Instituto Soka Amazônia: a preservação da floresta em primeiro lugar

A instituição seguirá com todos os seus compromissos, com possibilidades de parcerias em diversas frentes e boas notícias para 2022.

No início de 2021, embora a esperança da vacina se vislumbrasse no horizonte mundial, havia ainda muita incerteza e desconfiança quanto aos rumos que haveriam de se desdobrar. Em especial, Manaus vivia em meio a uma crise ainda mais desafiadora. O Instituto Soka Amazônia buscou enfrentar tal cenário com cautela, mas jamais deixando de lado a disposição de promover ações em prol da floresta.

“O ano de 2021 nos afetou muito aqui em Manaus. Começamos janeiro sob os efeitos da pandemia que concentrou todas as atenções da sociedade e, naquele momento, a prioridade era a vida para todos”, colocou Edison Akira Sato, diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia.

Segundo ele, cada ação realizada, principalmente nas aulas presenciais da Academia Ambiental que retornaram em setembro, foram tomadas todas as medidas sanitárias de prevenção ao contágio. Dessa forma, a equipe deu continuidade às atividades cotidianas, como a coleta de sementes que, muitas vezes, é um trabalho quase solitário, continuou e foi possível dar passos importantes nessa frente tão importante para a realização dos objetivos do Instituto.

E os plantios de espécies nativas prosseguiram com ainda mais empenho, já que o país passava por um momento tão delicado, era preciso motivar e oferecer esperança por meio do verde tão precioso. A chegada de novos parceiros trouxe ainda mais força aos propósitos . “Ainda que estivéssemos nesse ambiente mais adverso, pudemos contar com a chegada de novas empresas parceiras que compreenderam a relevância do trabalho que desenvolvemos aqui”, prosseguiu Akira.

Empresas, entidades e órgãos governamentais buscaram o Instituto para estabelecer muitos projetos de importância local e regional e que apesar da situação sanitária, seguiram em frente e dão frutos para a sociedade.

“Uma ação que merece destaque foi a apresentação do aplicativo Tree Earth, desenvolvido em parceria com a Rede Amazônica; IDAAM e VS Academy que será importante no georreferenciamento das mudas plantadas, e seu acompanhamento. Com isso, damos aos nossos parceiros, maior segurança em relação à execução dos projetos”, explicou o diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia.

E o trabalho não para nunca pois “é urgente conscientizar a sociedade de que a integração com a natureza é fonte de sua vida é missão para toda uma geração”. Akira ressaltou também sobre a importância do trabalho de coleta de sementes, especialmente as de espécies ameaçadas: “transformá-las em mudas viáveis para, de modo planejado, deitá-las em seus berços na terra e ver surgir dali todo um miniecossistema, garantindo assim, sua continuidade.

E, para 2022, tal como as sementes, assegura Akira, “alguns projetos que foram estabelecidos ainda em 2021 irão brotar e trarão benefícios para novas áreas, hoje carentes dessas novas árvores”.

Enfatizou também que a equipe está ansiosa para o retorno das aulas educação ambiental, “recebendo crianças das escolas públicas de Manaus e região porque acreditamos que está nesses jovens a semente da consciência mais ampla da necessidade da preservação da natureza e da viabilidade de vida humana em meio a ela”.

Este ano tivemos a chegada de novos parceiros que muito nos horaram com sua confiança. Nosso Instituto não é grande, mas desenvolve um trabalho contínuo e bastante consistente nas áreas de educação ambiental e preservação da natureza a partir da coleta, preparo e plantio de mudas da flora da Amazônia. Essa consistência tem atraído empresas e organizações que, ao tomarem conhecimento do nosso trabalho e sentirem de perto a dedicação e empenho de todo o time, entendem a necessidade e urgência da preservação ambiental.

A divulgação mais intensa dos ODS da ONU, dos esforços do Pacto Global, da Carta da Terra e das discussões em torno da COP26 colaboram para a ampliação dessas parcerias que tendem a se intensificar nesse novo ano.

Pacto Global
Fonte ONU – https://www.pactoglobal.org.br/

Prova disso é o acordo recém firmado entre o Instituto e o Pacto Global que elegeu o Instituto Soka-Amazônia como Hub de suas ações na região. Isso para nós, mais do que motivo de orgulho, é prova inequívoca do reconhecimento ao trabalho árduo que vimos desenvolvendo ao longo dos anos.

Há várias possibilidades de novos projetos para 2022 que vão desde a aproximação com Universidades e Centros de Pesquisa no Brasil e no exterior, passando pela chegada de novas empresas parceiras, até a ampliação das ações em conjunto com as diferentes instâncias de governo.

Tenho certeza de que quem acompanha os trabalhos do Instituto terá boas notícias em 2022.

Instituto Soka Amazônia: a preservação da floresta em primeiro lugar

A instituição seguirá com todos os seus compromissos, com possibilidades de parcerias em diversas frentes e boas notícias para 2022.

No início de 2021, embora a esperança da vacina se vislumbrasse no horizonte mundial, havia ainda muita incerteza e desconfiança quanto aos rumos que haveriam de se desdobrar. Em especial, Manaus vivia em meio a uma crise ainda mais desafiadora. O Instituto Soka Amazônia buscou enfrentar tal cenário com cautela, mas jamais deixando de lado a disposição de promover ações em prol da floresta.

“O ano de 2021 nos afetou muito aqui em Manaus. Começamos janeiro sob os efeitos da pandemia que concentrou todas as atenções da sociedade e, naquele momento, a prioridade era a vida para todos”, colocou Edison Akira Sato, diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia.

Segundo ele, cada ação realizada, principalmente nas aulas presenciais da Academia Ambiental que retornaram em setembro, foram tomadas todas as medidas sanitárias de prevenção ao contágio. Dessa forma, a equipe deu continuidade às atividades cotidianas, como a coleta de sementes que, muitas vezes, é um trabalho quase solitário, continuou e foi possível dar passos importantes nessa frente tão importante para a realização dos objetivos do Instituto.

E os plantios de espécies nativas prosseguiram com ainda mais empenho, já que o país passava por um momento tão delicado, era preciso motivar e oferecer esperança por meio do verde tão precioso. A chegada de novos parceiros trouxe ainda mais força aos propósitos . “Ainda que estivéssemos nesse ambiente mais adverso, pudemos contar com a chegada de novas empresas parceiras que compreenderam a relevância do trabalho que desenvolvemos aqui”, prosseguiu Akira.

Empresas, entidades e órgãos governamentais buscaram o Instituto para estabelecer muitos projetos de importância local e regional e que apesar da situação sanitária, seguiram em frente e dão frutos para a sociedade.

“Uma ação que merece destaque foi a apresentação do aplicativo Tree Earth, desenvolvido em parceria com a Rede Amazônica; IDAAM e VS Academy que será importante no georreferenciamento das mudas plantadas, e seu acompanhamento. Com isso, damos aos nossos parceiros, maior segurança em relação à execução dos projetos”, explicou o diretor-presidente do Instituto Soka Amazônia.

E o trabalho não para nunca pois “é urgente conscientizar a sociedade de que a integração com a natureza é fonte de sua vida é missão para toda uma geração”. Akira ressaltou também sobre a importância do trabalho de coleta de sementes, especialmente as de espécies ameaçadas: “transformá-las em mudas viáveis para, de modo planejado, deitá-las em seus berços na terra e ver surgir dali todo um miniecossistema, garantindo assim, sua continuidade.

E, para 2022, tal como as sementes, assegura Akira, “alguns projetos que foram estabelecidos ainda em 2021 irão brotar e trarão benefícios para novas áreas, hoje carentes dessas novas árvores”.

Enfatizou também que a equipe está ansiosa para o retorno das aulas educação ambiental, “recebendo crianças das escolas públicas de Manaus e região porque acreditamos que está nesses jovens a semente da consciência mais ampla da necessidade da preservação da natureza e da viabilidade de vida humana em meio a ela”.

Este ano tivemos a chegada de novos parceiros que muito nos horaram com sua confiança. Nosso Instituto não é grande, mas desenvolve um trabalho contínuo e bastante consistente nas áreas de educação ambiental e preservação da natureza a partir da coleta, preparo e plantio de mudas da flora da Amazônia. Essa consistência tem atraído empresas e organizações que, ao tomarem conhecimento do nosso trabalho e sentirem de perto a dedicação e empenho de todo o time, entendem a necessidade e urgência da preservação ambiental.

A divulgação mais intensa dos ODS da ONU, dos esforços do Pacto Global, da Carta da Terra e das discussões em torno da COP26 colaboram para a ampliação dessas parcerias que tendem a se intensificar nesse novo ano.

Pacto Global
Fonte ONU – https://www.pactoglobal.org.br/

Prova disso é o acordo recém firmado entre o Instituto e o Pacto Global que elegeu o Instituto Soka-Amazônia como Hub de suas ações na região. Isso para nós, mais do que motivo de orgulho, é prova inequívoca do reconhecimento ao trabalho árduo que vimos desenvolvendo ao longo dos anos.

Há várias possibilidades de novos projetos para 2022 que vão desde a aproximação com Universidades e Centros de Pesquisa no Brasil e no exterior, passando pela chegada de novas empresas parceiras, até a ampliação das ações em conjunto com as diferentes instâncias de governo.

Tenho certeza de que quem acompanha os trabalhos do Instituto terá boas notícias em 2022.

O encontro entre a criança e sua árvore

Lauro Guilherme de Araújo Mota é uma das centenas de crianças que têm árvores plantadas em celebração ao seu nascimento

O projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia, vem plantando uma árvore a cada criança nascida na Maternidade Moura Tapajós de Manaus desde novembro de 2016. No último dia 15 de dezembro, o pequeno Lauro de 3 anos, foi finalmente conhecer a sua árvore: um Ipê Pau D’Arco. Acompanharam a visita: Roseneide (avó), Débora Mariane (prima), Isabel Cristina (mãe) e Gabriel (padrasto). A avó, Roseneide, foi com quem conversamos e iniciou contando que o Laurinho nasceu no dia 14 de outubro 2018.

A família do pequeno Lauro no Instituto Soka Amazônia

A notícia da gravidez gerou uma surpresa inicial, mas o sentimento maior foi de felicidade. Segundo Roseneide, Isabel, a mãe, realizou um completo pré-natal e teve um acompanhamento muito bom feito todo na Maternidade Moura Tapajós. Foi um parto normal e tranquilo.

Conheceram o projeto Sementes da Vida por meio da maternidade e do seu diretor que é um amigo da família. Roseneide acompanhou a filha ao cartório para realizar o registro do pequeno Lauro e ali souberam que receberiam também o certificado do plantio de um ipê pau d’alho, a árvore que celebrava o nascimento de Lauro. “Fiquei muito feliz pois achei um projeto muito bom e falei a todos em casa que o Lauro tinha agora uma árvore plantada com seu nome e que ele tinha que acompanhar seu desenvolvimento”.

Lauro e sua Avó Roseneide com o Certificado de Plantio da Árvore do projeto Sementes da Vida

A avó de Lauro ficou tão empolgada que enviou a foto do certificado às irmãs no Rio Grande do Norte. Uma delas, professora, foi a mais entusiasta. Postou em suas redes e comentou sobre o projeto ao seu público. “Desde então a gente queria conhecer o projeto, o local onde estava a árvore, mas não sabíamos como fazer”. Roseneide foi à luta: pesquisou e escreveu um comentário numa das postagens em rede social deixando o telefone. Foi então que a equipe do Instituto contatou-a para proporcionar essa vivência ao pequeno Lauro e família.

Segundo seus familiares, Lauro, desde cedo, demonstrou ser uma criança diferenciada, precoce mesmo. “Ele gostava de coisas que não eram da sua idade”, contou a avó. A prima Gabriela, nascida dias após Lauro, se interessava por coisas naturais para a idade, como desenhos animados infantis e bichinhos de pelúcia. Muito curioso, despertou cedo para as cores e o mundo à sua volta, um aventureiro, “vai onde ele acha que consegue chegar, sem medo”. Lauro tem predileção por aprender, jogos de montar, livros. Intrigada, Roseneide buscou aconselhamento médico e teve o diagnóstico de criança superdotada.

Isabel Cristina, mãe de Lauro juntamente com Lauro e sua árvore Pau d’Arco.

A priminha de Lauro, Gabriela, nasceu em outra maternidade e por isso não tem uma árvore plantada em seu nome.

“Seria muito bom se outras maternidades também estivessem no projeto para que todas as crianças pudessem ter sua árvore e, desde cedo, aprendessem a cultivar e preservar a natureza”, finalizou Roseneide.

O encontro entre a criança e sua árvore

Lauro Guilherme de Araújo Mota é uma das centenas de crianças que têm árvores plantadas em celebração ao seu nascimento

O projeto Sementes da Vida do Instituto Soka Amazônia, vem plantando uma árvore a cada criança nascida na Maternidade Moura Tapajós de Manaus desde novembro de 2016. No último dia 15 de dezembro, o pequeno Lauro de 3 anos, foi finalmente conhecer a sua árvore: um Ipê Pau D’Arco. Acompanharam a visita: Roseneide (avó), Débora Mariane (prima), Isabel Cristina (mãe) e Gabriel (padrasto). A avó, Roseneide, foi com quem conversamos e iniciou contando que o Laurinho nasceu no dia 14 de outubro 2018.

A família do pequeno Lauro no Instituto Soka Amazônia

A notícia da gravidez gerou uma surpresa inicial, mas o sentimento maior foi de felicidade. Segundo Roseneide, Isabel, a mãe, realizou um completo pré-natal e teve um acompanhamento muito bom feito todo na Maternidade Moura Tapajós. Foi um parto normal e tranquilo.

Conheceram o projeto Sementes da Vida por meio da maternidade e do seu diretor que é um amigo da família. Roseneide acompanhou a filha ao cartório para realizar o registro do pequeno Lauro e ali souberam que receberiam também o certificado do plantio de um ipê pau d’alho, a árvore que celebrava o nascimento de Lauro. “Fiquei muito feliz pois achei um projeto muito bom e falei a todos em casa que o Lauro tinha agora uma árvore plantada com seu nome e que ele tinha que acompanhar seu desenvolvimento”.

Lauro e sua Avó Roseneide com o Certificado de Plantio da Árvore do projeto Sementes da Vida

A avó de Lauro ficou tão empolgada que enviou a foto do certificado às irmãs no Rio Grande do Norte. Uma delas, professora, foi a mais entusiasta. Postou em suas redes e comentou sobre o projeto ao seu público. “Desde então a gente queria conhecer o projeto, o local onde estava a árvore, mas não sabíamos como fazer”. Roseneide foi à luta: pesquisou e escreveu um comentário numa das postagens em rede social deixando o telefone. Foi então que a equipe do Instituto contatou-a para proporcionar essa vivência ao pequeno Lauro e família.

Segundo seus familiares, Lauro, desde cedo, demonstrou ser uma criança diferenciada, precoce mesmo. “Ele gostava de coisas que não eram da sua idade”, contou a avó. A prima Gabriela, nascida dias após Lauro, se interessava por coisas naturais para a idade, como desenhos animados infantis e bichinhos de pelúcia. Muito curioso, despertou cedo para as cores e o mundo à sua volta, um aventureiro, “vai onde ele acha que consegue chegar, sem medo”. Lauro tem predileção por aprender, jogos de montar, livros. Intrigada, Roseneide buscou aconselhamento médico e teve o diagnóstico de criança superdotada.

Isabel Cristina, mãe de Lauro juntamente com Lauro e sua árvore Pau d’Arco.

A priminha de Lauro, Gabriela, nasceu em outra maternidade e por isso não tem uma árvore plantada em seu nome.

“Seria muito bom se outras maternidades também estivessem no projeto para que todas as crianças pudessem ter sua árvore e, desde cedo, aprendessem a cultivar e preservar a natureza”, finalizou Roseneide.

Plantas são seres sencientes?

Seres sencientes
Há décadas a ciência se debruça em conhecer mais sobre como as espécies vegetais reagem a estímulos externos

O termo “estado vegetativo” é cada vez mais do que impróprio para definir alguém em estado de letargia total. Isso porque cada vez mais se sabe que os vegetais são capazes de sentir e reagir a muitas variáveis do ambiente como luz, água, gravidade, temperatura, estrutura do solo, nutrientes, toxinas, micróbios, herbívoros, sinais químicos de outras plantas. Há estudos que buscam compreender o sistema de processamento de informação, bem parecido com o que ocorre com o nosso cérebro, que integra todos os dados, coordenando respostas comportamentais de cada espécie.

Um exemplo dessa comunicação: na savana africana, as girafas têm uma predileção por determinada folhagem oriunda de acácias. Estas árvores, ao serem “atacadas” pelas girafas, liberam gás etileno que é logo assimilado por suas irmãs do entorno. Tal informação faz com que estas liberem toxinas para as folhas, de forma a rechaçar o ataque desses grandes mamíferos, o que garante a sobrevivência da comunidade. Outro exemplo de comunicação entre plantas: um estudo divulgado no fim de 2013 na revista Ecology Letters, mostrou como as plantas se comunicam por meio de compostos voláteis. Viajando pelo ar, eles avisam outras árvores sobre a presença de herbívoros potencialmente perigosos – as folhas recebem a mensagem e tornam-se mais resistentes às pragas.

A inteligência vegetal é tema de inúmeras pesquisas recentes que registraram que os vegetais possuem linguagem, memória, cognição e, mais impressionante, são dotadas da capacidade de fazer escolhas! Ou seja: cada vez mais a ciência coloca as plantas no mesmo patamar dos animais: criaturas autônomas e sensíveis.

Um novo campo de estudo foi criado: a neurobiologia vegetal, cujo propósito é entender como a planta sente e percebe seu entorno, suas reações integradas aos estímulos que o ambiente lhe proporciona. Em 2005, em Florença, a Sociedade de Neurobiologia Vegetal teve seu primeiro encontro e, em 2006, foi lançada a primeira revista científica: a Plant Signaling & Behavior (Sinalização e comportamento da planta, em tradução livre).

O fato de as plantas serem seres que não têm como se mover e buscar alimentos fez com que desenvolvessem um aparato extremamente sofisticado e ao mesmo tempo sutil, mas eficaz, tanto para localizar alimento e nutrientes como para identificar possíveis ameaças. Estudos já publicados descobriram cerca de 15 a 20 sentidos, alguns análogos aos nossos: olfato e paladar (reagem ao perceber a presença de substâncias presentes no ar ou em seu corpo, como no exemplo das girafas); visão (toda planta reage à luz e hoje se sabe que percebem diferentes comprimentos de onda luminosa e sombras); tato (trepadeiras e raízes “sabem” quando encontram objetos sólidos); audição (há muito se sabe que as plantas reagem fortemente a estímulos sonoros). Um experimento interessante realizado em laboratório, resultou na constatação de que as plantas buscam por água no subsolo, seja natural ou canos enterrados. Nesse último caso, mesmo que o solo ao redor esteja totalmente seco, o que se conclui que as plantas foram guiadas pelo som da água em movimento. As raízes merecem um capítulo à parte. Como já abordado em matéria desse mesmo blog (Um universo conectado sob os nossos pés!, leia a íntegra aqui, sabe-se que as extremidades das raízes vegetais, além de sentirem a gravidade, umidade, luz, pressão e dureza, também são capazes de perceber volume, nitrogênio, fósforo, sal, várias toxinas, micróbios e sinais químicos de plantas vizinhas. As raízes percebem quando estão próximas de obstáculos ou de alguma substância tóxica, desviam-se evitando ter contato. Também conseguem perceber quando estão próximas de plantas irmãs ou não.

“As plantas são capazes de comportamentos muitíssimo mais sofisticadas do que imaginávamos”, afirma o biólogo Rick Karban, da Universidade da Califórnia, nos EUA, e principal autor do estudo sobre comunicação vegetal. “Elas passaram por uma seleção em que tiveram de lidar com os mesmos desafios que os animais e desenvolveram soluções que, às vezes, guardam semelhanças com as deles.”

Com o avanço dos estudos em biologia e fisiologia vegetal e, aliados às novas tecnologias de medição e quantificação potentes, capazes de mensurar todos os fenômenos nunca antes imaginados é que faz com que a ciência coloque as plantas em um novo patamar: para estes pesquisadores elas ocupam o mesmo lugar na escala evolutiva.

Tudo o que foi descrito e muito mais são resultado de pesquisas recentes, realizadas nos últimos vinte anos. Há ainda muito mais a ser descoberto e, à medida que o tempo passa, novas e impressionantes descobertas se somam à ideia de que a inteligência das plantas vai muito além do que imaginávamos o que abre um grandioso e precioso leque de possibilidades para o futuro do planeta. Daí a urgência em se preservar e conservar o que existe de forma a podermos usufruir de tudo o que o mundo vegetal tem a oferecer.

Fontes:

https://veja.abril.com.br/ciencia/a-inteligencia-das-plantas-revelada/

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-planta-inteligente/

Plantas são seres sencientes?

Seres sencientes
Há décadas a ciência se debruça em conhecer mais sobre como as espécies vegetais reagem a estímulos externos

O termo “estado vegetativo” é cada vez mais do que impróprio para definir alguém em estado de letargia total. Isso porque cada vez mais se sabe que os vegetais são capazes de sentir e reagir a muitas variáveis do ambiente como luz, água, gravidade, temperatura, estrutura do solo, nutrientes, toxinas, micróbios, herbívoros, sinais químicos de outras plantas. Há estudos que buscam compreender o sistema de processamento de informação, bem parecido com o que ocorre com o nosso cérebro, que integra todos os dados, coordenando respostas comportamentais de cada espécie.

Um exemplo dessa comunicação: na savana africana, as girafas têm uma predileção por determinada folhagem oriunda de acácias. Estas árvores, ao serem “atacadas” pelas girafas, liberam gás etileno que é logo assimilado por suas irmãs do entorno. Tal informação faz com que estas liberem toxinas para as folhas, de forma a rechaçar o ataque desses grandes mamíferos, o que garante a sobrevivência da comunidade. Outro exemplo de comunicação entre plantas: um estudo divulgado no fim de 2013 na revista Ecology Letters, mostrou como as plantas se comunicam por meio de compostos voláteis. Viajando pelo ar, eles avisam outras árvores sobre a presença de herbívoros potencialmente perigosos – as folhas recebem a mensagem e tornam-se mais resistentes às pragas.

A inteligência vegetal é tema de inúmeras pesquisas recentes que registraram que os vegetais possuem linguagem, memória, cognição e, mais impressionante, são dotadas da capacidade de fazer escolhas! Ou seja: cada vez mais a ciência coloca as plantas no mesmo patamar dos animais: criaturas autônomas e sensíveis.

Um novo campo de estudo foi criado: a neurobiologia vegetal, cujo propósito é entender como a planta sente e percebe seu entorno, suas reações integradas aos estímulos que o ambiente lhe proporciona. Em 2005, em Florença, a Sociedade de Neurobiologia Vegetal teve seu primeiro encontro e, em 2006, foi lançada a primeira revista científica: a Plant Signaling & Behavior (Sinalização e comportamento da planta, em tradução livre).

O fato de as plantas serem seres que não têm como se mover e buscar alimentos fez com que desenvolvessem um aparato extremamente sofisticado e ao mesmo tempo sutil, mas eficaz, tanto para localizar alimento e nutrientes como para identificar possíveis ameaças. Estudos já publicados descobriram cerca de 15 a 20 sentidos, alguns análogos aos nossos: olfato e paladar (reagem ao perceber a presença de substâncias presentes no ar ou em seu corpo, como no exemplo das girafas); visão (toda planta reage à luz e hoje se sabe que percebem diferentes comprimentos de onda luminosa e sombras); tato (trepadeiras e raízes “sabem” quando encontram objetos sólidos); audição (há muito se sabe que as plantas reagem fortemente a estímulos sonoros). Um experimento interessante realizado em laboratório, resultou na constatação de que as plantas buscam por água no subsolo, seja natural ou canos enterrados. Nesse último caso, mesmo que o solo ao redor esteja totalmente seco, o que se conclui que as plantas foram guiadas pelo som da água em movimento. As raízes merecem um capítulo à parte. Como já abordado em matéria desse mesmo blog (Um universo conectado sob os nossos pés!, leia a íntegra aqui, sabe-se que as extremidades das raízes vegetais, além de sentirem a gravidade, umidade, luz, pressão e dureza, também são capazes de perceber volume, nitrogênio, fósforo, sal, várias toxinas, micróbios e sinais químicos de plantas vizinhas. As raízes percebem quando estão próximas de obstáculos ou de alguma substância tóxica, desviam-se evitando ter contato. Também conseguem perceber quando estão próximas de plantas irmãs ou não.

“As plantas são capazes de comportamentos muitíssimo mais sofisticadas do que imaginávamos”, afirma o biólogo Rick Karban, da Universidade da Califórnia, nos EUA, e principal autor do estudo sobre comunicação vegetal. “Elas passaram por uma seleção em que tiveram de lidar com os mesmos desafios que os animais e desenvolveram soluções que, às vezes, guardam semelhanças com as deles.”

Com o avanço dos estudos em biologia e fisiologia vegetal e, aliados às novas tecnologias de medição e quantificação potentes, capazes de mensurar todos os fenômenos nunca antes imaginados é que faz com que a ciência coloque as plantas em um novo patamar: para estes pesquisadores elas ocupam o mesmo lugar na escala evolutiva.

Tudo o que foi descrito e muito mais são resultado de pesquisas recentes, realizadas nos últimos vinte anos. Há ainda muito mais a ser descoberto e, à medida que o tempo passa, novas e impressionantes descobertas se somam à ideia de que a inteligência das plantas vai muito além do que imaginávamos o que abre um grandioso e precioso leque de possibilidades para o futuro do planeta. Daí a urgência em se preservar e conservar o que existe de forma a podermos usufruir de tudo o que o mundo vegetal tem a oferecer.

Fontes:

https://veja.abril.com.br/ciencia/a-inteligencia-das-plantas-revelada/

https://piaui.folha.uol.com.br/materia/a-planta-inteligente/

Muito calor na rua? A solução está no plantio de árvores!

Sensação térmica beirando o insuportável é resultado direto da escassez de áreas verdes

As cidades brasileiras são naturalmente quentes devido a boa parte do território nacional se encontrar em região tipicamente tropical. Devido a isso, alguns municípios possuem verões com temperaturas muito acima do suportável, “com temperaturas acima de 50ºC”, segundo o biólogo Diego Brandão, ocasionando baixíssimos índices de umidade relativa do ar. Tal fato ocorre devido o crescimento desordenado dos centros urbanos ter sido realizado à custa da remoção de grande parte da vegetação que resultou em edifícios, casas, indústrias, asfalto e outras construções, em sua maioria, compostas de concreto e cimento, materiais que retém o calor. Diego cita ainda que o aumento de temperatura nas cidades também acontece devido à mudança climática  causada pelas atividades humanas. O IPCC 2021 colocou em seu relatório que o aumento da temperatura global na superfície do solo entre 2011 e 2020 foi registrada entre 1,34 e 1,83° C mais alta em comparação a média entre 1850 e 1900[i]. E pior: aumentam a incidência da radiação solar direta e da radiação de onda longa[ii], modifica a direção dos ventos, altera os ciclos de precipitação (chuvas).

Some-se a tudo isso o aumento da impermeabilização do solo nos centros urbanos, além dos grandes níveis de gases poluentes emitidos de maneiras diferentes. É assim que se modificou radicalmente o clima nas cidades, que levou à ocorrência de temperaturas muito altas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar. A consequência mais evidente, além do calor, é o prejuízo na saúde dos habitantes.

Asfalto e concreto retém a radiação solar, o que aquece a superfície terrestre. O mormaço que sentimos na rua é relacionado diretamente a esses dois componentes. Agora: experimente ir para a sombra de uma árvore. Pronto! O frescor que alivia o desconforto é a resposta ao problema, não é papo de eco-chato. A sombra de uma árvore pode baixar até 10ºC a temperatura em relação à exposição direta ao sol. Não é achismo, é fato.

As árvores amenizam o desequilíbrio térmico criado pela grande concentração de gás carbônico somado ao calor retido pelo asfalto e concreto. Portanto a arborização urbana é a melhor maneira de retificar o estrago, além de proporcionar bem estar, tanto orgânico como visual – não há como negar que o verde embeleza as cidades e nos causa irreprimível deleite.

Um estudo realizado em 2015[iii] pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encabeçada pelo médico Anderson Martelli e o biólogo Arnaldo Rodrigues Santos, analisou a relação entre a arborização urbana no município de Itapira-SP e sua influência no conforto térmico.

Os dados foram coletados em um parque bem arborizado, uma praça com unidades arbóreas isoladas e em uma área desprovida de vegetação. Os resultados mostraram que a arborização influencia os valores de temperatura e umidade relativa do ar, indicando uma necessidade de arborização na área urbana, como condicionante de conforto térmico. Está muito bem estabelecida a função exercida pela arborização na redução do calor gerado no ambiente urbano, proporcionando um microclima com condições de conforto térmico favorável, redução da insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade dos ventos, desempenhando assim, um importante papel na melhoria das condições ambientais das cidades e qualidade de vida de seus habitantes.

Simples assim. Além do que está descrito acima, as árvores exercem ainda uma importante função dentro do espaço urbano: reparar, dentro do possível, os estragos causados pelo dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas no planeta. Isso acontece principalmente devido à fotossíntese, que é a troca gasosa realizada pelas plantas, removendo o CO2 da atmosfera e liberando oxigênio, gás essencial para a sobrevivência humana.

Outro estudo realizado na Universidade Federal de Goiás, na capital Goiânia, demonstrou que numa mesma cidade, há climas diferentes entre bairros que possuem mais verde e outros que têm mais asfalto. Realizada num período de um ano, a pesquisa comprovou o que já se suspeitava: há bairros 8ºC mais frescos devido à maior quantidade de verde.

Em um bairro de comércio, onde não existem árvores, onde tudo é asfaltado e o trânsito é ruim o dia todo. Às três da tarde o termômetro marcou 39.8ºC. E a umidade relativa do ar era de 14%. A equipe se deslocou para outra região, onde há vasta arborização, um dos maiores parques da cidade. Ali o termômetro marcou 32,2ºC. Isso no mesmo dia. E a unidade relativa do ar? No parque estava em 40%!

Há que se repensar urgentemente na melhoria da qualidade de vida das populações urbanas. Arborizar as cidades é fundamental. Com mais árvores, a condição do ar melhora, assim como o regime de chuvas e os ciclos dos ventos e, consequentemente, a umidade do ar.

Fontes:

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-relacao-entre-arvores-e-o-clima-das-cidades/ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/relacao-entre-arvores-e-temperaturas-vira-tema-de-estudo-em-universidade.html


[i] : IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessmentreport-working-group-i/ Acesso em: 28 out. 2021.

[ii] A radiação de onda longa é o fluxo radiante de energia resultante da emissão dos gases atmosféricos e de superfícies líquidas e sólidas da Terra. A maior parte da radiação emitida pela Terra e pela atmosfera está contida no intervalo de 4 a 100 mm e por isto recebe a denominação de radiação de onda longa.

[iii] file:///C:/Users/Mo/Downloads/15968-87501-1-PB.pdf

Muito calor na rua? A solução está no plantio de árvores!

Sensação térmica beirando o insuportável é resultado direto da escassez de áreas verdes

As cidades brasileiras são naturalmente quentes devido a boa parte do território nacional se encontrar em região tipicamente tropical. Devido a isso, alguns municípios possuem verões com temperaturas muito acima do suportável, “com temperaturas acima de 50ºC”, segundo o biólogo Diego Brandão, ocasionando baixíssimos índices de umidade relativa do ar. Tal fato ocorre devido o crescimento desordenado dos centros urbanos ter sido realizado à custa da remoção de grande parte da vegetação que resultou em edifícios, casas, indústrias, asfalto e outras construções, em sua maioria, compostas de concreto e cimento, materiais que retém o calor. Diego cita ainda que o aumento de temperatura nas cidades também acontece devido à mudança climática  causada pelas atividades humanas. O IPCC 2021 colocou em seu relatório que o aumento da temperatura global na superfície do solo entre 2011 e 2020 foi registrada entre 1,34 e 1,83° C mais alta em comparação a média entre 1850 e 1900[i]. E pior: aumentam a incidência da radiação solar direta e da radiação de onda longa[ii], modifica a direção dos ventos, altera os ciclos de precipitação (chuvas).

Some-se a tudo isso o aumento da impermeabilização do solo nos centros urbanos, além dos grandes níveis de gases poluentes emitidos de maneiras diferentes. É assim que se modificou radicalmente o clima nas cidades, que levou à ocorrência de temperaturas muito altas e baixíssimos índices de umidade relativa do ar. A consequência mais evidente, além do calor, é o prejuízo na saúde dos habitantes.

Asfalto e concreto retém a radiação solar, o que aquece a superfície terrestre. O mormaço que sentimos na rua é relacionado diretamente a esses dois componentes. Agora: experimente ir para a sombra de uma árvore. Pronto! O frescor que alivia o desconforto é a resposta ao problema, não é papo de eco-chato. A sombra de uma árvore pode baixar até 10ºC a temperatura em relação à exposição direta ao sol. Não é achismo, é fato.

As árvores amenizam o desequilíbrio térmico criado pela grande concentração de gás carbônico somado ao calor retido pelo asfalto e concreto. Portanto a arborização urbana é a melhor maneira de retificar o estrago, além de proporcionar bem estar, tanto orgânico como visual – não há como negar que o verde embeleza as cidades e nos causa irreprimível deleite.

Um estudo realizado em 2015[iii] pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), encabeçada pelo médico Anderson Martelli e o biólogo Arnaldo Rodrigues Santos, analisou a relação entre a arborização urbana no município de Itapira-SP e sua influência no conforto térmico.

Os dados foram coletados em um parque bem arborizado, uma praça com unidades arbóreas isoladas e em uma área desprovida de vegetação. Os resultados mostraram que a arborização influencia os valores de temperatura e umidade relativa do ar, indicando uma necessidade de arborização na área urbana, como condicionante de conforto térmico. Está muito bem estabelecida a função exercida pela arborização na redução do calor gerado no ambiente urbano, proporcionando um microclima com condições de conforto térmico favorável, redução da insolação direta, ampliação das taxas de evapotranspiração e redução da velocidade dos ventos, desempenhando assim, um importante papel na melhoria das condições ambientais das cidades e qualidade de vida de seus habitantes.

Simples assim. Além do que está descrito acima, as árvores exercem ainda uma importante função dentro do espaço urbano: reparar, dentro do possível, os estragos causados pelo dióxido de carbono (CO2), principal causador do efeito estufa, responsável pelas mudanças climáticas no planeta. Isso acontece principalmente devido à fotossíntese, que é a troca gasosa realizada pelas plantas, removendo o CO2 da atmosfera e liberando oxigênio, gás essencial para a sobrevivência humana.

Outro estudo realizado na Universidade Federal de Goiás, na capital Goiânia, demonstrou que numa mesma cidade, há climas diferentes entre bairros que possuem mais verde e outros que têm mais asfalto. Realizada num período de um ano, a pesquisa comprovou o que já se suspeitava: há bairros 8ºC mais frescos devido à maior quantidade de verde.

Em um bairro de comércio, onde não existem árvores, onde tudo é asfaltado e o trânsito é ruim o dia todo. Às três da tarde o termômetro marcou 39.8ºC. E a umidade relativa do ar era de 14%. A equipe se deslocou para outra região, onde há vasta arborização, um dos maiores parques da cidade. Ali o termômetro marcou 32,2ºC. Isso no mesmo dia. E a unidade relativa do ar? No parque estava em 40%!

Há que se repensar urgentemente na melhoria da qualidade de vida das populações urbanas. Arborizar as cidades é fundamental. Com mais árvores, a condição do ar melhora, assim como o regime de chuvas e os ciclos dos ventos e, consequentemente, a umidade do ar.

Fontes:

https://www.pensamentoverde.com.br/meio-ambiente/entenda-relacao-entre-arvores-e-o-clima-das-cidades/ http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/10/relacao-entre-arvores-e-temperaturas-vira-tema-de-estudo-em-universidade.html


[i] : IPCC, Intergovernmental Panel on Climate Change. Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Disponível em: https://www.ipcc.ch/report/sixth-assessmentreport-working-group-i/ Acesso em: 28 out. 2021.

[ii] A radiação de onda longa é o fluxo radiante de energia resultante da emissão dos gases atmosféricos e de superfícies líquidas e sólidas da Terra. A maior parte da radiação emitida pela Terra e pela atmosfera está contida no intervalo de 4 a 100 mm e por isto recebe a denominação de radiação de onda longa.

[iii] file:///C:/Users/Mo/Downloads/15968-87501-1-PB.pdf

Amazônia: exuberância verde em solo pobre

A imensa camada florestal amazônica se assenta em uma fina camada de compostos orgânicos

Pouca gente acredita, mas é verdade: aquela imensidão verde amazônica está assentada sobre uma fina camada de nutrientes, um solo considerado pobre. O ceticismo vem da pergunta que logo vem à mente: como é possível? É o que este texto visa responder. Todo solo se desenvolve a partir da destruição (intemperismo) das rochas, ou material de origem. Tal intemperismo[i] tem causa principal nas chuvas torrenciais que literalmente lavam a região, por uma série de fatores (já abordados na matéria deste blog: Rios voadores são essenciais para o planeta)

As águas dessas chuvas são levemente ácidas por causa da reação com o CO2 da atmosfera, que forma um composto chamado ácido carbônico (H2O + CO2 = H2CO3) que decompõe as rochas. Há ainda a ação de outros organismos como fungos, algas, líquens, raízes, que atuam em conjunto para a ocorrência do intemperismo, por também produzirem ácidos.

Porém, o principal agente intemperizador das rochas é a água, pois o solo em que está assentada a mata, resulta de todo um conjunto de fatores: a decomposição física das rochas que se quebram continuamente em pedaços cada vez menores, e a formação de outros minerais secundários. A cada chuva vão perdendo elementos químicos nutricionais fundamentais para o desenvolvimento da vegetação, como cálcio, magnésio e potássio, pois são pouco retidos no solo.

A maior parte do solo amazônico é arenoso. A fina camada que recobre o chão é formada pela decomposição de folhas, frutos, sementes e animais mortos. E é isso que lhe confere sua exuberância. Embora o intemperismo impere, é a floresta que mantém a sua magnífica exuberância. Sem ela, a floresta, o solo se torna areia em poucas décadas.

Foto de Materiais orgânicos (Serrapilheira) feita por Setsuo Tahara disponível em https://www.flickr.com/photos/setsuotahara/101158655/

A derrubada contínua vem desertificando grande parte do que antes era uma densa e majestosa floresta. Há indícios claros que se a atual taxa de desmatamento se mantiver, em breve não haverá mais como recuperar a vegetação.

Em áreas desmatadas, as fortes chuvas “lavam” o solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de lixiviação[i], que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres. Dos 6,7 bilhões de km2 de área da Amazônia, somente 14% de toda essa imensidão é considerada verdadeiramente fértil para a agricultura.

Neste processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante reciclagem de nutrientes.

Nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis, conhecidos como várzeas. As chuvas carregam os nutrientes e correm para os rios, daí suas margens possuírem maior quantidade de compostos orgânicos. Especialmente as águas vindas das Cordilheiras dos Andes que percorrem grandes extensões de terra e vem trazendo imensas quantidades de nutrientes, principalmente nos períodos de cheias. Em algumas regiões pequenas de Rondônia e Acre (estados que vem sofrendo grandes devastações) encontram-se solos de grande fertilidade.

Portanto, o que sustenta a exuberância da floresta, é a própria floresta, devido as toneladas de material orgânico depositadas continuamente no solo, apesar da escassez de nutrientes.

Fontes

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-solo-amazonia-pobre-nutrientes.htm https://www.blogs.unicamp.br/geofagos/2006/10/10/solo-pobre-vegetacao-exuberante/


[i]  Lixiviação é o movimento de materiais solúveis na matriz do solo pelo efeito da água que escorre e causa erosão ou a água que infiltra no solo em direção ao lençol freático. … “O mesmo processo acontece em todos os solos com a camada superficial mais leve (solos de textura leve)


[i] Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra.

Amazônia: exuberância verde em solo pobre

A imensa camada florestal amazônica se assenta em uma fina camada de compostos orgânicos

Pouca gente acredita, mas é verdade: aquela imensidão verde amazônica está assentada sobre uma fina camada de nutrientes, um solo considerado pobre. O ceticismo vem da pergunta que logo vem à mente: como é possível? É o que este texto visa responder. Todo solo se desenvolve a partir da destruição (intemperismo) das rochas, ou material de origem. Tal intemperismo[i] tem causa principal nas chuvas torrenciais que literalmente lavam a região, por uma série de fatores (já abordados na matéria deste blog: Rios voadores são essenciais para o planeta)

As águas dessas chuvas são levemente ácidas por causa da reação com o CO2 da atmosfera, que forma um composto chamado ácido carbônico (H2O + CO2 = H2CO3) que decompõe as rochas. Há ainda a ação de outros organismos como fungos, algas, líquens, raízes, que atuam em conjunto para a ocorrência do intemperismo, por também produzirem ácidos.

Porém, o principal agente intemperizador das rochas é a água, pois o solo em que está assentada a mata, resulta de todo um conjunto de fatores: a decomposição física das rochas que se quebram continuamente em pedaços cada vez menores, e a formação de outros minerais secundários. A cada chuva vão perdendo elementos químicos nutricionais fundamentais para o desenvolvimento da vegetação, como cálcio, magnésio e potássio, pois são pouco retidos no solo.

A maior parte do solo amazônico é arenoso. A fina camada que recobre o chão é formada pela decomposição de folhas, frutos, sementes e animais mortos. E é isso que lhe confere sua exuberância. Embora o intemperismo impere, é a floresta que mantém a sua magnífica exuberância. Sem ela, a floresta, o solo se torna areia em poucas décadas.

Foto de Materiais orgânicos (Serrapilheira) feita por Setsuo Tahara disponível em https://www.flickr.com/photos/setsuotahara/101158655/

A derrubada contínua vem desertificando grande parte do que antes era uma densa e majestosa floresta. Há indícios claros que se a atual taxa de desmatamento se mantiver, em breve não haverá mais como recuperar a vegetação.

Em áreas desmatadas, as fortes chuvas “lavam” o solo, carregando seus nutrientes. É o chamado processo de lixiviação[i], que deixa os solos amazônicos ainda mais pobres. Dos 6,7 bilhões de km2 de área da Amazônia, somente 14% de toda essa imensidão é considerada verdadeiramente fértil para a agricultura.

Neste processo a camada de húmus tem um papel fundamental. Além disso, os poucos nutrientes presentes no solo são rapidamente absorvidos pelas raízes das árvores, e estas plantas, por sua vez, tornam a liberar nutrientes para enriquecimento do solo. Trata-se de uma constante reciclagem de nutrientes.

Nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis, conhecidos como várzeas. As chuvas carregam os nutrientes e correm para os rios, daí suas margens possuírem maior quantidade de compostos orgânicos. Especialmente as águas vindas das Cordilheiras dos Andes que percorrem grandes extensões de terra e vem trazendo imensas quantidades de nutrientes, principalmente nos períodos de cheias. Em algumas regiões pequenas de Rondônia e Acre (estados que vem sofrendo grandes devastações) encontram-se solos de grande fertilidade.

Portanto, o que sustenta a exuberância da floresta, é a própria floresta, devido as toneladas de material orgânico depositadas continuamente no solo, apesar da escassez de nutrientes.

Fontes

https://www.ibflorestas.org.br/bioma-amazonico

https://brasilescola.uol.com.br/brasil/o-solo-amazonia-pobre-nutrientes.htm https://www.blogs.unicamp.br/geofagos/2006/10/10/solo-pobre-vegetacao-exuberante/


[i]  Lixiviação é o movimento de materiais solúveis na matriz do solo pelo efeito da água que escorre e causa erosão ou a água que infiltra no solo em direção ao lençol freático. … “O mesmo processo acontece em todos os solos com a camada superficial mais leve (solos de textura leve)


[i] Dá-se o nome de intemperismo (também chamado de meteorização) ao conjunto de alterações físicas (desagregação) e químicas (decomposição) que as rochas sofrem quando ficam expostas na superfície da Terra.