Jovem cientista em formação

Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia

As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.

Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.

“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.

A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.

16ª Conferência sobre Educação Soka na Universidade Soka América Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/california-2020-2-dias-intensos-e-riquissimos-na-16a-conferencia-sobre-educacao-soka/

No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.

Planos futuros

O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.

“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.

Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.

Sustentando toda vida da Terra

Instituído pela ONU em 2013, 3 de março celebra-se o Dia Mundial da Vida Selvagem

Segundo Mariana Napolitano, bióloga, PhD em Ecologia e coordenadora do Laboratório de Ciências do WWF-Brasil, “a existência de muitas espécies está sendo pressionada pelas ações humanas na direção de uma sexta extinção em massa”. Este alerta é, além de preocupante, um ponto que merece, no mínimo, uma reflexão. Nesse 3 de março denominado Dia Mundial da Vida Selvagem, o Instituto Soka Amazônia quer enfatizar a imensa relevância da defesa da biodiversidade para a manutenção de toda a vida do planeta.

Há várias décadas cientistas vêm alertando sobre essa questão apontada pela bióloga. Os números são estarrecedores: em média, a abundância das espécies de vertebrados diminuiu 68% desde 1970. Marco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional, ressalta que “o aumento da destruição da natureza pela humanidade está provocando impactos catastróficos, não apenas nas populações silvestres, mas também na saúde humana em todos os aspectos de nossas vidas”. São dados do relatório Planeta Vivo de 2020.

Os últimos 50 anos foram catastróficos para a Terra. A explosão do comércio global somado ao aumento populacional desenfreado e, consequentemente, do consumo exacerbado que chegou junto com o intenso processo de urbanização, ocasionou uma mudança radical de 75% da face do planeta. O que resta da vida selvagem vem sendo constantemente ameaçada e de forma cada vez mais predatória. O que o capitalismo teima em negar e pregar contra é que cada ser vivo – incluindo obviamente os humanos – têm suas vidas intrinsecamente ligadas em uma rede simbiótica de dependência.

E são as florestas tropicais as mais ameaçadas. Elas abrigam riquíssimos ecossistemas e perderam até agora 48,5% de sua cobertura original para se tornarem áreas de uso humano. Já o cerrado com sua imensa diversidade de vida selvagem é uma inestimável fonte de água e armazenamento de carbono que poderiam amenizar as mudanças climáticas. Com a perda acelerada desse bioma para o agronegócio, estamos literalmente reduzindo a longevidade de toda a espécie humana. E pior: a ineficiência da logística de distribuição de produtos leva à perda de cerca de um terço de todo o alimento produzido no mundo.

Onça pintada, rinocerontes, ursos polares, tigres são os exemplos mais visíveis dessa destruição. Mas insetos, plantas e muitas formas microscópicas de vida são também espécies ameaçadas de extinção. E a consequência da perda dessas espécies são imensuráveis e catastróficas: as plantas são cruciais para manter o ar que respiramos; os micro-organismos essenciais para a manutenção da fertilidade do solo, sem estes, nenhuma planta consegue se desenvolver; e insetos são fundamentais para a polinização dos espécimes vegetais que alimentam as populações humanas. Daí vem o título desse texto: a vida selvagem sustenta toda a vida na Terra. E o relatório aponta ainda que 1 em cada 5 plantas estão ameaçadas de extinção. A taxa de desaparecimento de plantas é duas vezes maior que a dos mamíferos, pássaros e anfíbios juntos.

O grande vilão dessa tragédia é a atividade humana não sustentável como a agricultura, pesca, mineração etc. Seus efeitos impactam diretamente na qualidade de vida urbana, com secas prolongadas, ou chuvas em demasia, bem como o ar cada vez mais insalubre. Hoje consumimos cerca de 50% além da capacidade regenerativa anual da Terra. A continuar nesse ritmo, em breve, extinguiremos não apenas a vida selvagem, mas a espécie humana.

Estudos recentes sugerem que os prováveis índices de extinção, atualmente, sejam de 100 à 1.000 extinções por 10.000 espécies em 100 anos, o que é muito elevado. Isso leva a crer que nós estamos mesmo à beira da sexta extinção em massa.

Considerando toda essa trajetória e nosso papel central de fazer uma mudança para modos sustentáveis e resilientes de produção e consumo, temos motivo para ter esperança. No entanto, essa transição deve ser urgente. Uma série de mudanças significativas precisam acontecer no sistema econômico global para promover a perspectiva de que nosso planeta possui recursos finitos. Precisamos reconhecer o valor e as necessidade de nosso planeta Terra, cada vez mais frágil, e gerar consciência de que as agendas social, econômica e ambiental devem caminhar juntas. É imprescindível que protejamos a vida selvagem.

A data de hoje foi criada em 2013 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de reafirmar o valor essencial das espécies selvagem. E o Brasil, País que possui a maior biodiversidade do planeta, precisa agir agora e tomar ações decisivas para que mecanismos sejam criados para promover o melhor aproveitamento do solo; que os serviços ambientais providos pelas florestas, por exemplo, a regulação climática e a segurança hídrica, sejam valorizados; além de incentivar o melhor ordenamento e gestão territorial; a consolidação e criação de áreas protegidas levando em conta uma paisagem mais ampla, a promoção de cadeias produtivas, entre outras ações cotidianas que podem garantir uma efetiva redução na pressão sobre os recursos naturais e a vida selvagem ao redor do mundo.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?56342

https://livingplanet.panda.org/pt-br/insects-soil-plants https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/03/03/3-de-marco-dia-mundial-da-vida-selvagem.ghtml

Jatobá: uma árvore de muitos benefícios

Banco de Sementes Instituto
O jatobazeiro é considerado sagrado pelos povos indígenas, pois acreditavam que seus frutos possuíam propriedades mágicas e eram utilizadas em suas práticas meditativas

Pode elevar-se do solo até 40 metros! Uma gigante cujo crescimento lento faz com que a madeira de seu tronco e ramos seja de uma qualidade muito superior à das demais árvores. Comumente conhecida pelo nome do fruto – Jatobá (Hymenaea courbaril) em tupi, significa “árvore de frutos duros”. O indígena brasileiro conhece seus múltiplos benefícios medicinais e a considera sagrada, utilizando-a em seus rituais xamânicos. Também é conhecida como: jutaí, jutaí-açu, jutaí-bravo, jutaí-grande, jutaí-peba, jutaí-uba, jutaí-uva, jataíba, jataúba.

Ocorre em partes da América do Sul e Central, do México ao Paraguai. No Brasil é fácil encontrá-la em todas as regiões do país, principalmente nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, em áreas antrópicas[i], de cerrado (lato sensu[ii]), em floresta ciliar ou galera, floresta de terra firme, floresta ombrófila[iii] e na restinga. É mais frequente em solos pobres e argilosos. É uma árvore que comumente compõe a floresta secundária tardia e de clímax na dinâmica sucessional[iv].

O jatobazeiro tem o tronco reto, cilíndrico e de casca lisa, que é grossa e vermelho-escura. Suas folhas são lanceoladas e pontiagudas, com nervura principal bem aparente e as suas delicadas flores têm cores que variam de brancas a creme-alaranjado. O fruto é uma vagem lenhosa grande e robusta; verde quando imaturo, marrom-forte quando maduro e preto quando passado. É de fácil colheita pois as grandes vagens marrons se projetam espontaneamente ao solo e, na floresta, serve de alimento a muitos animais que depois dispersam as sementes por vastas áreas dando continuidade ao ciclo da vida. A polpa tem um aspecto de farinha, é comestível e adocicada, de cor amarelo-claro. As sementes são grandes, ovais e de cor marrom-avermelhada.

O tronco que pode chegar a um metro de diâmetro e fornece uma madeira resistente, de consistência sólida e por isso mesmo de grande longevidade. O jatobazeiro é uma árvore que não apodrece facilmente quando morre devido à sua natureza antifúngica, por isso é uma matéria prima bastante apreciada para a construção de alicerces, portas, tábuas e objetos de arte, daí a grande procura e, na mesma proporção, o grande risco de extinção. É considerada uma das madeiras mais valiosas do mundo.

Atributos medicinais do fruto

Já o fruto maduro (ocorre entre os meses de julho a setembro) é talvez seu mais importante atributo. De odor forte e marcante, possui casca dura e em média carrega duas sementes por fruto. Indicada para tratamento de anemia pelo alto teor de ferro. É ainda rica em fósforo, magnésio e vitamina C. Fornece mais potássio que a banana e mais cálcio que leite e é, portanto, considerado um energético natural.

O chá medicinal é benéfico no tratamento de diversas afecções: cicatrização de feridas em geral (tanto cutânea quanto interna), asma e outras doenças respiratórias, blenorragia, cistite, cólicas, verminose, prisão de ventre, coqueluche, disenteria, má digestão, fraqueza, problemas de próstata, tosse e laringite. Portanto, as propriedades do jatobá, sempre utilizado como coadjuvante, são: ação adstringente, antibacteriana, antiespasmódica, antifúngica, anti-inflamatória, antioxidante, balsâmica, descongestionante, diurética, estimulante, expectorante, fortificante, hepatoprotetora, laxante, tônica e vermífuga.

Até a seiva do jatobá possui propriedades medicinais. Obtida através da laceração ou perfuração do tronco, proporciona tratamento para os convalescentes, anêmicos e aos debilitados por afecções pulmonares, pois colabora para o fortalecimento do sistema imunológico.


Fontes:

Imagem Jatobá: Conrado, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons

http://www.cerratinga.org.br/jatoba/

https://www.tuasaude.com/jatoba/#:~:text=Jatob%C3%A1%20%C3%A9%20uma%20%C3%A1rvore%20que,em%20lojas%20de%20produtos%20naturais

https://www.infoescola.com/plantas/jatoba/

[i] Áreas antrópicas são as ocupações humanas somadas às consequências da exploração dos recursos naturais, devido às necessidades e atividades das suas populações.

[ii] Quando falamos “cerrado stricto sensu” estamos nos referindo apenas às formações savânicas, já o termo “cerradolato sensu” abrange, as formações campestres até os cerradões, incluindo as savanas. https://biologo.com.br/bio/introducao-ao-cerrado/#:~:text=Quando%20falamos%20%E2%80%9Ccerrado%20stricto%20sensu,os%20cerrad%C3%B5es%2C%20incluindo%20as%20savanas

[iii] Floresta Ombrófila é a deniminação atual do ecossistema que já foi conhecido como floresta pluvial. https://www.institutopuruna.com.br/floresta-ombrofila-mista/?gclid=Cj0KCQiA0-6ABhDMARIsAFVdQv-pgG0SLrK_RVSDHnTnoZQTYsvO1iR33o5pG7h3-uRrPnfyZh4vAZsaAgAJEALw_wcB

[iv] A dinâmica sucessional em florestas pode ser caracterizada principalmente pelas mudanças na flora e na fauna decorrentes em determinado período. (…) As primeiras descrições sobre dinamismo florístico em formações florestais secundárias da Floresta Ombrófila Densa no Sul do Brasil foram abordadas por Klein (1980). https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-67622009000100011#:~:text=A%20din%C3%A2mica%20sucessional%20em%20florestas,fauna%20decorrentes%20em%20determinado%20per%C3%ADodo.&text=As%20primeiras%20descri%C3%A7%C3%B5es%20sobre%20dinamismo,abordadas%20por%20Klein%20(1980)

Desembargador Aristóteles Thury falece vítima de covid-19

Homenagem do Instituto Soka Amazônia ao grande parceiro e amigo do meio ambiente e dos Direitos Humanos

A lembrança que ficará em todos os que o conheceram é a da figura humana, o magistrado que sempre defendeu o direito à vida por meio de sua atuação ilibada em todas as ações que se propôs a abarcar. No último domingo,14 de fevereiro, o universo jurídico brasileiro perdeu um de seus mais ilustres integrantes, vítima da covid-19. O legado do Desembargador e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Aristóteles Lima Thury, ficará marcado na história do estado pelos mais de 40 anos dedicados incansavelmente à magistratura.

O Desembargador Thury era um defensor da floresta e, devido a isso, interessou-se pelos projetos ambientais do Instituto Soka Amazônia. Um dos projetos que acolheu, incentivou e defendeu foi o Sementes da Vida, ação de plantio de árvore para cada recém-nascido, em parceria com maternidades de Manaus.

Desembargador Aristóteles Thury e o inicio do plantio do projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia

Thury presidia o TER-AM desde maio, empossado para o biênio 2020-2022, e era ainda, professor titular de Direito Penal. Magistrado de carreira, seu ingresso na magistratura aconteceu em 1980 em comarcas do interior do estado e em 1991 assumiu um posto como juiz na capital.

Seu profundo interesse pela defesa dos Direitos Humanos levou-o a participar como membro do órgão colegiado do Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas – PROVITA/AM.

Condolências

O Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux emitiu nota de pesar, lamentando profundamente a morte do Desembargador Thury e que em nome do judiciário brasileiro, externava todo o seu pesar à família. O presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Luiz Alberto Barroso, ressaltou em nota que o Desembargador Thury serviu à Justiça Brasileira com honra e dedicação e que, em 2020, conduziu de modo impecável as eleições municipais no Estado.

Fonte:https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/02/14/presidente-do-tre-aristoteles-thury-morre-vitima-de-covid-19.ghtml

Desembargador Aristóteles Thury falece vítima de covid-19

Homenagem do Instituto Soka Amazônia ao grande parceiro e amigo do meio ambiente e dos Direitos Humanos

A lembrança que ficará em todos os que o conheceram é a da figura humana, o magistrado que sempre defendeu o direito à vida por meio de sua atuação ilibada em todas as ações que se propôs a abarcar. No último domingo,14 de fevereiro, o universo jurídico brasileiro perdeu um de seus mais ilustres integrantes, vítima da covid-19. O legado do Desembargador e Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas, Aristóteles Lima Thury, ficará marcado na história do estado pelos mais de 40 anos dedicados incansavelmente à magistratura.

O Desembargador Thury era um defensor da floresta e, devido a isso, interessou-se pelos projetos ambientais do Instituto Soka Amazônia. Um dos projetos que acolheu, incentivou e defendeu foi o Sementes da Vida, ação de plantio de árvore para cada recém-nascido, em parceria com maternidades de Manaus.

Desembargador Aristóteles Thury e o inicio do plantio do projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia

Thury presidia o TER-AM desde maio, empossado para o biênio 2020-2022, e era ainda, professor titular de Direito Penal. Magistrado de carreira, seu ingresso na magistratura aconteceu em 1980 em comarcas do interior do estado e em 1991 assumiu um posto como juiz na capital.

Seu profundo interesse pela defesa dos Direitos Humanos levou-o a participar como membro do órgão colegiado do Programa de Proteção às Vítimas e Testemunhas Ameaçadas – PROVITA/AM.

Condolências

O Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Luiz Fux emitiu nota de pesar, lamentando profundamente a morte do Desembargador Thury e que em nome do judiciário brasileiro, externava todo o seu pesar à família. O presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Luiz Alberto Barroso, ressaltou em nota que o Desembargador Thury serviu à Justiça Brasileira com honra e dedicação e que, em 2020, conduziu de modo impecável as eleições municipais no Estado.

Fonte:https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2021/02/14/presidente-do-tre-aristoteles-thury-morre-vitima-de-covid-19.ghtml

Em defesa das abelhas nativas

Apaixonada pelas polinizadoras brazucas, Iris Andrade da Cruz vai desenvolver estudo sobre elas no Instituto Soka Amazônia

Chegam a somar centenas de espécies e possuem particularidades únicas e preciosas. A simbiose perfeita entre as abelhas nativas sem ferrão (tribo Meliponini) e a nossa flora é crucial para a sustentabilidade da imensa e rica biodiversidade brasileira. A pesquisadora Iris Andrade da Cruz nasceu em Belém, mas ainda bebê foi para Manaus e lá fincou sólidas raízes. “Me considero manauara já”, reafirma. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela ONU, o Instituto Soka Amazônia homenageia todas as cientistas com este breve perfil de uma jovem pesquisadora humanista.

Espécie de abelha sem ferrão. Melipona seminigra coletando nectar em flor de Antigonon leptopus. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas
Carreira “mais rentável” por quê?

Budista desde o nascimento, a criança Iris interessou-se desde cedo pelas Ciências Biológicas. Na fase pré vestibular, porém, chegou a prestar Administração, influenciada pelas vozes contrárias que a aconselhavam a buscar uma carreira mais “rentável”.

Porém, acaso ou não, foi reprovada na seletiva. Voltou-se então para a paixão e prestou a prova para a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com sucesso. “Foi a vocação!”, exclama.

Antes das abelhas, formigas

Seu primeiro interesse foram as formigas. Ao longo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, seu plano era estudar esses insetos, todavia, não teve a oportunidade. Mas ao buscar o mestrado em Entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) voltou-se para as abelhas, em especial, as nativas sem ferrão.

“Há muito queria conhecer sobre as nossas abelhas e sobre as suas propriedades únicas”, explica. Uma delas é a importância que têm na preservação de determinadas espécies da flora amazônica polinizadas somente por elas.”

Abelha sem ferrao, Melipona interrupta. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA – INPA

Outras propriedades – O mel das abelhas nativas sem ferrão possui ainda uma alta atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado para combater doenças pulmonares, resfriados, gripes, fraqueza e infecção nos olhos em diversas partes do país. Os povos tradicionais conhecem e utilizam seu mel para tratar ferimentos e outras afecções cutâneas pela ação cicatrizante e antioxidante.

Além disso, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais saboroso que existe. Além de ser variado, é diferenciado por sua consistência, aroma, coloração. No entanto, quase todas as características físico-químicas desse mel não atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira. Há necessidade de uma legislação específica para os méis dessas abelhas pois as normas são pautadas pelo mel produzido pelas abelhas africanizadas que é o que predomina no mercado nacional. Uma das principais vantagens do mel das abelhas nativas é o seu baixo teor de açúcar, que pode chegar a 70% menos que o mel produzido pelas abelhas africanizadas (Apis mellifera).

Mais adiante, o doutorado

“Foi a melhor escolha que fiz!”, conta Iris. Quanto mais estudava maior se tornava sua paixão. Tanto que pretende fazer o doutorado com o mesmo grupo de estudo, as abelhas sem ferrão, sob a orientação da profa. dra. Gislene Almeida Carvalho-Zilse, uma das grandes especialistas do assunto no país, no que se refere às abelhas nativas.

Um meliponário

Iris foi convidada pelo Instituto Soka Amazônia para montar um meliponário[i] dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN). Além de contribuir para um maior conhecimento sobre esses animais preciosos, o projeto terá também uma importante finalidade educativa já que as abelhas sem ferrão são seguras e podem ser apresentadas sem receio aos milhares de escolares que visitam o Instituto todos os anos. “Quando as atividades normais forem retomadas, quero ajudar as novas gerações a conhecerem essas abelhas e compreenderem a sua importância para a preservação das nossas matas”, ressalta.

Há ainda muito o que se descobrir. A primeira tarefa de Iris será construir o meliponário. Para tanto vem se dedicando à captura das espécies de forma segura. Um desses métodos foi o tema de sua dissertação de mestrado que estudou a eficiência dos ninhos-isca para a obtenção de enxames de abelhas sem ferrão, feitos utilizando garrafas pet.

Desafio: as abelhas estão desaparecendo

Uma das questões mais desafiadoras deste século é o crescente desaparecimento das abelhas em escala global. Mais do que simples produtoras de mel, as abelhas são responsáveis pela polinização de uma imensa parcela de plantas utilizadas na alimentação. Os especialistas são unânimes em afirmar que, com a contínua extinção desses animais, a segurança alimentar do planeta está ameaçada. Ou seja: delas dependem a sobrevivência humana. Cerca de 70% de todo alimento produzido no mundo depende de serem polinizadas pelas abelhas.

As abelhas, as queimadas e uma peculiaridade

E as abelhas nativas têm mais um grave fator a ameaçá-las. Diferente das africanizadas, as abelhas nativas sem ferrão não abandonam suas colmeias quando ocorrem incêndios ou desmatamentos. Elas dependem da preservação da mata em que estão. Hoje são cerca de 500 espécies conhecidas, cada qual com sua caraterística e peculiaridades. O projeto que Iris vai realizar no Instituto Soka Amazônia trará grandes benefícios a todo ciclo de vida da maior floresta do planeta, além de ajudar a conscientizar novas gerações de brasileiros quanto à importância da preservação desses animais fantásticos.


Fontes:

https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/?gclid=Cj0KCQiAjKqABhDLARIsABbJrGmjoMg7G4IdkzE1h85iOg_F-zd68DkhZcgFeCWjXZhqaGtamqZFYg8aAvxYEALw_wcB

MELO, G.A.R. Stingless Bees (Meliponini). In: STARR, C. (Ed.) Encyclopedia of Social Insects. Springer, Cham, 2020. p. 1-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-90306-4_117-1

[i] Meliponário (coleção de colmeias de abelhas nativas sem ferrão)

Em defesa das abelhas nativas

Apaixonada pelas polinizadoras brazucas, Iris Andrade da Cruz vai desenvolver estudo sobre elas no Instituto Soka Amazônia

Chegam a somar centenas de espécies e possuem particularidades únicas e preciosas. A simbiose perfeita entre as abelhas nativas sem ferrão (tribo Meliponini) e a nossa flora é crucial para a sustentabilidade da imensa e rica biodiversidade brasileira. A pesquisadora Iris Andrade da Cruz nasceu em Belém, mas ainda bebê foi para Manaus e lá fincou sólidas raízes. “Me considero manauara já”, reafirma. Nesta semana em que se comemora o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, instituído pela ONU, o Instituto Soka Amazônia homenageia todas as cientistas com este breve perfil de uma jovem pesquisadora humanista.

Espécie de abelha sem ferrão. Melipona seminigra coletando nectar em flor de Antigonon leptopus. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas
Carreira “mais rentável” por quê?

Budista desde o nascimento, a criança Iris interessou-se desde cedo pelas Ciências Biológicas. Na fase pré vestibular, porém, chegou a prestar Administração, influenciada pelas vozes contrárias que a aconselhavam a buscar uma carreira mais “rentável”.

Porém, acaso ou não, foi reprovada na seletiva. Voltou-se então para a paixão e prestou a prova para a Universidade Estadual do Amazonas (UEA) com sucesso. “Foi a vocação!”, exclama.

Antes das abelhas, formigas

Seu primeiro interesse foram as formigas. Ao longo do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, seu plano era estudar esses insetos, todavia, não teve a oportunidade. Mas ao buscar o mestrado em Entomologia no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) voltou-se para as abelhas, em especial, as nativas sem ferrão.

“Há muito queria conhecer sobre as nossas abelhas e sobre as suas propriedades únicas”, explica. Uma delas é a importância que têm na preservação de determinadas espécies da flora amazônica polinizadas somente por elas.”

Abelha sem ferrao, Melipona interrupta. Foto do acervo do Grupo de Pesquisa em Abelhas – GPA – INPA

Outras propriedades – O mel das abelhas nativas sem ferrão possui ainda uma alta atividade antibacteriana e é tradicionalmente usado para combater doenças pulmonares, resfriados, gripes, fraqueza e infecção nos olhos em diversas partes do país. Os povos tradicionais conhecem e utilizam seu mel para tratar ferimentos e outras afecções cutâneas pela ação cicatrizante e antioxidante.

Além disso, o mel das abelhas sem ferrão é considerado o mais saboroso que existe. Além de ser variado, é diferenciado por sua consistência, aroma, coloração. No entanto, quase todas as características físico-químicas desse mel não atendem aos padrões exigidos pela legislação brasileira. Há necessidade de uma legislação específica para os méis dessas abelhas pois as normas são pautadas pelo mel produzido pelas abelhas africanizadas que é o que predomina no mercado nacional. Uma das principais vantagens do mel das abelhas nativas é o seu baixo teor de açúcar, que pode chegar a 70% menos que o mel produzido pelas abelhas africanizadas (Apis mellifera).

Mais adiante, o doutorado

“Foi a melhor escolha que fiz!”, conta Iris. Quanto mais estudava maior se tornava sua paixão. Tanto que pretende fazer o doutorado com o mesmo grupo de estudo, as abelhas sem ferrão, sob a orientação da profa. dra. Gislene Almeida Carvalho-Zilse, uma das grandes especialistas do assunto no país, no que se refere às abelhas nativas.

Um meliponário

Iris foi convidada pelo Instituto Soka Amazônia para montar um meliponário[i] dentro da Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN). Além de contribuir para um maior conhecimento sobre esses animais preciosos, o projeto terá também uma importante finalidade educativa já que as abelhas sem ferrão são seguras e podem ser apresentadas sem receio aos milhares de escolares que visitam o Instituto todos os anos. “Quando as atividades normais forem retomadas, quero ajudar as novas gerações a conhecerem essas abelhas e compreenderem a sua importância para a preservação das nossas matas”, ressalta.

Há ainda muito o que se descobrir. A primeira tarefa de Iris será construir o meliponário. Para tanto vem se dedicando à captura das espécies de forma segura. Um desses métodos foi o tema de sua dissertação de mestrado que estudou a eficiência dos ninhos-isca para a obtenção de enxames de abelhas sem ferrão, feitos utilizando garrafas pet.

Desafio: as abelhas estão desaparecendo

Uma das questões mais desafiadoras deste século é o crescente desaparecimento das abelhas em escala global. Mais do que simples produtoras de mel, as abelhas são responsáveis pela polinização de uma imensa parcela de plantas utilizadas na alimentação. Os especialistas são unânimes em afirmar que, com a contínua extinção desses animais, a segurança alimentar do planeta está ameaçada. Ou seja: delas dependem a sobrevivência humana. Cerca de 70% de todo alimento produzido no mundo depende de serem polinizadas pelas abelhas.

As abelhas, as queimadas e uma peculiaridade

E as abelhas nativas têm mais um grave fator a ameaçá-las. Diferente das africanizadas, as abelhas nativas sem ferrão não abandonam suas colmeias quando ocorrem incêndios ou desmatamentos. Elas dependem da preservação da mata em que estão. Hoje são cerca de 500 espécies conhecidas, cada qual com sua caraterística e peculiaridades. O projeto que Iris vai realizar no Instituto Soka Amazônia trará grandes benefícios a todo ciclo de vida da maior floresta do planeta, além de ajudar a conscientizar novas gerações de brasileiros quanto à importância da preservação desses animais fantásticos.


Fontes:

https://ecoa.org.br/6-tipos-de-abelhas-nativas-do-brasil-para-voce-conhecer/?gclid=Cj0KCQiAjKqABhDLARIsABbJrGmjoMg7G4IdkzE1h85iOg_F-zd68DkhZcgFeCWjXZhqaGtamqZFYg8aAvxYEALw_wcB

MELO, G.A.R. Stingless Bees (Meliponini). In: STARR, C. (Ed.) Encyclopedia of Social Insects. Springer, Cham, 2020. p. 1-17. Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-90306-4_117-1

[i] Meliponário (coleção de colmeias de abelhas nativas sem ferrão)

Cumaru: Uma árvore medicinal

Cumaru

Os benefícios da árvore são impressionantes!

Ameaça: cobiça por sua madeira de altíssima qualidade

Todo habitante da floresta conhece suas propriedades medicinais. Há séculos a árvore Cumaru é usada em preparados que, todo mundo garante, são muito eficazes na cura de diferentes males. Desde a casca até os frutos, as folhas, todas as partes da Cumaru (Dipteryx odorata) são valiosas e muito apreciadas.

Monster46, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons https://commons.wikimedia.org/wiki/File:La-Sarrapia.JPG

Com indicação para enfermidades das vias respiratórias, são preparados xaropes e infusões produzidos a partir da extração da casca da árvore. Assegura-se que a semente tem propriedades analgésicas no tratamento de dor de ouvido com um preparado à base de álcool. O chá das folhas é um potente coadjuvante no tratamento de arritmias cardíacas. Já o óleo extraído também da semente é um potente anti-inflamatório, muito utilizado nos casos de reumatismo.

A partir do fruto, que possui uma fragrância inconfundível, produz-se um personalíssimo e muito agradável perfume. Como dizem os coletores extrativistas: “A gente colhe, seca e abre. O cheiro da semente pega e o perfume fica o dia todo nas mãos!”.

Tanto essas propriedades são reconhecidamente válidas, que grandes empresas vêm fomentando o plantio da árvore em enormes áreas na Amazônia. Esse plantio contribui para o reflorestamento e ao mesmo tempo incentiva a fixação do trabalhador rural na região. A semente do cumaru é conhecida como fava-tonka ou fava-tonca, e vem sendo utilizada pela perfumaria desde o século XIX. O princípio ativo responsável pelo seu perfume é a cumarina e a fragrância remete a uma fusão de aromas de baunilha e amêndoa.

Mas e a madeira?

Todos os benefícios listados são salutares tanto para floresta como para as comunidades, já que a extração dos insumos mantém a árvore em pé e proporciona renda aos povos que habitam a floresta. Porém, uma das características que assombram a manutenção dessa harmonia é a altíssima qualidade da madeira dessa árvore muito resistente ao ataque de cupins e de fungos que provocam apodrecimento. A indústria moveleira de luxo é a grande consumidora dessa matéria prima, o que acaba por ameaçar a continuidade de sua existência nos ambientes naturais.

Características físicas

Árvore de copa globosa, tronco ereto e cilíndrico, de 50-70 cm de diâmetro. Sua casca é lisa e amarela, pouco espessa, rugosa e descamante em placas irregulares. Suas flores pequenas em tons brancos com as pontas rosas; a fruta é carnosa (drupa) de cor amarela esverdeada com gosto meio amargo, e suas sementes são de coloração vinho, mas quando maduras escurecem e ficam pretas.

É uma árvore de porte grande que pode atingir 30 metros de altura em ambiente natural, mas quando cultivada não chega a esse patamar. Daí a indústria madeireira buscar seus insumos na floresta. Embora seja abundante na região amazônica, pode ser encontrada também desde o estado do Acre até o Maranhão.

O fruto da Cumaru é uma noz ovoide, de casca verde-amarelada, que envolve uma semente que possui uma amêndoa oleosa, de forma alongada. Essa amêndoa é rija e envolta por uma película fina de cor pardo-clara, com uma semente verde. Quando a amêndoa está seca, a semente adquire uma tonalidade vermelho-escura.

A floração árvore ocorre entre os meses de dezembro e abril e o amadurecimento dos frutos acontece, principalmente, entre maio e setembro.

Propriedades medicinais

Cardiotônica: atua como tonificante do coração

Antiespasmódica: melhora quadros de cólica uterina

Antiasmático: alivia os sintomas da asma

Emenagoga: facilita o fluxo da menstruação diminuindo a cólica menstrual

Diaforética: estimula a transpiração, contribuindo para a desintoxicação do organismo

Anti-inflamatória: trata e combate estados inflamatórios como feridas, aftas e úlceras e em caso de sinusite

Analgésica: minimiza estados de dor, como a do reumatismo e da cefaleia

Broncodilatadora: alivia congestionamento pulmonar, em casos de gripe, asmas e bronquites

Alerta: A cumarina (Cumaricanhydride), principal princípio ativo desta planta, é uma substância branca de sabor acre no começo e depois agradável, solúvel em água fervente, é responsável por grande parte das propriedades da árvore Cumaru. O extrato da cumarina tem efeito anestésico sobre o sistema nervoso central e, em altas doses pode resultar em morte.

Fonte:

https://www.embrapa.br/agrossilvipastoril/sitio-tecnologico/trilha-ecologica/especies/cumaru

https://www.youtube.com/watch?v=8RZnUTl9fqwhttps://www.greenmebrasil.com/usos-beneficios/6617-cumaru-beneficios-como-usar/

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber