Sementes da Vida completa 3 anos!

“A desertificação externa do planeta corresponde precisamente à desertificação espiritual da vida humana.”

Daisaku Ikeda

Nós, seres humanos, compartilhamos este planeta que, em um futuro próximo, deixaremos para nossos filhos. Seguindo essa máxima, há três anos, teve início um projeto inédito e transformador. O projeto Sementes da Vida foi idealizado pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas, e coordenado pelo Instituto Soka Amazônia cuja ação se centra no legado que a geração atual deixará para a próxima: uma árvore plantada a cada nova vida humana gerada. Mais do que o ato em si, a ideia é que cada criança terá sua árvore georreferenciada, cuja família poderá acompanhar seu crescimento e desenvolvimento, estimulando a consciência ambiental às futuras gerações. Desde o primeiro plantio, milhares de novas árvores vicejam em centros de convivência, no estacionamento do TJAM e na própria maternidade. A primeira certidão da árvore foi de um mogno, que já atingiu mais de dois metros de altura. Para saber mais sobre esta espécie, leia nosso texto sobre o mogno.

Plantio Sementes da vida no Tribunal de Justiça do Amazonas
Plantio Sementes da Vida na Maternidade Moura Tapajós

Ao ser registrado em cartório, cada novo bebê recebe, junto com a certidão de nascimento, um certificado de um espécime da flora amazônica, plantado em área reservada dentro município. Esta muda poderá ser localizada pela família, por meio de georreferenciamento, constante na própria certidão expedida pelo cartório.

Quando do lançamento do projeto. nove crianças, com idades entre 1 e 12 anos, participaram, na área externa da sede do Tribunal de Justiça do Amazonas, do plantio de mudas de árvores como ipê roxo, pau rosa, ingá-açu, cuieira, entre outros espécimes amazônicos. Todas receberam a Certidão de Plantio da Árvore em que consta o nome da criança e a informação de que a muda plantada homenageia seu nascimento. Na certidão está, ainda como já citado, o georreferenciamento e os nomes cientifico e popular da árvore. As crianças e seus responsáveis firmaram o compromisso de comparecer regularmente à sede do TJAM para cuidar e acompanhar o crescimento das respectivas plantinhas que “adotaram”.

O projeto não se finda com o plantio. É uma ação coordenada de educação ambiental e cidadania e, de acordo com a Corregedoria Geral da Justiça é ainda uma estratégia para ampliar as ações de arborização da cidade de Manaus que, a longo prazo, proporcionará uma significativa melhoria da qualidade de vida da população.

O projeto tem a parceria da Associação de Registradores Civis do Amazonas (Arpen-AM); Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg-AM), Instituto Soka Amazônia, em conjunto com o Centro de Sementes Nativas do Amazonas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas); Oca do Conhecimento Ambiental da Secretaria Municipal de Educação; e a empresa Rymo da Amazônia.

Para o Poder Judiciário, idealizador do projeto, a iniciativa representa muito para o para todo o Estado do Amazonas, pois prevê a conscientização do que representa cada árvore na qualidade de vida da população pois a cada criança nascida, tanto ela quanto seus pais serão responsáveis por cuidar dessa árvore e fazê-la se desenvolver.

À época da implantação do projeto, o desembargador Aristóteles Thury, naquela época corregedor-geral de Justiça ressaltou que o papel da Corregedoria não é somente o de punir, mas oferecer os meios para a conscientização ambiental, uma ideia que faz parte da estrutura implantada no âmbito da própria CGJ, onde a sustentabilidade é vivenciada em ações. “Queremos cultivar o espírito de atenção ao nosso meio ambiente, não somente na criança que está nascendo, mas em toda a família. Que todos se unam para cuidar daquele espécime que será plantado em áreas preservadas, para que possa crescer, ser apreciado e, futuramente, usufruído por todos”, explicou o desembargador Thury.

A aventura brasileira de um peruano de muito valor

Juan Pablo é filho da floresta, da Amazônia peruana e, como ninguém, sabe o que representa essa densa mata na vida de cada habitante do planeta Terra

Já faz uma década que Pablo chegou ao Brasil.

O jovem coletor e cuidador da Reserva do Instituto Soka Amazônia tinha tenros 21 anos quando aqui chegou vindo do Peru, do pequeno distrito de Tapiche Iberia, localizado no departamento de Loreto, na província de Requena.

Juan Pablo Tercero Caiña Arce, como muitos imigrantes latino-americanos, veio ao Brasil em busca de uma vida melhor.

Venda de madeira para chegar ao Brasil

O convite do cunhado Erick Oblitas (esposo de sua irmã), também peruano, para trabalhar como coletor de terra preta foi aceito prontamente, mas havia um grande empecilho a vencer: recursos financeiros para a viagem. “Eu trabalhava com meu pai em uma serraria e ele me cedeu um grande lote de madeira para que eu vendesse e conseguisse o dinheiro para comprar a passagem”, conta Pablo.

Logo que chegou ao Brasil, em 2011, foi recebido por seus familiares que moravam em Manaus. Desde a década de 1980 tanto a capital como algumas outras cidades da Amazônia passaram a ser ponto de referência para os peruanos, que viam na emigração uma oportunidade para reconstrução de suas vidas.

A Amazônia peruana é muito similar à brasileira: compreende 37% do território do Peru e a economia se baseia na agricultura de pequena escala e na extração florestal e de hidrocarbonetos[i]. Essa região concentra cerca de 77% da população menos favorecida do Peru. Foi nesse contexto que o jovem Pablo decidiu emigrar e iniciar suas atividades laborais como coletor de sementes no INPA. Por ser oriundo do mesmo ecossistema, conhecia muito bem as espécies e foi bem tranquila a sua adaptação ao serviço.

A chegada ao Instituto Soka Amazônia

Pouco menos de um mês de iniciado trabalho, recebeu um novo convite. Desta vez veio do prof. dr. Jomber Chota, também oriundo do Peru e pesquisador residente do Instituto Soka há vários anos. O contato adveio por meio da comunidade peruana que o acolheu logo que chegou a Manaus. Jomber já era grande amigo dos tios de Pablo, que haviam emigrado muito tempo antes.

A proposta do pesquisador foi prontamente aceita e o garoto Pablo decidiu se aventurar uma vez mais. A amizade e o carinho do professor foram mais do que suficientes para sua decisão que, ao longo de uma década, se mostrou assertiva.

Além de coletar sementes tanto na Reserva do Instituto, prepara os plantios e cuida com grande dedicação das mudas. É figura primordial para a continuidade dos projetos do Instituto.

O sorriso fácil e o olhar aguçado – embora um tanto tímido – do rapaz ao longo de toda a entrevista demonstraram toda a sua força e tenacidade, componentes estes que fizeram com que conquistasse sua companheira, a brasileira Érica, que conheceu no Instituto, com quem têm uma filha de 4 anos, Yanka. A aparente simplicidade é, na realidade o grande valor de sua qualificada mão de obra, que se comprova pela longevidade de sua permanência no Instituto. Seu maior sonho é aprimorar suas habilidades, retornando à faculdade de Biologia em breve e continuar sua trajetória no Instituto.

Herança genética

O teórico cultural e sociólogo britânico-jamaicano, Stuart Hall, em seu livro Identidade Cultural e Diáspora, defende que os locais das culturas são transitórios. Isso significa que quando um sujeito migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos. Pablo, nesta década de Brasil, reconstruiu seus novos espaços simbólicos, a partir de sua dedicação ao trabalho e no valor deste. “Eu tenho os valores herdados de meu pai que carrego comigo desde criança”, explica. Segundo ele, tais valores são parte de sua herança genética e sente-se feliz por saber que seu trabalho é fundamental para a preservação da Amazônia. Um legado que deixará, não só aos seus, mas à toda a humanidade.

Quando um migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos


[i] Hidrocarbonetos são compostos orgânicos cuja estrutura molecular é formada a partir da união entre átomos de hidrogênio e carbono. A fórmula básica para hidrocarbonetos é a seguinte: C x H y . Esses compostos orgânicos podem ser encontrados em diferentes estados da matéria: líquido, gasoso (gás natural ou por condensação) e eventualmente sólido.

A aventura brasileira de um peruano de muito valor

Juan Pablo é filho da floresta, da Amazônia peruana e, como ninguém, sabe o que representa essa densa mata na vida de cada habitante do planeta Terra

Já faz uma década que Pablo chegou ao Brasil.

O jovem coletor e cuidador da Reserva do Instituto Soka Amazônia tinha tenros 21 anos quando aqui chegou vindo do Peru, do pequeno distrito de Tapiche Iberia, localizado no departamento de Loreto, na província de Requena.

Juan Pablo Tercero Caiña Arce, como muitos imigrantes latino-americanos, veio ao Brasil em busca de uma vida melhor.

Venda de madeira para chegar ao Brasil

O convite do cunhado Erick Oblitas (esposo de sua irmã), também peruano, para trabalhar como coletor de terra preta foi aceito prontamente, mas havia um grande empecilho a vencer: recursos financeiros para a viagem. “Eu trabalhava com meu pai em uma serraria e ele me cedeu um grande lote de madeira para que eu vendesse e conseguisse o dinheiro para comprar a passagem”, conta Pablo.

Logo que chegou ao Brasil, em 2011, foi recebido por seus familiares que moravam em Manaus. Desde a década de 1980 tanto a capital como algumas outras cidades da Amazônia passaram a ser ponto de referência para os peruanos, que viam na emigração uma oportunidade para reconstrução de suas vidas.

A Amazônia peruana é muito similar à brasileira: compreende 37% do território do Peru e a economia se baseia na agricultura de pequena escala e na extração florestal e de hidrocarbonetos[i]. Essa região concentra cerca de 77% da população menos favorecida do Peru. Foi nesse contexto que o jovem Pablo decidiu emigrar e iniciar suas atividades laborais como coletor de terra preta. Por ser oriundo do mesmo ecossistema, conhecia muito bem as espécies e foi bem tranquila a sua adaptação ao serviço.

A chegada ao Instituto Soka Amazônia

Pouco menos de um mês de iniciado trabalho, recebeu um novo convite. Desta vez veio do prof. dr. Jomber Chota, também oriundo do Peru e pesquisador residente do Instituto Soka há vários anos. O contato adveio por meio da comunidade peruana que o acolheu logo que chegou a Manaus. Jomber já era grande amigo dos tios de Pablo, que haviam emigrado muito tempo antes.

A proposta do pesquisador foi prontamente aceita e o garoto Pablo decidiu se aventurar uma vez mais. A amizade e o carinho do professor foram mais do que suficientes para sua decisão que, ao longo de uma década, se mostrou assertiva.

Além de coletar sementes tanto na Reserva do Instituto, prepara os plantios e cuida com grande dedicação das mudas. É figura primordial para a continuidade dos projetos do Instituto.

O sorriso fácil e o olhar aguçado – embora um tanto tímido – do rapaz ao longo de toda a entrevista demonstraram toda a sua força e tenacidade, componentes estes que fizeram com que conquistasse sua companheira, a brasileira Érica, que conheceu no Instituto, com quem têm uma filha de 4 anos, Yanka. A aparente simplicidade é, na realidade o grande valor de sua qualificada mão de obra, que se comprova pela longevidade de sua permanência no Instituto. Seu maior sonho é aprimorar suas habilidades, retornando à faculdade de Biologia em breve e continuar sua trajetória no Instituto.

Herança genética

O teórico cultural e sociólogo britânico-jamaicano, Stuart Hall, em seu livro Identidade Cultural e Diáspora, defende que os locais das culturas são transitórios. Isso significa que quando um sujeito migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos. Pablo, nesta década de Brasil, reconstruiu seus novos espaços simbólicos, a partir de sua dedicação ao trabalho e no valor deste. “Eu tenho os valores herdados de meu pai que carrego comigo desde criança”, explica. Segundo ele, tais valores são parte de sua herança genética e sente-se feliz por saber que seu trabalho é fundamental para a preservação da Amazônia. Um legado que deixará, não só aos seus, mas à toda a humanidade.

Quando um migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos


[i] Hidrocarbonetos são compostos orgânicos cuja estrutura molecular é formada a partir da união entre átomos de hidrogênio e carbono. A fórmula básica para hidrocarbonetos é a seguinte: C x H y . Esses compostos orgânicos podem ser encontrados em diferentes estados da matéria: líquido, gasoso (gás natural ou por condensação) e eventualmente sólido.

Mais de 3.000 alegres e ruidosos “donos” da Academia Ambiental

Mesmo em regime remoto continua a empolgação da moçada

Nesta época de pandemia  em que as regras de isolamento social são mandatórias, uma das mais alegres e estimulantes atividades que se desenvolvem regularmente no Instituto Soka Amazônia -a visita de grupos de estudantes- está sendo feita de forma remota, e por isso menos colorida, sem aquele clima descontraído que é próprio da moçada que vem passar algumas horas conosco para se familiarizar com as coisas do ambientalismo e sentir de perto todo o trabalho que é aqui realizado dia após dia, 365 dias do ano. Mas temos a certeza de que mesmo assim, o envolvimento das crianças com as questões ambientais continuam firmes.

Em sala de aula, em meio ao verde e agora em casa

O programa “Academia Ambiental” existe formalmente desde 2017.

Antes disso as visitas desses grupos aconteciam com menor regularidade.

O saldo positivo é que já chega a mais de 3.00 alunos de escolas públicas da área de Manaus que já visitaram o Instituto, no programa que inclui tanto uma parte em sala de aula, como caminhadas pela Reserva Ecológica Daisaku Ikeda e pelo Sitio Arqueológico descoberto em 2001, quando são abordados de forma dinâmica os mais diferentes aspectos de ecologia, integração do ser humano com a natureza, meio ambiente e do célebre Encontro das Águas, fenômeno que apesar de extremamente familiar para quem vive em Manaus, acaba sempre empolgando os jovens estudantes.

Caminhadas dos grupos de alunos no Instituto Soka Amazônia

 Esse programa vem sendo cumprido de outra forma desde outubro de 2020 com a produção de materiais especiais -vídeos, em especial- que são remetidos às escolas para que os professores os utilizem dentro das aulas remotas, que passaram a ser rotina.

Apesar de toda a familiaridade com o Encontro das Águas de quem vive em Manaus, o fenômenos continua empolgando os jovens que participam do projeto Academia Ambiental

Um exemplo de que esse formato é um sucesso, apesar de ter seu dinamismo comprometido, é o da Escola Municipal Francisco Nunes. 40 alunos do 9º ano participaram e produziram vários trabalhos a partir da utilização do material remetido. Nesse caso específico foi importante a parceria com o organismo Ocas do Conhecimento Ambiental da Secretaria Municipal de Educação (Semed-Manaus).

Novidades em 2021

Para 2021 -e todos esperam que a pandemia tenha chegado ao fim- há várias inovações que estão sendo programadas pelo Instituto Soka Amazônia e com isso voltará a reinar, aqui, a descontração que é típica de encontros de jovens em programas como o da Academia Ambiental. 

Mais de 3.000 alegres e ruidosos “donos” da Academia Ambiental

Mesmo em regime remoto continua a empolgação da moçada

Nesta época de pandemia  em que as regras de isolamento social são mandatórias, uma das mais alegres e estimulantes atividades que se desenvolvem regularmente no Instituto Soka Amazônia -a visita de grupos de estudantes- está sendo feita de forma remota, e por isso menos colorida, sem aquele clima descontraído que é próprio da moçada que vem passar algumas horas conosco para se familiarizar com as coisas do ambientalismo e sentir de perto todo o trabalho que é aqui realizado dia após dia, 365 dias do ano. Mas temos a certeza de que mesmo assim, o envolvimento das crianças com as questões ambientais continuam firmes.

Em sala de aula, em meio ao verde e agora em casa

O programa “Academia Ambiental” existe formalmente desde 2017.

Antes disso as visitas desses grupos aconteciam com menor regularidade.

O saldo positivo é que já chega a mais de 3.00 alunos de escolas públicas da área de Manaus que já visitaram o Instituto, no programa que inclui tanto uma parte em sala de aula, como caminhadas pela Reserva Ecológica Daisaku Ikeda e pelo Sitio Arqueológico descoberto em 2001, quando são abordados de forma dinâmica os mais diferentes aspectos de ecologia, integração do ser humano com a natureza, meio ambiente e do célebre Encontro das Águas, fenômeno que apesar de extremamente familiar para quem vive em Manaus, acaba sempre empolgando os jovens estudantes.

Caminhadas dos grupos de alunos no Instituto Soka Amazônia

 Esse programa vem sendo cumprido de outra forma desde outubro de 2020 com a produção de materiais especiais -vídeos, em especial- que são remetidos às escolas para que os professores os utilizem dentro das aulas remotas, que passaram a ser rotina.

Apesar de toda a familiaridade com o Encontro das Águas de quem vive em Manaus, o fenômenos continua empolgando os jovens que participam do projeto Academia Ambiental

Um exemplo de que esse formato é um sucesso, apesar de ter seu dinamismo comprometido, é o da Escola Municipal Francisco Nunes. 40 alunos do 9º ano participaram e produziram vários trabalhos a partir da utilização do material remetido. Nesse caso específico foi importante a parceria com o organismo Ocas do Conhecimento Ambiental da Secretaria Municipal de Educação (Semed-Manaus).

Novidades em 2021

Para 2021 -e todos esperam que a pandemia tenha chegado ao fim- há várias inovações que estão sendo programadas pelo Instituto Soka Amazônia e com isso voltará a reinar, aqui, a descontração que é típica de encontros de jovens em programas como o da Academia Ambiental. 

Mogno brasileiro: uma preciosidade à beira da extinção

Mogno Brasileiro

É a espécie madeireira mais valiosa do país e, seguindo os passos do pau-brasil, a mais ameaçada pelo seu alto valor comercial

No dia 18 de novembro, data em que se celebra o aniversário de fundação da Soka Gakkai – organização que deu origem à SGI – o Instituto Soka Amazônia homenageou o dia com o plantio de uma árvore de mogno brasileiro, simbolizando com isso seu total engajamento com o ideal da entidade: paz, cultura e educação.

Elevando-se a cerca de 70 metros de altura e com 3,5 metros de diâmetro, o mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma das árvores nativas da Amazônia mais ameaçadas de extinção devido ao seu alto valor comercial. O metro cúbico da madeira pode custar perto de R$ 5 mil no exterior e um quilo de sementes varia de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil no Brasil.

Segundo manual de cultivo e manejo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – plantando apenas 625 árvores em um hectare é possível obter (com o plantio e manejo corretos), em apenas 10 anos, um lucro de R$ 5 milhões, uma verdadeira aposentadoria verde.

A árvore é mais comum no sul do Pará, mas também pode ser encontrada no Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Outros países como México e Peru também registram a ocorrência da espécie. O mogno é encontrado em floresta clímax, de terra firme, argilosa. De crescimento rápido, pode atingir quatro metros em 2 anos de idade, com o tronco chegando a 50~80 cm de diâmetro.

A época da florescência ocorre nos meses de novembro a janeiro e seus frutos amadurecem de setembro a meados de novembro. Serve ainda como ornamentação de parques, praças e jardins, mas possui uma grande importância na recuperação de áreas degradadas devido ao crescimento rápido. De boa tolerância à luz, apresenta um bom desenvolvimento em áreas de clareiras.

A cor atrativa, sua grande durabilidade, estabilidade dimensional e fácil manuseio fazem dela uma das madeiras mais apreciadas da indústria moveleira, artigos de decoração como painéis, adornos, laminados e até embarcações leves. É muito utilizada também na construção civil e na confecção de instrumentos musicais, principalmente em guitarras e violões, pelo timbre característico e ressonância sonora, que tende ao médio-grave. Depois de polida, a madeira apresenta um aspecto castanho-avermelhado brilhante, que chama atenção pela beleza.

Além da extração ilegal, outro fator de ameaça é a lagarta Hypsypyla grandella, conhecida como broca-do-mogno. Ela ataca a árvore, impedindo seu desenvolvimento, especialmente em áreas de reflorestamento, onde a densidade é muito maior que na floresta. É recomendado o plantio de outras espécies ao redor dela para amenizar os efeitos negativos dessa lagarta.

Quase extinto

A principal ameaça à sua sobrevivência, entretanto é, de longe, a extração ilegal, fator que promove enorme devastação. A espécie já desapareceu de grandes áreas da floresta e resiste apenas em regiões de difícil acesso e em áreas protegidas. Porém, mesmo nessas, os madeireiros não se intimidam e abrem estradas na mata em busca das valiosas árvores de mogno e promovem derrubada ilegal e o arraste da madeira, que acaba levando à destruição de até 30 árvores próximas, o que agrava ainda mais o desmatamento.

A exploração, o transporte e a comercialização do mogno brasileiro estão suspensos no Brasil desde outubro de 2001, por meio de Instrução Normativa, editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

E é por todas essas razões que o Instituto Soka Amazônia homenageia a entidade de origem de todas as afiliadas da SGI – Soka Gakkai Internacional com o plantio dessa preciosidade da flora amazonense: sua majestade, o mogno brasileiro.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/julho_mogno/

https://www.sementescaicara.com/ImagensDiversas/file/mognomaisinfo.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1007849/1/Doc114A5.pdf

Mogno brasileiro: uma preciosidade à beira da extinção

Mogno Brasileiro

É a espécie madeireira mais valiosa do país e, seguindo os passos do pau-brasil, a mais ameaçada pelo seu alto valor comercial

No dia 18 de novembro, data em que se celebra o aniversário de fundação da Soka Gakkai – organização que deu origem à SGI – o Instituto Soka Amazônia homenageou o dia com o plantio de uma árvore de mogno brasileiro, simbolizando com isso seu total engajamento com o ideal da entidade: paz, cultura e educação.

Elevando-se a cerca de 70 metros de altura e com 3,5 metros de diâmetro, o mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma das árvores nativas da Amazônia mais ameaçadas de extinção devido ao seu alto valor comercial. O metro cúbico da madeira pode custar perto de R$ 5 mil no exterior e um quilo de sementes varia de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil no Brasil.

Segundo manual de cultivo e manejo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – plantando apenas 625 árvores em um hectare é possível obter (com o plantio e manejo corretos), em apenas 10 anos, um lucro de R$ 5 milhões, uma verdadeira aposentadoria verde.

A árvore é mais comum no sul do Pará, mas também pode ser encontrada no Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Outros países como México e Peru também registram a ocorrência da espécie. O mogno é encontrado em floresta clímax, de terra firme, argilosa. De crescimento rápido, pode atingir quatro metros em 2 anos de idade, com o tronco chegando a 50~80 cm de diâmetro.

A época da florescência ocorre nos meses de novembro a janeiro e seus frutos amadurecem de setembro a meados de novembro. Serve ainda como ornamentação de parques, praças e jardins, mas possui uma grande importância na recuperação de áreas degradadas devido ao crescimento rápido. De boa tolerância à luz, apresenta um bom desenvolvimento em áreas de clareiras.

A cor atrativa, sua grande durabilidade, estabilidade dimensional e fácil manuseio fazem dela uma das madeiras mais apreciadas da indústria moveleira, artigos de decoração como painéis, adornos, laminados e até embarcações leves. É muito utilizada também na construção civil e na confecção de instrumentos musicais, principalmente em guitarras e violões, pelo timbre característico e ressonância sonora, que tende ao médio-grave. Depois de polida, a madeira apresenta um aspecto castanho-avermelhado brilhante, que chama atenção pela beleza.

Além da extração ilegal, outro fator de ameaça é a lagarta Hypsypyla grandella, conhecida como broca-do-mogno. Ela ataca a árvore, impedindo seu desenvolvimento, especialmente em áreas de reflorestamento, onde a densidade é muito maior que na floresta. É recomendado o plantio de outras espécies ao redor dela para amenizar os efeitos negativos dessa lagarta.

Quase extinto

A principal ameaça à sua sobrevivência, entretanto é, de longe, a extração ilegal, fator que promove enorme devastação. A espécie já desapareceu de grandes áreas da floresta e resiste apenas em regiões de difícil acesso e em áreas protegidas. Porém, mesmo nessas, os madeireiros não se intimidam e abrem estradas na mata em busca das valiosas árvores de mogno e promovem derrubada ilegal e o arraste da madeira, que acaba levando à destruição de até 30 árvores próximas, o que agrava ainda mais o desmatamento.

A exploração, o transporte e a comercialização do mogno brasileiro estão suspensos no Brasil desde outubro de 2001, por meio de Instrução Normativa, editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

E é por todas essas razões que o Instituto Soka Amazônia homenageia a entidade de origem de todas as afiliadas da SGI – Soka Gakkai Internacional com o plantio dessa preciosidade da flora amazonense: sua majestade, o mogno brasileiro.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/julho_mogno/

https://www.sementescaicara.com/ImagensDiversas/file/mognomaisinfo.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1007849/1/Doc114A5.pdf

Sumaúma: A gigante da Amazônia

Sagrada para os povos tradicionais da floresta, pode viver mais de 120 anos e ainda proporciona benefícios medicinais únicos

Sua grandiosidade impressiona. Pode chegar a 70 metros o que equivale a um edifício de 24 andares! Sua copa se projeta acima de todas as demais servindo de abrigo e proteção para inúmeros pássaros e insetos. A Samaúma ou Sumaúma (Ceiba pentranda) é uma das árvores mais extraordinárias da Amazônia por seu gigantismo. Sagrada para povos da antiguidade do continente, como os maias, seu nome remete à fibra que pode ser obtida a partir de seus frutos. O Instituto Soka Amazônia tem duas sumaúmas de grande destaque para as aulas práticas de educação ambiental: uma de 25 anos com 30 metros de altura e outra chamada carinhosamente de sumaúma-bebê de 3 anos, com altura de 3 metros.

Quanto à sua sacralidade, de acordo com a sabedoria da floresta, na base da sumaúma há um portal – invisível aos olhos humanos não-iniciados – que conecta esta realidade com o universo espiritual. Seres mitológicos das matas entram e saem por esse portal (leia a lenda da sumaúma ao final deste texto).

A árvore pertence à família das bombacáceas, encontrada em florestas pluviais da América Central, da África ocidental, do sudeste asiático e da América do Sul. No Brasil, ela ocorre na Amazônia, onde há também uma ilha denominada Sumaúma, no rio Tapajós. Nas várzeas ela cresce muito rápido, mas tem porte menor em terra firme. As raízes tubulares são chamadas de sapopemas (palavra do tupi que significa raiz chata). De madeira clara, leve e macia quando jovem, e acastanhada ou cinza na maturidade. Os frutos são capsulas amareladas de 5 a7 centímetros de diâmetro, por 8 a 16 cm de comprimento e cada uma pode conter de 120 a 175 sementes, envoltas em uma paina leve, branca e sedosa. Devido a essa paina, usadas como alternativa para o algodão e são comumente usadas para encher almofadas, isolamentos e até colchões, é conhecida também por algodoeiro.

Frutos da Sumaúma

Outrora era o telefone da floresta. Golpeadas suas enormes sapopemas ecoam por longas distâncias ao ser golpeadas, por isso era um meio de comunicação entre os povos da floresta, com códigos elaborados como o morse.

Das sementes também pode se extrair o óleo que, além do uso alimentar, é usado também na produção de sabões, lubrificantes e em iluminação, e é ainda bastante eficiente no combate à ferrugem. Rica em proteínas, óleo e carboidratos, a torta das sementes serve de ração para animais e como adubo.

Há ainda o uso medicinal. Da seiva da sumaúma é produzido medicamento para o tratamento da conjuntivite. A casca tem propriedades diuréticas e é ingerido na forma de chá, indicado para o tratamento de hidropisia do abdômen[i] e malária. Certas substâncias químicas extraídas da casca das raízes combatem algumas bactérias e fungos. Em margens de riachos secos, as raízes descobertas da sumaúma fornecem água potável no verão. As sapopemas obtém água das profundezas do solo amazônico e abastece não somente a si, mas a todo um conjunto de outras espécies ao seu redor. Essa característica única a torna a “mãe” da floresta, já que o precioso líquido é vital para a sobrevivência de todo ser vivo. Em períodos específicos, quando as sapopemas atingem um determinado nível de umidade, a árvore solta esse excesso e irriga todo o seu entorno.

Lenda da sumaúma

Conta a lenda que em tempos muito antigos o marido de uma curandeira foi picado por uma cobra venenosa, e ela nada pôde fazer para salvá-lo. Passado o luto, a moça se dedicou a pesquisar a cura para a picada de cobras. Ela descobriu que o tubérculo da planta jérgon sacha (Dracontium lorettense) não só curava as picadas, mas também dava à pessoa imunidade contra o veneno de outras picadas.
Infelizmente, um dia o filho da curandeira foi picado, e o remédio não funcionou. Desesperada, ela tomou uma medida radical: usando rapé, suplicou ao espírito da planta que deixasse seu filho viver. Em troca, a curandeira concordou em tornar-se espírito e viver para sempre na base da Samaúma.
Por isso é que hoje tem “Mãe Samaúma”, esse espírito que ocupa um lugar de honra no reino da floresta. É ela quem, com sua poderosa energia, olha e protege as plantas e os animais das matas e da natureza.

Este texto é um excerto editado de “Um Conto Amazônico”, de Arnaldo Quispe, publicado em 2013 no Blog Terras Náuas, do jornalista acreano

 

Fontes:

http://w2.files.scire.net.br/atrio/inpa-atu_upl//THESIS/171/alexandra_maria_ferreira_silveira_dissertaoatu_20200513104235679.pdf

https://www.xapuri.info/news/a-lenda-mae-samauma/#:~:text=Diz%20a%20sabedoria%20da%20floresta,humano%20com%20o%20universo%20espiritual.

[i] Hidropisia é a acumulação anormal de fluido nas cavidades naturais do corpo ou no tecido celular. O termo pode ser usado como sinônimo de edema. Historicamente, hidropisia, como doença, designava a causa principal dos edemas generalizados, a saber, a insuficiência cardíaca congestiva. Diz-se “hidrópico” o indivíduo que sofre da doença

Sumaúma: A gigante da Amazônia

Sagrada para os povos tradicionais da floresta, pode viver mais de 120 anos e ainda proporciona benefícios medicinais únicos

Sua grandiosidade impressiona. Pode chegar a 70 metros o que equivale a um edifício de 24 andares! Sua copa se projeta acima de todas as demais servindo de abrigo e proteção para inúmeros pássaros e insetos. A Samaúma ou Sumaúma (Ceiba pentranda) é uma das árvores mais extraordinárias da Amazônia por seu gigantismo. Sagrada para povos da antiguidade do continente, como os maias, seu nome remete à fibra que pode ser obtida a partir de seus frutos. O Instituto Soka Amazônia tem duas sumaúmas de grande destaque para as aulas práticas de educação ambiental: uma de 25 anos com 30 metros de altura e outra chamada carinhosamente de sumaúma-bebê de 3 anos, com altura de 3 metros.

Quanto à sua sacralidade, de acordo com a sabedoria da floresta, na base da sumaúma há um portal – invisível aos olhos humanos não-iniciados – que conecta esta realidade com o universo espiritual. Seres mitológicos das matas entram e saem por esse portal (leia a lenda da sumaúma ao final deste texto).

A árvore pertence à família das bombacáceas, encontrada em florestas pluviais da América Central, da África ocidental, do sudeste asiático e da América do Sul. No Brasil, ela ocorre na Amazônia, onde há também uma ilha denominada Sumaúma, no rio Tapajós. Nas várzeas ela cresce muito rápido, mas tem porte menor em terra firme. As raízes tubulares são chamadas de sapopemas (palavra do tupi que significa raiz chata). De madeira clara, leve e macia quando jovem, e acastanhada ou cinza na maturidade. Os frutos são capsulas amareladas de 5 a7 centímetros de diâmetro, por 8 a 16 cm de comprimento e cada uma pode conter de 120 a 175 sementes, envoltas em uma paina leve, branca e sedosa. Devido a essa paina, usadas como alternativa para o algodão e são comumente usadas para encher almofadas, isolamentos e até colchões, é conhecida também por algodoeiro.

Frutos da Sumaúma

Outrora era o telefone da floresta. Golpeadas suas enormes sapopemas ecoam por longas distâncias ao ser golpeadas, por isso era um meio de comunicação entre os povos da floresta, com códigos elaborados como o morse.

Das sementes também pode se extrair o óleo que, além do uso alimentar, é usado também na produção de sabões, lubrificantes e em iluminação, e é ainda bastante eficiente no combate à ferrugem. Rica em proteínas, óleo e carboidratos, a torta das sementes serve de ração para animais e como adubo.

Há ainda o uso medicinal. Da seiva da sumaúma é produzido medicamento para o tratamento da conjuntivite. A casca tem propriedades diuréticas e é ingerido na forma de chá, indicado para o tratamento de hidropisia do abdômen[i] e malária. Certas substâncias químicas extraídas da casca das raízes combatem algumas bactérias e fungos. Em margens de riachos secos, as raízes descobertas da sumaúma fornecem água potável no verão. As sapopemas obtém água das profundezas do solo amazônico e abastece não somente a si, mas a todo um conjunto de outras espécies ao seu redor. Essa característica única a torna a “mãe” da floresta, já que o precioso líquido é vital para a sobrevivência de todo ser vivo. Em períodos específicos, quando as sapopemas atingem um determinado nível de umidade, a árvore solta esse excesso e irriga todo o seu entorno.

Lenda da sumaúma

Conta a lenda que em tempos muito antigos o marido de uma curandeira foi picado por uma cobra venenosa, e ela nada pôde fazer para salvá-lo. Passado o luto, a moça se dedicou a pesquisar a cura para a picada de cobras. Ela descobriu que o tubérculo da planta jérgon sacha (Dracontium lorettense) não só curava as picadas, mas também dava à pessoa imunidade contra o veneno de outras picadas.
Infelizmente, um dia o filho da curandeira foi picado, e o remédio não funcionou. Desesperada, ela tomou uma medida radical: usando rapé, suplicou ao espírito da planta que deixasse seu filho viver. Em troca, a curandeira concordou em tornar-se espírito e viver para sempre na base da Samaúma.
Por isso é que hoje tem “Mãe Samaúma”, esse espírito que ocupa um lugar de honra no reino da floresta. É ela quem, com sua poderosa energia, olha e protege as plantas e os animais das matas e da natureza.

Este texto é um excerto editado de “Um Conto Amazônico”, de Arnaldo Quispe, publicado em 2013 no Blog Terras Náuas, do jornalista acreano

 

Fontes:

http://w2.files.scire.net.br/atrio/inpa-atu_upl//THESIS/171/alexandra_maria_ferreira_silveira_dissertaoatu_20200513104235679.pdf

https://www.xapuri.info/news/a-lenda-mae-samauma/#:~:text=Diz%20a%20sabedoria%20da%20floresta,humano%20com%20o%20universo%20espiritual.

[i] Hidropisia é a acumulação anormal de fluido nas cavidades naturais do corpo ou no tecido celular. O termo pode ser usado como sinônimo de edema. Historicamente, hidropisia, como doença, designava a causa principal dos edemas generalizados, a saber, a insuficiência cardíaca congestiva. Diz-se “hidrópico” o indivíduo que sofre da doença

Esperança para o FUTURO

Instituto Soka Amazônia participa de evento ecumênico e ambiental internacional

Futuro. Palavra que vem recebendo novos significados a cada dia. Esperança. Desejo, anseio, necessidade que permeia todas as mentes nesse momento que a humanidade convive com tantas incertezas. Foi nesse contexto que aconteceu o seminário Hope for the Future (Esperança para o Futuro), promovido pela Interfaith Liaison Committee, com sede em Genebra, na Suiça e com o apoio de diversos grupos religiosos internacionais. O tema do seminário foi a interrelação da fé e a questão climática. O Instituto Soka Amazônia, participou de um dos painéis, representado pela estudante de Ciências Naturais, Tais Tokusato.

O evento é um dos muitos que se seguirão antes da realização da COP26 (26ª Conferência das Partes sobre Mudança Climática da ONU) em novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia. Hope for the Future buscou compartilhar e refletir sobre histórias de esperança e ação das comunidades religiosas do mundo.

Pelo Instituto Soka, Tais relatou um pouco de sua história de vida, relacionada ao tema do evento. Ela contou como construiu sua vida a partir da vivência, desde a infância, embasada na filosofia humanística do budismo de Nichiren Daishonin, base de todas as ações da Associação Brasil SGI à qual Tais sempre foi associada.

“No budismo, todas as pessoas são dignas de respeito devido ao potencial ilimitado em suas vidas e elas merecem um ambiente igualmente digno. Os indivíduos e a natureza são inseparáveis e influenciam-se mutuamente, portanto, qualquer ação individual tem um resultado em seu ambiente”, exemplificou.

Desde 2016 no Instituto Soka Amazônia, Tais encontrou o local onde pode compartilhar a esperança real, por meio dos projetos de educação ambiental. “Eu vi esperança e sonhos surgindo do coração das crianças!”, exclamou.

Um de principais projetos educacionais tem como participantes alunos de escolas públicas de Manaus. Moradores da periferia que enfrentam a pobreza e a violência todos os dias. A maioria deles nunca visitou a floresta e tem medo dela. Neste projeto, são abordados diversos temas ecológicos ao longo de um dia de vivência direta na floresta na reserva natural do Instituto. “Assim como sementes, cada uma dessas crianças tem um potencial maravilhoso para desenvolver um futuro incrível e contribuir para um mundo melhor”.

Tais discorreu também sobre os demais projetos do Instituto e de como as ações deste vem se destacando em meio à sociedade manauara. “Acredito que as comunidades baseadas na fé convertem a esperança e tantos outros princípios importantes para a justiça climática em ações concretas que impactam a vida diária das pessoas comuns. É exatamente unindo pessoas comuns com valores compartilhados, como respeito, empatia e solidariedade, que um futuro digno e justo será construído”, ressaltou.

O Instituto Soka da Amazônia, localizado em frente ao dramático ponto de encontro dos rios Negro e Solimões, é um dos pontos turísticos mais visitados de Manaus. Quem visita a hoje a reserva natural, não pode imaginar que há poucas décadas era um terreno contendo as ruínas de uma antiga olaria cercada por uma área completamente devastada. Em 28 anos apenas, com o plantio de vinte mil espécies nativas de toda a região amazônica é hoje uma floresta florescente e biodiversa.

Há poucas semanas a filha do dono da antiga olaria que fabricava tijolos, visitou a reserva. “Ela nos disse que seu pai apreciava muito aquela área e por isso não tinha a intenção de vendê-la. Mas quando soube da proposta de criar uma reserva natural ali, acabou fechando o negócio”. Segundo Tais, na ocasião, ele afirmou aos filhos: “Vamos vender nossa fábrica para um projeto que visa respeitar a vida e proteger o meio ambiente”. Quando esta senhora visitou o Instituto, disse emocionada: “vocês estão realizando o que meu pai imaginava há décadas”.

Outro depoimento foi de uma educadora da rede pública, participante do projeto de educação ambiental. “Como professora, aprendi como é importante aumentar nossa consciência ecológica. Iniciamos uma nova etapa de nossas vidas aqui, a etapa de consciência ambiental, e estamos fazendo um trabalho duro para a nossa nação”.

Demais participantes do seminário Hope for de Future: