Instituto Soka Amazônia no Jungle Matsuri 2022:

Meio ambiente também é geek

Nos dias 23, 24 e 25 de setembro foi realizado na cidade de Manaus o Jungle Matsuri, considerado como a maior feira de cultura japonesa da Região Norte do país. O Instituto Soka Amazônia fez parte como um dos apoiadores, tendo exposto para os visitantes um pouco do trabalho que é realizado em sua sede em Manaus. 

O verde num cenário multicolorido

Muitos jovens e adultos circularam pelo local ao longo dos três dias de feiras. Alguns até fantasiados, representando heróis ou personagens de animes. Nesse cenário multicolorido, o verde se sobressaiu no stand do Instituto Soka Amazônia. Quem chegava ao stand, se deparava com plantas e sementes de árvores que fazem parte do manejo diário de pesquisadores e técnicos do ISA.

Lista de mudas para o evento

  1. Açaí
  2. Andiroba
  3. Angelim
  4. Bacaba
  5. Cacau
  6. Camu-camu
  7. Capitari
  8. Cedro-vermelho
  9. Chuva de ouro da Amazônia
  10. Copaíba
  11. Cumaru
  12. Cupuaçu
  13. Ipê-pau d’arco
  14. Itaubarana
  15. Jatobá
  16. Jenipapo
  17. Lacmelia
  18. Mai-mari-rosa
  19. Mogno
  20. Orelha-de-macaco
  21. Pau-rosa
  22. Paricá
  23. Seringa
  24. Sumauma
  25. Tento-vermelho
Sementes da Esperança

Durante o Jungle Matsuri também foi apresentada parte da Exposição Sementes da Esperança e Ação. A mostra, com um total de 26 painéis baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), levou os visitantes a refletirem sobre o nosso papel enquanto cidadãos na proteção e cuidado com o planeta Terra. Quem passava pela exposição, saía mais consciente e determinado a contribuir em prol da sociedade.

Ao todo mais de 1.200 visitantes passaram pelo stand do Instituto Soka. Eles eram guiados por técnicos do Instituto e por um time de voluntários, que explicavam cada detalhe e interagiam com muita animação e sorriso no rosto com os participantes. 

Para esses voluntários, o Jungle Matsuri também foi significativo. Não só pela oportunidade de conhecer um pouco mais a cultura e a culinária do Japão, mas por passarem a ter, a partir do evento, melhores condições de fazer a diferença na vida de pessoas.  

Depoimentos de voluntários

Talita Oliveira, 35 anos:

Foi uma valiosa oportunidade de ampliar o diálogo sobre conservação ambiental, humanismo e revolução humana, além de divulgar o trabalho realizado pelo Instituto Soka, engajando novos interessados como doadores e voluntários.

Patrícia Sonoda, 47 anos:

Fiquei muito agradecida pela oportunidade de ser uma voluntária pelo Instituto Soka Amazônia. O evento me fez perceber o quanto as pessoas estão dispostas a contribuir para a preservação do meio ambiente. Cada pessoa com quem conversei me dizia que se cada um plantasse uma árvore, poderia contribuir para salvar vidas! Cada plantinha que pude entregar, meu coração se enchia de felicidade!

Beatriz Drosdeck, 50 anos:

Encontrei várias pessoas interessadas no movimento para proteger a floresta Amazônica e o meio ambiente para futuras gerações em ação conjunta de todos por um mundo melhor. O certo é que ainda temos muitas missões a realizar. Muito obrigada pela oportunidade de poder atuar junto a vocês.

Izis Andrade, 33 anos:

Evento extremamente necessário por inserir a sustentabilidade e educação ambiental em sua programação com o Instituto Soka. Parabéns a todos os envolvidos, principalmente ao Instituto Soka por valorizar ainda mais a cultura local, conscientizando as pessoas sobre o necessário cuidado com o meio ambiente, através de ações práticas.

Equipe do Instituto Soka Amazônia e Voluntários
Novos doadores voluntários

Registre-se, ainda, que durante o Jungle Matsuri, diversos visitantes decidiram se tornar doadores voluntários do Instituto. A eles, nós agradecemos por fazerem parte dessa corrente humana de respeito à dignidade da vida e preservação do meio-ambiente. Para sinalizar nosso reconhecimento aos novos doadores eles receberam mudas de plantas, que cada um poderá plantar em sua própria residência.

Instituto Soka Amazônia no Jungle Matsuri 2022:

Meio ambiente também é geek

Nos dias 23, 24 e 25 de setembro foi realizado na cidade de Manaus o Jungle Matsuri, considerado como a maior feira de cultura japonesa da Região Norte do país. O Instituto Soka Amazônia fez parte como um dos apoiadores, tendo exposto para os visitantes um pouco do trabalho que é realizado em sua sede em Manaus. 

O verde num cenário multicolorido

Muitos jovens e adultos circularam pelo local ao longo dos três dias de feiras. Alguns até fantasiados, representando heróis ou personagens de animes. Nesse cenário multicolorido, o verde se sobressaiu no stand do Instituto Soka Amazônia. Quem chegava ao stand, se deparava com plantas e sementes de árvores que fazem parte do manejo diário de pesquisadores e técnicos do ISA.

Lista de mudas para o evento

  1. Açaí
  2. Andiroba
  3. Angelim
  4. Bacaba
  5. Cacau
  6. Camu-camu
  7. Capitari
  8. Cedro-vermelho
  9. Chuva de ouro da Amazônia
  10. Copaíba
  11. Cumaru
  12. Cupuaçu
  13. Ipê-pau d’arco
  14. Itaubarana
  15. Jatobá
  16. Jenipapo
  17. Lacmelia
  18. Mai-mari-rosa
  19. Mogno
  20. Orelha-de-macaco
  21. Pau-rosa
  22. Paricá
  23. Seringa
  24. Sumauma
  25. Tento-vermelho
Sementes da Esperança

Durante o Jungle Matsuri também foi apresentada parte da Exposição Sementes da Esperança e Ação. A mostra, com um total de 26 painéis baseados nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), levou os visitantes a refletirem sobre o nosso papel enquanto cidadãos na proteção e cuidado com o planeta Terra. Quem passava pela exposição, saía mais consciente e determinado a contribuir em prol da sociedade.

Ao todo mais de 1.200 visitantes passaram pelo stand do Instituto Soka. Eles eram guiados por técnicos do Instituto e por um time de voluntários, que explicavam cada detalhe e interagiam com muita animação e sorriso no rosto com os participantes. 

Para esses voluntários, o Jungle Matsuri também foi significativo. Não só pela oportunidade de conhecer um pouco mais a cultura e a culinária do Japão, mas por passarem a ter, a partir do evento, melhores condições de fazer a diferença na vida de pessoas.  

Depoimentos de voluntários

Talita Oliveira, 35 anos:

Foi uma valiosa oportunidade de ampliar o diálogo sobre conservação ambiental, humanismo e revolução humana, além de divulgar o trabalho realizado pelo Instituto Soka, engajando novos interessados como doadores e voluntários.

Patrícia Sonoda, 47 anos:

Fiquei muito agradecida pela oportunidade de ser uma voluntária pelo Instituto Soka Amazônia. O evento me fez perceber o quanto as pessoas estão dispostas a contribuir para a preservação do meio ambiente. Cada pessoa com quem conversei me dizia que se cada um plantasse uma árvore, poderia contribuir para salvar vidas! Cada plantinha que pude entregar, meu coração se enchia de felicidade!

Beatriz Drosdeck, 50 anos:

Encontrei várias pessoas interessadas no movimento para proteger a floresta Amazônica e o meio ambiente para futuras gerações em ação conjunta de todos por um mundo melhor. O certo é que ainda temos muitas missões a realizar. Muito obrigada pela oportunidade de poder atuar junto a vocês.

Izis Andrade, 33 anos:

Evento extremamente necessário por inserir a sustentabilidade e educação ambiental em sua programação com o Instituto Soka. Parabéns a todos os envolvidos, principalmente ao Instituto Soka por valorizar ainda mais a cultura local, conscientizando as pessoas sobre o necessário cuidado com o meio ambiente, através de ações práticas.

Equipe do Instituto Soka Amazônia e Voluntários
Novos doadores voluntários

Registre-se, ainda, que durante o Jungle Matsuri, diversos visitantes decidiram se tornar doadores voluntários do Instituto. A eles, nós agradecemos por fazerem parte dessa corrente humana de respeito à dignidade da vida e preservação do meio-ambiente. Para sinalizar nosso reconhecimento aos novos doadores eles receberam mudas de plantas, que cada um poderá plantar em sua própria residência.

Superpopulação e complexos desafios para o planeta

Meio Ambiente

Em julho 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) trouxe a público um dado sem precedentes: no próximo dia 15 de novembro, o planeta deve atingir a marca de 8 bilhões de habitantes. Mesmo com uma redução de 1%, em média, nos índices de natalidade desde 1950, o mundo permanece em constante crescimento. Populacional e urbano.

Como chegar ao equilíbrio

Certamente quem mora em uma grande cidade já deve ter se questionado e observado novos bairros sendo construídos, para dar conta da demanda desse crescimento populacional. Pergunta-se: como equilibrar esse inevitável crescimento com um meio ambiente preservado e dignamente habitável para todos? Para a ONU, esse é um dos grandes desafios da comunidade global.

“A relação entre crescimento populacional e desenvolvimento sustentável é complexa e multidimensional”, diz o subsecretário geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin.

Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

Responsabilidade de todos

E por mais que isso possa parecer uma preocupação de nível governamental, cada um de nós tem a sua parcela de responsabilidade e contribuição para um planeta mais saudável. Um exemplo disso é um levantamento feito anualmente que mede o uso de recursos naturais que o planeta é capaz de regenerar de modo sustentável. Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

Árvores e o Dia das Árvores

Mas, como a sociedade deve então redirecionar as ações para mudar esse quadro? Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis são um guia de como governos e cidadãos devem seguir. A propósito, o dia 21 de setembro é marcado como o Dia da Árvore. Esse dia nos lembra a importância dessa riqueza natural que está presente em todos os recantos e tem um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema.

Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

17 Objetivos Desenvolvimento Sustentável

O plantio de árvores é uma das ferramentas mais eficazes para celebrar esse dia.

O Instituto Soka Amazônia ao longo dos anos vem trabalhando junto com parceiros para contribuir cada vez mais com o plantio de árvores e na educação ambiental, utilizando como sala de aula o maior laboratório a céu aberto do mundo, que é a floresta amazônica.

Superpopulação e complexos desafios para o planeta

Meio Ambiente

Em julho 2022, a Organização das Nações Unidas (ONU) trouxe a público um dado sem precedentes: no próximo dia 15 de novembro, o planeta deve atingir a marca de 8 bilhões de habitantes. Mesmo com uma redução de 1%, em média, nos índices de natalidade desde 1950, o mundo permanece em constante crescimento. Populacional e urbano.

Como chegar ao equilíbrio

Certamente quem mora em uma grande cidade já deve ter se questionado e observado novos bairros sendo construídos, para dar conta da demanda desse crescimento populacional. Pergunta-se: como equilibrar esse inevitável crescimento com um meio ambiente preservado e dignamente habitável para todos? Para a ONU, esse é um dos grandes desafios da comunidade global.

“A relação entre crescimento populacional e desenvolvimento sustentável é complexa e multidimensional”, diz o subsecretário geral da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, Liu Zhenmin.

Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

Responsabilidade de todos

E por mais que isso possa parecer uma preocupação de nível governamental, cada um de nós tem a sua parcela de responsabilidade e contribuição para um planeta mais saudável. Um exemplo disso é um levantamento feito anualmente que mede o uso de recursos naturais que o planeta é capaz de regenerar de modo sustentável. Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

Árvores e o Dia das Árvores

Mas, como a sociedade deve então redirecionar as ações para mudar esse quadro? Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis são um guia de como governos e cidadãos devem seguir. A propósito, o dia 21 de setembro é marcado como o Dia da Árvore. Esse dia nos lembra a importância dessa riqueza natural que está presente em todos os recantos e tem um papel fundamental no equilíbrio do ecossistema.

Em 2010, já no dia 8 de agosto, a humanidade havia consumido os recursos naturais necessários para aquele ano inteiro. Em 2022, em 28 de julho já havíamos feito esse consumo.

17 Objetivos Desenvolvimento Sustentável

O plantio de árvores é uma das ferramentas mais eficazes para celebrar esse dia.

O Instituto Soka Amazônia ao longo dos anos vem trabalhando junto com parceiros para contribuir cada vez mais com o plantio de árvores e na educação ambiental, utilizando como sala de aula o maior laboratório a céu aberto do mundo, que é a floresta amazônica.

Visite-nos

Instituto Soka Amazônia no Jungle Matsuri

Os visitantes terão a oportunidade de vivenciar a cultura japonesa com diversos shows, workshops, exposições culturais, além de uma grande praça de alimentação com culinária típica do Japão!

O Festival será realizado no Studio 5 Centro de Convenções, o principal espaço de eventos da Amazônia nos dias 23, 24 e 25 de setembro.

O Instituto Soka Amazônia participará do evento com a Exposição Sementes da Esperança e Ação e algumas atividades especiais. O stand do Instituto estará na Rua D2 ao lado do Card Game.

Veja a programação do evento:

Mais informações visite o site do evento: https://junglematsuri.com.br

Seca na Amazônia: tragédia ambiental global

Secas na Amazônia são fenômenos naturais, mas estudos indicam que estão mais frequentes e intensas devido às atividades humanas

As secas na Amazônia acontecem pela variabilidade interanual na circulação da água e variação da temperatura de superfície nos oceanos Pacífico e Atlântico. Fenômenos como o El Niño e o aquecimento da água superficial no oceano Atlântico são causadores de secas na Amazônia. No entanto, existem estudos que associam as recentes e as futuras secas na Amazônia com as atividades humanas tais como a perda de cobertura florestal, a degradação florestal e a mudança climática. De fato, existe uma tendência de aumento nos déficits de água no solo e na atmosfera na Amazônia, principalmente durante os meses de agosto, setembro e outubro em regiões do Pará e Mato Grosso.

Foto cedida por Diego Oliveira Brandão

Não é de hoje que a Organização Meteorológica Mundial (OMM) ligada à ONU vem alertando quanto às constantes perdas ambientais ocasionadas pelos incêndios e desmatamentos das florestas. Estas são cruciais para a captura de carbono da atmosfera. A região da América Latina e Caribe abriga 57% das matas do planeta e guardam 200 gigatoneladas de CO2. Isso vem causando a mudança climática que, por sua vez, ameaça a saúde pois prejudica o regime de chuvas e com isso a produção de alimentos, altera também a produtividade do setor energético e todo o sistema de ventos, essencial para disseminação de sementes e demais insumos necessários à manutenção da vida.

O pesquisador Diego Oliveira Brandão[i], em seus estudos de doutorado alerta para os efeitos deletérios das secas sobre os sistemas extrativistas e agroflorestais na Amazônia, clamando para que medidas urgentes sejam tomadas no sentido de reduzir os impactos negativos.

“As secas na Amazônia reduzem o fluxo de seiva e aumentam a mortalidade da vegetação”, inicia ele. Toda a seiva da planta é formada por água e elementos químicos essenciais como nitrogênio e fósforo. Estes, por sua vez, são absorvidos a partir do solo pela raiz para o sistema vascular (xilema[ii]) para o interior da planta. Pensando no quanto essa seiva é essencial para a sobrevivência de qualquer vegetação é fácil perceber a gravidade da redução na produção desse líquido vital.

Diego explica que quando da ocorrência de uma seca devido a um período de escassez de água, a redução no fluxo de seiva acontece devido à resposta da planta à combinação de embolia[iii] e fechamento estomático[iv]. Trata-se de uma estratégia para reduzir a perda de água da planta para a atmosfera. Mas tal fenômeno reduz a entrada de dióxido de carbono (CO2), comprometendo a produção de tecidos vegetais como folhas, frutos e sementes.

Foto cedida por Diego Oliveira Brandão

Ao se ver com menos seiva circulando, a floresta fica cada vez mais vulnerável aos incêndios florestais. A combinação de secas e incêndios florestais aumenta a mortalidade de árvores em mais de 200% na Amazônia. Entretanto, mesmo diante desse cenário devastador, há plantas mais resistentes aos impactos das secas, como algumas espécies de palmeiras e Vismia.

Foto cedida por Diego Oliveira Brandão

Os períodos secos também causam mudanças na composição de espécies e perda de biodiversidade na Amazônia. Portanto, as secas causam efeitos biofísicos significativos na vegetação. Por isso, os projetos de restauração florestal, bioeconomia, redução de emissões de gases de efeito estufa, viveiros florestais, sistemas agroflorestais e produtos da sociobiodiversidade estão vulneráveis frente aos efeitos das secas na biologia das plantas. Desse modo, as medidas de adaptação[v] são essenciais para reduzir os efeitos deletérios das secas sobre os componentes e sistemas extrativistas e agroflorestais na Amazônia.

Referência:

BRANDÃO, D. O. Mudanças climáticas e seus impactos sobre os produtos florestais não madeireiros na Amazônia. In: SIMPÓSIO DA PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SISTEMA TERRESTRE, 10. (SPGCST), 2021, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. Anais… São José dos Campos: INPE, 2021. On-line. ISBN 978-65-00-33306-0. IBI: . Disponível em: 1 Biólogo, CRBIO 116152, Email: diegobrandao779@gmail.com

Fonte adicional:https://news.un.org/pt/story/2021/08/1760132


[i] Para ler o artigo original do pesquisador Diego Brandão https://biologiadaconservacao.com.br/cienciaemacao-medidas-adaptacao-amazonia

[ii] O xilema é um tecido vascular que distribui água e solutos pelo corpo de um vegetal. Ele é encontrado de forma contínua na planta, atravessando todos os órgãos e formando uma verdadeira rede de circulação de substâncias. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/xilema.htm#:~:text=O%20xilema%20%C3%A9%20um%20tecido%20vascular%20que%20distribui%20%C3%A1gua%20e,rede%20de%20circula%C3%A7%C3%A3o%20de%20subst%C3%A2ncias.

[iii] A embolia é a formação de bolhas de ar no xilema causada pelo aumento da tensão de água dentro da planta durante a seca. O ar dissolvido na água se expande causando bloqueios que reduzem o fluxo de seiva dentro da planta.

[iv] O fechamento do estômato, por sua vez, ocorre quando acontece uma redução de solutos na células-guardas. A célula então perde água, e a pressão de turgor é reduzida. As paredes anticlinais retornam à posição normal, e a fenda estomática é fechada. https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/estomatos.htm

[v] Medidas de adaptação são iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima.

Olhar para o chão e ver: solo!

Bastante subestimado, o chão onde pisamos é um substrato importantíssimo para a manutenção da vida no planeta

A professora e pesquisadora Gláucia Soares Tolentino[i] conta que o processo de origem, formação e transformação natural dos solos está diretamente relacionado com o intemperismo e com o acúmulo de material orgânico. Intemperismo é o conjunto de alterações que as rochas sofrem quando ficam expostas à superfície da Terra. Todos os solos são o resultado de uma série intrincada de processos e inúmeros fatores que concorrem para que as diferentes superfícies terrestres existam de maneira harmônica. Qualquer atividade não natural, como as ações humanas nefastas – mais especificamente as queimadas – fazem com que o equilíbrio se rompa e resulte em prejuízo a processos essenciais naturalmente ocorridos durante milênios. A Amazônia – uma vastidão verde – é o exemplo de processos milenares naturais que o homem em sua cega e insana ganância vem sistematicamente destruindo.

O solo da Amazônia

A professora Gláucia reitera que a floresta Amazônica só existe por um conjunto de fatores, incansavelmente trabalhados e aperfeiçoados ao longo de um tempo incrivelmente longo. Em geral, o solo amazônico é bastante pobre, mas possui uma espessa camada de nutrientes formado a partir das folhas, frutos e insumos animais (fezes, urina e corpos em decomposição). Além, é claro, de fungos e outros microrganismos que atuam nesse processo de ciclagem dos nutrientes. Cercando e envolvendo tudo isso e fazendo a grande diferença nesse verdadeiro caldeirão orgânico: as águas. Essas sobem, em forma de vapor, do oceano Atlântico, sobrevoam a região em direção ao oeste do continente. Só que ali encontram uma imensa barreira natural, a Cordilheira dos Andes, que faz todo esse vapor d’água se precipitar em forma de chuva, que desce das montanhas e literalmente varre a região amazônica, levando consigo terra e nutrientes.

A floresta, por sua vez, produz grande biomassa – que é todo e qualquer material de origem viva – e fantasticamente contribui para o enriquecimento do ambiente. Está formado, a grosso modo e em linhas gerais, o composto orgânico natural do solo da maior floresta tropical do planeta.

Nas queimadas, alguns animais conseguem sobreviver fugindo. As plantas não têm essa possibilidade.

Cada região da Terra tem seu solo formado por uma série de processos eólicos, hídricos, tectônicos, climáticos ou mesmo da atividade antrópica. Cada uma dessas mudanças transfiguram as paisagens, de forma gradual ou catastroficamente. Quando acontece de forma catastrófica, isso em geral e infelizmente, é irreversível, destruindo os solos e, como ele, habitats de inúmeros organismos animais e vegetais. “Nas queimadas, alguns animais conseguem sobreviver fugindo. As plantas não têm essa possibilidade. Mas mesmo os animais que sobrevivem perdem sua referência de moradia e a maior parte sucumbe por não conseguir mais se alimentar ou se reproduzir. É triste”, ressaltou Gláucia.

Breve história dos solos em geral

Todos os solos, como os conhecemos hoje, remontam do avanço dos primeiros organismos vegetais sobre a Terra, algo ocorrido entre 422,9 milhões e 418.7 milhões de anos. Um tantinho de tempo atrás, portanto. Foi então que alguns solos, bastante similares aos atuais – embora aquelas plantas ainda não tivessem raízes, estas só viriam a acontecer de fato entre 416 e 411 milhões de anos. De modo geral, a formação dos solos continua a ser a mesma: a partir do processo de decomposição das rochas de origem, chamadas de rochas mãe. Sim, rochas. Simplesmente porque nesse início mais que primitivo não existiam solos no planeta, somente rochas grandes e variados grupos rochosos que foram lentamente sendo desgastados pelo clima, pela ação da água e dos ventos e também pelos seres vivos, sobretudos as plantas. Com isso, essa lenta desagregação proporcionou a formação de sedimentos, que se mantêm aglomerados e compõem os solos. O processo de origem e constituição dos solos é chamado de pedogênese[ii]. Importante ressaltar que esse processo de pedogênese acontece até hoje. Portanto, foram milhões de anos para se chegar ao que temos agora.

O processo obedece a uma sequência, de certa maneira imutável:

  1. lenta decomposição da rocha mãe por agentes do intemperismo (água, ventos, clima, plantas e outros);
  2. com a ação inexorável do tempo, são acumulados materiais orgânicos sobre o solo em constante formação;
  3. todo o material depositado vai se deteriorando e se mimetiza com o restante, enriquecendo o solo e, em paralelo, vão se formando os horizontes do solo;
  4. diferentes horizontes[iii] vão se sobrepondo, à medida que mais e mais camadas vão sendo depositadas. Além disso, passam a apresentar uma camada superficial orgânica propícia ao plantio e à existência de vegetações.

Horizontes de solo

Quanto mais antigos os solos, eles possuem mais camadas consolidadas. Solos jovens, por sua vez, estão em processo intermediário de formação, ainda sem a presença dos diversos horizontes e pouca presença de material orgânico. Abaixo os horizontes de solo, segundo as classificações mais comuns:

  • Horizonte O (horizonte orgânico) – camada externa do solo composta por material orgânico em estágio de decomposição.
  • Horizonte A – é o horizonte mineral mais próximo da superfície, com uma relativa presença de matéria orgânica.
  • Horizonte B – é o horizonte de acumulação, com uma grande presença de minerais e com baixo acúmulo de material orgânico.
  • Horizonte C – camada formada por partes fragmentadas da rocha mãe, muitas vezes com sedimentos menores nas suas partes mais altas e com saprólitos e partes de rochas em sua parte inferior.
Fonte: Site Toda Matéria

Gláucia alerta para um fato emergencial: as queimadas da Amazônia se intensificaram de forma desordenada e indiscriminada, e o fogo é o meio mais deletério da saúde desse solo que levou milhões de anos para ser constituído e para formar a exuberância verde que o mundo todo admira e aplaude. “O fogo, nas proporções em que hoje acontece, só beneficia o agronegócio, pois permite o plantio imediato. A correção da pobreza do solo vem em seguida, com a adição de fertilizantes artificiais”, explicou. Porém, em poucas safras, não há mais o que fazer e aquele pedaço de terra, exaurido e incapaz de se reestruturar com artifícios químicos, se torna deserto e inútil à atividade econômica. E o agronegócio volta seus olhos para outro pedaço intocado de terra de riqueza natural inestimável, para repetir o processo e destruir mais uma parte desse tesouro da humanidade.

“Há estudos sérios que demonstram que é mais barato preservar que derrubar. Mesmo assim, a ação degradadora permanece. É preciso parar de vez com essa onda de destruição, antes que seja tarde.”, encerra a pesquisadora de solos e professora, Gláucia Tolentino.

Fontes:

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/formacao-dos-solos.htm

https://www.scielo.br/j/rbcs/a/7zyTLBm8nXMdxtcZJB4mQvv/?lang=pt


[i] Bióloga, mestre e doutora em Botânica. Pesquisadora das relações entre plantas, solo e atmosfera. Atuou como analista ambiental e hoje se dedica à atividade docente no Instituto Federal do Paraná (IFPR) – Campus Paranavaí.

[ii] Pedogênese é o nome atribuído ao processo de formação dos solos, produzidos a partir da degradação ou composição das rochas, além da junção de fatores químicos, físicos e biológicos.

[iii] Os solos bem desenvolvidos possuem normalmente várias camadas sobrepostas, designadas por horizontes. Estas camadas são formadas pela acção simultânea de processos físicos, químicos e biológicos e podem distinguir-se entre si através de determinadas propriedades, como por exemplo a cor, a textura e o teor em argilas.


Que tal um banho de floresta?

Trata-se de uma modalidade terapêutica que promove a relação entre a saúde integral e o contato direto com a natureza
Cientistas da Universidade de Stanford descobriram que o contato com florestas regula regiões do cérebro associadas à depressão

No Japão feudal era uma prática comum ir à floresta, sentar-se sob as árvores e observar uma pedra crescer. Pode parecer absurdo à nossa estreita e míope cultura ocidental, o ato de “observar uma pedra crescer”, pois pedra não cresce. Porém, a ideia tem a ver com a capacidade humana de dominar a mente e ter total controle sobre a percepção de tudo ao redor. A terapia Shinrin-yoku, ou Banho de Floresta, é um conceito empolgante no que diz respeito à relação entre humanos e a natureza.

Embora prática de meditar na floresta seja algo bastante antigo para os japoneses, foi sistematizada somente há cerca de 40 anos, com resultados bastante promissores e que por isso mesmo o Shinrin-yoku se difundiu a todos os continentes. A potência energética da floresta é o principal elemento do Banho de Floresta. Os pesquisadores japoneses perceberam que ao caminhar, contemplar, inspirar e expirar sob as copas das árvores, a pessoa recebe benefícios orgânicos e psicológicos da interação com o verde das matas. O simples fato de visualizar uma colina verdejante já causa uma sensação de bem-estar capaz de baixar os níveis de estresse.

Pode parecer absurdo à nossa estreita e míope cultura ocidental, o ato de “observar uma pedra crescer”, pois pedra não cresce.

Ficar imerso no ambiente de uma floresta regula positivamente a pressão arterial, os batimentos cardíacos, o nível geral de relaxamento e a qualidade do nosso sono, diminuindo a presença de hormônios associados ao stress ao mesmo tempo em que aumenta em mais de 50% a presença de células antitumorais na circulação sanguínea.

Mais do que uma terapia

Cientistas da Universidade de Stanford descobriram que o contato com florestas regula regiões do cérebro associadas à depressão. Mais que uma excelente terapia para vários sistemas orgânicos, o contato com florestas e bosques acelera o processo de cura em termos de saúde mental, gerando um impacto positivo e direto no nosso humor e no bem-estar.

Os japoneses relacionaram os efeitos da inalação de compostos orgânicos voláteis liberados pelas folhas das árvores aos seres humanos. Tais compostos são para o mundo vegetal algo como antibióticos que agem inibindo o desenvolvimento de micro-organismos agressores. Quando o ser humano inala esses compostos, eles geram efeitos positivos para a manutenção da saúde geral.

Como praticar o Banho de Floresta

…o ideal é que a terapia florestal seja realizada de forma individual e sem interferências

Silêncio, meditação e observação a tríade-chave do Shinrin-yoku. Há diversos locais que promovem a ida em grupo à natureza, mas o ideal é que a terapia florestal seja realizada de forma individual e sem interferências. Qualquer pessoa pode se aventurar a buscar esse contato direto e se beneficiar de todo o potencial terapêutico. Munir-se de alguma técnica de meditação é recomendado. Mindfulness[i] é uma das linhas recomendadas.

A sessão de shinrin-yoku começa com o deslocamento até uma floresta ou área verde, como um parque ou jardim botânico. O participante então deve se acalmar, sentir sua pulsação, ao mesmo tempo que observa o ambiente à sua volta e caminha lentamente, prestando atenção no movimento dos pés e deixando todos os sentidos atentos, permitindo uma imersão completa de sua consciência no ambiente da floresta. O silêncio e o contato com a natureza permitem serenar a mente e o corpo e ajudam a expandir o que é percebido pelos sentidos, sendo cientificamente aconselhado como método para reduzir o estresse.

Procure um ambiente natural tranquilo, vá sozinho e fique em silêncio ou, se for em grupo, combine de só conversarem ao final da experiência. Os estudos realizados comprovam que os benefícios podem ser sentidos com caminhadas a partir de 40 minutos, mesmo que sejam ocasionais – nesse caso, o ganho maior é emocional e de curto prazo.

No método terapêutico, são propostas sete caminhadas de três horas cada, sendo uma por semana, para que o participante, aos poucos, vá treinando o corpo e a mente para aquietar-se e ampliar a percepção. O começo da prática pode ser feito com o aconselhamento de um guia, mas nada impeça de a própria pessoa se guiar e aventurar-se pelas caminhadas do Shirin-yoku.

Marque uma reunião em um parque. Troque o café pelo óleo essencial natural das árvores. Que tal mudar o almoço no restaurante por um piquenique ao ar livre?

Dicas de como se iniciar na terapia Banho de Floresta
  • Em vez de ler um livro ou estudar no sofá, dirija-se à praça ou parque arborizado mais próximo. E faça-o sentado num daqueles bancos, de preferência o mais perto possível das árvores.
  • Adentre num lugar de natureza e silencie por alguns instantes. Procure receber o que os seus sentidos podem captar. Ative a percepção dos sons dos pássaros, vento, galhos e animais ao redor. Sinta o cheiro das plantas, contemple os diversos tons de verde da natureza. Toque cada folha diferente.
  • Comece a conhecer a região de floresta próxima da sua cidade. Verifique se há passeios e trilhas para adentrar em uma mata de verdade.
  • Que tal substituir alguns exercícios indoor, ou a academia em ambientes fechados por treinos ao ar livre ou mesmo usar equipamentos disponíveis em praças e parques?
  • Marque uma reunião em um parque. Troque o café pelo óleo essencial natural das árvores. Que tal mudar o almoço no restaurante por um piquenique ao ar livre? Encontros na natureza são inspiradores.
  • Programe as suas viagens para destinos de natureza. Esqueça as grandes cidades e seus trânsitos, e foque nas maravilhas naturais que esse país reserva. Surpreenda-se!
  • Programe ou se inscreva em exercícios de respiração, yoga, práticas orientais e meditação nos parques. Há vários gratuitos em muitas cidades.
  • Divulgue essa prática para a família e amigos.

Fontes:

https://www.ecycle.com.br/banho-de-floresta/

https://ecopsicologiabrasil.com/banho-de-floresta/

[i] Mindfulness, ou atenção plena, é a capacidade de focar no presente e resistir às distrações. É um exercício mental que exige foco e atenção em suas próprias emoções e sensações.

Praticar a mindfulness é uma forma de se concentrar no momento presente e abraçar as suas sensações corporais sem julgamento. É um processo de autoconhecimento.