Consciência Limpa Empresas que Semeiam:

17 empresas e organizações chegam ao momento do recebimento de selos ambientais

Consciência Limpa em ação” é um projeto criado há 17 anos pela Fundação Rede Amazônica, que visa ampliar as áreas de conservação da natureza no Estado do Amazonas, através de uma parceria com o Instituto Soka Amazônia.

Sua a proposta é gerar reflexão sobre as soluções e alternativas que podem se tornar realidade, pensando na conservação da biodiversidade das espécies.

Mais do que realizar ações

Com diferentes eventos, reuniões, palestras e várias atividades tanto na Capital como cidades do interior do Estado, a edição 2021 chega ao seu final neste 26 de novembro com a entrega de selos ambientais a empresas que não apenas realizaram ações aderentes aos propósitos que se tem como meta, mas foram adiante, mostrando uma imersão muito maior no próprio sentido com que o projeto foi criado.

Presidente da Rede Amazônica

De acordo com o presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou Jr., (falando em especial sobre a parceria com o Instituto Soka Amazônia) o projeto potencializa a educação acerca da floresta e meio ambiente para a população em geral, gerando valor durante as ações.

“Na realidade essa é uma continuidade do trabalho do meu pai. A gente acredita, sim, que vamos dar mais um passo na realização desses sonhos aqui nessa área, que sempre foi com o intuito de mostrar a Amazônia real e a possibilidade de conhecer esse ambiente, além de formar pessoas no que tange ao tema ambiental”, destaca.

Propósito da FRAM

Marcya Lira, diretora administrativa da FRAM lembra, por outro lado:  “Não queremos apenas que esta seja apenas uma celebração da importância das árvores, mas sim uma provocação à população em geral e às autoridades sobre o papel da sociedade civil e o comprometimento dos governos nesta visão de cidades mais arborizadas e consequentemente dar ao homem que vive na Amazônia melhores condições para viver nos centros urbanos”.

Marcya Lira – Fundação Rede Amazônica
Fazer é questão de boa vontade

Para Edison Akira, diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia, a unificação de propósitos por parte das empresas envolvidas no projeto garante o êxito da expansão. “O Instituto Soka Amazônia é a concretização de um projeto iniciado há 30 anos, então acredito que é algo que traz muita felicidade e hoje a gente percebe que para promover ações, basta a gente ter boa vontade” declara.

Edison Akira Sato – Presidente do Instituto Soka Amazônia

A Fundação Rede Amazônica, braço institucional do Grupo Rede Amazônica, atua há 36 anos com os objetivos de capacitar pessoas, articular parcerias, desenvolver projetos e programas, contribuindo com a proteção e desenvolvimento do homem da Amazônia.

Empresas e organizações 2021

A entrega de selos ambientais pela FRAM – Fundação Rede Amazônica- ocorre nesta sexta feira, 26 de novembro de 2021 e inclui as seguintes empresas e organizações que contribuíram no ano com a educação ambiental: Amazoncert Consultoria Em Gestão Empresarial Ltda., Cs2 Corretora De Seguros Ltda, Editora Brasil Seikyo Limitada, Tutiplast Indústria e Comércio Ltda., Musashi da Amazônia Ltda., JF Alimentação- Fornecimentos e Serviços de Alimentação LTDA, Sodecia Automotive Manaus, Gaia Eco – TDI Industria e Comércio de Artefatos de Papel Eireli, Sociedade Educacional IDAAM LTDA. / Faculdades IDAAM, Travel Corp Viagens e Turismo LTDA – Sala Vip Harmony Lounge, Grupo Rede Amazônica.

Também foram premiadas como “Empresa Com Consciência Limpa” as organizações apoiadoras das ações de educação ambiental em 2021: OCA – OCA do Conhecimento Ambiental,  SENAC – Serviço Nacional do Comércio, SESC – Serviço Social do Comércio, SOLÍSTICA – Serviço de Logística, AEGEA – ÁGUAS DE MANAUS,  e Honda Lock.

Para o reconhecimento sobre o trabalho destas organizações, 17 mudas foram plantadas em alusão a uma empresa reconhecida como parceira ou apoiadora no evento.

E, para 2022, o Selo Consciência Limpa usará o App Earth Tree, idealizado pelo Prof. Vicente Tino para fazer a geolocalização das mudas plantadas pelo Instituto Soka Amazônia.

Consciência Limpa Empresas que Semeiam:

17 empresas e organizações chegam ao momento do recebimento de selos ambientais

Consciência Limpa em ação” é um projeto criado há 17 anos pela Fundação Rede Amazônica, que visa ampliar as áreas de conservação da natureza no Estado do Amazonas, através de uma parceria com o Instituto Soka Amazônia.

Sua a proposta é gerar reflexão sobre as soluções e alternativas que podem se tornar realidade, pensando na conservação da biodiversidade das espécies.

Mais do que realizar ações

Com diferentes eventos, reuniões, palestras e várias atividades tanto na Capital como cidades do interior do Estado, a edição 2021 chega ao seu final neste 26 de novembro com a entrega de selos ambientais a empresas que não apenas realizaram ações aderentes aos propósitos que se tem como meta, mas foram adiante, mostrando uma imersão muito maior no próprio sentido com que o projeto foi criado.

Presidente da Rede Amazônica

De acordo com o presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou Jr., (falando em especial sobre a parceria com o Instituto Soka Amazônia) o projeto potencializa a educação acerca da floresta e meio ambiente para a população em geral, gerando valor durante as ações.

“Na realidade essa é uma continuidade do trabalho do meu pai. A gente acredita, sim, que vamos dar mais um passo na realização desses sonhos aqui nessa área, que sempre foi com o intuito de mostrar a Amazônia real e a possibilidade de conhecer esse ambiente, além de formar pessoas no que tange ao tema ambiental”, destaca.

Propósito da FRAM

Marcya Lira, diretora administrativa da FRAM lembra, por outro lado:  “Não queremos apenas que esta seja apenas uma celebração da importância das árvores, mas sim uma provocação à população em geral e às autoridades sobre o papel da sociedade civil e o comprometimento dos governos nesta visão de cidades mais arborizadas e consequentemente dar ao homem que vive na Amazônia melhores condições para viver nos centros urbanos”.

Marcya Lira – Fundação Rede Amazônica
Fazer é questão de boa vontade

Para Edison Akira, diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia, a unificação de propósitos por parte das empresas envolvidas no projeto garante o êxito da expansão. “O Instituto Soka Amazônia é a concretização de um projeto iniciado há 30 anos, então acredito que é algo que traz muita felicidade e hoje a gente percebe que para promover ações, basta a gente ter boa vontade” declara.

Edison Akira Sato – Presidente do Instituto Soka Amazônia

A Fundação Rede Amazônica, braço institucional do Grupo Rede Amazônica, atua há 36 anos com os objetivos de capacitar pessoas, articular parcerias, desenvolver projetos e programas, contribuindo com a proteção e desenvolvimento do homem da Amazônia.

Empresas e organizações 2021

A entrega de selos ambientais pela FRAM – Fundação Rede Amazônica- ocorre nesta sexta feira, 26 de novembro de 2021 e inclui as seguintes empresas e organizações que contribuíram no ano com a educação ambiental: Amazoncert Consultoria Em Gestão Empresarial Ltda., Cs2 Corretora De Seguros Ltda, Editora Brasil Seikyo Limitada, Tutiplast Indústria e Comércio Ltda., Musashi da Amazônia Ltda., JF Alimentação- Fornecimentos e Serviços de Alimentação LTDA, Sodecia Automotive Manaus, Gaia Eco – TDI Industria e Comércio de Artefatos de Papel Eireli, Sociedade Educacional IDAAM LTDA. / Faculdades IDAAM, Travel Corp Viagens e Turismo LTDA – Sala Vip Harmony Lounge, Grupo Rede Amazônica.

Também foram premiadas como “Empresa Com Consciência Limpa” as organizações apoiadoras das ações de educação ambiental em 2021: OCA – OCA do Conhecimento Ambiental,  SENAC – Serviço Nacional do Comércio, SESC – Serviço Social do Comércio, SOLÍSTICA – Serviço de Logística, AEGEA – ÁGUAS DE MANAUS,  e Honda Lock.

Para o reconhecimento sobre o trabalho destas organizações, 17 mudas foram plantadas em alusão a uma empresa reconhecida como parceira ou apoiadora no evento.

E, para 2022, o Selo Consciência Limpa usará o App Earth Tree, idealizado pelo Prof. Vicente Tino para fazer a geolocalização das mudas plantadas pelo Instituto Soka Amazônia.

Uma semana como tantas outras: trabalho, trabalho e mais trabalho. Do jeito que o meio ambiente precisa.

As pessoas às vezes querem saber como é o dia-a-dia do Instituto Soka Amazônia

Esta semana que está se encerrando –entre 15 e 19 de novembro– foi uma semana como tantas outras, que mostra muito bem como é o dia a dia de nossas equipes em Manaus e seu trabalho que tem como centros focais a preservação do meio ambiente e a educação ambiental.

Terça feira 16/11

Por exemplo, na terça feira foi atendido um grupo de 12 estudantes da rede pública, Escola Estadual Nelson Alves Ferreira numa daquelas típicas e enriquecedoras visitas à RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

A propósito: dá sempre gosto ver a empolgação dos jovens com tudo o que vêm e fazem nas duas ou três horas que permanecem entre nós.

Quarta feira 17/11

No dia seguinte, o público-alvo foi outro:  o departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Limpeza Pública, que desenvolve uma série de atividades voltadas para conscientização da população para os cuidados que a cidade precisa merecer de cada um. O evento também contou com a apresentação dos Garis da Alegria, um grupo muito ativo, que usa como forma de atração, recursos de música e teatro.

Recebidos no Instituto, para uma apresentação e troca de ideias, acrescentaram novos conhecimentos que vão enriquecer ainda mais o conteúdo do trabalho que realizam.

Quinta feira 18/11

Quinta feira, tempo para receber mais um grupo de 23 estudantes da Escola Municipal Edinir Telles dentro do programa Academia Ambiental, com atividades que aos poucos vão tomando seu formato tradicional, agora que as visitas presenciais estão sendo possíveis.

Sexta feira 19/11

Sexta feira, atividade externa em parceria com o Senac Cidade Nova, em um dia de trabalho dentro do tema Ações Sustentáveis e o Futuro da Humanidade.

Além de jovens aprendizes já em atividade profissional em diversas empresas, principal alvo do evento, a ideia que prevaleceu foi de incluir vários outros públicos, em especial pais e familiares dos jovens estudantes/trabalhadores.

Mais do que fazer uma palestra, como programado, os técnicos do Instituto se prepararam com o intuito de envolver cada vez mais os convidados numa causa que é de todos e que ganha cada vez maior relevância no mundo, a preservação do meio ambiente e a educação ambiental.

Sementes

Em algumas das atividades foram distribuídas sementes de Ipê Branco e Graviola, em copos de material biodegradável, que após germinar serão plantadas, georreferenciadas e incluídas num dos projetos do Instituto Soka Amazônia.

Os copos foram oferecidos por outro parceiro do Instituto, a Gaia-Eco, empresa internacional que opera em Manaus e que produz uma grande linha de produtos sustentáveis.

 Nas próximas semanas

A semana que está se encerrando foi apenas mais uma como tantas outras.
Nas seguintes, mais trabalho, trabalho, trabalho.

Já programado para Dia 26, em parceria com USBEA* e o ICBEU Manaus, o Instituto Soka Amazônia participará do USBEA Month, com palestra sobre o mesmo tema: Ações Sustentáveis e o Futuro da Humanidade e, também, a distribuição de 200 mudas de árvores nativas.

USBEA Month realizado pelo ICBEU Manaus

Segundo a equipe do ICBEU Manaus, via publicação em sua página do Facebook,

“A edição 2021 do USBEA MONTH, consiste em agradecer a natureza por tudo que ela nos proporciona e, ao mesmo tempo, colaborar para que se mantenha viva e presente em nossas vidas. Essa é a intenção dos membros do grupo Alumni Manaus na ação de distribuição de mudas para a população da cidade de Manaus, colaborando assim para que ela se torne mais verde e agradável para todos.”

*USBEA é uma organização sem fins lucrativos formada por ex-participantes e bolsistas de programas e intercâmbios patrocinados pela Missão Diplomática dos EUA no Brasil e do Departamento de Estado Americano com o foco em desenvolvimento profissional, social, educacional, e cultural. A USBEA está presente em todos os estados do Brasil, possuindo uma rede vasta de participantes e profissionais engajados em suas mais diversas áreas.

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Uma semana como tantas outras: trabalho, trabalho e mais trabalho. Do jeito que o meio ambiente precisa.

As pessoas às vezes querem saber como é o dia-a-dia do Instituto Soka Amazônia

Esta semana que está se encerrando –entre 15 e 19 de novembro– foi uma semana como tantas outras, que mostra muito bem como é o dia a dia de nossas equipes em Manaus e seu trabalho que tem como centros focais a preservação do meio ambiente e a educação ambiental.

Terça feira 16/11

Por exemplo, na terça feira foi atendido um grupo de 12 estudantes da rede pública, Escola Estadual Nelson Alves Ferreira numa daquelas típicas e enriquecedoras visitas à RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

A propósito: dá sempre gosto ver a empolgação dos jovens com tudo o que vêm e fazem nas duas ou três horas que permanecem entre nós.

Quarta feira 17/11

No dia seguinte, o público-alvo foi outro:  o departamento de Educação Ambiental da Secretaria Municipal de Limpeza Pública, que desenvolve uma série de atividades voltadas para conscientização da população para os cuidados que a cidade precisa merecer de cada um. O evento também contou com a apresentação dos Garis da Alegria, um grupo muito ativo, que usa como forma de atração, recursos de música e teatro.

Recebidos no Instituto, para uma apresentação e troca de ideias, acrescentaram novos conhecimentos que vão enriquecer ainda mais o conteúdo do trabalho que realizam.

Quinta feira 18/11

Quinta feira, tempo para receber mais um grupo de 23 estudantes da Escola Municipal Edinir Telles dentro do programa Academia Ambiental, com atividades que aos poucos vão tomando seu formato tradicional, agora que as visitas presenciais estão sendo possíveis.

Sexta feira 19/11

Sexta feira, atividade externa em parceria com o Senac Cidade Nova, em um dia de trabalho dentro do tema Ações Sustentáveis e o Futuro da Humanidade.

Além de jovens aprendizes já em atividade profissional em diversas empresas, principal alvo do evento, a ideia que prevaleceu foi de incluir vários outros públicos, em especial pais e familiares dos jovens estudantes/trabalhadores.

Mais do que fazer uma palestra, como programado, os técnicos do Instituto se prepararam com o intuito de envolver cada vez mais os convidados numa causa que é de todos e que ganha cada vez maior relevância no mundo, a preservação do meio ambiente e a educação ambiental.

Sementes

Em algumas das atividades foram distribuídas sementes de Ipê Branco e Graviola, em copos de material biodegradável, que após germinar serão plantadas, georreferenciadas e incluídas num dos projetos do Instituto Soka Amazônia.

Os copos foram oferecidos por outro parceiro do Instituto, a Gaia-Eco, empresa internacional que opera em Manaus e que produz uma grande linha de produtos sustentáveis.

 Nas próximas semanas

A semana que está se encerrando foi apenas mais uma como tantas outras.
Nas seguintes, mais trabalho, trabalho, trabalho.

Já programado para Dia 26, em parceria com USBEA* e o ICBEU Manaus, o Instituto Soka Amazônia participará do USBEA Month, com palestra sobre o mesmo tema: Ações Sustentáveis e o Futuro da Humanidade e, também, a distribuição de 200 mudas de árvores nativas.

USBEA Month realizado pelo ICBEU Manaus

Segundo a equipe do ICBEU Manaus, via publicação em sua página do Facebook,

“A edição 2021 do USBEA MONTH, consiste em agradecer a natureza por tudo que ela nos proporciona e, ao mesmo tempo, colaborar para que se mantenha viva e presente em nossas vidas. Essa é a intenção dos membros do grupo Alumni Manaus na ação de distribuição de mudas para a população da cidade de Manaus, colaborando assim para que ela se torne mais verde e agradável para todos.”

*USBEA é uma organização sem fins lucrativos formada por ex-participantes e bolsistas de programas e intercâmbios patrocinados pela Missão Diplomática dos EUA no Brasil e do Departamento de Estado Americano com o foco em desenvolvimento profissional, social, educacional, e cultural. A USBEA está presente em todos os estados do Brasil, possuindo uma rede vasta de participantes e profissionais engajados em suas mais diversas áreas.

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O ribeirinho é antes de tudo um forte (*)

Afinal: qual a origem dos ribeirinhos que tantas vezes são mencionados tanto nos textos do Instituto Soka Amazônia como em muitas matérias que se divulgam sobre os povos da floresta?

Há quanto tempo vivem nesses tantos e tantos povoados amazônicos?

Eles são índios?

Do que vivem?

Como vivem?

De onde vieram?

Não, não são índios. Vieram de longe em busca de melhores condições de vida, talvez um sonho de fortuna ou, como acontece na maioria das vezes, em busca apenas de sobrevivência. Provavelmente foram forçados a abandonar sua terra natal pelas condições climáticas extremas que não são incomuns em algumas áreas deste país. Pouco a pouco adquiriram enorme familiaridade com aquilo que encontraram no novo ambiente.

Ali estão, ali é o seu lugar, sua terra, seu chão.

Não há como determinar com exatidão há quantas gerações vivem ali.

Não é incomum a convivência de pais, filhos, netos e até mesmo bisnetos.

Com o passar do tempo chegaram a assimilar determinados costumes e jeitos de ser dos índios.

Grupos pequenos

São grupos pequenos, 10 a 20 famílias, em alguns casos um pouco maiores, chegando até 100 famílias, com cultura tipicamente extrativista. Extraem da natureza quaisquer produtos que possam ser cultivados para garantir sua sobrevivência. Convivem em harmonia com os rios e a floresta, de uma forma que não fica distante dos costumes indígenas.

Com absoluta naturalidade.

A sobrevivência

Pescam, caçam, preparam pedaços de terra para cultivar produtos como a mandioca, frutas, grãos. Sabem, aliás muito bem (talvez uma espécie de herança dos índios com que chegaram a conviver) extrair muito da mandioca: a farinha, o pó para a tapioca, o polvilho de várias utilidades, o tucupi que é um caldo ou goma que segundo se afirma, é eficaz, até, no fortalecimento da imunidade; seu consumo ajudaria a prevenir doenças como a gripe e o resfriado. Produtos da mandioca servem para seu próprio consumo e para a prática de uma espécie de escambo.

Ribeirinhos na Fabricação de farinha de mandioca imagem Jo.Oliveira29, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Serviços públicos

Ainda que de forma precária e simples, as comunidades são objeto de atenção por parte do Poder Público. Todas têm uma escola; senão a totalidade, pelo menos a maioria, dispõe de luz elétrica; o “agente de saúde comunitário” é uma figura comum, habilitado a prestar uma assistência básica como medir a pressão e a temperatura, fornecer medicamentos comuns e direcionar os casos mais complexos para a sede do município; são eleitores; tiveram, sim, alguns casos de covid 19, felizmente poucos, e já estão vacinados.

Uma pessoa tipicamente urbana, moradora em grandes centros, cercada de todos os confortos da chamada era moderna, talvez se pergunte como essa forma de vida é possível em pleno século 21. O ribeirinho, no entanto, vê tudo como absolutamente normal, saudável e (por que não dizer?) muito satisfatório.

Fogo, um ressentimento

Não é difícil perceber um certo ressentimento por parte dos ribeirinhos, quando se fala – mesmo quando isso é apenas insinuado, sem explícita acusação a ele, ribeirinho– que “estão pondo fogo na floresta”.

Ele sente como se fosse para si tudo o que se fala sobre esse assunto.

As queimadas ocorrem, mas no que diz respeito a praticamente todos os ribeirinhos, de forma controlada, dentro de uma técnica dir-se-ia milenar, que eles procuram sempre seguir ano após ano.

Não se trata de incentivar o uso do fogo como forma de preparar a terra, mas a verdade é que outras técnicas –a mecanização do processo, por exemplo– não são facilmente viáveis seja pelo custo, como, no caso específico da mecanização, pela necessidade de abertura de estradas que, afinal, tornaria necessário abater muitas árvores.

Fala-se, ainda, de agrofloresta ou “sistemas agroflorestais”, técnicas que não se implantam da noite para o dia.

Puxirum

No dia de preparar a terra para a próxima safra, acontecem os puxiruns, nome que ali se dá aos mutirões, quando vizinhos se juntam e colaboram uns com os outros (sem remuneração, pura demonstração de amizade) para isolar a área a ser queimada, evitando a propagação do fogo. Eles aprenderam que esse recurso é valioso para preparação da terra e melhor uso dos nutrientes naturais contidos, por exemplo, nas cinzas que restam após o fogo ser extinto.


(*) A célebre expressão de Euclides da Cunha em Os Sertões –o sertanejo é antes de tudo um forte– bem que se presta para referência ao ribeirinho. Em muitos casos o ribeirinho é sertanejo, ou descendente de sertanejo. Que saiu do sertão em busca de melhores condições de vida.

O ribeirinho é antes de tudo um forte (*)

Afinal: qual a origem dos ribeirinhos que tantas vezes são mencionados tanto nos textos do Instituto Soka Amazônia como em muitas matérias que se divulgam sobre os povos da floresta?

Há quanto tempo vivem nesses tantos e tantos povoados amazônicos?

Eles são índios?

Do que vivem?

Como vivem?

De onde vieram?

Não, não são índios. Vieram de longe em busca de melhores condições de vida, talvez um sonho de fortuna ou, como acontece na maioria das vezes, em busca apenas de sobrevivência. Provavelmente foram forçados a abandonar sua terra natal pelas condições climáticas extremas que não são incomuns em algumas áreas deste país. Pouco a pouco adquiriram enorme familiaridade com aquilo que encontraram no novo ambiente.

Ali estão, ali é o seu lugar, sua terra, seu chão.

Não há como determinar com exatidão há quantas gerações vivem ali.

Não é incomum a convivência de pais, filhos, netos e até mesmo bisnetos.

Com o passar do tempo chegaram a assimilar determinados costumes e jeitos de ser dos índios.

Grupos pequenos

São grupos pequenos, 10 a 20 famílias, em alguns casos um pouco maiores, chegando até 100 famílias, com cultura tipicamente extrativista. Extraem da natureza quaisquer produtos que possam ser cultivados para garantir sua sobrevivência. Convivem em harmonia com os rios e a floresta, de uma forma que não fica distante dos costumes indígenas.

Com absoluta naturalidade.

A sobrevivência

Pescam, caçam, preparam pedaços de terra para cultivar produtos como a mandioca, frutas, grãos. Sabem, aliás muito bem (talvez uma espécie de herança dos índios com que chegaram a conviver) extrair muito da mandioca: a farinha, o pó para a tapioca, o polvilho de várias utilidades, o tucupi que é um caldo ou goma que segundo se afirma, é eficaz, até, no fortalecimento da imunidade; seu consumo ajudaria a prevenir doenças como a gripe e o resfriado. Produtos da mandioca servem para seu próprio consumo e para a prática de uma espécie de escambo.

Ribeirinhos na Fabricação de farinha de mandioca imagem Jo.Oliveira29, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Serviços públicos

Ainda que de forma precária e simples, as comunidades são objeto de atenção por parte do Poder Público. Todas têm uma escola; senão a totalidade, pelo menos a maioria, dispõe de luz elétrica; o “agente de saúde comunitário” é uma figura comum, habilitado a prestar uma assistência básica como medir a pressão e a temperatura, fornecer medicamentos comuns e direcionar os casos mais complexos para a sede do município; são eleitores; tiveram, sim, alguns casos de covid 19, felizmente poucos, e já estão vacinados.

Uma pessoa tipicamente urbana, moradora em grandes centros, cercada de todos os confortos da chamada era moderna, talvez se pergunte como essa forma de vida é possível em pleno século 21. O ribeirinho, no entanto, vê tudo como absolutamente normal, saudável e (por que não dizer?) muito satisfatório.

Fogo, um ressentimento

Não é difícil perceber um certo ressentimento por parte dos ribeirinhos, quando se fala – mesmo quando isso é apenas insinuado, sem explícita acusação a ele, ribeirinho– que “estão pondo fogo na floresta”.

Ele sente como se fosse para si tudo o que se fala sobre esse assunto.

As queimadas ocorrem, mas no que diz respeito a praticamente todos os ribeirinhos, de forma controlada, dentro de uma técnica dir-se-ia milenar, que eles procuram sempre seguir ano após ano.

Não se trata de incentivar o uso do fogo como forma de preparar a terra, mas a verdade é que outras técnicas –a mecanização do processo, por exemplo– não são facilmente viáveis seja pelo custo, como, no caso específico da mecanização, pela necessidade de abertura de estradas que, afinal, tornaria necessário abater muitas árvores.

Fala-se, ainda, de agrofloresta ou “sistemas agroflorestais”, técnicas que não se implantam da noite para o dia.

Puxirum

No dia de preparar a terra para a próxima safra, acontecem os puxiruns, nome que ali se dá aos mutirões, quando vizinhos se juntam e colaboram uns com os outros (sem remuneração, pura demonstração de amizade) para isolar a área a ser queimada, evitando a propagação do fogo. Eles aprenderam que esse recurso é valioso para preparação da terra e melhor uso dos nutrientes naturais contidos, por exemplo, nas cinzas que restam após o fogo ser extinto.


(*) A célebre expressão de Euclides da Cunha em Os Sertões –o sertanejo é antes de tudo um forte– bem que se presta para referência ao ribeirinho. Em muitos casos o ribeirinho é sertanejo, ou descendente de sertanejo. Que saiu do sertão em busca de melhores condições de vida.

Uma árvore: um ecossistema inteiro

Ecossistema de uma árvore
Quase ninguém se dá conta do quanto uma única árvore representa e como a derrubada desse único indivíduo pode impactar no meio ambiente

Quando se olha para uma árvore o que geralmente se vê é seu tronco, seus ramos e folhas. Mas para os especialistas ela é muito mais que isso. Um olhar mais acurado revela que cada árvore possui singularidades exclusivas, é o centro de um ecossistema onde muitas outras espécies que dela tiram seu sustento vivendo simbioticamente.

Para começo de conversa, segundo o biólogo e mestre em Ecologia, Diego Oliveira Brandão,

“há ecossistemas que não têm árvores, mas são de extrema necessidade, tais como os oceanos e os ambientes em elevadas altitudes. A importância relativa de uma única árvore seria pequena considerando todos os seres humanos do planeta, mas em um ecossistema natural, ou em uma praça de bairro na cidade, uma única árvore pode ser essencial para a biodiversidade e o bem-estar das pessoas”.

Isso porque árvores realizam, por exemplo, a fotossíntese crucial para a produção de alimentos. A fotossíntese nada mais é do que a capacidade que as plantas têm de usar a energia solar para unir quimicamente dióxido de carbono e água em carboidratos, proteínas e lipídios, importantes para todos os seres do planeta e para a própria subsistência humana.  

A Ciência denomina “árvore” organismos pertencentes ao reino Plantae na tipologia botânica. Há árvores de grande porte, que medem (as menores) cerca de 4 metros e maiores, que podem chegar a 122 metros! As mais altas árvores já registradas são as Sequóias (gênero Sequoiadrendro), que são encontradas no norte da Califórnia, EUA. No Brasil, as mais altas estão na Amazônia, as Sumaúmas, que podem chegar a 50 metros de altura. Recentemente, em outubro de 2020, uma expedição encontrou um angelim-vermelho no Amapá que mediu 85 metros! É a segunda maior árvore da região registrada pela ciência.

Importante ciclo de vida

Diego faz uma analogia da estrutura da árvore com o corpo humano:

“cada parte desempenha uma função importante para a árvore, assim como são os órgãos do corpo humano para os seres humanos. Exemplo: as folhas fazem as trocas de gases (respiração e transpiração) e a fotossíntese (energia e alimento); as raízes absorvem água e nutrientes do solo (seiva); o caule fornece sustentação; e as flores e frutos estão relacionados com a genética e reprodução”.

As raízes das árvores têm a função de dar base e resistência e podem se estender por muitos metros solo abaixo e para os lados. Nas raízes habitam fungos (micorriza) importantes que, em associação, potencializam a absorção de nutrientes. A fotossíntese fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos. Em especial nas regiões de clima tropical – na Amazônia, particularmente – o solo tem baixa fertilidade e por isso a formação da micorriza é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento das plantas.

Há todo um ciclo de vida sendo perpetuado em cada árvore. Por produzirem seiva adocicada, atraem insetos. Estes chamam pássaros que deles se alimentam e que ali vão nidificar (construir seus ninhos e colocar os ovos), e que por isso despertam o interesse de cobras e outros animais predadores. Além de animais, outras espécies vegetais são também “hóspedes”, como as pterodófitas (samambaias) e as orchidaceae (orquídeas), que convivem harmonicamente, pois suas flores atraem insetos e pássaros que vão contribuir para polinizar a hospedeira.

A árvore é também produtora de sementes de chuva, ao exalar compostos orgânicos voláteis – aromas – ou compostos químicos lançados na atmosfera. “O vapor de água, resultante da evapotranspiração, se junta ao composto volátil das árvores. O vapor de água é uma molécula pequena, enquanto o composto aromático é uma molécula grande em comparação ao vapor de água”, explica Diego.

Dados recentes do Observatório do Clima[1] revelam que a Amazônia e as geleiras do Ártico podem, sozinhas, comprometer as metas do Acordo de Paris, caso deixem de cumprir as funções que naturalmente exercem. A captura e a estocagem de dióxido de carbono – principal gás do Efeito Estufa devido sua concentração na atmosfera. – equivalente a 5 anos das emissões globais, em forma de árvore e solo (raízes). É por isso que a redução desse estoque de carbono causada pelo desmatamento põe em sério risco todo o equilíbrio do clima regional.

A importância de uma única árvore é imensa por todos esses motivos (interações ecológicas, benefícios para biodiversidade e pessoas, produção de alimentos, formação de chuvas, estoque de carbono).

Mas o que realmente representa uma árvore para a maior floresta tropical do planeta? Representa VIDA!

Da próxima vez que pensar em derrubar uma única árvore, lembre-se de tudo o que foi listado e do impacto que causará.

Diego sinaliza com importante tarefa, e que é uma das atividades do Instituto Soka Amazônia: “seria bom lembrar a importância da restauração florestal, porque somente com muitas árvores nativas sendo plantadas e sem desmatamento ilegal a Amazônia terá alguma chance de sustentabilidade”.

Fonte:

https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%A1rvore/482704

https://g1.globo.com/ap/amapa/natureza/amazonia/noticia/2021/10/01/expedicao-encontra-a-2a-maior-arvore-ja-mapeada-na-amazonia-de-mais-de-85-metros-video.ghtml


[1] O Observatório do Clima é uma rede de 37 entidades da sociedade civil brasileira formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro, mais especificamente o aquecimento global

Uma árvore: um ecossistema inteiro

Ecossistema de uma árvore
Quase ninguém se dá conta do quanto uma única árvore representa e como a derrubada desse único indivíduo pode impactar no meio ambiente

Quando se olha para uma árvore o que geralmente se vê é seu tronco, seus ramos e folhas. Mas para os especialistas ela é muito mais que isso. Um olhar mais acurado revela que cada árvore possui singularidades exclusivas, é o centro de um ecossistema onde muitas outras espécies que dela tiram seu sustento vivendo simbioticamente.

Para começo de conversa, segundo o biólogo e mestre em Ecologia, Diego Oliveira Brandão,

“há ecossistemas que não têm árvores, mas são de extrema necessidade, tais como os oceanos e os ambientes em elevadas altitudes. A importância relativa de uma única árvore seria pequena considerando todos os seres humanos do planeta, mas em um ecossistema natural, ou em uma praça de bairro na cidade, uma única árvore pode ser essencial para a biodiversidade e o bem-estar das pessoas”.

Isso porque árvores realizam, por exemplo, a fotossíntese crucial para a produção de alimentos. A fotossíntese nada mais é do que a capacidade que as plantas têm de usar a energia solar para unir quimicamente dióxido de carbono e água em carboidratos, proteínas e lipídios, importantes para todos os seres do planeta e para a própria subsistência humana.  

A Ciência denomina “árvore” organismos pertencentes ao reino Plantae na tipologia botânica. Há árvores de grande porte, que medem (as menores) cerca de 4 metros e maiores, que podem chegar a 122 metros! As mais altas árvores já registradas são as Sequóias (gênero Sequoiadrendro), que são encontradas no norte da Califórnia, EUA. No Brasil, as mais altas estão na Amazônia, as Sumaúmas, que podem chegar a 50 metros de altura. Recentemente, em outubro de 2020, uma expedição encontrou um angelim-vermelho no Amapá que mediu 85 metros! É a segunda maior árvore da região registrada pela ciência.

Importante ciclo de vida

Diego faz uma analogia da estrutura da árvore com o corpo humano:

“cada parte desempenha uma função importante para a árvore, assim como são os órgãos do corpo humano para os seres humanos. Exemplo: as folhas fazem as trocas de gases (respiração e transpiração) e a fotossíntese (energia e alimento); as raízes absorvem água e nutrientes do solo (seiva); o caule fornece sustentação; e as flores e frutos estão relacionados com a genética e reprodução”.

As raízes das árvores têm a função de dar base e resistência e podem se estender por muitos metros solo abaixo e para os lados. Nas raízes habitam fungos (micorriza) importantes que, em associação, potencializam a absorção de nutrientes. A fotossíntese fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos. Em especial nas regiões de clima tropical – na Amazônia, particularmente – o solo tem baixa fertilidade e por isso a formação da micorriza é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento das plantas.

Há todo um ciclo de vida sendo perpetuado em cada árvore. Por produzirem seiva adocicada, atraem insetos. Estes chamam pássaros que deles se alimentam e que ali vão nidificar (construir seus ninhos e colocar os ovos), e que por isso despertam o interesse de cobras e outros animais predadores. Além de animais, outras espécies vegetais são também “hóspedes”, como as pterodófitas (samambaias) e as orchidaceae (orquídeas), que convivem harmonicamente, pois suas flores atraem insetos e pássaros que vão contribuir para polinizar a hospedeira.

A árvore é também produtora de sementes de chuva, ao exalar compostos orgânicos voláteis – aromas – ou compostos químicos lançados na atmosfera. “O vapor de água, resultante da evapotranspiração, se junta ao composto volátil das árvores. O vapor de água é uma molécula pequena, enquanto o composto aromático é uma molécula grande em comparação ao vapor de água”, explica Diego.

Dados recentes do Observatório do Clima[1] revelam que a Amazônia e as geleiras do Ártico podem, sozinhas, comprometer as metas do Acordo de Paris, caso deixem de cumprir as funções que naturalmente exercem. A captura e a estocagem de dióxido de carbono – principal gás do Efeito Estufa devido sua concentração na atmosfera. – equivalente a 5 anos das emissões globais, em forma de árvore e solo (raízes). É por isso que a redução desse estoque de carbono causada pelo desmatamento põe em sério risco todo o equilíbrio do clima regional.

A importância de uma única árvore é imensa por todos esses motivos (interações ecológicas, benefícios para biodiversidade e pessoas, produção de alimentos, formação de chuvas, estoque de carbono).

Mas o que realmente representa uma árvore para a maior floresta tropical do planeta? Representa VIDA!

Da próxima vez que pensar em derrubar uma única árvore, lembre-se de tudo o que foi listado e do impacto que causará.

Diego sinaliza com importante tarefa, e que é uma das atividades do Instituto Soka Amazônia: “seria bom lembrar a importância da restauração florestal, porque somente com muitas árvores nativas sendo plantadas e sem desmatamento ilegal a Amazônia terá alguma chance de sustentabilidade”.

Fonte:

https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%A1rvore/482704

https://g1.globo.com/ap/amapa/natureza/amazonia/noticia/2021/10/01/expedicao-encontra-a-2a-maior-arvore-ja-mapeada-na-amazonia-de-mais-de-85-metros-video.ghtml


[1] O Observatório do Clima é uma rede de 37 entidades da sociedade civil brasileira formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro, mais especificamente o aquecimento global

Agrofloresta é um bom negócio?

É, no mínimo, uma forma milenar de produzir renda sem derrubar a mata. Mas, na realidade, envolve toda uma infinidade de fatores

A resposta à pergunta é sim, embora à primeira vista pareça que não, por se tratar de uma forma ancestral de produção de alimentos a partir da manutenção da floresta em pé, por meio da exploração de insumos vegetais (sementes, seiva, flores, folhas, casca etc) e animais. No momento em que o mundo todo está com os olhos voltados para as queimadas que destroem a floresta Amazônica, o tema da agrofloresta se torna ainda mais relevante. O biólogo e mestre em Ecologia pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Diego Oliveira Brandão, explicou que

é um método que associa o manejo de espécies nativas e exóticas diversas numa mesma área, oferecendo mais produtividade. Portanto, no Sistema Agroflorestal, as árvores, os arbustos, as palmeiras, os bambus nativos, etc. são cultivados em associação com culturas agrícolas, pastagens e animais (boi, galinha, pato e porco), em uma mesma unidade de manejo. Diferente da monocultura que derruba imensas áreas para plantar uma única espécie. Procedendo dessa forma, criam-se interações ecológicas e econômicas entre todos esses elementos, equilibrando espaços e tempos de cultivo para os pequenos produtores.

Agricultores do mundo todo se utilizam há séculos do Sistema Agroflorestal como forma de subsistência. Mas foi somente a partir da década de 1970 que se iniciaram estudos sobre o esse modelo agrícola e cientistas passaram a olhar com mais atenção como uma forma de produzir alimentos e insumos sem agressão ao meio ambiente.

Muitas vantagens

Média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros

Por se tratar do plantio de espécies nativas, as agroflorestas contribuem positivamente na restauração de áreas degradadas por extração inadequada de recursos, ocupação desordenada, incêndios etc. E, no momento em que se fala tanto em mudanças climáticas, tal restauração está intimamente ligada à redução do aquecimento global, porque as plantas absorvem dióxido de carbono da atmosfera para crescer e se reproduzir. Apenas para recordar: no Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Agenda bastante comprometida no momento atual pelo desmatamento.

De modo bem simplificado, é possível pontuar que agrofloresta simula o que a natureza faz normalmente: mantém o solo sempre coberto pela vegetação, com diversas espécies juntas, cada qual dando seu suporte às demais. Só esse fato já minimiza danos com pragas, doenças e mudanças climáticas, o que dispensa o uso dos agrotóxicos.

Diego cita dados do IBGE que apontam uma média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros, ou seja, a partir da floresta em pé. Isso sem ou quase nenhum apoio governamental. “Se houvesse  mais incentivo com assistência técnica a produtividade da agroflorestal seria muito maior”, enfatiza. E esses produtos, oriundos do Sistema Agroflorestal, são praticamente todos in natura, como o açaí, a andiroba, a castanha e o cacau. Com as cooperativas de beneficiamento o valor dos produtos da agroflorestal pode ser multiplicado por, no mínimo 4, com a produção de matéria prima como óleo, gordura, polpa e sementes desidratadas e produtos industrializados como alimentos, sucos, remédios e cosméticos

Uma reportagem do Jornal Nacional sobre o projeto Amazônia 4.0, ilustrou muito bem esse fato. O quilo das sementes de cacau é comumente vendido a 12 reais em média. Se for transformado em chocolate, pode chegar a atingir 200 reais o quilo se for produzido para exportação. O cientista líder do projeto, Ismael Nobre, ressaltou que só o cacau, sem qualquer beneficiamento, é sete vezes mais lucrativo por hectare que a pecuária.

Cacaueiro

Mas há muito mais do que se beneficiar ao manter as florestas em pé. Diego cita as mais importantes: a manutenção da fertilidade dos solos e redução de erosão; conservação de água em rios, nascentes e biodiversidade; diversificação da produção de alimentos nas regiões onde se estabelece e por aí vai. Só há vantagens em sistema agroflorestal em comparação à monocultura ou pecuária tradicional na Amazônia.

Para os pequenos agricultores o Sistema Agroflorestal traz outro importante benefício: a obtenção de receitas de curto prazo com a colheita de produtos em tempos diferentes (frutos, sementes etc). Assim não ficam reféns de uma grande safra monocultora, reduzindo assim, a necessidade de insumos externos. Por empoderar os agricultores e as comunidades tradicionais, a partir da aquisição de maior autonomia com a diversificação de sua produção, a agrofloresta representa uma verdadeira tecnologia social, capaz de produzir dividendos significativos e também, bastante lucrativos.

Fontes:

http://tecnologiasocial.sites.uff.br/o-que-sao-tecnologias-sociais/

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10226794892841395&id=1322832872&sfnsn=wiwspwa

https://www.wwf.org.br/?76990/Agrofloresta-e-alternativa-de-desenvolvimento-na-Amazonia

https://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/RevistaSistemasAgroflorestais.pdf

https://cebds.org/o-que-e-o-acordo-de-paris/

Agrofloresta é um bom negócio?

É, no mínimo, uma forma milenar de produzir renda sem derrubar a mata. Mas, na realidade, envolve toda uma infinidade de fatores

A resposta à pergunta é sim, embora à primeira vista pareça que não, por se tratar de uma forma ancestral de produção de alimentos a partir da manutenção da floresta em pé, por meio da exploração de insumos vegetais (sementes, seiva, flores, folhas, casca etc) e animais. No momento em que o mundo todo está com os olhos voltados para as queimadas que destroem a floresta Amazônica, o tema da agrofloresta se torna ainda mais relevante. O biólogo e mestre em Ecologia pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Diego Oliveira Brandão, explicou que

é um método que associa o manejo de espécies nativas e exóticas diversas numa mesma área, oferecendo mais produtividade. Portanto, no Sistema Agroflorestal, as árvores, os arbustos, as palmeiras, os bambus nativos, etc. são cultivados em associação com culturas agrícolas, pastagens e animais (boi, galinha, pato e porco), em uma mesma unidade de manejo. Diferente da monocultura que derruba imensas áreas para plantar uma única espécie. Procedendo dessa forma, criam-se interações ecológicas e econômicas entre todos esses elementos, equilibrando espaços e tempos de cultivo para os pequenos produtores.

Agricultores do mundo todo se utilizam há séculos do Sistema Agroflorestal como forma de subsistência. Mas foi somente a partir da década de 1970 que se iniciaram estudos sobre o esse modelo agrícola e cientistas passaram a olhar com mais atenção como uma forma de produzir alimentos e insumos sem agressão ao meio ambiente.

Muitas vantagens

Média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros

Por se tratar do plantio de espécies nativas, as agroflorestas contribuem positivamente na restauração de áreas degradadas por extração inadequada de recursos, ocupação desordenada, incêndios etc. E, no momento em que se fala tanto em mudanças climáticas, tal restauração está intimamente ligada à redução do aquecimento global, porque as plantas absorvem dióxido de carbono da atmosfera para crescer e se reproduzir. Apenas para recordar: no Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Agenda bastante comprometida no momento atual pelo desmatamento.

De modo bem simplificado, é possível pontuar que agrofloresta simula o que a natureza faz normalmente: mantém o solo sempre coberto pela vegetação, com diversas espécies juntas, cada qual dando seu suporte às demais. Só esse fato já minimiza danos com pragas, doenças e mudanças climáticas, o que dispensa o uso dos agrotóxicos.

Diego cita dados do IBGE que apontam uma média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros, ou seja, a partir da floresta em pé. Isso sem ou quase nenhum apoio governamental. “Se houvesse  mais incentivo com assistência técnica a produtividade da agroflorestal seria muito maior”, enfatiza. E esses produtos, oriundos do Sistema Agroflorestal, são praticamente todos in natura, como o açaí, a andiroba, a castanha e o cacau. Com as cooperativas de beneficiamento o valor dos produtos da agroflorestal pode ser multiplicado por, no mínimo 4, com a produção de matéria prima como óleo, gordura, polpa e sementes desidratadas e produtos industrializados como alimentos, sucos, remédios e cosméticos

Uma reportagem do Jornal Nacional sobre o projeto Amazônia 4.0, ilustrou muito bem esse fato. O quilo das sementes de cacau é comumente vendido a 12 reais em média. Se for transformado em chocolate, pode chegar a atingir 200 reais o quilo se for produzido para exportação. O cientista líder do projeto, Ismael Nobre, ressaltou que só o cacau, sem qualquer beneficiamento, é sete vezes mais lucrativo por hectare que a pecuária.

Cacaueiro

Mas há muito mais do que se beneficiar ao manter as florestas em pé. Diego cita as mais importantes: a manutenção da fertilidade dos solos e redução de erosão; conservação de água em rios, nascentes e biodiversidade; diversificação da produção de alimentos nas regiões onde se estabelece e por aí vai. Só há vantagens em sistema agroflorestal em comparação à monocultura ou pecuária tradicional na Amazônia.

Para os pequenos agricultores o Sistema Agroflorestal traz outro importante benefício: a obtenção de receitas de curto prazo com a colheita de produtos em tempos diferentes (frutos, sementes etc). Assim não ficam reféns de uma grande safra monocultora, reduzindo assim, a necessidade de insumos externos. Por empoderar os agricultores e as comunidades tradicionais, a partir da aquisição de maior autonomia com a diversificação de sua produção, a agrofloresta representa uma verdadeira tecnologia social, capaz de produzir dividendos significativos e também, bastante lucrativos.

Fontes:

http://tecnologiasocial.sites.uff.br/o-que-sao-tecnologias-sociais/

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=10226794892841395&id=1322832872&sfnsn=wiwspwa

https://www.wwf.org.br/?76990/Agrofloresta-e-alternativa-de-desenvolvimento-na-Amazonia

https://www.fca.unesp.br/Home/Extensao/GrupoTimbo/RevistaSistemasAgroflorestais.pdf

https://cebds.org/o-que-e-o-acordo-de-paris/