Biodiversidade amazônica: Camucamu, a rainha da vitamina C

Essa árvore é uma prova viva de que a floresta tem ainda muito o que oferecer à humanidade e a cada exemplar abatido é uma perda irreparável para o meio ambiente

Ela ocorre em muitas áreas da Amazônia em sua forma silvestre, mas devido suas propriedades medicinais, no Brasil vem sendo cultivada principalmente no Pará, em algumas fazendas de São Paulo, nos municípios de Mirandópolis e Iguape. Ainda pouco conhecido no Brasil, o destino da produção são os grandes apreciadores do fruto no exterior, como: Japão, EUA e a União Europeia. Atualmente, o Peru é o grande produtor e exportador do camu camu.

Porém, a América Tropical, o Brasil possui a maior diversidade de espécies do gênero Myrtaceae. A planta é encontrada abundante nos estados do Amapá, Marachão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis. O primeiro registro data de 1902, quando da expedição do botânico austro-húngaro, Adolfo Ducke, à Amazônia.

Conhecida também por outros nomes – caçari, araçá-d’água, araçá-de-igapó, sarão, azedinha – o camucamuzeiro é um arbusto ou pequena árvore, podendo atingir de 3m a 6m de altura, pertencente à família Myrtaceae, ainda não totalmente domesticada e se dispersa em praticamente toda a região Amazônia. Embora seja um fruto de alto valor nutritivo os povos da floresta parecem não apreciá-lo como alimento, preferindo utilizá-lo como isca para pesca ou, eventualmente, como tira-gosto. O peixe, por sua vez, alimenta-se do camu camu e é o principal dispersor das sementes. A polinização é feita principalmente por abelhas, embora o vento também contrinua significamente no processo. As flores exalam um aroma doce e agradável, devido isso o néctar é bastante apreciado pelas abelhas nativas (Melipona fuscopilara e Trigona portica).

Sua preferência são as margens de rios e lagos, os exemplares silvestres chegam a permanecer por 4 a 5 meses submersos durante os períodos de cheia. O camu camu amadurece entre novembro e março e praticamente ao longo de todo o ano a árvore brinda os olhos com suas flores, principalmente entre abril e junho.

São largamente conhecidos os benefícios da vitamina C para o bom funcionamento do sistema imunológico do organismo. Além disse é um importante antioxidante, que participa em várias reações metabólicas no organismo, como o metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e carnitina. Esta vitamina é também muito importante na síntese de colágeno, razão pela qual está muitas vezes presente nos suplementos de colágeno. O colágeno é essencial para a manutenção da pele, mucosas, ossos, dentes e preservação da integridade dos vasos sanguíneos.

Desde de 1980, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vem estudando o camucamuzeiro figurando em sua lista de prioridades, por considerá-la de grande potencial nutritivo, entre os frutos nativos da região. O objetivo é oferecer formas alternativas de melhorar a dieta da população local, mas também a geração de divisas. Para se ter uma ideia mais clara de seu potencial nutritivo, a concentração de vitamina C do camu camu é aproximadamente 13 vezes maior que aquela encontrada no caju, 20 vezes maior que na acerola, 100 vezes maior que no limão, podendo conter 5 g da vitamina em cada 100 g de polpa.

By Agroforum Perú – http://www.agroforum.pe/agro-noticias/attachments/11564d1471060316-camu-camu-peru-vitamina-c.jpg/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54372736

E mais: na comparação com a laranja, o camu camu contém 10 vezes mais ferro e 50% mais fósforo. Devido o elevado teor de ácido ascórbico é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, proporcionando retardamento no envelhecimento. Ou seja: são muitas as razões para estudar, cultivar e promover seu consumo.

Desafios

Por todos os motivos acima listados, os pesquisadores concordam que se trata de uma espécie de imenso potencial para exploração comercial. Os desafios a serem vencidos tem a ver com a falta de variedades ou clones indicados para condição de cultivo em área de terra firme.

Nesse sentido, a Embrapa da Amazônia Oriental vem se debruçando sobre a questão do melhoramento genético da espécie desde 2008, promovendo a seleção de genótipos para o caráter de produção de frutos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Camucamuzeiro. Foi assim que os melhores materiais obtidos foram clonados e estão em fase de avaliação em área de terra firme.

A partir de plantas sadias e de alta produção com frutos de tamanho apropriado, faz-se a coleta das sementes. A extração dos frutos é feito por meio da coleta de frutos com o mesmo estágio de maturação que deve garantir uma maior uniformidade no processo de germinação.

O camucamuzeiro começa a produzir após 3 anos de seu posicionamento em campo. Os frutos têm formato globoso arredondado, com diâmetro de 10mm a 32 mm, de coloração vermelha ou rósea e roxo escuro no estágio final de maturação e pesa cerca de 8g. De elevada acidez, dificilmente são consumidos in natura, sendo bastante apreciados em preparações, como refrescos, sorvetes, geleias, doces, licores, ou para conferir sabor a tortas e sobremesas. É, portanto, mais uma das espécies amazônicas potencialmente das mais viáveis economicamente por contribuir significativamente para o bem estar e a saúde humana.

Fontes:

http://portal.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html?#:~:text=O%20camu%2Dcamu%2C%20ca%C3%A7ari%2C,lagos%2C%20geralmente%20de%20%C3%A1gua%20preta

https://www.todafruta.com.br/camu-camu/  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/175155/1/COLECAO-PLANTAR-A-cultura-do-camu-camu-2012.pdf

Nossa biodiversidade : Camu camu, muitas vezes mais vitamina C

Essa árvore é uma prova viva de que a floresta tem ainda muito o que oferecer à humanidade e a cada exemplar abatido é uma perda irreparável para o meio ambiente

Ela ocorre em muitas áreas da Amazônia em sua forma silvestre, mas devido suas propriedades medicinais, no Brasil vem sendo cultivada principalmente no Pará, em algumas fazendas de São Paulo, nos municípios de Mirandópolis e Iguape. Ainda pouco conhecido no Brasil, o destino da produção são os grandes apreciadores do fruto no exterior, como: Japão, EUA e a União Europeia. Atualmente, o Peru é o grande produtor e exportador do camu camu.

Porém, a América Tropical, o Brasil possui a maior diversidade de espécies do gênero Myrtaceae. A planta é encontrada abundante nos estados do Amapá, Marachão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis. O primeiro registro data de 1902, quando da expedição do botânico austro-húngaro, Adolfo Ducke, à Amazônia.

Conhecida também por outros nomes – caçari, araçá-d’água, araçá-de-igapó, sarão, azedinha – o camucamuzeiro é um arbusto ou pequena árvore, podendo atingir de 3m a 6m de altura, pertencente à família Myrtaceae, ainda não totalmente domesticada e se dispersa em praticamente toda a região Amazônia. Embora seja um fruto de alto valor nutritivo os povos da floresta parecem não apreciá-lo como alimento, preferindo utilizá-lo como isca para pesca ou, eventualmente, como tira-gosto. O peixe, por sua vez, alimenta-se do camu camu e é o principal dispersor das sementes. A polinização é feita principalmente por abelhas, embora o vento também contrinua significamente no processo. As flores exalam um aroma doce e agradável, devido isso o néctar é bastante apreciado pelas abelhas nativas (Melipona fuscopilara e Trigona portica).

Sua preferência são as margens de rios e lagos, os exemplares silvestres chegam a permanecer por 4 a 5 meses submersos durante os períodos de cheia. O camu camu amadurece entre novembro e março e praticamente ao longo de todo o ano a árvore brinda os olhos com suas flores, principalmente entre abril e junho.

São largamente conhecidos os benefícios da vitamina C para o bom funcionamento do sistema imunológico do organismo. Além disse é um importante antioxidante, que participa em várias reações metabólicas no organismo, como o metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e carnitina. Esta vitamina é também muito importante na síntese de colágeno, razão pela qual está muitas vezes presente nos suplementos de colágeno. O colágeno é essencial para a manutenção da pele, mucosas, ossos, dentes e preservação da integridade dos vasos sanguíneos.

Desde de 1980, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vem estudando o camucamuzeiro figurando em sua lista de prioridades, por considerá-la de grande potencial nutritivo, entre os frutos nativos da região. O objetivo é oferecer formas alternativas de melhorar a dieta da população local, mas também a geração de divisas. Para se ter uma ideia mais clara de seu potencial nutritivo, a concentração de vitamina C do camu camu é aproximadamente 13 vezes maior que aquela encontrada no caju, 20 vezes maior que na acerola, 100 vezes maior que no limão, podendo conter 5 g da vitamina em cada 100 g de polpa.

By Agroforum Perú – http://www.agroforum.pe/agro-noticias/attachments/11564d1471060316-camu-camu-peru-vitamina-c.jpg/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54372736

E mais: na comparação com a laranja, o camu camu contém 10 vezes mais ferro e 50% mais fósforo. Devido o elevado teor de ácido ascórbico é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, proporcionando retardamento no envelhecimento. Ou seja: são muitas as razões para estudar, cultivar e promover seu consumo.

Desafios

Por todos os motivos acima listados, os pesquisadores concordam que se trata de uma espécie de imenso potencial para exploração comercial. Os desafios a serem vencidos tem a ver com a falta de variedades ou clones indicados para condição de cultivo em área de terra firme.

Nesse sentido, a Embrapa da Amazônia Oriental vem se debruçando sobre a questão do melhoramento genético da espécie desde 2008, promovendo a seleção de genótipos para o caráter de produção de frutos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Camucamuzeiro. Foi assim que os melhores materiais obtidos foram clonados e estão em fase de avaliação em área de terra firme.

A partir de plantas sadias e de alta produção com frutos de tamanho apropriado, faz-se a coleta das sementes. A extração dos frutos é feito por meio da coleta de frutos com o mesmo estágio de maturação que deve garantir uma maior uniformidade no processo de germinação.

O camucamuzeiro começa a produzir após 3 anos de seu posicionamento em campo. Os frutos têm formato globoso arredondado, com diâmetro de 10mm a 32 mm, de coloração vermelha ou rósea e roxo escuro no estágio final de maturação e pesa cerca de 8g. De elevada acidez, dificilmente são consumidos in natura, sendo bastante apreciados em preparações, como refrescos, sorvetes, geleias, doces, licores, ou para conferir sabor a tortas e sobremesas. É, portanto, mais uma das espécies amazônicas potencialmente das mais viáveis economicamente por contribuir significativamente para o bem estar e a saúde humana.

Fontes:

http://portal.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html?#:~:text=O%20camu%2Dcamu%2C%20ca%C3%A7ari%2C,lagos%2C%20geralmente%20de%20%C3%A1gua%20preta

https://www.todafruta.com.br/camu-camu/  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/175155/1/COLECAO-PLANTAR-A-cultura-do-camu-camu-2012.pdf

Jatobá: uma árvore de muitos benefícios

Banco de Sementes Instituto
O jatobazeiro é considerado sagrado pelos povos indígenas, pois acreditavam que seus frutos possuíam propriedades mágicas e eram utilizadas em suas práticas meditativas

Pode elevar-se do solo até 40 metros! Uma gigante cujo crescimento lento faz com que a madeira de seu tronco e ramos seja de uma qualidade muito superior à das demais árvores. Comumente conhecida pelo nome do fruto – Jatobá (Hymenaea courbaril) em tupi, significa “árvore de frutos duros”. O indígena brasileiro conhece seus múltiplos benefícios medicinais e a considera sagrada, utilizando-a em seus rituais xamânicos. Também é conhecida como: jutaí, jutaí-açu, jutaí-bravo, jutaí-grande, jutaí-peba, jutaí-uba, jutaí-uva, jataíba, jataúba.

Ocorre em partes da América do Sul e Central, do México ao Paraguai. No Brasil é fácil encontrá-la em todas as regiões do país, principalmente nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, em áreas antrópicas[i], de cerrado (lato sensu[ii]), em floresta ciliar ou galera, floresta de terra firme, floresta ombrófila[iii] e na restinga. É mais frequente em solos pobres e argilosos. É uma árvore que comumente compõe a floresta secundária tardia e de clímax na dinâmica sucessional[iv].

O jatobazeiro tem o tronco reto, cilíndrico e de casca lisa, que é grossa e vermelho-escura. Suas folhas são lanceoladas e pontiagudas, com nervura principal bem aparente e as suas delicadas flores têm cores que variam de brancas a creme-alaranjado. O fruto é uma vagem lenhosa grande e robusta; verde quando imaturo, marrom-forte quando maduro e preto quando passado. É de fácil colheita pois as grandes vagens marrons se projetam espontaneamente ao solo e, na floresta, serve de alimento a muitos animais que depois dispersam as sementes por vastas áreas dando continuidade ao ciclo da vida. A polpa tem um aspecto de farinha, é comestível e adocicada, de cor amarelo-claro. As sementes são grandes, ovais e de cor marrom-avermelhada.

O tronco que pode chegar a um metro de diâmetro e fornece uma madeira resistente, de consistência sólida e por isso mesmo de grande longevidade. O jatobazeiro é uma árvore que não apodrece facilmente quando morre devido à sua natureza antifúngica, por isso é uma matéria prima bastante apreciada para a construção de alicerces, portas, tábuas e objetos de arte, daí a grande procura e, na mesma proporção, o grande risco de extinção. É considerada uma das madeiras mais valiosas do mundo.

Atributos medicinais do fruto

Já o fruto maduro (ocorre entre os meses de julho a setembro) é talvez seu mais importante atributo. De odor forte e marcante, possui casca dura e em média carrega duas sementes por fruto. Indicada para tratamento de anemia pelo alto teor de ferro. É ainda rica em fósforo, magnésio e vitamina C. Fornece mais potássio que a banana e mais cálcio que leite e é, portanto, considerado um energético natural.

O chá medicinal é benéfico no tratamento de diversas afecções: cicatrização de feridas em geral (tanto cutânea quanto interna), asma e outras doenças respiratórias, blenorragia, cistite, cólicas, verminose, prisão de ventre, coqueluche, disenteria, má digestão, fraqueza, problemas de próstata, tosse e laringite. Portanto, as propriedades do jatobá, sempre utilizado como coadjuvante, são: ação adstringente, antibacteriana, antiespasmódica, antifúngica, anti-inflamatória, antioxidante, balsâmica, descongestionante, diurética, estimulante, expectorante, fortificante, hepatoprotetora, laxante, tônica e vermífuga.

Até a seiva do jatobá possui propriedades medicinais. Obtida através da laceração ou perfuração do tronco, proporciona tratamento para os convalescentes, anêmicos e aos debilitados por afecções pulmonares, pois colabora para o fortalecimento do sistema imunológico.


Fontes:

Imagem Jatobá: Conrado, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons

http://www.cerratinga.org.br/jatoba/

https://www.tuasaude.com/jatoba/#:~:text=Jatob%C3%A1%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rvore%20que,em%20lojas%20de%20produtos%20naturais

https://www.infoescola.com/plantas/jatoba/

[i] Áreas antrópicas são as ocupações humanas somadas às consequências da exploração dos recursos naturais, devido às necessidades e atividades das suas populações.

[ii] Quando falamos “cerrado stricto sensu” estamos nos referindo apenas às formações savânicas, já o termo “cerradolato sensu” abrange, as formações campestres até os cerradões, incluindo as savanas. https://biologo.com.br/bio/introducao-ao-cerrado/#:~:text=Quando%20falamos%20%E2%80%9Ccerrado%20stricto%20sensu,os%20cerrad%C3%B5es%2C%20incluindo%20as%20savanas

[iii] Floresta Ombrófila é a deniminação atual do ecossistema que já foi conhecido como floresta pluvial. https://www.institutopuruna.com.br/floresta-ombrofila-mista/?gclid=Cj0KCQiA0-6ABhDMARIsAFVdQv-pgG0SLrK_RVSDHnTnoZQTYsvO1iR33o5pG7h3-uRrPnfyZh4vAZsaAgAJEALw_wcB

[iv] A dinâmica sucessional em florestas pode ser caracterizada principalmente pelas mudanças na flora e na fauna decorrentes em determinado período. (…) As primeiras descrições sobre dinamismo florístico em formações florestais secundárias da Floresta Ombrófila Densa no Sul do Brasil foram abordadas por Klein (1980). https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622009000100011#:~:text=A%20din%C3%A2mica%20sucessional%20em%20florestas,fauna%20decorrentes%20em%20determinado%20per%C3%ADodo.&text=As%20primeiras%20descri%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20dinamismo,abordadas%20por%20Klein%20(1980)

Cumaru: Uma árvore medicinal

Cumaru

Os benefícios da árvore são impressionantes!

Ameaça: cobiça por sua madeira de altíssima qualidade

Todo habitante da floresta conhece suas propriedades medicinais. Há séculos a árvore Cumaru é usada em preparados que, todo mundo garante, são muito eficazes na cura de diferentes males. Desde a casca até os frutos, as folhas, todas as partes da Cumaru (Dipteryx odorata) são valiosas e muito apreciadas.

Monster46, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La-Sarrapia.JPG

Com indicação para enfermidades das vias respiratórias, são preparados xaropes e infusões produzidos a partir da extração da casca da árvore. Assegura-se que a semente tem propriedades analgésicas no tratamento de dor de ouvido com um preparado à base de álcool. O chá das folhas é um potente coadjuvante no tratamento de arritmias cardíacas. Já o óleo extraído também da semente é um potente anti-inflamatório, muito utilizado nos casos de reumatismo.

A partir do fruto, que possui uma fragrância inconfundível, produz-se um personalíssimo e muito agradável perfume. Como dizem os coletores extrativistas: “A gente colhe, seca e abre. O cheiro da semente pega e o perfume fica o dia todo nas mãos!”.

Tanto essas propriedades são reconhecidamente válidas, que grandes empresas vêm fomentando o plantio da árvore em enormes áreas na Amazônia. Esse plantio contribui para o reflorestamento e ao mesmo tempo incentiva a fixação do trabalhador rural na região. A semente do cumaru é conhecida como fava-tonka ou fava-tonca, e vem sendo utilizada pela perfumaria desde o século XIX. O princípio ativo responsável pelo seu perfume é a cumarina e a fragrância remete a uma fusão de aromas de baunilha e amêndoa.

Mas e a madeira?

Todos os benefícios listados são salutares tanto para floresta como para as comunidades, já que a extração dos insumos mantém a árvore em pé e proporciona renda aos povos que habitam a floresta. Porém, uma das características que assombram a manutenção dessa harmonia é a altíssima qualidade da madeira dessa árvore muito resistente ao ataque de cupins e de fungos que provocam apodrecimento. A indústria moveleira de luxo é a grande consumidora dessa matéria prima, o que acaba por ameaçar a continuidade de sua existência nos ambientes naturais.

Características físicas

Árvore de copa globosa, tronco ereto e cilíndrico, de 50-70 cm de diâmetro. Sua casca é lisa e amarela, pouco espessa, rugosa e descamante em placas irregulares. Suas flores pequenas em tons brancos com as pontas rosas; a fruta é carnosa (drupa) de cor amarela esverdeada com gosto meio amargo, e suas sementes são de coloração vinho, mas quando maduras escurecem e ficam pretas.

É uma árvore de porte grande que pode atingir 30 metros de altura em ambiente natural, mas quando cultivada não chega a esse patamar. Daí a indústria madeireira buscar seus insumos na floresta. Embora seja abundante na região amazônica, pode ser encontrada também desde o estado do Acre até o Maranhão.

O fruto da Cumaru é uma noz ovoide, de casca verde-amarelada, que envolve uma semente que possui uma amêndoa oleosa, de forma alongada. Essa amêndoa é rija e envolta por uma película fina de cor pardo-clara, com uma semente verde. Quando a amêndoa está seca, a semente adquire uma tonalidade vermelho-escura.

A floração árvore ocorre entre os meses de dezembro e abril e o amadurecimento dos frutos acontece, principalmente, entre maio e setembro.

Propriedades medicinais

Cardiotônica: atua como tonificante do coração

Antiespasmódica: melhora quadros de cólica uterina

Antiasmático: alivia os sintomas da asma

Emenagoga: facilita o fluxo da menstruação diminuindo a cólica menstrual

Diaforética: estimula a transpiração, contribuindo para a desintoxicação do organismo

Anti-inflamatória: trata e combate estados inflamatórios como feridas, aftas e úlceras e em caso de sinusite

Analgésica: minimiza estados de dor, como a do reumatismo e da cefaleia

Broncodilatadora: alivia congestionamento pulmonar, em casos de gripe, asmas e bronquites

Alerta: A cumarina (Cumaricanhydride), principal princípio ativo desta planta, é uma substância branca de sabor acre no começo e depois agradável, solúvel em água fervente, é responsável por grande parte das propriedades da árvore Cumaru. O extrato da cumarina tem efeito anestésico sobre o sistema nervoso central e, em altas doses pode resultar em morte.

Fonte:

https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-ecologica/especies/cumaru

https://www.youtube.com/watch?v=8RZnUTl9fqwhttps://www.greenmebrasil.com/usos-beneficios/6617-cumaru-beneficios-como-usar/