extinção”.

“Cada RPPN é um banco genético único. Funciona como uma provedora de alimentos e habitat às espécies nativas – fauna e flora silvestre – proporcionando serviços ecossistêmicos importantes, como frutos, polinização e proteção do solo”, explicou Diego.

Outro ponto levantado pelo biólogo é a relevância dessas UCs para o clima regional e global. O ciclo hidrológico de cada região Amazônica depende da reciclagem da água que a floresta executa. E atua também como estoque de carbono na superfície terrestre, como nas folhas, nos troncos, nas populações de fungos e  raízes, por exemplo. “Em vez desse carbono estar solto na atmosfera como dióxido de carbono, que é um gás intensificador do efeito estufa que aquece o planeta”, completa Diego.

Apesar da relevante contribuição das RPPNs para a biodiversidade e o clima do planeta Terra, Diego faz um alerta: mesmo com todo poder de regeneração da natureza, estudos indicam que há um limite associado ao desmatamento e às mudanças climáticas globais.

“A combinação entre 25% de desmatamento e aquecimento global de 2,5°C pode mudar o clima da região permanentemente, com alta perda de biodiversidade.E estamos perto desse limite, pois o desmatamento está próximo de 20% e o aquecimento global já ultrapassou 1,15°C.”, disse com preocupação. Só para se ter uma ideia: de 2001 a 2018, a média de desmatamento foi de 17 mil km2 ao ano em toda Amazônia. “Para ficar claro uma comparação básica: a área do Distrito Federal é de 5,7 mil km2, portanto, foi desmatada anualmente mais de três vezes a área total do Distrito Federal”, finalizou o biólogo.

RPPNs m números

Infelizmente, embora abrigue a maior parte da maior floresta tropical biodiversa do planeta, a Região Norte brasileira é a que tem a menor quantidade de RPPNs. Por exemplo, o estado do Amazonas possui somente 14 reservas particulares atualmente.

Em todo território nacional há 1567 RPPNs que, juntas perfazem um total de 890 mil hectares. Os estados campeões são: Minas Gerais (350), Paraná (282) e Bahia (157); seguidos por Rio de Janeiro (152), São Paulo (99) e Santa Catarina (84). O bioma com mais unidades é a Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado e pela Caatinga.

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A Academia Ambiental e sua intensa atividade anual

Educação Ambiental
3 palestras e muito material de raciocínio para os jovens

Um dos projetos mais sólidos do Instituto Soka Amazônia é a Academia Ambiental, que inclui neste início de agosto (agosto 2022) três das diversas aulas-palestras de educação ambiental que estão programas e que ao serem ministradas percorrem diversos pontos da RPPN Dr. Daisaku Ikeda como a Baby Sumaúma, o Encontro das Águas, a Castanheira Centenária, as Ruínas das Olarias, o Meliponário, o Viveiro de Mudas, a trilha da terra-preta-de-índio. O roteiro das palestras é adaptado de acordo com o período do ano e das condições meteorológicas e continuará dentro de um calendário ao longo do ano. Compartilhamos aqui o conteúdo de três dessas palestras: 1) Encontro das Águas, 2) Ruínas das Olarias, e 3) Castanheira e os benefícios das árvores

1. Encontro das águas

No mirante do Instituto Soka é possível ter a visão de um dos principais pontos turísticos de Manaus, o “Encontro das águas”. É ali que os rios Negro e Solimões se encontram dando origem ao rio Amazonas, mas suas águas não se misturam por aproximadamente 7 quilômetros. Diante das explicações que são dadas, os alunos passam a conhecer as razões de águas não se misturarem e são levados a raciocinar sobre uma referência do fenômeno em relação aos seres humanos. 

Nas explicações, são lembrados os principais fatores que provocam o fenômeno: velocidade dos rios, temperatura, formação geológica, partículas em suspensão, e o diferente pH de cada um dos rios. Ao serem dadas as explicações, é feita uma reflexão sobre as características que nos tornam seres humanos diferentes uns dos outros, aproveitando o potencial de construir coisas grandiosas como o rio. Quem apresenta o tema aproveita para comparar a logomarca do Instituto com o Encontro das Águas.

Do mirante também é possível visualizar uma estação de captação de água que é um dos responsáveis pelo abastecimento da cidade de Manaus, feito através do rio Negro. Os alunos são instados, então, a refletir sobre a qualidade de água que chega às suas casas e a compreenderem a relação que há entre o processo de tratamento da água com o que aprenderam sobre as propriedades que levam as águas de cada rio a não se misturarem. 

Encontro das Águas em Manaus – Vista do Instituto Soka Amazônia

A cidade de Manaus é cortada por igarapés que deságuam no rio Negro. Um dos propósitos da palestra é que os alunos se conscientizem da importância de preservar os igarapés com a consciência do significado deles para o rio Negro, de onde se extraem muitos recursos, lembrando que suas águas são parte fundamental para criação do rio Amazonas, o maior rio de água doce do mundo, responsável por um alto porcentual da água doce despejada no oceano, com influência na vida marinha. 

2. Ruínas das olarias 

Nos anos de 1910, durante o auge do ciclo da borracha na cidade de Manaus, no local onde hoje funciona o Instituto, existia uma rede de olarias que forneciam material para construção do centro histórico da cidade de Manaus. Por conta dessas fábricas, uma grande área foi desmatada para se produzir lenha para os fornos de tijolos. Próximo ao rio, hoje, ainda é possível ver algumas estruturas dessas antigas fábricas e, principalmente, ver a retomada da floresta sobre as ruínas, uma vez que o local foi restaurado, possibilitando o surgimento de uma nova floresta.  

Os alunos realizam uma pequena trilha dentro das ruínas, ou no seu entorno, dependendo da vazante. Enquanto se conta a história dessa área, é feita uma reflexão sobre a importância de novas tecnologias para a preservação do meio ambiente e a importância de ambos estarem alinhados na construção de uma sociedade mais sustentável. 

Por estar à beira do rio e ser uma área de várzea sazonalmente alagada pela vazante do rio Negro, também é um local onde se acumula muito lixo trazido pela correnteza do rio. Os alunos são estimulados a refletir sobre o descarte correto do lixo e as possibilidades de reaproveitamento e reciclagem.

3. Castanheira e os benefícios das árvores

Ao pé de uma castanheira centenária, os alunos refletem sobre os principais benefícios que uma árvore e uma floresta podem trazer para as nossas vidas. 

O primeiro benefício discutido é o “sequestro de carbono” feito pelas árvores. Uma árvore é capaz de absorver 180 kg de CO2. A fase em que uma árvore mais absorve carbono é durante o crescimento, uma vez que o carbono é essencial para a constituição podendo representar até 80% da formação do tronco. Os alunos são estimulados a sempre plantar árvores para garantir que o processo seja mantido. 

O segundo benefício diz respeito à qualidade térmica nas cidades. A sombra de árvores e a diminuição da sensação térmica são alguns dos pontos expostos. Apesar de Manaus ser a capital da floresta Amazônica brasileira, no CENSO de 2010 feito pelo IBGE foi constatado que a cidade é uma das capitais com o pior índice de arborização urbana. Segundo o Centro de Monitoramento da UFAM, Manaus conta com apenas 22% de cobertura vegetal.  Nesse ponto, os alunos refletem sobre a necessidade de preservação da vegetação dentro da cidade. 

O terceiro ponto é o processo conhecido como “rios voadores”, massa de ar carregada de gotículas de água que é levada pelos ventos no céu para boa parte do sudeste e centro-oeste do Brasil, regiões do país em que se produz a maior parte dos alimentos. 

de todo o país e o quanto o impacto da preservação da floresta amazônica influencia não só a economia local, como a qualidade de vida de todo o Brasil bem como de outros países.

Os 27 anos bem vividos da nossa RPPN

RPPN Instituto Soka Amazônia
Em 1995 a realidade dos nossos 52 hectares já era bem diferente da que imperava nos anos 1980, quando a área foi adquirida

Fez 27 anos agora que o IBAMA credenciou a área hoje pujante do Instituto Soka Amazônia como RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, um status especial que, segundo a Lei brasileira, é uma “unidade de conservação de domínio privado e perpétuo, com objetivo de conservação da biodiversidade, sem que haja desapropriação ou alteração dos direitos de uso da propriedade

À época, 1995, a realidade dos nossos 52 hectares já era bem diferente da que imperava nos anos 1980, quando a área foi adquirida pela BSGI (Brasil Soka Gakkai). Em tempos passados tinham funcionado ali várias olarias e era lamentável o resultado dessa atividade. Pouco a pouco o espaço vinha sendo vitalizado.

Um pedaço relevante da história do local está narrado neste mesmo blog, numa matéria disponível aqui. Nessa matéria há um depoimento da sra. Ieda Vieira Carvalho, que mostrou o porquê de sua ligação emocional com este pedaço de terra onde está instalado o Instituto.

Da. Ieda é filha do sr. Petrônio Pinheiro, que era proprietário dos 52 hectares e vendeu a área nos anos 1980 para que mais adiante fosse concretizado o projeto do então presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que já naquela época visualizava tudo o que poderia ser feito nessas terras.

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, ou seja, sem desapropriação de terra. No momento que decide criar uma RPPN, o proprietário assume compromisso perpétuo com a conservação da natureza

Dra Ieda Vieira de Carvalho

Ela lembra uma das falas que ouviu dos pais às vésperas da negociação:

“A gente vai vender para um projeto que tem os valores que temos, de respeito à vida, ao meio ambiente, conservação. Nossa história vai estar sempre aqui”.

Criação formal em 2014

O Instituto Soka Amazônia, como pessoa jurídica de direito, só seria criado formalmente bem mais adiante, em 2014, mas o resultado de anos e anos de trabalho contínuo já estavam à vista de todos bem antes.

O sonho do idealizador, anos e anos lá atrás, é hoje uma concreta realidade, seja em seus aspectos físicos –muito verde, pássaros, fauna cada vez mais variada, trilhas, viveiros de mudas, laboratórios e muito mais– seja na importante obra social que vem sendo realizada ininterruptamente, sobretudo com atividades de Educação Ambiental.

Nas visitas que o Instituto recebe constantemente, as pessoas têm muito o que ver, sendo que é particularmente impressionante a variedade de pássaros e, nesta época do ano, início do verão, os ipês roxos que dão cores incríveis à floresta.

Os pássaros

Sobre pássaros, um detalhe de significado muito especial para o Instituto, um trabalho realizado na RPPN Dr. Daisaku Ikeda por um grupo de estudiosos da Universidade do Estado do Amazonas, o “Projeto Vem Passarinhar Manaus” com o objetivo de colocar em prática os conhecimentos adquiridos sobre a observação de aves, sua relação com a conservação das espécies e geração de dados para a chamada “ciência cidadã”.

O grupo coordenado pelo professor Katell Uguen e formado por uma bióloga e estudantes de ciências biológicas e medicina veterinária, envolvendo, ainda, os birdwatchers Odette Araújo e Stefano Avila, ambos pesquisadores do meio educacional-ambiental. Também foi convidada a egressa do curso de Licenciatura em Biologia – UEA Sandra Duque dos Santos.

O grupo percorreu diversas áreas de nossa Reserva com o propósito de observar pássaros como anu-preto, carrapateiro, saíra-de-bando, bem-te-vi, sanhaços, jaçanã e o arapaçu-de-bico-branco. E registrar em áudio o arapaçu-de-bico-branco, periquito e bem-te-vi que se abrigavam nas árvores.

Grupo participante dirigindo-se ao lago.
Foto: Odette Araújo

Segundo o autor Sabino Pivatto, estudos como esse criam um novo aliado à conservação da biodiversidade nativa, bem como a constante atualização dos registros ornitológicos da cidade de Manaus, auxiliando em pesquisas da área,  promovendo a ciência cidadã e a consciência ecológica dos praticantes, pois uma vez que pessoas  observem aves em ambientes naturais, aprendem sobre o papel dos animais num determinado hábitat. No caso das aves, elas dispersam sementes, atuam no controle de pragas e populações de outros animais, e até na limpeza de matéria orgânica (no caso, aves carniceiras), proporcionando um conhecimento amplo sobre a ecologia local.

Leitura sobre RPPNs

Sobre RPPNs no Brasil, recomendamos a leitura do material contido em https://www.cooperacaobrasil-alemanha.com/APL/RPPNM.pdf. Trata-se de um estudo técnico original de José Luciano de Souza, Rosan Valter Fernandes e Mônica Fonseca que contém uma série de informações com os mais diferentes enfoques, desde experiências e boas práticas de boas gestão, até informações práticas sobre a implantação de RPPNs municipais e resumos sobre algumas das mais expressivas RPPNs do país, entre as quais a do Instituto Soka Amazônia.

Os 27 anos bem vividos da nossa RPPN

RPPN Instituto Soka Amazônia
Em 1995 a realidade dos nossos 52 hectares já era bem diferente da que imperava nos anos 1980, quando a área foi adquirida

Fez 27 anos agora que o IBAMA credenciou a área hoje pujante do Instituto Soka Amazônia como RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, um status especial que, segundo a Lei brasileira, é uma “unidade de conservação de domínio privado e perpétuo, com objetivo de conservação da biodiversidade, sem que haja desapropriação ou alteração dos direitos de uso da propriedade

À época, 1995, a realidade dos nossos 52 hectares já era bem diferente da que imperava nos anos 1980, quando a área foi adquirida pela BSGI (Brasil Soka Gakkai). Em tempos passados tinham funcionado ali várias olarias e era lamentável o resultado dessa atividade. Pouco a pouco o espaço vinha sendo vitalizado.

Um pedaço relevante da história do local está narrado neste mesmo blog, numa matéria disponível aqui. Nessa matéria há um depoimento da sra. Ieda Vieira Carvalho, que mostrou o porquê de sua ligação emocional com este pedaço de terra onde está instalado o Instituto.

Da. Ieda é filha do sr. Petrônio Pinheiro, que era proprietário dos 52 hectares e vendeu a área nos anos 1980 para que mais adiante fosse concretizado o projeto do então presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que já naquela época visualizava tudo o que poderia ser feito nessas terras.

Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) é uma categoria de unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, ou seja, sem desapropriação de terra. No momento que decide criar uma RPPN, o proprietário assume compromisso perpétuo com a conservação da natureza

Dra Ieda Vieira de Carvalho

Ela lembra uma das falas que ouviu dos pais às vésperas da negociação:

“A gente vai vender para um projeto que tem os valores que temos, de respeito à vida, ao meio ambiente, conservação. Nossa história vai estar sempre aqui”.

Criação formal em 2014

O Instituto Soka Amazônia, como pessoa jurídica de direito, só seria criado formalmente bem mais adiante, em 2014, mas o resultado de anos e anos de trabalho contínuo já estavam à vista de todos bem antes.

O sonho do idealizador, anos e anos lá atrás, é hoje uma concreta realidade, seja em seus aspectos físicos –muito verde, pássaros, fauna cada vez mais variada, trilhas, viveiros de mudas, laboratórios e muito mais– seja na importante obra social que vem sendo realizada ininterruptamente, sobretudo com atividades de Educação Ambiental.

Nas visitas que o Instituto recebe constantemente, as pessoas têm muito o que ver, sendo que é particularmente impressionante a variedade de pássaros e, nesta época do ano, início do verão, os ipês roxos que dão cores incríveis à floresta.

Os pássaros

Sobre pássaros, um detalhe de significado muito especial para o Instituto, um trabalho realizado na RPPN Dr. Daisaku Ikeda por um grupo de estudiosos da Universidade do Estado do Amazonas, o “Projeto Vem Passarinhar Manaus” com o objetivo de colocar em prática os conhecimentos adquiridos sobre a observação de aves, sua relação com a conservação das espécies e geração de dados para a chamada “ciência cidadã”.

O grupo coordenado pelo professor Katell Uguen e formado por uma bióloga e estudantes de ciências biológicas e medicina veterinária, envolvendo, ainda, os birdwatchers Odette Araújo e Stefano Avila, ambos pesquisadores do meio educacional-ambiental. Também foi convidada a egressa do curso de Licenciatura em Biologia – UEA Sandra Duque dos Santos.

O grupo percorreu diversas áreas de nossa Reserva com o propósito de observar pássaros como anu-preto, carrapateiro, saíra-de-bando, bem-te-vi, sanhaços, jaçanã e o arapaçu-de-bico-branco. E registrar em áudio o arapaçu-de-bico-branco, periquito e bem-te-vi que se abrigavam nas árvores.

Grupo participante dirigindo-se ao lago.
Foto: Odette Araújo

Segundo o autor Sabino Pivatto, estudos como esse criam um novo aliado à conservação da biodiversidade nativa, bem como a constante atualização dos registros ornitológicos da cidade de Manaus, auxiliando em pesquisas da área,  promovendo a ciência cidadã e a consciência ecológica dos praticantes, pois uma vez que pessoas  observem aves em ambientes naturais, aprendem sobre o papel dos animais num determinado hábitat. No caso das aves, elas dispersam sementes, atuam no controle de pragas e populações de outros animais, e até na limpeza de matéria orgânica (no caso, aves carniceiras), proporcionando um conhecimento amplo sobre a ecologia local.

Leitura sobre RPPNs

Sobre RPPNs no Brasil, recomendamos a leitura do material contido em https://www.cooperacaobrasil-alemanha.com/APL/RPPNM.pdf. Trata-se de um estudo técnico original de José Luciano de Souza, Rosan Valter Fernandes e Mônica Fonseca que contém uma série de informações com os mais diferentes enfoques, desde experiências e boas práticas de boas gestão, até informações práticas sobre a implantação de RPPNs municipais e resumos sobre algumas das mais expressivas RPPNs do país, entre as quais a do Instituto Soka Amazônia.