Quilômetros mata a dentro,

A riqueza dos igarapes

parte essencial da maior bacia fluvial do mundo

Meu nome é igarapé, mas pode me chamar de caminho d’água, que é como os índios me chamavam

São cursos d’água de primeira, segunda ou terceira ordem que irrigam a floresta amazônica e percorrem quilômetros mata adentro. São constituídos por longos braços de rios ou canais e são incontáveis em toda a bacia Amazônica. Pouco profundos e estreitos, portanto, somente pequenas embarcações chatas e canoas conseguem navegar por eles. No idioma tupi-guarani, igarapé = caminho d’água.

Para as comunidades ribeirinhas são fonte de água potável, proporcionam irrigação para suas pequenas plantações, peixes como alimento e vias de acesso a rios e outras comunidades. Mas o que mais importante disso tudo é sua imensa importância à biodiversidade.

Segundo ressaltam os especialistas, a Amazônia constitui a maior bacia fluvial do planeta, com 700 mil km2. Composta por rios e lagos gigantes, os igarapés abundam e são parte essencial da intrincada cadeia de cursos d’água, constituindo uma das reservas aquáticas mais densas do mundo. Excetuando-se os rios que nascem nas altas montanhas dos Andes, quase todos os rios amazônicos são resultantes da junção de pequenos igarapés. Estima-se que 80% da bacia hidrográfica é ocupada pelos igarapés, ou seja, são a morada de uma quantidade inestimável de flora e fauna, muitas das quais ainda estão por serem descobertas e catalogadas.

Estudo recente

Pesquisadores catalogaram, observaram e registraram 83 igarapés (com até três metros de largura) nos municípios de Santarém e Paragominas, no Pará, para melhor compreender a importância desses pequenos cursos d’água para a conservação da biodiversidade em regiões de expansão agropecuária. Nesse artigo os cientistas apontaram principalmente as fragilidades nas leis ambientais brasileiras na proteção dos riachos de pequeno porte, fundamentais para humanos.

O estudo foi coordenado por pesquisadores da Rede Amazônia Sustentável (RAS), que reúne mais de 30 instituições do Brasil e do exterior com o objetivo de pesquisar temas relacionados à conservação e o uso sustentável da terra na região amazônica. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico britânico Journal of Applied Ecology. A RAS é coordenada por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, Lancaster University, Manchester Metropolitan University, Stockholm Environment Institute e o Museu Paraense Emílio Goeldi.

As leis atuais protegem os cursos d’água, mas simplesmente ignoram o que ocorre mata adentro, longe das margens dos igarapés. O problema é que se trata de um sistema complexo que afeta todo o conjunto. A derrubada da mata afeta também os cursos d’água. Não há como proteger somente uma parte da cadeia.

Em 150 metros, 44 espécies de peixe

Os pesquisadores se surpreenderam com a imensa variedade de vida! Num pequeno trecho de apenas 150 metros, obtiveram o registro de 44 espécie de peixes. Mesmo igarapés próximos, com poucos quilômetros de distância um do outro, abrigam conjuntos de espécies bastante diferentes. Ou seja: cada pequeno curso d’água amazônico é inestimável e precisa ser preservado.

https://www.museu-goeldi.br/noticias/a-diversidade-dos-igarapes-e-a-urgencia-de-sua-preservacao

Quilômetros mata a dentro,

A riqueza dos igarapes

parte essencial da maior bacia fluvial do mundo

Meu nome é igarapé, mas pode me chamar de caminho d’água, que é como os índios me chamavam

São cursos d’água de primeira, segunda ou terceira ordem que irrigam a floresta amazônica e percorrem quilômetros mata adentro. São constituídos por longos braços de rios ou canais e são incontáveis em toda a bacia Amazônica. Pouco profundos e estreitos, portanto, somente pequenas embarcações chatas e canoas conseguem navegar por eles. No idioma tupi-guarani, igarapé = caminho d’água.

Para as comunidades ribeirinhas são fonte de água potável, proporcionam irrigação para suas pequenas plantações, peixes como alimento e vias de acesso a rios e outras comunidades. Mas o que mais importante disso tudo é sua imensa importância à biodiversidade.

Segundo ressaltam os especialistas, a Amazônia constitui a maior bacia fluvial do planeta, com 700 mil km2. Composta por rios e lagos gigantes, os igarapés abundam e são parte essencial da intrincada cadeia de cursos d’água, constituindo uma das reservas aquáticas mais densas do mundo. Excetuando-se os rios que nascem nas altas montanhas dos Andes, quase todos os rios amazônicos são resultantes da junção de pequenos igarapés. Estima-se que 80% da bacia hidrográfica é ocupada pelos igarapés, ou seja, são a morada de uma quantidade inestimável de flora e fauna, muitas das quais ainda estão por serem descobertas e catalogadas.

Estudo recente

Pesquisadores catalogaram, observaram e registraram 83 igarapés (com até três metros de largura) nos municípios de Santarém e Paragominas, no Pará, para melhor compreender a importância desses pequenos cursos d’água para a conservação da biodiversidade em regiões de expansão agropecuária. Nesse artigo os cientistas apontaram principalmente as fragilidades nas leis ambientais brasileiras na proteção dos riachos de pequeno porte, fundamentais para humanos.

O estudo foi coordenado por pesquisadores da Rede Amazônia Sustentável (RAS), que reúne mais de 30 instituições do Brasil e do exterior com o objetivo de pesquisar temas relacionados à conservação e o uso sustentável da terra na região amazônica. Os resultados da pesquisa foram publicados no periódico britânico Journal of Applied Ecology. A RAS é coordenada por pesquisadores da Embrapa Amazônia Oriental, Lancaster University, Manchester Metropolitan University, Stockholm Environment Institute e o Museu Paraense Emílio Goeldi.

As leis atuais protegem os cursos d’água, mas simplesmente ignoram o que ocorre mata adentro, longe das margens dos igarapés. O problema é que se trata de um sistema complexo que afeta todo o conjunto. A derrubada da mata afeta também os cursos d’água. Não há como proteger somente uma parte da cadeia.

Em 150 metros, 44 espécies de peixe

Os pesquisadores se surpreenderam com a imensa variedade de vida! Num pequeno trecho de apenas 150 metros, obtiveram o registro de 44 espécie de peixes. Mesmo igarapés próximos, com poucos quilômetros de distância um do outro, abrigam conjuntos de espécies bastante diferentes. Ou seja: cada pequeno curso d’água amazônico é inestimável e precisa ser preservado.

https://www.museu-goeldi.br/noticias/a-diversidade-dos-igarapes-e-a-urgencia-de-sua-preservacao