Isso é muito ou é pouco? Não é a quantidade que importa. Estamos falando da forma de plantar e da diversidade de espécies para preservar a riqueza da floresta
O ato de plantar é mais do que abrir um buraco no solo e depositar ali uma muda ou semente. Aliás, no Instituto Soka Amazônia respeitamos tanto o plantio de árvores, que usamos outra palavra em lugar de “buracos”. Chamamos de berços.
É um ato simples, mas que representa profundo respeito para com a própria humanidade, proporcionando-lhe fé e esperança no futuro.
Como em tudo que se decide produzir, para plantar o que quer que seja é preciso, antes, preparar o solo, fertilizá-lo, torná-lo um terreno propício para que a vida se estabeleça.
Em abril deste 2022 foram plantadas 627 novas árvores nativas, em verdade, 627 promissoras vidas. Como já registramos em outro artigo publicado neste blog em 15 de dezembro de 2021, cada vez mais se defende a ideia de que os vegetais são seres sencientes[1], ou seja, capazes de sentir e reagir a muitas variáveis do ambiente como luz, água, gravidade, temperatura, estrutura do solo, nutrientes, toxinas, micróbios, herbívoros, sinais químicos de outras plantas. Seres que se desenvolverão e, ao longo dos anos vão promover mais vida, por meio das sementes de chuva, ou os compostos orgânicos voláteis[2] que atuam na formação das chuvas.
Esses plantios integraram dois diferentes projetos, Memorial da Vida e Manaus Te Quero Verde, e foram realizados nos seguintes locais: Centro Integrado Municipal de Educação (CIME) Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro; e Águas de Manaus ETA-Leste.
Entre as espécies, destacam-se: Açaí-de-touceira, Acerola; Andiroba-cascuda, Cedro-branco, Cedro-vermelho, Chuva-de-ouro da Amazônia, Cumarú, Mogno num total de 20 espécies diferentes.
Cada qual crescerá e se tornará um ecossistema[3] micro dentro de um macro sistema gigantesco, perpetuando o ciclo natural dessa que é a maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.
A Amazônia como ela é: Parece coisa de novela das 8, filme de cinema, ou mesmo livro de autoajuda, mas é fato real, que aconteceu no Amazonas em maio de 2004.
Duas fraturas na coluna em um acidente na Usina Termelétrica, localizada no Estado do Amazonas, em Manaus e a vida de Raimundo Lima da Luz, que ali trabalhava em serviços de manutenção de rotina, mudou para sempre.
Hoje ele tem placa de titânio na coluna cervical, mas plena consciência de que a mudança acabou sendo positiva, apesar de uma trabalheira danada e muitos momentos de grande apreensão por que passou.
Na ponta de cá, a realidade é a história da Extratora de Óleos Vegetais Canto da Luz Eireli, uma empresa que dá a ele muito o que contar e põe em destaque um projeto com aspectos que representam muito, tanto para a economia do Amazonas, mas especialmente para a qualidade de vida de populações ribeirinhas.
Procura sem resultados por óleos de qualidade
Na raiz da Canto da Luz, uma necessidade pessoal de Raimundo quando se recuperava do acidente, e tinha necessidade de produtos à base de óleo de andiroba e copaíba, comprados então na área urbana de Manaus.
Ele percebia que eram produtos flagrantemente batizados (ou para usar a palavra certa, adulterados) com a adição de outros óleos, especialmente de soja ou babaçu.
Na busca por óleos mais puros, Raimundo resolveu ir direto às áreas de produção, em povoados no interior do Estado.
Pura decepção, pois percebeu que ali também acontecia o batismo, recurso dos produtores para ganhar um pouco mais.
Os milagres da andiroba e da copaíbaÉ um sem fim de enfermidades para as quais os produtos de andiroba e copaíba são indicados: ACNE, pele ressecada, queda de cabelos, eliminação de estrias e celulite, psoríase, (doenças autoimunes), problemas vasculares, esfoliação natural, hidratação e clareamento de pele, renovação celular cutânea, desintoxicante da pele e bactericida, artrite, reumatismo, relaxante muscular, tendinite, repelente contra insetos, carrapaticida. fungicida, bactericida, antimicótico e imunoestimulante
Foi essa constatação que o levou a iniciar a busca de um sistema próprio de extração do óleo.
Desenvolvimento da máquina patenteada
Analisa daqui, estuda dali, discute com uma pessoa, discute com outra, seu caminho acabou cruzando com a dra. Isolde Ferraz, do INPA, (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), e sua participação no projeto foi de extrema valia.
Foram anos inteiros de estudos, testes, para chegar à realidade atual em que são produzidos óleos inigualáveis, de extrema pureza através de uma metodologia totalmente nova.
Para tornar curta uma história bem mais comprida:
A Extratora Canto da Luz requereu junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) a patente de sua máquina de extração de óleo.
Seu processo e sua metodologia de produção são únicos e proporcionam não só altos índices de pureza dos óleos de andiroba e copaíba como um aproveitamento superior das sementes processadas.
Operando ainda na incubadora da Universidade Federal do Amazonas, a Canto da Luz está em vias de se tornar 100% independente, em novas instalações fora da Universidade, ao mesmo tempo em que mantém entendimentos com investidores para viabilizar economicamente o projeto.
Mantém, e vai estimular cada vez mais as parcerias com ribeirinhos que foram encorajados a reflorestar áreas degradadas da Amazônia. Em termos práticos, isso representará para essas populações não só um novo rendimento, como ampliará o valor pago por saco de sementes.
Está nos planos a potencialização da extração das sementes em toda a região, capacitando as populações e fortalecendo as comunidades extrativistas. É uma soma em que 2+2= 5, talvez 6.
A produção, hoje, é de produtos fitoterápicos para o mercado de saúde e não cosméticos, mas o propósito é manter ativas as duas linhas – fitoterápicos e cosméticos à base de andiroba (principalmente) e copaíba.
O projeto de expansão prevê a curto prazo um crescimento de 125 para 500 unidades por dia.
Por causa da pandemia a produção esteve muito restrita e foi suficiente para atender clientes há mais tempo, tanto no estado do Amazonas como em cidades como Brasília, Campinas e Ribeirão Preto.
Num horizonte mais amplo, pode ser prevista a exportação de óleos para outros países e nesse sentido já há entendimentos com empresas de Portugal, Espanha, Itália e Alemanha.
O óleo de andiroba que afirmavam estar sendo extraído a frio, não era a frio, pois no processo as amêndoas eram torradas após secagem de 150°C a 300°F e depois levadas a uma prensa para extração do óleo
Os fitoterápicos Canto da Luz.
Em seu site, a Canto da Luz explica que a sua linha de produtos é de fitoterápicos, ou seja, produtos alcançados de plantas medicinais, onde são utilizados exclusivamente derivados de droga vegetal tais como: suco, cera, exsudato, óleo, extrato, tintura, entre outros. A linha inclui cápsulas de andiroba e de copaíba, além de cremes massageadores e sabonetes
O fotógrafo da natureza, Valter Calheiros de Souza vem registrando as belezas e os desafios da Amazônia desde a década de 1980
Não há dúvida de que há quem veja e não enxergue e há quem olhe e perceba muito mais do que está diante de si. Este é o olhar do fotógrafo, um ser sensível que, munido de sua câmera, consegue captar muito mais do que a simples paisagem à sua frente. Valter, desde que se mudou de Parintins-PA, para Manaus-AM, encontrou na arte fotográfica seu modo de exprimir o mundo que enxerga, tanto como meio de registrar sua riqueza como para denunciar as mazelas. É ainda um dos grandes amigos e colaboradores do Instituto Soka Amazônia.
O que significa ter “um bom olho”
O olhar fotográfico é aquele que além de ver, sente o que se passa naquele local. Dessa forma, ter ‘um bom olho” para a fotografia passa necessariamente pelo sentimento, pelo universo interno de cada um. Por meio do ato de fotografar proporciona-se a comunicação, daí a conhecida sentença ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’, frase atribuída ao filósofo chinês Confúcio. O jovem Valter, no alto de seus 17 anos, assim que chegou a Manaus percebeu que poderia ‘comunicar muito’, por meio de suas imagens.
Por meio do ato de fotografar proporciona-se a comunicação, daí a conhecida sentença ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’
frase atribuída ao filósofo chinês Confúcio
Mostrar uma maravilha ao mundo
Oriundo de uma prole numerosa, ele é o terceiro de 9 irmãos, chegou a um distrito na periferia de Manaus que fica em frente ao Encontro das Águas. “Naquele momento senti que tinha o dever de registrar aquela maravilha e mostra-la ao mundo! ” Para quem ainda não teve o privilégio de ir a esse local encantado, onde as águas dos rios Negro e Solimões percorrem quilômetros lado-a-lado, como se algo mágico os unisse e os impelisse a caminhar irmanados de forma a produzir tal singularidade, não tem ideia da grandiosidade desse fenômeno.
Para o adolescente Valter, esse momento marcou profundamente sua vida. Uniu-se a outros com o objetivo de salvaguardar aquele local sagrado e vem se empenhando para garantir a sua preservação.
Educador ambiental
Valter é o responsável pela área educacional do Museu da Amazônia – MUSA. Segundo consta do site, “O mote ‘viver juntos’, mais que um imperativo de entendimento entre humanos e não humanos que aqui vivem, é, para o Musa, símbolo de um projeto de educação e solidariedade empenhado em promover o convívio dos cidadãos na diversidade cultural, biológica, social e política da grande bacia amazônica”. Trata-se de um ‘museu vivo’, ou seja, os visitantes têm um acervo a céu aberto, onde podem ver as intrincadas ligações entre os seres que compõem o espaço totalmente vivo e interativo.
Valter coordena as visitações, em especial das escolas das redes públicas municipal e estadual. “Há basicamente dois tipos de visitas: a matutina e a noturna”, explica Valter. A matutina acontece muito cedo, quando as criaturas do dia iniciam sua jornada. A noturna, ainda mais fascinante, visa assistir aos seres noturnos em suas ações cotidianas.
“A Amazônia tem 2 momentos no ano: a cheia e a vazante. Durante a cheia é praticamente impossível realizar determinadas atividades, mas pode-se fazer outras, como percorrer os igarapés de barco. Na vazante, quando as águas baixam e a vida terrestre reinicia”, torna a explicar. Em cada fase o museu se reinventa e produz vivências inesquecíveis aos seus visitantes.”
Os 100 hectares do MUSA
Criado em janeiro de 2009, o Musa ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, em Manaus. Uma área de floresta de terra firme, nativa, que há mais de 60 anos vem sendo estudada com paixão.
Podem ser encontrados no MUSA: exposições, viveiro de orquídeas e bromélias, lago, aquários e laboratórios experimentais de serpentes, de insetos e de borboletas. Uma torre de 42 metros permite fruir uma magnífica vista do dossel das árvores da floresta, inesquecível quando vista às seis da manhã.
Trilhas na floresta proporcionam ao visitante passeios agradáveis e descobertas surpreendentes. No Musa são desenvolvidas pesquisas em divulgação e popularização da ciência e da educação científica e cultural.
O fotógrafo da natureza, Valter Calheiros de Souza vem registrando as belezas e os desafios da Amazônia desde a década de 1980
Não há dúvida de que há quem veja e não enxergue e há quem olhe e perceba muito mais do que está diante de si. Este é o olhar do fotógrafo, um ser sensível que, munido de sua câmera, consegue captar muito mais do que a simples paisagem à sua frente. Valter, desde que se mudou de Parintins-PA, para Manaus-AM, encontrou na arte fotográfica seu modo de exprimir o mundo que enxerga, tanto como meio de registrar sua riqueza como para denunciar as mazelas. É ainda um dos grandes amigos e colaboradores do Instituto Soka Amazônia.
O que significa ter “um bom olho”
O olhar fotográfico é aquele que além de ver, sente o que se passa naquele local. Dessa forma, ter ‘um bom olho” para a fotografia passa necessariamente pelo sentimento, pelo universo interno de cada um. Por meio do ato de fotografar proporciona-se a comunicação, daí a conhecida sentença ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’, frase atribuída ao filósofo chinês Confúcio. O jovem Valter, no alto de seus 17 anos, assim que chegou a Manaus percebeu que poderia ‘comunicar muito’, por meio de suas imagens.
Por meio do ato de fotografar proporciona-se a comunicação, daí a conhecida sentença ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’
frase atribuída ao filósofo chinês Confúcio
Mostrar uma maravilha ao mundo
Oriundo de uma prole numerosa, ele é o terceiro de 9 irmãos, chegou a um distrito na periferia de Manaus que fica em frente ao Encontro das Águas. “Naquele momento senti que tinha o dever de registrar aquela maravilha e mostra-la ao mundo! ” Para quem ainda não teve o privilégio de ir a esse local encantado, onde as águas dos rios Negro e Solimões percorrem quilômetros lado-a-lado, como se algo mágico os unisse e os impelisse a caminhar irmanados de forma a produzir tal singularidade, não tem ideia da grandiosidade desse fenômeno.
Para o adolescente Valter, esse momento marcou profundamente sua vida. Uniu-se a outros com o objetivo de salvaguardar aquele local sagrado e vem se empenhando para garantir a sua preservação.
Educador ambiental
Valter é o responsável pela área educacional do Museu da Amazônia – MUSA. Segundo consta do site, “O mote ‘viver juntos’, mais que um imperativo de entendimento entre humanos e não humanos que aqui vivem, é, para o Musa, símbolo de um projeto de educação e solidariedade empenhado em promover o convívio dos cidadãos na diversidade cultural, biológica, social e política da grande bacia amazônica”. Trata-se de um ‘museu vivo’, ou seja, os visitantes têm um acervo a céu aberto, onde podem ver as intrincadas ligações entre os seres que compõem o espaço totalmente vivo e interativo.
Valter coordena as visitações, em especial das escolas das redes públicas municipal e estadual. “Há basicamente dois tipos de visitas: a matutina e a noturna”, explica Valter. A matutina acontece muito cedo, quando as criaturas do dia iniciam sua jornada. A noturna, ainda mais fascinante, visa assistir aos seres noturnos em suas ações cotidianas.
“A Amazônia tem 2 momentos no ano: a cheia e a vazante. Durante a cheia é praticamente impossível realizar determinadas atividades, mas pode-se fazer outras, como percorrer os igarapés de barco. Na vazante, quando as águas baixam e a vida terrestre reinicia”, torna a explicar. Em cada fase o museu se reinventa e produz vivências inesquecíveis aos seus visitantes.”
Os 100 hectares do MUSA
Criado em janeiro de 2009, o Musa ocupa 100 hectares da Reserva Florestal Adolpho Ducke, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA, em Manaus. Uma área de floresta de terra firme, nativa, que há mais de 60 anos vem sendo estudada com paixão.
Podem ser encontrados no MUSA: exposições, viveiro de orquídeas e bromélias, lago, aquários e laboratórios experimentais de serpentes, de insetos e de borboletas. Uma torre de 42 metros permite fruir uma magnífica vista do dossel das árvores da floresta, inesquecível quando vista às seis da manhã.
Trilhas na floresta proporcionam ao visitante passeios agradáveis e descobertas surpreendentes. No Musa são desenvolvidas pesquisas em divulgação e popularização da ciência e da educação científica e cultural.
A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.
Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.
Obrigações assumidas
É muita responsabilidade!
Responsabilidade que tem um custo.
Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.
Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.
E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.
Um livro que cobre o assunto de A a Z
O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.
Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.
As muitas RPPNs no Brasil
Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.
Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.
São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.
Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.
A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.
Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.
Obrigações assumidas
É muita responsabilidade!
Responsabilidade que tem um custo.
Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.
Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.
E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.
Um livro que cobre o assunto de A a Z
O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.
Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.
As muitas RPPNs no Brasil
Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.
Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.
São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.
Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.
Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia
As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.
Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.
“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.
A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.
No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.
Planos futuros
O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.
“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.
Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.
Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia
As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.
Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.
“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.
A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.
No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.
Planos futuros
O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.
“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.
Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.
Instituído pela ONU em 2013, 3 de março celebra-se o Dia Mundial da Vida Selvagem
Segundo Mariana Napolitano, bióloga, PhD em Ecologia e coordenadora do Laboratório de Ciências do WWF-Brasil, “a existência de muitas espécies está sendo pressionada pelas ações humanas na direção de uma sexta extinção em massa”. Este alerta é, além de preocupante, um ponto que merece, no mínimo, uma reflexão. Nesse 3 de março denominado Dia Mundial da Vida Selvagem, o Instituto Soka Amazônia quer enfatizar a imensa relevância da defesa da biodiversidade para a manutenção de toda a vida do planeta.
Há várias décadas cientistas vêm alertando sobre essa questão apontada pela bióloga. Os números são estarrecedores: em média, a abundância das espécies de vertebrados diminuiu 68% desde 1970. Marco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional, ressalta que “o aumento da destruição da natureza pela humanidade está provocando impactos catastróficos, não apenas nas populações silvestres, mas também na saúde humana em todos os aspectos de nossas vidas”. São dados do relatório Planeta Vivo de 2020.
Os últimos 50 anos foram catastróficos para a Terra. A explosão do comércio global somado ao aumento populacional desenfreado e, consequentemente, do consumo exacerbado que chegou junto com o intenso processo de urbanização, ocasionou uma mudança radical de 75% da face do planeta. O que resta da vida selvagem vem sendo constantemente ameaçada e de forma cada vez mais predatória. O que o capitalismo teima em negar e pregar contra é que cada ser vivo – incluindo obviamente os humanos – têm suas vidas intrinsecamente ligadas em uma rede simbiótica de dependência.
E são as florestas tropicais as mais ameaçadas. Elas abrigam riquíssimos ecossistemas e perderam até agora 48,5% de sua cobertura original para se tornarem áreas de uso humano. Já o cerrado com sua imensa diversidade de vida selvagem é uma inestimável fonte de água e armazenamento de carbono que poderiam amenizar as mudanças climáticas. Com a perda acelerada desse bioma para o agronegócio, estamos literalmente reduzindo a longevidade de toda a espécie humana. E pior: a ineficiência da logística de distribuição de produtos leva à perda de cerca de um terço de todo o alimento produzido no mundo.
Onça pintada, rinocerontes, ursos polares, tigres são os exemplos mais visíveis dessa destruição. Mas insetos, plantas e muitas formas microscópicas de vida são também espécies ameaçadas de extinção. E a consequência da perda dessas espécies são imensuráveis e catastróficas: as plantas são cruciais para manter o ar que respiramos; os micro-organismos essenciais para a manutenção da fertilidade do solo, sem estes, nenhuma planta consegue se desenvolver; e insetos são fundamentais para a polinização dos espécimes vegetais que alimentam as populações humanas. Daí vem o título desse texto: a vida selvagem sustenta toda a vida na Terra. E o relatório aponta ainda que 1 em cada 5 plantas estão ameaçadas de extinção. A taxa de desaparecimento de plantas é duas vezes maior que a dos mamíferos, pássaros e anfíbios juntos.
O grande vilão dessa tragédia é a atividade humana não sustentável como a agricultura, pesca, mineração etc. Seus efeitos impactam diretamente na qualidade de vida urbana, com secas prolongadas, ou chuvas em demasia, bem como o ar cada vez mais insalubre. Hoje consumimos cerca de 50% além da capacidade regenerativa anual da Terra. A continuar nesse ritmo, em breve, extinguiremos não apenas a vida selvagem, mas a espécie humana.
Estudos recentes sugerem que os prováveis índices de extinção, atualmente, sejam de 100 à 1.000 extinções por 10.000 espécies em 100 anos, o que é muito elevado. Isso leva a crer que nós estamos mesmo à beira da sexta extinção em massa.
Considerando toda essa trajetória e nosso papel central de fazer uma mudança para modos sustentáveis e resilientes de produção e consumo, temos motivo para ter esperança. No entanto, essa transição deve ser urgente. Uma série de mudanças significativas precisam acontecer no sistema econômico global para promover a perspectiva de que nosso planeta possui recursos finitos. Precisamos reconhecer o valor e as necessidade de nosso planeta Terra, cada vez mais frágil, e gerar consciência de que as agendas social, econômica e ambiental devem caminhar juntas. É imprescindível que protejamos a vida selvagem.
A data de hoje foi criada em 2013 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de reafirmar o valor essencial das espécies selvagem. E o Brasil, País que possui a maior biodiversidade do planeta, precisa agir agora e tomar ações decisivas para que mecanismos sejam criados para promover o melhor aproveitamento do solo; que os serviços ambientais providos pelas florestas, por exemplo, a regulação climática e a segurança hídrica, sejam valorizados; além de incentivar o melhor ordenamento e gestão territorial; a consolidação e criação de áreas protegidas levando em conta uma paisagem mais ampla, a promoção de cadeias produtivas, entre outras ações cotidianas que podem garantir uma efetiva redução na pressão sobre os recursos naturais e a vida selvagem ao redor do mundo.
O jatobazeiro é considerado sagrado pelos povos indígenas, pois acreditavam que seus frutos possuíam propriedades mágicas e eram utilizadas em suas práticas meditativas
Pode elevar-se do solo até 40 metros! Uma gigante cujo crescimento lento faz com que a madeira de seu tronco e ramos seja de uma qualidade muito superior à das demais árvores. Comumente conhecida pelo nome do fruto – Jatobá (Hymenaea courbaril) em tupi, significa “árvore de frutos duros”. O indígena brasileiro conhece seus múltiplos benefícios medicinais e a considera sagrada, utilizando-a em seus rituais xamânicos. Também é conhecida como: jutaí, jutaí-açu, jutaí-bravo, jutaí-grande, jutaí-peba, jutaí-uba, jutaí-uva, jataíba, jataúba.
Ocorre em partes da América do Sul e Central, do México ao Paraguai. No Brasil é fácil encontrá-la em todas as regiões do país, principalmente nos domínios fitogeográficos da Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal, em áreas antrópicas[i], de cerrado (lato sensu[ii]), em floresta ciliar ou galera, floresta de terra firme, floresta ombrófila[iii] e na restinga. É mais frequente em solos pobres e argilosos. É uma árvore que comumente compõe a floresta secundária tardia e de clímax na dinâmica sucessional[iv].
O jatobazeiro tem o tronco reto, cilíndrico e de casca lisa, que é grossa e vermelho-escura. Suas folhas são lanceoladas e pontiagudas, com nervura principal bem aparente e as suas delicadas flores têm cores que variam de brancas a creme-alaranjado. O fruto é uma vagem lenhosa grande e robusta; verde quando imaturo, marrom-forte quando maduro e preto quando passado. É de fácil colheita pois as grandes vagens marrons se projetam espontaneamente ao solo e, na floresta, serve de alimento a muitos animais que depois dispersam as sementes por vastas áreas dando continuidade ao ciclo da vida. A polpa tem um aspecto de farinha, é comestível e adocicada, de cor amarelo-claro. As sementes são grandes, ovais e de cor marrom-avermelhada.
O tronco que pode chegar a um metro de diâmetro e fornece uma madeira resistente, de consistência sólida e por isso mesmo de grande longevidade. O jatobazeiro é uma árvore que não apodrece facilmente quando morre devido à sua natureza antifúngica, por isso é uma matéria prima bastante apreciada para a construção de alicerces, portas, tábuas e objetos de arte, daí a grande procura e, na mesma proporção, o grande risco de extinção. É considerada uma das madeiras mais valiosas do mundo.
Atributos medicinais do fruto
Já o fruto maduro (ocorre entre os meses de julho a setembro) é talvez seu mais importante atributo. De odor forte e marcante, possui casca dura e em média carrega duas sementes por fruto. Indicada para tratamento de anemia pelo alto teor de ferro. É ainda rica em fósforo, magnésio e vitamina C. Fornece mais potássio que a banana e mais cálcio que leite e é, portanto, considerado um energético natural.
O chá medicinal é benéfico no tratamento de diversas afecções: cicatrização de feridas em geral (tanto cutânea quanto interna), asma e outras doenças respiratórias, blenorragia, cistite, cólicas, verminose, prisão de ventre, coqueluche, disenteria, má digestão, fraqueza, problemas de próstata, tosse e laringite. Portanto, as propriedades do jatobá, sempre utilizado como coadjuvante, são: ação adstringente, antibacteriana, antiespasmódica, antifúngica, anti-inflamatória, antioxidante, balsâmica, descongestionante, diurética, estimulante, expectorante, fortificante, hepatoprotetora, laxante, tônica e vermífuga.
Até a seiva do jatobá possui propriedades medicinais. Obtida através da laceração ou perfuração do tronco, proporciona tratamento para os convalescentes, anêmicos e aos debilitados por afecções pulmonares, pois colabora para o fortalecimento do sistema imunológico.
Fontes:
Imagem Jatobá: Conrado, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons
[i]Áreas antrópicas são as ocupações humanas somadas às consequências da exploração dos recursos naturais, devido às necessidades e atividades das suas populações.
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