Acompanhe conosco o que diz a filha do sr. Petrônio Pinheiro, que nos anos 1980 vendeu para a Soka Gakkai as terras em que está hoje o Instituto Soka Amazônia
Não foi há poucos dias.
Em verdade foi em 2020, um pouco antes que o planeta mergulhasse na pandemia do covid 19.
Um grupo de senhoras visitou o Instituto Soka Amazônia e uma das pessoas presentes era a sra. Ieda Vieira Carvalho, que mostrou o porquê de sua ligação emocional com este pedaço de terra onde está instalado o Instituto.
O antigo dono de nossa área
Da Ieda é filha do sr. Petrônio Pinheiro, que era proprietário dos 52 hectares e vendeu a área nos anos 1980 para que mais adiante fosse concretizado o projeto do presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que já naquela época visualizava tudo o que poderia ser feito nessas terras.
“Foi fantástico, uma alegria, uma emoção muito grande estar aqui” -disse da. Ieda. “Lá de cima meu pai e minha mãe devem acompanhar com orgulho o que está sendo feito”.
“Nossa história vai estar sempre aqui”
Ela lembra uma das falas que ouviu dos pais às vésperas da negociação: “A gente vai vender para um projeto que tem os valores que temos, de respeito à vida, ao meio ambiente, conservação. Nossa história vai estar sempre aqui”.
“Cresci nestas barrancas. Tomei banho nas pedras das lajes” -lembra da. Ieda, quando voltou a Manaus depois de 25 anos para ver, hoje, a fala dos pais tornada realidade.
Acompanhe conosco o vídeo que registra as opiniões dessa visitante tão especial que passou por aqui.
Para nós, do Instituto Soka Amazônia é muito bom divulgar esse material quando a instituição está comemorando 27 anos de sua fundação.
Acompanhe conosco o que diz a filha do sr. Petrônio Pinheiro, que nos anos 1980 vendeu para a Soka Gakkai as terras em que está hoje o Instituto Soka Amazônia
Não foi há poucos dias.
Em verdade foi em 2020, um pouco antes que o planeta mergulhasse na pandemia do covid 19.
Um grupo de senhoras visitou o Instituto Soka Amazônia e uma das pessoas presentes era a sra. Ieda Vieira Carvalho, que mostrou o porquê de sua ligação emocional com este pedaço de terra onde está instalado o Instituto.
O antigo dono de nossa área
Da Ieda é filha do sr. Petrônio Pinheiro, que era proprietário dos 52 hectares e vendeu a área nos anos 1980 para que mais adiante fosse concretizado o projeto do presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que já naquela época visualizava tudo o que poderia ser feito nessas terras.
“Foi fantástico, uma alegria, uma emoção muito grande estar aqui” -disse da. Ieda. “Lá de cima meu pai e minha mãe devem acompanhar com orgulho o que está sendo feito”.
“Nossa história vai estar sempre aqui”
Ela lembra uma das falas que ouviu dos pais às vésperas da negociação: “A gente vai vender para um projeto que tem os valores que temos, de respeito à vida, ao meio ambiente, conservação. Nossa história vai estar sempre aqui”.
“Cresci nestas barrancas. Tomei banho nas pedras das lajes” -lembra da. Ieda, quando voltou a Manaus depois de 25 anos para ver, hoje, a fala dos pais tornada realidade.
Acompanhe conosco o vídeo que registra as opiniões dessa visitante tão especial que passou por aqui.
Para nós, do Instituto Soka Amazônia é muito bom divulgar esse material quando a instituição está comemorando 27 anos de sua fundação.
Se você vier a Manaus e andar pela cidade prestando atenção nas casas mais antigas e típicas de uma determinada época da capital amazonense, final do século 19, início do século 20, do meio para o fim do chamado “ciclo da borracha” (*) ao longo do caminho percorrido será possível fazer uma viagem de volta no tempo e embarcar nas histórias contadas pelas gerações que ajudaram a construir a imagem da ‘Manaus Antiga’ e seus cenários, como está narrado no portal G1. Vale a pena ver – aqui.
Tijolos depois das casas de taipa
A matéria do G1 ocupa-se, em especial, de casas ainda feitas de taipa, mas a estética das construções da época colonial foi mantida um pouco mais adiante, quando várias olarias começaram a se instalar na cidade, concentradas de um lado e de outro do Rio Negro, de onde saíram os tijolos que mantêm de pé por anos e anos moradias que até hoje são típicas de Manaus.
Se nas suas andanças pela cidade houver tempo e disposição, vale uma esticada até o Instituto Soka Amazonas para conhecer, entre outras importantes realizações da Organização, as ruínas de uma daquelas históricas olarias, que pertenceu à família do sr. J. H. Andresen, um dinamarquês que ainda menino foi para a cidade do Porto, em Portugal e veio depois para o Brasil.
Naquela época, por diferentes razões, os portugueses estavam como que redescobrindo o Brasil e houve uma forte corrente migratória dirigida, entre outros, para o norte de nosso país, primeiro para Belém do Pará, depois para o Amazonas. Pessoas e mesmo empresas vinham com um claro objetivo econômico, e o dinamarquês-lusitano sr. J. H. Andresen foi um dos que chegaram a Manaus em busca de sucesso, sucesso que, sim, ele alcançou, afinal, a ciclo da borracha estava em seu apogeu
Primeiro o sr. Andresen trabalhou, aqui, na mesma empresa de importações e exportações em que trabalhava em Portugal, mas logo desenvolveu seu próprio negócio, os Armazéns J.H. Andresen, no centro de Manaus. Foi um sucesso!
Quando o ciclo da borracha já não estava com todo o fôlego, e os negócios de comércio começavam a minguar, o empreendedor dinamarquês voltou-se para outro ramo e surgiu em 1882 a Olaria Lages e Lages, cujas ruinas podem ser visitadas hoje na RPPN Daisaku Ikeda (Reserva Particular de Patrimônio Natural), fora do centro de Manaus, uma área de 52 hectares bem em frente ao Encontro das Águas, uma das visitas obrigatórias para quem visita o Amazonas.
Segundo as arqueólogas Maraget Cerqueira e Vanessa Benedito, colaboradoras constantes do Instituto Soka Amazônia, sócias da consultoria Muiraquitã Arqueologia, que atua em processos de licenciamento ambiental, a Reserva Daisaku Ikeda contém uma típica “floresta cultural”, uma área muito devastada que foi totalmente remanejada e reconstruída para voltar a ter o verde pujante que ostenta hoje.
Quem chega à Reserva e faz a caminhada naturalmente proposta aos visitantes, é conduzido às ruinas da olaria que pertenceu ao sr. Andresen, situada dentro do riquíssimo sítio arqueológico que tem uma série de descobertas de tempos ainda mais remotos, pré-coloniais.
O ofício da produção de tijolos, a partir da utilização da argila, transcendeu épocas. Após o declínio do ciclo econômico da borracha e, por consequente declínio do complexo de olarias que antes estava localizado na atual RPPN Daisaku Ikeda e seu entorno, as olarias “mudaram-se” para o outro lado do belo rio Negro, em sua margem direita e o município de Iranduba abriga atualmente o maior complexo de fábricas de cerâmica que produzem milhares de tijolos, de variados modelos, gerando trabalho e renda para muitas famílias.
Nas ruinas da olaria Lages e Lages, encontram-se peças remanescentes da época em que a olaria do sr. Andresen estava em plena atividade – material ainda muito bem conservado, típico do final do século 19, início do século 20, tijolos, por sinal, praticamente iguais aos atuais. Anúncios da época, aliás, apregoavam que a olaria do sr. Andresen era a mais moderna de todas.
A aquisição do espaço em que atua o Instituto Soka Amazônia aconteceu em 1991 e 4 anos depois, em 1995, a RPPN Daisaku Ikeda foi oficialmente credenciada pelo IBAMA.
O Instituto Soka espera que a pandemia do Covid 19 chegue logo ao fim e possa voltar a dar boas-vindas a todos os visitantes.
Inclusive você.
(*) O auge do ciclo da borracha aconteceu entre os anos de 1879 e 1912, tendo ainda, uma boa sobrevida entre os anos de 1942 e 1945, no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
Se você vier a Manaus e andar pela cidade prestando atenção nas casas mais antigas e típicas de uma determinada época da capital amazonense, final do século 19, início do século 20, do meio para o fim do chamado “ciclo da borracha” (*) ao longo do caminho percorrido será possível fazer uma viagem de volta no tempo e embarcar nas histórias contadas pelas gerações que ajudaram a construir a imagem da ‘Manaus Antiga’ e seus cenários, como está narrado no portal G1. Vale a pena ver – aqui.
Tijolos depois das casas de taipa
A matéria do G1 ocupa-se, em especial, de casas ainda feitas de taipa, mas a estética das construções da época colonial foi mantida um pouco mais adiante, quando várias olarias começaram a se instalar na cidade, concentradas de um lado e de outro do Rio Negro, de onde saíram os tijolos que mantêm de pé por anos e anos moradias que até hoje são típicas de Manaus.
Se nas suas andanças pela cidade houver tempo e disposição, vale uma esticada até o Instituto Soka Amazonas para conhecer, entre outras importantes realizações da Organização, as ruínas de uma daquelas históricas olarias, que pertenceu à família do sr. J. H. Andresen, um dinamarquês que ainda menino foi para a cidade do Porto, em Portugal e veio depois para o Brasil.
Naquela época, por diferentes razões, os portugueses estavam como que redescobrindo o Brasil e houve uma forte corrente migratória dirigida, entre outros, para o norte de nosso país, primeiro para Belém do Pará, depois para o Amazonas. Pessoas e mesmo empresas vinham com um claro objetivo econômico, e o dinamarquês-lusitano sr. J. H. Andresen foi um dos que chegaram a Manaus em busca de sucesso, sucesso que, sim, ele alcançou, afinal, a ciclo da borracha estava em seu apogeu
Primeiro o sr. Andresen trabalhou, aqui, na mesma empresa de importações e exportações em que trabalhava em Portugal, mas logo desenvolveu seu próprio negócio, os Armazéns J.H. Andresen, no centro de Manaus. Foi um sucesso!
Quando o ciclo da borracha já não estava com todo o fôlego, e os negócios de comércio começavam a minguar, o empreendedor dinamarquês voltou-se para outro ramo e surgiu em 1882 a Olaria Lages e Lages, cujas ruinas podem ser visitadas hoje na RPPN Daisaku Ikeda (Reserva Particular de Patrimônio Natural), fora do centro de Manaus, uma área de 52 hectares bem em frente ao Encontro das Águas, uma das visitas obrigatórias para quem visita o Amazonas.
Segundo as arqueólogas Maraget Cerqueira e Vanessa Benedito, colaboradoras constantes do Instituto Soka Amazônia, sócias da consultoria Muiraquitã Arqueologia, que atua em processos de licenciamento ambiental, a Reserva Daisaku Ikeda contém uma típica “floresta cultural”, uma área muito devastada que foi totalmente remanejada e reconstruída para voltar a ter o verde pujante que ostenta hoje.
Quem chega à Reserva e faz a caminhada naturalmente proposta aos visitantes, é conduzido às ruinas da olaria que pertenceu ao sr. Andresen, situada dentro do riquíssimo sítio arqueológico que tem uma série de descobertas de tempos ainda mais remotos, pré-coloniais.
O ofício da produção de tijolos, a partir da utilização da argila, transcendeu épocas. Após o declínio do ciclo econômico da borracha e, por consequente declínio do complexo de olarias que antes estava localizado na atual RPPN Daisaku Ikeda e seu entorno, as olarias “mudaram-se” para o outro lado do belo rio Negro, em sua margem direita e o município de Iranduba abriga atualmente o maior complexo de fábricas de cerâmica que produzem milhares de tijolos, de variados modelos, gerando trabalho e renda para muitas famílias.
Nas ruinas da olaria Lages e Lages, encontram-se peças remanescentes da época em que a olaria do sr. Andresen estava em plena atividade – material ainda muito bem conservado, típico do final do século 19, início do século 20, tijolos, por sinal, praticamente iguais aos atuais. Anúncios da época, aliás, apregoavam que a olaria do sr. Andresen era a mais moderna de todas.
A aquisição do espaço em que atua o Instituto Soka Amazônia aconteceu em 1991 e 4 anos depois, em 1995, a RPPN Daisaku Ikeda foi oficialmente credenciada pelo IBAMA.
O Instituto Soka espera que a pandemia do Covid 19 chegue logo ao fim e possa voltar a dar boas-vindas a todos os visitantes.
Inclusive você.
(*) O auge do ciclo da borracha aconteceu entre os anos de 1879 e 1912, tendo ainda, uma boa sobrevida entre os anos de 1942 e 1945, no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).
A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.
Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.
Obrigações assumidas
É muita responsabilidade!
Responsabilidade que tem um custo.
Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.
Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.
E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.
Um livro que cobre o assunto de A a Z
O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.
Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.
As muitas RPPNs no Brasil
Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.
Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.
São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.
Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.
A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.
Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.
Obrigações assumidas
É muita responsabilidade!
Responsabilidade que tem um custo.
Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.
Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.
E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.
Um livro que cobre o assunto de A a Z
O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.
Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.
As muitas RPPNs no Brasil
Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.
Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.
São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.
Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.
Já não basta fazer discursos e dizer em anúncios que a empresa é verde: o mercado exige ações práticas e responde com preferência pela marca
“O Decreto Federal 1992/1996 definiu a RPPN como‘uma área privada gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica’”
Flavio Ojidos em seu livro “Conservação em Ciclo Contínuo”
Este artigo é sobre RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural, mas é preciso lembrar o momento atual em que as empresas e as pessoas vivem.
Simples assim: foi-se o tempo em que uma empresa podia ignorar os riscos do aquecimento global, a importância da responsabilidade de todos pelo equilíbrio ecológico, a preservação do meio ambiente e o valor, para seus negócios, da sigla ESG, (em inglês).
E de Environment
S de Social
G de Governance
Esse assunto ganha cada vez mais relevância.
É crescente a pressão exercida por consumidores (não apenas consumidores finais, mas também os compradores institucionais no chamado mercado business-to-business) para que as empresas assumam atitudes práticas e ativas nas questões ambientais e não se limitem a fazer discursos vazios e falar em seus anúncios que são verdes ou zelam pela sustentabilidade do planeta, mas façam, no entanto, muito pouco de prático e efetivo.
Cresce, por isso mesmo, o número de empresas de todas as áreas, que demonstram real atuação e usem, como devem ser usados, os preceitos do ESG para ganhar pontos efetivos na preferência por suas marcas.
Dentro desse quadro há um papel de relevo que as RPPNs passaram a desempenhar.
De certa forma é uma conta muito simples de soma e subtração.
Todas as ações do homem acabam por gerar dióxido de carbono, o CO2, que é responsável pelo aquecimento global, sendo a queima de combustíveis fósseis a grande vilã. Queima não apenas por parte de veículos nas ruas e estradas, mas sobretudo pela fumaça que sai de chaminés e de complexos processos industriais.
A soma é isso: as ações humanas gerando quantidade enorme de CO2.
A subtração de que falamos, em significativa parte, vem das árvores, que eliminam da atmosfera grandes quantidades de CO2 e contribuem, com isso, para redução do efeito estufa.
Há, em decorrência dessa conta simples, um ponto em que se casam os interesses das empresas poluidoras e das RPPNs.
As empresas não têm vocação ou competência para executar projetos de reflorestamento, mas as RPPNs, ao contrário, têm nisso — plantar, manter vivas as florestas, gerenciá-las– sua razão de existir.
Dentro de normas legais estabelecidas (que pretendemos abordar neste espaço em novos textos) é válido em muitos casos um casamento de interesses, tipicamente ganha/ganha, em que ganham o meio ambiente, as empresas, as florestas, as populações, e podem ganhar as RPPNs.
Vale lembrar que, por Lei, uma RPPN é caracterizada como “área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica”. Para quem acompanha assuntos relacionados ao meio ambiente e à economia do meio ambiente, há muito o que ser analisado e discutido.
Já não basta fazer discursos e dizer em anúncios que a empresa é verde: o mercado exige ações práticas e responde com preferência pela marca
“O Decreto Federal 1992/1996 definiu a RPPN como‘uma área privada gravada com perpetuidade, com o objetivo de conservar a diversidade biológica’”
Flavio Ojidos em seu livro “Conservação em Ciclo Contínuo”
Este artigo é sobre RPPNs – Reservas Particulares do Patrimônio Natural, mas é preciso lembrar o momento atual em que as empresas e as pessoas vivem.
Simples assim: foi-se o tempo em que uma empresa podia ignorar os riscos do aquecimento global, a importância da responsabilidade de todos pelo equilíbrio ecológico, a preservação do meio ambiente e o valor, para seus negócios, da sigla ESG, (em inglês).
E de Environment
S de Social
G de Governance
Esse assunto ganha cada vez mais relevância.
É crescente a pressão exercida por consumidores (não apenas consumidores finais, mas também os compradores institucionais no chamado mercado business-to-business) para que as empresas assumam atitudes práticas e ativas nas questões ambientais e não se limitem a fazer discursos vazios e falar em seus anúncios que são verdes ou zelam pela sustentabilidade do planeta, mas façam, no entanto, muito pouco de prático e efetivo.
Cresce, por isso mesmo, o número de empresas de todas as áreas, que demonstram real atuação e usem, como devem ser usados, os preceitos do ESG para ganhar pontos efetivos na preferência por suas marcas.
Dentro desse quadro há um papel de relevo que as RPPNs passaram a desempenhar.
De certa forma é uma conta muito simples de soma e subtração.
Todas as ações do homem acabam por gerar dióxido de carbono, o CO2, que é responsável pelo aquecimento global, sendo a queima de combustíveis fósseis a grande vilã. Queima não apenas por parte de veículos nas ruas e estradas, mas sobretudo pela fumaça que sai de chaminés e de complexos processos industriais.
A soma é isso: as ações humanas gerando quantidade enorme de CO2.
A subtração de que falamos, em significativa parte, vem das árvores, que eliminam da atmosfera grandes quantidades de CO2 e contribuem, com isso, para redução do efeito estufa.
Há, em decorrência dessa conta simples, um ponto em que se casam os interesses das empresas poluidoras e das RPPNs.
As empresas não têm vocação ou competência para executar projetos de reflorestamento, mas as RPPNs, ao contrário, têm nisso — plantar, manter vivas as florestas, gerenciá-las– sua razão de existir.
Dentro de normas legais estabelecidas (que pretendemos abordar neste espaço em novos textos) é válido em muitos casos um casamento de interesses, tipicamente ganha/ganha, em que ganham o meio ambiente, as empresas, as florestas, as populações, e podem ganhar as RPPNs.
Vale lembrar que, por Lei, uma RPPN é caracterizada como “área privada, gravada com perpetuidade, com objetivo de conservar a diversidade biológica”. Para quem acompanha assuntos relacionados ao meio ambiente e à economia do meio ambiente, há muito o que ser analisado e discutido.
A cada 10 mil novas árvores plantadas é possível neutralizar cerca de 1,6 milhão de toneladas de CO2 (dióxido de carbono)
Qualquer desavisado percebe que mesmo em meio ao calor intenso do verão brasileiro, a sombra de uma frondosa árvore traz um frescor revigorante. Isso porque uma única árvore é capaz de regular a temperatura na sombra de sua copa. Árvores captam a água do subsolo pelas raízes e do ambiente em toda a sua superfície e evaporam por meio de estruturas microscópicas localizadas nas folhas. O Instituto Soka Amazônia, nos 55 hectares de sua Reserva Particular do Patrimônio Natural já neutralizou dezenas de milhões de toneladas de CO2 devido as ações de recuperação ambiental. Em 2025, quando se completarão os 30 anos do credenciamento pelo Ibama serão cerca de 98 milhões de toneladas de dióxido de carbono neutralizados.
No dia 7 de novembro celebra-se o dia da Floresta e do Clima. A relação floresta e clima são simbióticas e, desde o estabelecimento do Protocolo de Quioto[i] (em vigor desde 2005), o mercado de créditos de carbono passou a ser um foco importante para a neutralização dos gases de efeito estufa e minimizar o aquecimento global.
Mas como funciona o mercado de créditos de carbono?
Uma unidade de crédito de carbono corresponde a uma tonelada de dióxido de carbono emitido (tCO2e). Funciona assim: empresas e países têm uma cota de emissão de gases de efeito estufa, os que não atingem a quantidade estabelecida, podem vender essa “sobra”. Os que não superam a meta compram de empresas que possuem créditos ou de quem produz esses créditos como as Reservas neutralizadoras, um exemplo é RPPN Dr. Daisaku Ikeda do Instituto Soka.
Obviamente, a Floresta Amazônica Brasileira é um dos maiores – senão o maior – reservatório de créditos de carbono do planeta. Além de equilibrar o clima, ela protege cerca de 10% da biodiversidade do mundo. A floresta proporciona ainda, sobrevivência e renda a dezenas de povos tradicionais, junto com todo o conhecimento milenar da cultura preservada a gerações por essas populações. Tais fatos evidenciam a gravidade dos problemas ocasionados pelo desmatamento, degradação das matas, as mudanças do uso do solo devido as atividades agropecuárias. Tais ações são responsáveis por 24% de todas as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) que repercutem em todo o mundo.
Somente no Brasil, tais atividades na região ocasionaram 71% de todas as emissões em 2017 (SEEG, 2019)[ii]. Embora a taxa de desmatamento brasileira tenha diminuído de 2004 a 2012, esses valores voltaram a crescer nos últimos anos. Dessa forma, manter a floresta em pé é crucial, não apenas à nossa gente brasileira, mas também a todas as nações do globo.
Mercado de créditos de carbono
Este início de milênio trouxe novos olhares para a Economia florestal que, há muito, deixou de ser somente um campo de atuação de militantes e ambientalistas. Muitos especialistas apontam que se trata de um mercado em crescimento, mesmo diante de diversos entraves, principalmente nos últimos anos em que se colocou em dúvida algumas certezas estabelecidas quanto às questões ambientais.
Há todo um universo de títulos verdes[iii] disponíveis que, num único ano (2017), registrou um saldo de quase 900 bilhões de dólares, um crescimento de mais de 200 bilhões em relação a 2016. Deste total, 61% foi para comercialização de baixo carbono e 19% para energia limpa. Para estes que reduziram suas emissões, são emitidos créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões.
Cada vez mais as empresas vêm se conscientizando sobre a necessidade de desenvolver ações efetivas de combate às suas emissões de gases nocivos. Todo projeto passa necessariamente por uma avaliação de órgãos internacionais e, se e quando aprovado, torna-se elegível para gerar créditos verdes. Aí, a cada tonelada de CO2 não emitido estas empresas conquistam uma unidade de crédito, possível de ser negociado diretamente com empresas ou na bolsa de valores. Kenny Fonseca, professor do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisador associado da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), enfatiza que “os países só podem usar esses créditos para suprir uma pequena parte de suas metas”. Ou seja: cumprir o acordo estabelecido no Protocolo de Quioto tem de ser o principal objetivo dos países que firmaram o documento.
O avanço das descobertas não cessa. Sabe-se hoje que não são só os gases que provocam o efeito estufa. A fuligem da fumaça, chamada de carbono negro, tem também um papel bastante nocivo e preponderante. Esse carbono negro ocasiona um sombreamento da superfície atmosférica resultando em aquecimento desta. E também adultera significativamente a formação das nuvens, causando o desequilíbrio térmico do globo.
O pesquisador alerta ainda que, ao contrário do resto do mundo, o Brasil ainda não tem metas a cumprir, apesar de estar na lista dos 20 países que mais poluem. Segundo Kenny, 2/3 das emissões brasileiras estão ligadas à mudança drástica do uso do solo (desmatamento, queimadas e conversão de florestas em sistemas agropecuários). Fato que coloca o país num patamar delicado, que deve afetar todo o planeta.
[i]Acordo internacional entre os países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU), firmado com o objetivo de se reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa e o consequente aquecimento global.
[ii]Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa
[iii]Títulos verdes são modelos de títulos de investimento nos quais os recursos são usados exclusivamente para financiar projetos verdes, sendo os créditos de carbono sua principal matriz
Jean Dinelly Leão – Gestor Ambiental. É assim que está escrito em seu cartão de visitas.
Esse título –Gestor Ambiental– está longe de descrever toda a atividade de Jean no Instituto Soka Amazônia. E está longe (claro!) de revelar todas as inúmeras idas e vindas que foram acontecendo em sua vida, desde que, aos 14 anos, saiu de Maués para Manaus, sem saber direito o que iria acontecer dali para a frente, a não ser –disso ele estava determinado– que ia encontrar um futuro melhor, estudar, trabalhar, ganhar mais, ter, bem lá na frente, muito o que contar para os netos, se viesse a tê-los.
Bombril
Responsável Técnico pela RPPN Dr. Daisaku Ikeda, as funções de Jean abrangem, por exemplo, o Assessoramento Executivo, que avalia o nível de interação que o Instituto pode ter com seus parceiros e define os campos de trabalho, embasamento do propósito filosófico face à legislação e ou termo de cooperação. Faz parte de seu trabalho, também, a definição da melhor forma de comunicação para cada nível de interação que o Instituto possui com doadores, colaboradores, parceiros institucionais e demais públicos. E vai adiante, no agendamento, avaliação e participação de atividades com Universidades, empresas, profissionais liberais e demais parceiros do Instituto. Passa pela avaliação de intervenções de caráter humano e fisiológico na RPPN, bem como o seu grau de impacto e suas formas de mitigação propostas no Plano de Manejo. Por fim, elaboração de relatórios pertinentes à gestão da RPPN junto ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBio
Parece muito, mas há muito mais. Jean está sempre ativo em cada visita de grupos que veem conhecer de perto o Instituto. Ou quando jornalistas precisam receber informações detalhadas sobre assuntos relacionados aos projetos de biodiversidade na Amazônia. Em verdade, vez ou outra ele é chamado de Bombril, com suas 1001 utilidades…
Maués, Jean, guaraná
Maués, que é onde Jean veio ao mundo, é a terra do guaraná. Com muito orgulho.
O quase caçula foi o penúltimo de 9 irmãos. Garoto ainda, já trabalhava com amigos na Secretaria de Saúde da cidade, na área de saúde bucal. Foi, aliás, por insistência desses mesmos amigos que, pouco depois da morte do pai, Jean decidiu ir em busca de novos ares na Capital, onde foi morar com amigos. Longa viagem de barco – 18 horas rio acima.
Com persistência, coragem, verdadeira obstinação e uma incrível firmeza de propósito, foi encontrando o seu caminho. A primeira barreira vencida foi o ensino médio, curso técnico em contabilidade. E dá-lhe trabalho. Um desses foi numa farmácia, “Até injeções eu aplicava” conta Jean com ar divertido.
A professora da USP, o guaraná e a diabeteRecentes descobertas de pesquisadores do grupo da professora Elizabeth Aparecida Ferraz Silva Torres, do Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, concluíram em um estudo que as propriedades do guaraná (Paullinia cupana) vão além das conhecidas funções energéticas promovidas pela cafeína. Os compostos fenólicos presentes nas sementes e no fruto possuiriam ação bactericida, anti-inflamatória e anti-hiperglicêmica, sendo que este último age em enzimas que controlam a diabete do tipo 2. O artigo pode ser encontrado na internet: aqui
O valor de um computador de tela azul
Mas tudo bem. Formado em contabilidade, continuou sua maratona, passando a usar o que obtivera com sua formação. Talvez por estar nessa área, acabou conseguindo seu primeiro computador, um Gradiente ainda com aquela antiga tela azul, máquina que teve papel muito importante em sua vida. Autodidata, foi aprendendo e se tornando craque.
Olha daqui, mexe dali, tenta de outro jeito, quando percebeu já dominava a máquina, e daí a começar a dar aulas no Distrito Industrial de Manaus foi um pulo. Em verdade, era de ensinar que ele gostava mesmo. Sem deixar o emprego, agora numa fábrica de painéis elétricos, o que não faltava era gente querendo aprender. Um dos clientes, um senhor português ficou encantado com a internet e maravilhado com a possibilidade de ver, no mesmo dia, os jornais da terrinha.
De tanto dar aulas particulares, veio a ideia de montar com um sócio uma escola especializada em informática. Foi no ano 2.000, mas na prática a empreitada não foi todo o sucesso que ele e o sócio esperavam. E teve que ser encerrada.
Bom ouvinte (apaixonado)
O lado bom foi que, através do sócio, conheceu Elizangela, uma secretária que mais parecia uma filósofa. Foram horas e horas de conversa. Ela uma filósofa. Ele um bom ouvinte, um ouvinte atento que se transformou num ouvinte apaixonado. E acabou em casamento que deu muito certo. Mais do que esposa, Elizangela tem sido um poço de bom senso, qualidade que tem contribuído para uma série de decisões que Jean teve que ir tomando.
Com a chegada do Gabriel (que hoje tem 17 anos) e da Taís, filha de Elizangela (hoje com 23 nos), o peso da vida de casado não era pequeno. De qualquer forma, e trabalhando sempre, de um jeito ou de outro a vida se encaminhava. Um dos expedientes que não deixou de usar (com muito prazer, já que sempre teve muito gosto por ensinar) foi se dedicar à noite e nos fins de semana a ensinar pessoas extremamente interessadas em aprender a usar o computador, primeiro em Manaus, sobretudo no Distrito Industrial e, mais adiante, em Manaquiri, Careiro, Careiro Castanha, Tefé, Alto Tefé, Parintins e tantas outras cidades, onde até hoje há pessoas que quando eventualmente cruzam com Jean, agradecem a porta que ele abriu para o incrível mundo novo.
Budista desde 2009, Jean acompanhou a inauguração do edifício do Cepeam, hoje Instituto Soka Amazônia. “Me lembro da trabalheira toda e da euforia que houve, com a expectativa de todas as coisas boas que eram prometidas e veem sendo cumpridas.”
O tão sonhado diploma
E por falar em euforia Jean lembra, quando viu surgir a concreta possibilidade de conseguir bolsa integral para o tão sonhado curso superior.
“Foi um salto na vida!” – lembra. Ele tinha se matriculado, antes, num curso de administração que foi uma desilusão. Mas em 2009 foi muito bem classificado no Enem e matriculou-se no curso de Engenharia Ambiental, que lhe pareceu (e à “filósofa” Elizangela) que era uma excelente oportunidade. O Brasil estava crescendo, novas indústrias se instalando, havia carência de profissionais dessa área e as empresas brasileiras chegavam a ir buscar engenheiros no Exterior.
Ele estava com 33 anos de idade, uma espécie de tiozinho da sua turma na Faculdade.
“Meu trabalho prático, quando fazia o curso, acabou tendo a ver com o Cepeam” – conta Jean. Um trabalho para avaliar a origem dos resíduos sólidos, ou pra falar mais claro, lixo que se acumula nas margens do rio, por exemplo na praia do Instituto Soka Amazônia. “Meus amigos achavam que eu estava louco por fazer pesquisa em alguns lugares tão isolados, que são considerados barra pesada na região.” Mas correu tudo bem, contar tudo o que aconteceu ali dava conversa para mais hora e meia, e o certo é que o estudo foi muito bem avaliado. “Com meu boné cor de laranja, o pessoal achava que eu era da área que cuida da coleta pública de lixo e se abria, sem qualquer apelação.”
Ele estava com 33 anos de idade, uma espécie de tiozinho da sua turma na faculdade
Graduado, no entanto, o exercício prático na profissão não chegou de imediato. Continuava dando aulas, mas sem um trabalho fixo, dava uma mão para Elisangela em seu bem-sucedido Café Regional. Hoje ele dá risada: engenheiro, professor, cozinheiro, garçom de um Café Regional…
Encontro na praia – recolhendo lixo
Foi nessa época o primeiro encontro (casual) com o presidente do Instituto Soka Amazônia, Edison Akira, que viu Jean tirando resíduos da beira do rio e puxou conversa, mera troca de trivialidades, que ficou por isso mesmo. Akira estava nos seus primeiros dias na Amazônia.
Mais aulas, mais trabalho, mais projetos independentes e finalmente em 2016 um novo encontro com o presidente do Instituto Soka Amazônia e o convite formal para uma atuação regular no Instituto.
Humaitá
De lá para cá continua sendo trabalho, trabalho e mais trabalho. Com verdadeira alegria, pois trabalhar é o que faz a felicidade de Jean. Um dos projetos em que se envolveu até a tampa foi o de Humaitá, um local que ficou conhecido pelos altos níveis de corte indiscriminado de árvores, garimpo ilegal, queimadas, choques com o Ibama, mas que tem uma população apaixonada pela cidade.
A economia da Humaitá baseia-se na produção de soja, arroz, pecuária. Conhecida como a “Terra da Mangaba”, em verdade a árvore-símbolo da cidade, mangaba, é típica não da Amazônia, mas do nordeste brasileiro.
“Quando fomos até lá, percebemos o muito que poderia ser feito, falamos das possiblidades de trabalho, mas fomos recebidos com certo descrédito pela maioria dos ouvintes. ‘Todos que veem aqui prometem mundos e fundos e nunca mais aparecem’. Hoje é muito bom ser recebido pelas mesmas pessoas que, ao contrário de antes, botam muita fé no trabalho que estamos fazendo” – lembra Jean sem esconder o orgulho que tem desse prestígio que desfruta o Instituto Soka Amazônia.
Nós utilizamos cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso site. Se você continua a usar este site, assumimos que você está satisfeito.OkNão