Em abril, mais de 600 novas árvores nativas na Amazônia

Isso é muito ou é pouco? Não é a quantidade que importa. Estamos falando da forma de plantar e da diversidade de espécies para preservar a riqueza da floresta

O ato de plantar é mais do que abrir um buraco no solo e depositar ali uma muda ou semente. Aliás, no Instituto Soka Amazônia respeitamos tanto o plantio de árvores, que usamos outra palavra em lugar de “buracos”. Chamamos de berços.

Plantio na UNIR – Projeto Memorial Vida

É um ato simples, mas que representa profundo respeito para com a própria humanidade, proporcionando-lhe fé e esperança no futuro.

Como em tudo que se decide produzir, para plantar o que quer que seja é preciso, antes, preparar o solo, fertilizá-lo, torná-lo um terreno propício para que a vida se estabeleça.

Plantio na UNIR – Projeto Memorial Vida

Em abril deste 2022 foram plantadas 627 novas árvores nativas, em verdade, 627 promissoras vidas. Como já registramos em outro artigo publicado neste blog em 15 de dezembro de 2021, cada vez mais se defende a ideia de que os vegetais são seres sencientes[1], ou seja, capazes de sentir e reagir a muitas variáveis do ambiente como luz, água, gravidade, temperatura, estrutura do solo, nutrientes, toxinas, micróbios, herbívoros, sinais químicos de outras plantas. Seres que se desenvolverão e, ao longo dos anos vão promover mais vida, por meio das sementes de chuva, ou os compostos orgânicos voláteis[2] que atuam na formação das chuvas.

Plantio Evento TRT no Instituto Soka Amazônia
Mudas para plantio OCB Siscoob

Esses plantios integraram dois diferentes projetos, Memorial da Vida e Manaus Te Quero Verde, e foram realizados nos seguintes locais: Centro Integrado Municipal de Educação (CIME) Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro; e Águas de Manaus ETA-Leste.

Entre as espécies, destacam-se: Açaí-de-touceira, Acerola; Andiroba-cascuda, Cedro-branco, Cedro-vermelho, Chuva-de-ouro da Amazônia, Cumarú, Mogno num total de 20 espécies diferentes.

Cada qual crescerá e se tornará um ecossistema[3]  micro dentro de um macro sistema gigantesco, perpetuando o ciclo natural dessa que é a maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.


[1] https://institutosoka-amazonia.org.br/plantas-sao-seres-sencientes/

[2] https://institutosoka-amazonia.org.br/como-as-condicoes-ambientais-impactam-nas-chuvas/

[3] https://institutosoka-amazonia.org.br/uma-arvore-um-ecossistema-inteiro/

Parcerias sempre. E parcerias tão especiais como a formalizada com o Tribunal Regional do Trabalho

Trabalhar junto, dividir responsabilidades, empenhar-se em favor de objetivos comuns, enfim, somar

Trabalhar junto, dividir responsabilidades, empenhar-se em favor de objetivos comuns, enfim, somar, é dessa forma que o Instituto Soka Amazônia tem firmado parcerias que viabilizam a operacionalização dos muitos projetos com foco em Educação Ambiental  que hoje são realidade e que passam, sempre, pelo plantio de árvores na muitas vezes maltratada Floresta Amazônica.

Há parcerias, no entanto, que têm significado ainda mais especial.

É o caso do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª. região.

As atividades práticas, já iniciadas, estão vivendo neste instante um momento muito especial, com a assinatura de documentos pela Desembargadora Federal Presidente Ormy da Conceição Dias Bentes, Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª. Região e pelo sr. Thiago Augusto Terada, diretor presidente da Águas de Manaus (AM) e Águas de São Francisco (PA), juntamente com o presidente do Instituto Soka Amazônia, o sr. Edison Akira Sato, que formalizaram a adesão ao Pacto Global da ONU e ao HUB ODS Amazonas.  

Pacto Global

Na cerimônia que aconteceu na manhã desta sexta-feira, 29 de abril de 2022, foi ressaltado o significado do Pacto Global da ONU, criado em 2000 com objetivo de conceder a seus membros acesso a ferramentas que contribuirão para ampliar o envolvimento com temas de sustentabilidade. A iniciativa mobiliza entidades públicas e privadas a promoverem o crescimento sustentável e a cidadania, estimulando seus integrantes a enfrentar os principais desafios contemporâneos da humanidade, atualmente representados pelos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Parcerias regionais

Por sua vez, o programa Hub ODS da Rede Brasil do Pacto Global tem como objetivo acelerar, por meio de parcerias regionais, o envolvimento de setores público e privados com a Agenda do Desenvolvimento Sustentável da ONU até 2030. 

É um mecanismo criado para aumentar o impacto regional nos ODS dentro da vocação de cada estado. As iniciativas em cada região são conduzidas em parceria com uma organização âncora por estado, que contribui no âmbito operacional e estratégico, criando conjuntamente um plano de ação para aquela região. 

No Amazonas o hub é ancorado pelo Instituto Soka Amazônia. 

Compromisso do TRT

Ao assinar a adesão ao Pacto Global e ao hub ODS Amazonas, o Tribunal reafirma o compromisso com a estratégia nacional do Poder Judiciário 2021-2026, que prevê a adoção, pelos tribunais, dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU (ODS 9 – Indústria, Inovação e Infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação), assim como com a política nacional do Poder Judiciário para o meio ambiente e com o plano de logística sustentável do TRT 11, aprovado por meio da resolução administrativa nº 272/2021. 

O valor do convênio para o Instituto Soka Amazônia

O presidente do Instituto Soka Amazônia, o sr. Edison Akira Sato, relembrou o valor do convênio já assinado com o Instituto e falou de sua satisfação ao receber o Tribunal Regional do Trabalho no Instituto Soka Amazônia para a solenidade de assinatura de adesão ao Pacto Global.

“As ações colaborativas baseadas no diálogo e respeito mútuo entre a sociedade civil, as empresas e as Instituições Públicas mostram que é possível criar valores em harmonia com a comunidade da vida” – disse.

Plantios e as perdas do TRT para a pandemia

Após as assinaturas, e em sintonia com o Projeto Memorial Vida, foi programado o plantio de 32 mudas nativas que correm risco de extinção, em homenagem póstuma aos servidores do Regional e ao Ministro do TST Walmir Oliveira da Costa, que foram vítimas fatais do covid-19. Cada servidor falecido terá o nome associado a uma dessas árvores que serão plantadas, em reconhecimento ao trabalho prestado à Instituição.

Essa homenagem é de suma importância para nós. Mesmo que simbólico, é algo que vai enraizar, permanecer e crescer. Fiquei comovida pelo gesto, agradeço!

Viúva do Sr. Benjamin Matias Fernandes Filho, servidor do Tribunal do Trabalho no Gabinete da Dra. Ormy

Eternizar a vida

Projeto Memorial Vida chega a 8 campi da UNIR em homenagem aos professores, funcionários e alunos vítimas da Covid-19

O amplo significado e o valor do Projeto Memorial Vida, que o Instituto Soka Amazônia lançou em 2021, durante a pandemia ficam patentes em momentos como este, em que a UNIR – Universidade Federal de Rondônia se junta a nós e cria espaços em seus 8 campi, para homenagear seus professores, funcionários e alunos que perderam a vida para a covid-19.

O dia 25 de abril de 2022 ficará marcado não só no coração daqueles que estiveram presentes, mas também, no solo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR), que foi palco do estabelecimento, ali, do Memorial Vida. Baseado nos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), Carta da Terra e Propostas de Paz escritas pelo Dr. Daisaku Ikeda, o objetivo do projeto é eternizar por meio do plantio de árvores, a vida das vítimas da Covid-19.

Uma volta às aulas diferente

A cerimônia aconteceu no mesmo dia de retorno das aulas presenciais da universidade. Estavam presentes o corpo docente da UNIR, representantes do Instituto Soka Amazônia, liderados pelo diretor-presidente Edison Akira Sato, e familiares de professores e alunos da UNIR que faleceram em decorrência da pandemia.

Segurar as lágrimas foi uma tarefa difícil para os participantes da cerimônia. Emocionada, a reitora da UNIR, Profª Dra. Marcele Pereira contou que a ideia de levar o Memorial Vida para a Universidade surgiu após ela tomar conhecimento da ação realizada pelo Instituto.

“O momento de plantar uma árvore em homenagem à vida dessas pessoas que estão tão presentes entre nós”, afirma.

Parentes dos homenageados também puderam expressar o sentimento ao participar do momento. Francisco Cordeiro Júnior era professor do departamento de administração, e faleceu em abril de 2021. A irmã dele, Teodora Cordeiro, afirmou que a memória do irmão permanecerá sempre no coração.

“Não vamos esquecer os nossos entes queridos. Não só pelas árvores que plantamos, mas principalmente pelo amor que sentimos por eles.”

Espécies nativas

As mudas plantadas são de diversas espécies nativas da Amazônia, dentre as quais, estão ipê amarelo, mogno, paineira, açaí touceira e outras. Durante as semanas seguintes será a vez de plantios nos demais campi da UNIR.

Ao todo serão 8 bosques plantados com as mudas doadas pelo Instituto Soka Amazônia.

Em suas palavras, o presidente do Instituto, Edison Akira Sato, falou sobre a importância e o significado do Memorial Vida.

“A ideia é eternizar a memória e dar continuidade. Nós abrimos os berços e plantamos vida. Esse é o significado do projeto”.

Uma árvore: um ecossistema inteiro

Ecossistema de uma árvore
Quase ninguém se dá conta do quanto uma única árvore representa e como a derrubada desse único indivíduo pode impactar no meio ambiente

Quando se olha para uma árvore o que geralmente se vê é seu tronco, seus ramos e folhas. Mas para os especialistas ela é muito mais que isso. Um olhar mais acurado revela que cada árvore possui singularidades exclusivas, é o centro de um ecossistema onde muitas outras espécies que dela tiram seu sustento vivendo simbioticamente.

Para começo de conversa, segundo o biólogo e mestre em Ecologia, Diego Oliveira Brandão,

“há ecossistemas que não têm árvores, mas são de extrema necessidade, tais como os oceanos e os ambientes em elevadas altitudes. A importância relativa de uma única árvore seria pequena considerando todos os seres humanos do planeta, mas em um ecossistema natural, ou em uma praça de bairro na cidade, uma única árvore pode ser essencial para a biodiversidade e o bem-estar das pessoas”.

Isso porque árvores realizam, por exemplo, a fotossíntese crucial para a produção de alimentos. A fotossíntese nada mais é do que a capacidade que as plantas têm de usar a energia solar para unir quimicamente dióxido de carbono e água em carboidratos, proteínas e lipídios, importantes para todos os seres do planeta e para a própria subsistência humana.  

A Ciência denomina “árvore” organismos pertencentes ao reino Plantae na tipologia botânica. Há árvores de grande porte, que medem (as menores) cerca de 4 metros e maiores, que podem chegar a 122 metros! As mais altas árvores já registradas são as Sequóias (gênero Sequoiadrendro), que são encontradas no norte da Califórnia, EUA. No Brasil, as mais altas estão na Amazônia, as Sumaúmas, que podem chegar a 50 metros de altura. Recentemente, em outubro de 2020, uma expedição encontrou um angelim-vermelho no Amapá que mediu 85 metros! É a segunda maior árvore da região registrada pela ciência.

Importante ciclo de vida

Diego faz uma analogia da estrutura da árvore com o corpo humano:

“cada parte desempenha uma função importante para a árvore, assim como são os órgãos do corpo humano para os seres humanos. Exemplo: as folhas fazem as trocas de gases (respiração e transpiração) e a fotossíntese (energia e alimento); as raízes absorvem água e nutrientes do solo (seiva); o caule fornece sustentação; e as flores e frutos estão relacionados com a genética e reprodução”.

As raízes das árvores têm a função de dar base e resistência e podem se estender por muitos metros solo abaixo e para os lados. Nas raízes habitam fungos (micorriza) importantes que, em associação, potencializam a absorção de nutrientes. A fotossíntese fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos. Em especial nas regiões de clima tropical – na Amazônia, particularmente – o solo tem baixa fertilidade e por isso a formação da micorriza é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento das plantas.

Há todo um ciclo de vida sendo perpetuado em cada árvore. Por produzirem seiva adocicada, atraem insetos. Estes chamam pássaros que deles se alimentam e que ali vão nidificar (construir seus ninhos e colocar os ovos), e que por isso despertam o interesse de cobras e outros animais predadores. Além de animais, outras espécies vegetais são também “hóspedes”, como as pterodófitas (samambaias) e as orchidaceae (orquídeas), que convivem harmonicamente, pois suas flores atraem insetos e pássaros que vão contribuir para polinizar a hospedeira.

A árvore é também produtora de sementes de chuva, ao exalar compostos orgânicos voláteis – aromas – ou compostos químicos lançados na atmosfera. “O vapor de água, resultante da evapotranspiração, se junta ao composto volátil das árvores. O vapor de água é uma molécula pequena, enquanto o composto aromático é uma molécula grande em comparação ao vapor de água”, explica Diego.

Dados recentes do Observatório do Clima[1] revelam que a Amazônia e as geleiras do Ártico podem, sozinhas, comprometer as metas do Acordo de Paris, caso deixem de cumprir as funções que naturalmente exercem. A captura e a estocagem de dióxido de carbono – principal gás do Efeito Estufa devido sua concentração na atmosfera. – equivalente a 5 anos das emissões globais, em forma de árvore e solo (raízes). É por isso que a redução desse estoque de carbono causada pelo desmatamento põe em sério risco todo o equilíbrio do clima regional.

A importância de uma única árvore é imensa por todos esses motivos (interações ecológicas, benefícios para biodiversidade e pessoas, produção de alimentos, formação de chuvas, estoque de carbono).

Mas o que realmente representa uma árvore para a maior floresta tropical do planeta? Representa VIDA!

Da próxima vez que pensar em derrubar uma única árvore, lembre-se de tudo o que foi listado e do impacto que causará.

Diego sinaliza com importante tarefa, e que é uma das atividades do Instituto Soka Amazônia: “seria bom lembrar a importância da restauração florestal, porque somente com muitas árvores nativas sendo plantadas e sem desmatamento ilegal a Amazônia terá alguma chance de sustentabilidade”.

Fonte:

https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%A1rvore/482704

https://g1.globo.com/ap/amapa/natureza/amazonia/noticia/2021/10/01/expedicao-encontra-a-2a-maior-arvore-ja-mapeada-na-amazonia-de-mais-de-85-metros-video.ghtml


[1] O Observatório do Clima é uma rede de 37 entidades da sociedade civil brasileira formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro, mais especificamente o aquecimento global

Sustentando toda vida da Terra

Instituído pela ONU em 2013, 3 de março celebra-se o Dia Mundial da Vida Selvagem

Segundo Mariana Napolitano, bióloga, PhD em Ecologia e coordenadora do Laboratório de Ciências do WWF-Brasil, “a existência de muitas espécies está sendo pressionada pelas ações humanas na direção de uma sexta extinção em massa”. Este alerta é, além de preocupante, um ponto que merece, no mínimo, uma reflexão. Nesse 3 de março denominado Dia Mundial da Vida Selvagem, o Instituto Soka Amazônia quer enfatizar a imensa relevância da defesa da biodiversidade para a manutenção de toda a vida do planeta.

Há várias décadas cientistas vêm alertando sobre essa questão apontada pela bióloga. Os números são estarrecedores: em média, a abundância das espécies de vertebrados diminuiu 68% desde 1970. Marco Lambertini, diretor-geral do WWF Internacional, ressalta que “o aumento da destruição da natureza pela humanidade está provocando impactos catastróficos, não apenas nas populações silvestres, mas também na saúde humana em todos os aspectos de nossas vidas”. São dados do relatório Planeta Vivo de 2020.

Os últimos 50 anos foram catastróficos para a Terra. A explosão do comércio global somado ao aumento populacional desenfreado e, consequentemente, do consumo exacerbado que chegou junto com o intenso processo de urbanização, ocasionou uma mudança radical de 75% da face do planeta. O que resta da vida selvagem vem sendo constantemente ameaçada e de forma cada vez mais predatória. O que o capitalismo teima em negar e pregar contra é que cada ser vivo – incluindo obviamente os humanos – têm suas vidas intrinsecamente ligadas em uma rede simbiótica de dependência.

E são as florestas tropicais as mais ameaçadas. Elas abrigam riquíssimos ecossistemas e perderam até agora 48,5% de sua cobertura original para se tornarem áreas de uso humano. Já o cerrado com sua imensa diversidade de vida selvagem é uma inestimável fonte de água e armazenamento de carbono que poderiam amenizar as mudanças climáticas. Com a perda acelerada desse bioma para o agronegócio, estamos literalmente reduzindo a longevidade de toda a espécie humana. E pior: a ineficiência da logística de distribuição de produtos leva à perda de cerca de um terço de todo o alimento produzido no mundo.

Onça pintada, rinocerontes, ursos polares, tigres são os exemplos mais visíveis dessa destruição. Mas insetos, plantas e muitas formas microscópicas de vida são também espécies ameaçadas de extinção. E a consequência da perda dessas espécies são imensuráveis e catastróficas: as plantas são cruciais para manter o ar que respiramos; os micro-organismos essenciais para a manutenção da fertilidade do solo, sem estes, nenhuma planta consegue se desenvolver; e insetos são fundamentais para a polinização dos espécimes vegetais que alimentam as populações humanas. Daí vem o título desse texto: a vida selvagem sustenta toda a vida na Terra. E o relatório aponta ainda que 1 em cada 5 plantas estão ameaçadas de extinção. A taxa de desaparecimento de plantas é duas vezes maior que a dos mamíferos, pássaros e anfíbios juntos.

O grande vilão dessa tragédia é a atividade humana não sustentável como a agricultura, pesca, mineração etc. Seus efeitos impactam diretamente na qualidade de vida urbana, com secas prolongadas, ou chuvas em demasia, bem como o ar cada vez mais insalubre. Hoje consumimos cerca de 50% além da capacidade regenerativa anual da Terra. A continuar nesse ritmo, em breve, extinguiremos não apenas a vida selvagem, mas a espécie humana.

Estudos recentes sugerem que os prováveis índices de extinção, atualmente, sejam de 100 à 1.000 extinções por 10.000 espécies em 100 anos, o que é muito elevado. Isso leva a crer que nós estamos mesmo à beira da sexta extinção em massa.

Considerando toda essa trajetória e nosso papel central de fazer uma mudança para modos sustentáveis e resilientes de produção e consumo, temos motivo para ter esperança. No entanto, essa transição deve ser urgente. Uma série de mudanças significativas precisam acontecer no sistema econômico global para promover a perspectiva de que nosso planeta possui recursos finitos. Precisamos reconhecer o valor e as necessidade de nosso planeta Terra, cada vez mais frágil, e gerar consciência de que as agendas social, econômica e ambiental devem caminhar juntas. É imprescindível que protejamos a vida selvagem.

A data de hoje foi criada em 2013 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de reafirmar o valor essencial das espécies selvagem. E o Brasil, País que possui a maior biodiversidade do planeta, precisa agir agora e tomar ações decisivas para que mecanismos sejam criados para promover o melhor aproveitamento do solo; que os serviços ambientais providos pelas florestas, por exemplo, a regulação climática e a segurança hídrica, sejam valorizados; além de incentivar o melhor ordenamento e gestão territorial; a consolidação e criação de áreas protegidas levando em conta uma paisagem mais ampla, a promoção de cadeias produtivas, entre outras ações cotidianas que podem garantir uma efetiva redução na pressão sobre os recursos naturais e a vida selvagem ao redor do mundo.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?56342

https://livingplanet.panda.org/pt-br/insects-soil-plants https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2020/03/03/3-de-marco-dia-mundial-da-vida-selvagem.ghtml

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber