Instituto Soka Amazônia e a parceria com a iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental

Ambas as organizações têm como propósito edificar futuras gerações de cidadãos conscientes de suas responsabilidades para com o meio ambiente

Quando uma criança planta uma árvore e se torna responsável por seu bem estar e sua importância para a mata em que está inserida, ela se conscientiza de sua simbiose com a biodiversidade. As Ocas do Conhecimento Ambiental e o Instituto Soka Amazônia são parceiras, voltadas à Educação como forma de formar pessoas conscientes e responsáveis quanto a sua atuação como cidadãos plenos e potencialmente capazes de agir efetivamente para a proteção do meio ambiente.

São cinco espaços de educação ambiental não formal, disponibilizados pela Vara Especializada do Meio Ambiente à Secretaria Municipal de Educação (SEMED): Leste, Norte, Puraquequara e CIGS e também ECAM/Manauara Shopping. Seu início se deu em 2005, com a unidade na zona Leste e, devido à boa atuação as demais foram sendo implementadas ao longo dos anos. A atual coordenadora das Ocas, a manauara Érica Kelly Amorim[1], explica que em 2013 a Prefeitura unificou a coordenação desses espaços, o que lhes conferiu um caráter mais amplo e significativo, devido à gestão centralizada. Uma pessoa muito importante para esse processo foi a professora Gina Gama, que coordenou a iniciativa por 8 anos.

Érica integra a equipe das Ocas desde 2015 quando assumiu o gerenciamento do projeto de Coleta Seletiva da instituição. A parceria com o Instituto Soka Amazônia se iniciou em 2018, com a implantação do projeto Academia Ambiental. “Durante 2018 e 2019, as escolas da rede municipal puderam visitar presencialmente a sede do Instituto graças a um patrocínio de uma empresa daquela região que forneceu o transporte dos escolares”, contou a atual coordenadora.

Prof. Érica Kelly Amorim – Coordenadora das Ocas do Conhecimento Ambiental

Em 2020, com a pandemia, o projeto teve de se reestruturar e migrar para o ambiente virtual. “Dessa forma foi possível levar a Academia Ambiental a escolas das demais regiões do município, atingindo muito mais alunos matriculados”, ressaltou Érica.

Este ano, em uma ação coordenada da SEMED e o Instituto Soka, em junho iniciaram o projeto Manaus, te quero verde, cujo objetivo é que cada criança matriculada na rede municipal plante 10 árvores. Portanto, até o final de 2022, o projeto prevê que serão plantados por volta de 3 milhões de árvores de espécies amazônicas.

No dia 24 de junho foi feito o plantio de 50 mudas na escola municipal Profa. Neusa dos Santos, localizada na zona rural. Cada plantio requer um planejamento detalhado. É preciso que a equipe do Instituto verifique o local, estude quais espécies terão mais condições de se desenvolver naquele solo e mapeie o lugar para sua georreferenciação. “Não usamos mais o termo ‘covas’ ao nos referirmos aos buracos no solo para o plantio, mas berços. Ressignificamos para que as crianças sintam que se trata de um nascimento de um ser que será, a partir daquele momento, cuidado por elas”, explicou a educadora ambiental.

Manaus, a capital do maior estado do Brasil, cercada pela mais exuberante floresta tropical do planeta, é também uma das capitais do país com a menor taxa de arborização por habitante. O projeto Manaus, te quero verde pretende mudar esse cenário.

Para o segundo semestre de 2021, a iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental pretende retomar gradualmente as atividades presenciais e programas importantes como o Oca vai à escola, que consiste em promover atividades de conscientização ambiental, por meio da ludicidade recreativa voltada aos alunos e aos pais. Tal ação é possível graças a parcerias com empresas de Manaus.

Há a previsão ainda de a Academia Ambiental em parceria com o Instituto Soka Amazônia ser retomada em seu formato presencial. Segundo Erica, a visitação presencial das crianças ao Instituto é um passeio educativo que marca a vida dos alunos. “Esperamos poder ampliar o alcance por meio de novas parcerias com o setor privado”, finaliza.

Para conhecer mais sobre o projeto Ocas do Conhecimento Ambiental: https://www.facebook.com/ocasdoconhecimentoambiental/ e https://www.instagram.com/ocasdoconhecimentoambiental/


[1] Licenciada em Letras, língua Inglesa; especialista em Inglês / Literatura Anglo Americana e Educação Ambiental; e mestre em Letras pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Instituto Soka Amazônia e a parceria com a iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental

Ambas as organizações têm como propósito edificar futuras gerações de cidadãos conscientes de suas responsabilidades para com o meio ambiente

Quando uma criança planta uma árvore e se torna responsável por seu bem estar e sua importância para a mata em que está inserida, ela se conscientiza de sua simbiose com a biodiversidade. As Ocas do Conhecimento Ambiental e o Instituto Soka Amazônia são parceiras, voltadas à Educação como forma de formar pessoas conscientes e responsáveis quanto a sua atuação como cidadãos plenos e potencialmente capazes de agir efetivamente para a proteção do meio ambiente.

São cinco espaços de educação ambiental não formal, disponibilizados pela Vara Especializada do Meio Ambiente à Secretaria Municipal de Educação (SEMED): Leste, Norte, Puraquequara e CIGS e também ECAM/Manauara Shopping. Seu início se deu em 2005, com a unidade na zona Leste e, devido à boa atuação as demais foram sendo implementadas ao longo dos anos. A atual coordenadora das Ocas, a manauara Érica Kelly Amorim[1], explica que em 2013 a Prefeitura unificou a coordenação desses espaços, o que lhes conferiu um caráter mais amplo e significativo, devido à gestão centralizada. Uma pessoa muito importante para esse processo foi a professora Gina Gama, que coordenou a iniciativa por 8 anos.

Érica integra a equipe das Ocas desde 2015 quando assumiu o gerenciamento do projeto de Coleta Seletiva da instituição. A parceria com o Instituto Soka Amazônia se iniciou em 2018, com a implantação do projeto Academia Ambiental. “Durante 2018 e 2019, as escolas da rede municipal puderam visitar presencialmente a sede do Instituto graças a um patrocínio de uma empresa daquela região que forneceu o transporte dos escolares”, contou a atual coordenadora.

Prof. Érica Kelly Amorim – Coordenadora das Ocas do Conhecimento Ambiental

Em 2020, com a pandemia, o projeto teve de se reestruturar e migrar para o ambiente virtual. “Dessa forma foi possível levar a Academia Ambiental a escolas das demais regiões do município, atingindo muito mais alunos matriculados”, ressaltou Érica.

Este ano, em uma ação coordenada da SEMED e o Instituto Soka, em junho iniciaram o projeto Manaus, te quero verde, cujo objetivo é que cada criança matriculada na rede municipal plante 10 árvores. Portanto, até o final de 2022, o projeto prevê que serão plantados por volta de 3 milhões de árvores de espécies amazônicas.

No dia 24 de junho foi feito o plantio de 50 mudas na escola municipal Profa. Neusa dos Santos, localizada na zona rural. Cada plantio requer um planejamento detalhado. É preciso que a equipe do Instituto verifique o local, estude quais espécies terão mais condições de se desenvolver naquele solo e mapeie o lugar para sua georreferenciação. “Não usamos mais o termo ‘covas’ ao nos referirmos aos buracos no solo para o plantio, mas berços. Ressignificamos para que as crianças sintam que se trata de um nascimento de um ser que será, a partir daquele momento, cuidado por elas”, explicou a educadora ambiental.

Manaus, a capital do maior estado do Brasil, cercada pela mais exuberante floresta tropical do planeta, é também uma das capitais do país com a menor taxa de arborização por habitante. O projeto Manaus, te quero verde pretende mudar esse cenário.

Para o segundo semestre de 2021, a iniciativa Ocas do Conhecimento Ambiental pretende retomar gradualmente as atividades presenciais e programas importantes como o Oca vai à escola, que consiste em promover atividades de conscientização ambiental, por meio da ludicidade recreativa voltada aos alunos e aos pais. Tal ação é possível graças a parcerias com empresas de Manaus.

Há a previsão ainda de a Academia Ambiental em parceria com o Instituto Soka Amazônia ser retomada em seu formato presencial. Segundo Erica, a visitação presencial das crianças ao Instituto é um passeio educativo que marca a vida dos alunos. “Esperamos poder ampliar o alcance por meio de novas parcerias com o setor privado”, finaliza.

Para conhecer mais sobre o projeto Ocas do Conhecimento Ambiental: https://www.facebook.com/ocasdoconhecimentoambiental/ e https://www.instagram.com/ocasdoconhecimentoambiental/


[1] Licenciada em Letras, língua Inglesa; especialista em Inglês / Literatura Anglo Americana e Educação Ambiental; e mestre em Letras pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

Tempos de crise exigem mudanças criativas

Plantio Instituto Soka Amazonia
A Proposta de Paz 2021, do presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda traz reflexões profundas sobre as questões cruciais que afligem o mundo neste momento

Sem qualquer sombra de dúvida, 2020 ficará marcado na história como o ano em que o mundo parou. A Proposta de Paz de 2021 do dr. Daisaku Ikeda, fundador do Instituto Soka Amazônia, Criação de valor em tempos de crise, revisita os fatos que marcam a atual pandemia do coronavírus, analisando-os sob novos e reveladores olhares.

No texto, o dr. Ikeda clama por cooperação global contínua para melhor enfrentamento das questões-chave da época atual, como: a pandemia da Covid-19, a crise climática e a necessidade de livrar o mundo das armas nucleares. São impasses que não se limitam às fronteiras nacionais e, devido a isso, não têm como se resolver por um ou outro país ou organização. Ikeda ressalta que “nossos esforços compartilhados para responder à pandemia podem servir como alicerces para gerar consciência global sobre o papel essencial da solidariedade humana em transformar crises”.

Ratifica ainda que, no cerne de toda essa questão, membros da SGI em todo o mundo, “continuam a oferecer sinceras orações para a completa erradicação da Covid-19 o mais rápido possível e pelo repouso dos falecidos. E, no curso de nossas atividades, tomamos medidas de precaução rigorosas para evitar que a disseminação do vírus se amplie”.

Unindo esses esforços à proteção do meio ambiente com ações efetivas de combate à crise climática, o pacifista ressalta que: “Desde setembro do ano passado, o Instituto Soka Amazônia, que me empenhei para fundar, vem plantando uma árvore para cada vítima da Covid-19 no Brasil como parte do projeto Memorial Vida. A iniciativa pretende honrar e reconhecer, com cada árvore plantada, aqueles com os quais compartilhamos a vida na grande terra brasileira — perpetuando sua memória e, ao mesmo tempo, contribuindo para o reflorestamento e a proteção da integridade ecológica da região amazônica”.

O projeto Memorial Vida é uma forma de honrar as vidas perdidas e, ao mesmo tempo, eternizar o legado dessas preciosas pessoas. O valor de cada indivíduo é único e inestimável e jamais devemos deixar que seja reduzido a uma mera estatística. É dessa forma que o Instituto Soka Amazônia vem realizando esses plantios: com o máximo respeito à dignidade da vida.

Exatamente por isso, o autor faz uma importante reflexão quanto à efetiva implementação dos ODS[i] por entender que devem ser um guia para todos os países, instituições e empresas para obter um planeta realmente harmonioso. O mundo vem lidando com inúmeras crises de todos os níveis e motivações, cada qual possui suas particularidades e, portanto, somente o esforço conjunto será capaz de um enfrentamento efetivo. Conforme o trecho a seguir: “A escala sem precedentes dessa crise significa que não é um desafio de curto prazo, mas requer esforços políticos contínuos pelos próximos meses e, provavelmente, anos. Faz-se necessária uma consideração cuidadosa sobre como programas de auxílio podem se tornar efetivos e o mais sustentável possível (…) A fim de recuperar economias e a vida das pessoas no mundo pós-Covid, devemos priorizar a expansão do piso de proteção social e construir uma resiliência multidimensional. Países devem trabalhar juntos para criar uma sociedade global na qual cada pessoa possa viver em segurança e em paz de espírito”.

Ele faz um apelo à adoção de uma abordagem de múltiplos riscos de forma a lidar com as espirais de causas e consequências negativas, transformando-os em equivalentes positivos. Como exemplo ele cita a implementação de medidas para mitigar as mudanças climáticas que podem aprimorar as medidas de prevenção contra doenças infecciosas emergentes que, por sua vez, potencializam a resiliência aos desastres. Assim, fortalecendo medidas de prevenção de desastres e de redução de riscos, em conjunto com a conservação ecológica, são ações que farão grande diferença no enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. “Em vez de abordar cada situação de determinada crise de forma isolada, adotar abordagem abrangente que ofereça uma plataforma compartilhada torna possível desenvolver amplas possibilidade”, afirmou Ikeda.

Ele cita na sequência prioridades apontadas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula da Diversidade, em setembro de 2020: “Primeiro, soluções baseadas na natureza devem ser integradas à recuperação da Covid-19 e em planos de desenvolvimento mais amplos. A preservação da biodiversidade no mundo pode gerar os empregos e o crescimento econômico que precisamos hoje. O Fórum Econômico Mundial sinaliza que oportunidades de negócios emergentes relacionados à natureza podem criar 191 milhões de empregos em 2030. A Grande Muralha Verde, da África, criou, sozinha, 335 mil empregos”.

Enfim, entre as propostas listadas nesse texto, o líder budista sugeriu a realização de um fórum para discutir a relação entre as armas nucleares e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU durante a primeira reunião dos Estados-membro do TPAN. Ele defende ainda que seja feita uma discussão sobre o verdadeiro significado de segurança à luz das crises, como a emergência climática e a pandemia, na Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), marcada para agosto de 2021. O dr. Ikeda também solicita que o documento final da Conferência de Revisão inclua um compromisso em prol do não uso de armas nucleares e do congelamento no desenvolvimento todos os armamentos dessa natureza até 2025.


[i] Em 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para superar os maiores desafios do nosso tempo, cuidar do planeta e melhorar a vida de todos. Seguem os 17 ODS: 1. Erradicação da pobreza; 2. Fome zero e agricultura sustentável; 3. Saúde e bem estar; 4. Educação de qualidade; 5. Igualdade de gênero; 6. Água limpa e saneamento; 7. Energia limpa e sustentável; 8. Trabalho decente e crescimento econômico; 9. Indústria, inovação e infraestrutura; 10. Redução das desigualdades; 11. Cidades e comunidades sustentáveis; 12. Consumo e produção sustentáveis; 13. Ação contra a mudança global do clima; 14. Vida na água; 15. Vida terrestre; 16. Paz, justiça e instituições eficazes; 17. Parcerias e meios de implementação.

Tempos de crise exigem mudanças criativas

Plantio Instituto Soka Amazonia
A Proposta de Paz 2021, do presidente da SGI, dr. Daisaku Ikeda traz reflexões profundas sobre as questões cruciais que afligem o mundo neste momento

Sem qualquer sombra de dúvida, 2020 ficará marcado na história como o ano em que o mundo parou. A Proposta de Paz de 2021 do dr. Daisaku Ikeda, fundador do Instituto Soka Amazônia, Criação de valor em tempos de crise, revisita os fatos que marcam a atual pandemia do coronavírus, analisando-os sob novos e reveladores olhares.

No texto, o dr. Ikeda clama por cooperação global contínua para melhor enfrentamento das questões-chave da época atual, como: a pandemia da Covid-19, a crise climática e a necessidade de livrar o mundo das armas nucleares. São impasses que não se limitam às fronteiras nacionais e, devido a isso, não têm como se resolver por um ou outro país ou organização. Ikeda ressalta que “nossos esforços compartilhados para responder à pandemia podem servir como alicerces para gerar consciência global sobre o papel essencial da solidariedade humana em transformar crises”.

Ratifica ainda que, no cerne de toda essa questão, membros da SGI em todo o mundo, “continuam a oferecer sinceras orações para a completa erradicação da Covid-19 o mais rápido possível e pelo repouso dos falecidos. E, no curso de nossas atividades, tomamos medidas de precaução rigorosas para evitar que a disseminação do vírus se amplie”.

Unindo esses esforços à proteção do meio ambiente com ações efetivas de combate à crise climática, o pacifista ressalta que: “Desde setembro do ano passado, o Instituto Soka Amazônia, que me empenhei para fundar, vem plantando uma árvore para cada vítima da Covid-19 no Brasil como parte do projeto Memorial Vida. A iniciativa pretende honrar e reconhecer, com cada árvore plantada, aqueles com os quais compartilhamos a vida na grande terra brasileira — perpetuando sua memória e, ao mesmo tempo, contribuindo para o reflorestamento e a proteção da integridade ecológica da região amazônica”.

O projeto Memorial Vida é uma forma de honrar as vidas perdidas e, ao mesmo tempo, eternizar o legado dessas preciosas pessoas. O valor de cada indivíduo é único e inestimável e jamais devemos deixar que seja reduzido a uma mera estatística. É dessa forma que o Instituto Soka Amazônia vem realizando esses plantios: com o máximo respeito à dignidade da vida.

Exatamente por isso, o autor faz uma importante reflexão quanto à efetiva implementação dos ODS[i] por entender que devem ser um guia para todos os países, instituições e empresas para obter um planeta realmente harmonioso. O mundo vem lidando com inúmeras crises de todos os níveis e motivações, cada qual possui suas particularidades e, portanto, somente o esforço conjunto será capaz de um enfrentamento efetivo. Conforme o trecho a seguir: “A escala sem precedentes dessa crise significa que não é um desafio de curto prazo, mas requer esforços políticos contínuos pelos próximos meses e, provavelmente, anos. Faz-se necessária uma consideração cuidadosa sobre como programas de auxílio podem se tornar efetivos e o mais sustentável possível (…) A fim de recuperar economias e a vida das pessoas no mundo pós-Covid, devemos priorizar a expansão do piso de proteção social e construir uma resiliência multidimensional. Países devem trabalhar juntos para criar uma sociedade global na qual cada pessoa possa viver em segurança e em paz de espírito”.

Ele faz um apelo à adoção de uma abordagem de múltiplos riscos de forma a lidar com as espirais de causas e consequências negativas, transformando-os em equivalentes positivos. Como exemplo ele cita a implementação de medidas para mitigar as mudanças climáticas que podem aprimorar as medidas de prevenção contra doenças infecciosas emergentes que, por sua vez, potencializam a resiliência aos desastres. Assim, fortalecendo medidas de prevenção de desastres e de redução de riscos, em conjunto com a conservação ecológica, são ações que farão grande diferença no enfrentamento dos desafios impostos pelas mudanças climáticas. “Em vez de abordar cada situação de determinada crise de forma isolada, adotar abordagem abrangente que ofereça uma plataforma compartilhada torna possível desenvolver amplas possibilidade”, afirmou Ikeda.

Ele cita na sequência prioridades apontadas pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, na Cúpula da Diversidade, em setembro de 2020: “Primeiro, soluções baseadas na natureza devem ser integradas à recuperação da Covid-19 e em planos de desenvolvimento mais amplos. A preservação da biodiversidade no mundo pode gerar os empregos e o crescimento econômico que precisamos hoje. O Fórum Econômico Mundial sinaliza que oportunidades de negócios emergentes relacionados à natureza podem criar 191 milhões de empregos em 2030. A Grande Muralha Verde, da África, criou, sozinha, 335 mil empregos”.

Enfim, entre as propostas listadas nesse texto, o líder budista sugeriu a realização de um fórum para discutir a relação entre as armas nucleares e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU durante a primeira reunião dos Estados-membro do TPAN. Ele defende ainda que seja feita uma discussão sobre o verdadeiro significado de segurança à luz das crises, como a emergência climática e a pandemia, na Conferência de Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), marcada para agosto de 2021. O dr. Ikeda também solicita que o documento final da Conferência de Revisão inclua um compromisso em prol do não uso de armas nucleares e do congelamento no desenvolvimento todos os armamentos dessa natureza até 2025.


[i] Em 2012, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para superar os maiores desafios do nosso tempo, cuidar do planeta e melhorar a vida de todos. Seguem os 17 ODS: 1. Erradicação da pobreza; 2. Fome zero e agricultura sustentável; 3. Saúde e bem estar; 4. Educação de qualidade; 5. Igualdade de gênero; 6. Água limpa e saneamento; 7. Energia limpa e sustentável; 8. Trabalho decente e crescimento econômico; 9. Indústria, inovação e infraestrutura; 10. Redução das desigualdades; 11. Cidades e comunidades sustentáveis; 12. Consumo e produção sustentáveis; 13. Ação contra a mudança global do clima; 14. Vida na água; 15. Vida terrestre; 16. Paz, justiça e instituições eficazes; 17. Parcerias e meios de implementação.

Árvores Urbanas e seus benefícios

Arvores nas cidades

Por Antonio J. De Araujo[i]

As árvores urbanas e as vegetações associadas têm inúmeros usos e funções no ambiente urbano. Além do uso estético e arquitetônico, a vegetação urbana desempenha várias funções de engenharia. As árvores urbanas são importantes para a sociedade porque a maioria das pessoas vive nas cidades. As árvores urbanas trazem a natureza para dentro das cidades. Desde 2015, cerca de 84,7% da população brasileira mora em cidades. Mesmo no estado do Amazonas, famoso por sua exuberante e vasta floresta tropical, cerca de 80% da população vive em cidades.

As árvores ajudam na melhoria da qualidade de vida das pessoas, contribuem para o lazer, conforto e bem-estar das pessoas. As árvores fazem parte de nossa vida diária. Os benefícios das árvores urbanas são vários. As árvores e florestas urbanas têm a função de diminuir os impactos ambientais da urbanização, moderando o clima, conservando energia no interior de casas e prédios, absorvendo o dióxido de carbono, melhorando a qualidade da água, controlando o escoamento das águas e as enchentes, reduzindo os níveis de barulho, oferecendo abrigo para animais e aves e melhorando a atratividade das cidades, entre os muitos benefícios que nos proporcionam (Figura 1).

Figura 1. Os benefícios das árvores na cidade. Fonte: Google Imagens. Wikiversidade, 2014.

Alguns dos problemas que as árvores urbanas enfrentam no ambiente das cidades são: o solo compactado ou alterado, com a presença de entulhos; deficiência de água e nutrientes; temperaturas modificadas; poluição do ar; radiação solar alterada (sombreamento); espaço reduzido para crescer tanto para as raízes como para a copa; podas drásticas (mutilação da árvore); danos mecânicos (por veículos, cortadores de grama, anelamento do tronco, e outros) e o vandalismo.

A arboricultura pode ser definida como a arte e a ciência do plantio e cultivo de uma árvore ou pequeno grupo de árvores, arbustos ou trepadeiras lenhosas.[1] Já a floresta urbana é o conjunto de todas as árvores e vegetação associada que estejam dentro e em volta de povoamentos humanos densos, ou seja, nas áreas urbanas. A floresta urbana inclui as árvores plantadas em calçadas, parques, praças, jardins, quintais, estacionamentos, cemitérios e bosques urbanos. O conceito de floresta urbana inclui as árvores e vegetação localizadas também em áreas suburbanas e periurbanas.

A Sociedade Americana de Engenheiros Florestais definiu a Gestão da Floresta Urbana como sendo um ramo especializado da Engenharia Florestal, que tem como objetivo o cultivo e o manejo de árvores urbanas por sua presente e potencial contribuição fisiológica, sociológica e econômica para o bem-estar da sociedade urbana[2].

Inerente a esse objetivo está a função de educar a população urbana sobre o papel das árvores e outras vegetações no ambiente urbano. É necessário conhecer, para amar e proteger (Figura 2).

Figura 2. Amar para proteger. Foto do autor, 2008.

Num sentido mais amplo, a Gestão da Floresta Urbana abrange um sistema multi-administrativo que inclui a manutenção das árvores urbanas em geral, a reciclagem dos resíduos de vegetação, o manejo das bacias hidrográficas municipais e do habitat de animais silvestres, a recreação ao ar livre e o manejo da paisagem, em toda a área urbana e periurbana.


[1] HARRIS, R. W.; CLARK, J. R.; MATHENY, N. P. Arboriculture: integrated management of landscape trees, shrubs, and vines. Upper Saddle River. New Jersey: Prentice-Hall, 1999. 687 p.

[2] MILLER, R. W. Urban forestry: planning and managing urban greenspaces. Englewood Cliffs. New Jersey: Prentice-Hall, 1988. 404 p.


[i] Ph.D. em Genética Florestal. Pós-doutorado em Arborização Urbana. Presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e do Capítulo Brasil da International Society of Arboriculture (1997-1998). Membro da ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná. Pesquisador do CEPHIK – Centro de Estudos e Pesquisas do Humanismo Ikeda, Universidade Federal de Rondônia.


[i] Artigo baseado na publicação: Araujo, M. N. de & Araujo, A. J. de. Arborização urbana. Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar do CREA-PR. 2011 e 2016. 40 p.

Árvores Urbanas e seus benefícios

Arvores nas cidades

Por Antonio J. De Araujo[i]

As árvores urbanas e as vegetações associadas têm inúmeros usos e funções no ambiente urbano. Além do uso estético e arquitetônico, a vegetação urbana desempenha várias funções de engenharia. As árvores urbanas são importantes para a sociedade porque a maioria das pessoas vive nas cidades. As árvores urbanas trazem a natureza para dentro das cidades. Desde 2015, cerca de 84,7% da população brasileira mora em cidades. Mesmo no estado do Amazonas, famoso por sua exuberante e vasta floresta tropical, cerca de 80% da população vive em cidades.

As árvores ajudam na melhoria da qualidade de vida das pessoas, contribuem para o lazer, conforto e bem-estar das pessoas. As árvores fazem parte de nossa vida diária. Os benefícios das árvores urbanas são vários. As árvores e florestas urbanas têm a função de diminuir os impactos ambientais da urbanização, moderando o clima, conservando energia no interior de casas e prédios, absorvendo o dióxido de carbono, melhorando a qualidade da água, controlando o escoamento das águas e as enchentes, reduzindo os níveis de barulho, oferecendo abrigo para animais e aves e melhorando a atratividade das cidades, entre os muitos benefícios que nos proporcionam (Figura 1).

Figura 1. Os benefícios das árvores na cidade. Fonte: Google Imagens. Wikiversidade, 2014.

Alguns dos problemas que as árvores urbanas enfrentam no ambiente das cidades são: o solo compactado ou alterado, com a presença de entulhos; deficiência de água e nutrientes; temperaturas modificadas; poluição do ar; radiação solar alterada (sombreamento); espaço reduzido para crescer tanto para as raízes como para a copa; podas drásticas (mutilação da árvore); danos mecânicos (por veículos, cortadores de grama, anelamento do tronco, e outros) e o vandalismo.

A arboricultura pode ser definida como a arte e a ciência do plantio e cultivo de uma árvore ou pequeno grupo de árvores, arbustos ou trepadeiras lenhosas.[1] Já a floresta urbana é o conjunto de todas as árvores e vegetação associada que estejam dentro e em volta de povoamentos humanos densos, ou seja, nas áreas urbanas. A floresta urbana inclui as árvores plantadas em calçadas, parques, praças, jardins, quintais, estacionamentos, cemitérios e bosques urbanos. O conceito de floresta urbana inclui as árvores e vegetação localizadas também em áreas suburbanas e periurbanas.

A Sociedade Americana de Engenheiros Florestais definiu a Gestão da Floresta Urbana como sendo um ramo especializado da Engenharia Florestal, que tem como objetivo o cultivo e o manejo de árvores urbanas por sua presente e potencial contribuição fisiológica, sociológica e econômica para o bem-estar da sociedade urbana[2].

Inerente a esse objetivo está a função de educar a população urbana sobre o papel das árvores e outras vegetações no ambiente urbano. É necessário conhecer, para amar e proteger (Figura 2).

Figura 2. Amar para proteger. Foto do autor, 2008.

Num sentido mais amplo, a Gestão da Floresta Urbana abrange um sistema multi-administrativo que inclui a manutenção das árvores urbanas em geral, a reciclagem dos resíduos de vegetação, o manejo das bacias hidrográficas municipais e do habitat de animais silvestres, a recreação ao ar livre e o manejo da paisagem, em toda a área urbana e periurbana.


[1] HARRIS, R. W.; CLARK, J. R.; MATHENY, N. P. Arboriculture: integrated management of landscape trees, shrubs, and vines. Upper Saddle River. New Jersey: Prentice-Hall, 1999. 687 p.

[2] MILLER, R. W. Urban forestry: planning and managing urban greenspaces. Englewood Cliffs. New Jersey: Prentice-Hall, 1988. 404 p.


[i] Ph.D. em Genética Florestal. Pós-doutorado em Arborização Urbana. Presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e do Capítulo Brasil da International Society of Arboriculture (1997-1998). Membro da ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná. Pesquisador do CEPHIK – Centro de Estudos e Pesquisas do Humanismo Ikeda, Universidade Federal de Rondônia.


[i] Artigo baseado na publicação: Araujo, M. N. de & Araujo, A. J. de. Arborização urbana. Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar do CREA-PR. 2011 e 2016. 40 p.

Tecnologias sociais voltadas à preservação ambiental

A relação do ser humano com o meio em que vive vai muito além da simples existência; envolve todo um complexo conjunto de ações e reações que impactam diretamente a vida social

A área de atuação da Psicologia Social envolve o estudo de tudo o que ocorre com o indivíduo desde a sua concepção, suas relações com o meio e as pessoas com quem convive. É o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela interação do indivíduo, sua integração, a interdependência, escolhas e decisões, desejos e expectativas. Tudo isso influencia no processo de socialização – interação com os grupos sociais e seus diversos papéis sociais. Denise Machado Duran Gutierrez é uma pesquisadora apaixonada por tudo relacionado à área e é uma das cientistas colaboradoras do Instituto Soka Amazônia.

“Fico encantada com o empenho da equipe do Instituto Soka em todas as ações que empreende”, contou a pesquisadora.

A paulistana Denise é a responsável, pela Coordenação de Tecnologia Social do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), há 10 anos. Graduada em Psicologia para Universidade de São Paulo (USP), mestre em Psicologia da Saúde na Universidade Católica de Brabant, na Holanda e doutora em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A Psicologia Clínica não foi minha primeira opção de carreira, mas ela foi se introduzindo naturalmente e hoje sinto que era para ser”, explicou. Desde o Ensino Médio seu forte senso de justiça social e desejo de melhor compreender as relações humanas foi um guia para a trajetória impressionante que viria a seguir.

Carreira acadêmica

Contingências da vida levaram-na ao mestrado na Holanda. Devido ao trabalho do esposo, mudaram-se para o exterior, a oportunidade surgiu e ela se sentiu agraciada pelo destino. “Mas nunca me ocorreu voltar-me à carreira acadêmica”, confessou.

De volta ao Brasil, novamente em função da carreira do cônjuge, foram viver em Manaus. “Nos primeiros dias, ainda morando em hotel, sai a passear pela cidade e me vi à porta de uma Universidade. Resolvi entrar e ver se havia algum curso na minha área para fazer”, brincou. Saiu empregada. Fora contratada para lecionar Psicologia da Personalidade. Isso aconteceu há mais de 20 anos e, desde então, não mais deixou a carreira acadêmica. É professora titular da Universidade Federal do Amazonas e uma entusiasta da pesquisa voltada às Tecnologias Sociais. E o INPA veio logo a seguir, com certeza, graças à competência e o comprometimento.

Em sua modéstia argumentou que aquele “era um momento em que havia uma grande carência de profissionais titulados”. Porém, basta observar brevemente sua trajetória e discurso para compreender que se trata de pura competência, forte senso de responsabilidade e desejo por fazer a diferença no local em que se encontra.

Embora paulista, abraçou Manaus de coração e, por consequência, a Amazônia, por entender que essa floresta encerra mais do que árvores, é o próprio futuro da humanidade que ali se encontra.

Parceria com o Instituto Soka Amazônia

Há cerca de 10 anos, por intermédio do INPA, conheceu o Instituto Soka Amazônia e suas impactantes ações. Encantou-se. “Tudo o que fazem no [Instituto] Soka é maravilhoso! Sua base humanística, focada no ser humano e na melhoria de sua qualidade de vida é encantadora. Aquele projeto de vincular o nascimento ao plantio de uma árvore, tem uma carga simbólica e didática tão poderosa”, ressaltou se referindo ao projeto Sementes da Vida, em parceria com maternidades de Manaus. Segundo ela, embora pareça simples, a ideia de ter vinculada uma espécie amazônica ao nascimento de um novo ser humano – uma árvore que talvez subsista para além da existência daquele indivíduo – produz uma sensação real de eternidade, além da identidade e do pertencimento.

III Seminário das Águas e III Seminário de Tecnologia Social (2017)

Sua área de pesquisa no doutorado voltou-se à família, essa unidade social que tanto muda conforme a época e que precisa ser constantemente estudada e atualizada. “Na verdade, nossa ideia de tempo é um sopro. O nosso tempo de vida, em termos de História, é um simples pulsar”. Ela enfatiza que se trata de mera ilusão de que o que vemos em nosso vagar pelo mundo seja uma realidade concreta. Vivemos somente um simulacro de um momento histórico que vai sendo construído geração após geração. “Há 20 anos essa realidade social e familiar era muito diferente da atual. E, daqui a 20 anos, será muito mais diferente. A família é um produto sociocultural, fundamental como produtora de cuidados de saúde e bem-estar”, explicou. E, ressalta que cada local possui suas próprias características.

O momento mais marcante, como ela própria enfatizou, foi sua participação, em 2019, na Conferência da ONU em Salt Lake City, como colaboradora do Instituto e representante do INPA. “Vi como o [Instituto] é muito bem-conceituado”, contou. Segundo ela, foi uma oportunidade riquíssima de aprendizado e compartilhamento de tecnologias sociais com pesquisadores da África e América Latina. “Depois de ter feito uma palestra na ONU, eu falo que com essa experiência, já posso me aposentar!”, brincou Denise.

Ela fez questão de ressaltar ainda, a profícua parceria do Instituto no acolhimento dos alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda é um local bastante utilizado pelos alunos, tanto do INPA como da UFAM, pela grande biodiversidade existente e pela proximidade com estas instituições.

Livro sobre o Seminário das Águas

Há 6 anos, sob sua estreita coordenação, INPA e Instituto Soka Amazônia, vêm realizando o Seminário das Águas da Amazônia e, em outubro deste ano está previsto o lançamento do livro sobre esse importante evento que já faz parte do calendário oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI). “Foi um longo percurso até chegarmos a esse produto cultural que, tenho certeza, será uma importante ferramenta de atualização e pesquisa para o setor!”, exclamou a professora doutora.

“Nosso desejo é de realizar o lançamento do livro na próxima Semana [de Ciência e Tecnologia] em outubro”, enfatizou.

Outro motivo de grande júbilo por parte da pesquisadora é o convite do MCTI para a construção da Rede Amazônica de Tecnologia Social, que consistirá no mapeamento de todas as iniciativas de instituições voltadas à área. O MCTI pretende construir uma plataforma contendo todas as informações sobre esses agentes promotores, inclusive com sua geolocalização, abrangência de atuação, métodos, processos e populações atendidas. “Penso que será mais uma importante ferramenta para aprendizado e transformação social e o [Instituto] Soka estará nesse projeto que será disponibilizado para todo o planeta”, finaliza a pesquisadora.

Tecnologias sociais voltadas à preservação ambiental

A relação do ser humano com o meio em que vive vai muito além da simples existência; envolve todo um complexo conjunto de ações e reações que impactam diretamente a vida social

A área de atuação da Psicologia Social envolve o estudo de tudo o que ocorre com o indivíduo desde a sua concepção, suas relações com o meio e as pessoas com quem convive. É o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela interação do indivíduo, sua integração, a interdependência, escolhas e decisões, desejos e expectativas. Tudo isso influencia no processo de socialização – interação com os grupos sociais e seus diversos papéis sociais. Denise Machado Duran Gutierrez é uma pesquisadora apaixonada por tudo relacionado à área e é uma das cientistas colaboradoras do Instituto Soka Amazônia.

“Fico encantada com o empenho da equipe do Instituto Soka em todas as ações que empreende”, contou a pesquisadora.

A paulistana Denise é a responsável, pela Coordenação de Tecnologia Social do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), há 10 anos. Graduada em Psicologia para Universidade de São Paulo (USP), mestre em Psicologia da Saúde na Universidade Católica de Brabant, na Holanda e doutora em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A Psicologia Clínica não foi minha primeira opção de carreira, mas ela foi se introduzindo naturalmente e hoje sinto que era para ser”, explicou. Desde o Ensino Médio seu forte senso de justiça social e desejo de melhor compreender as relações humanas foi um guia para a trajetória impressionante que viria a seguir.

Carreira acadêmica

Contingências da vida levaram-na ao mestrado na Holanda. Devido ao trabalho do esposo, mudaram-se para o exterior, a oportunidade surgiu e ela se sentiu agraciada pelo destino. “Mas nunca me ocorreu voltar-me à carreira acadêmica”, confessou.

De volta ao Brasil, novamente em função da carreira do cônjuge, foram viver em Manaus. “Nos primeiros dias, ainda morando em hotel, sai a passear pela cidade e me vi à porta de uma Universidade. Resolvi entrar e ver se havia algum curso na minha área para fazer”, brincou. Saiu empregada. Fora contratada para lecionar Psicologia da Personalidade. Isso aconteceu há mais de 20 anos e, desde então, não mais deixou a carreira acadêmica. É professora titular da Universidade Federal do Amazonas e uma entusiasta da pesquisa voltada às Tecnologias Sociais. E o INPA veio logo a seguir, com certeza, graças à competência e o comprometimento.

Em sua modéstia argumentou que aquele “era um momento em que havia uma grande carência de profissionais titulados”. Porém, basta observar brevemente sua trajetória e discurso para compreender que se trata de pura competência, forte senso de responsabilidade e desejo por fazer a diferença no local em que se encontra.

Embora paulista, abraçou Manaus de coração e, por consequência, a Amazônia, por entender que essa floresta encerra mais do que árvores, é o próprio futuro da humanidade que ali se encontra.

Parceria com o Instituto Soka Amazônia

Há cerca de 10 anos, por intermédio do INPA, conheceu o Instituto Soka Amazônia e suas impactantes ações. Encantou-se. “Tudo o que fazem no [Instituto] Soka é maravilhoso! Sua base humanística, focada no ser humano e na melhoria de sua qualidade de vida é encantadora. Aquele projeto de vincular o nascimento ao plantio de uma árvore, tem uma carga simbólica e didática tão poderosa”, ressaltou se referindo ao projeto Sementes da Vida, em parceria com maternidades de Manaus. Segundo ela, embora pareça simples, a ideia de ter vinculada uma espécie amazônica ao nascimento de um novo ser humano – uma árvore que talvez subsista para além da existência daquele indivíduo – produz uma sensação real de eternidade, além da identidade e do pertencimento.

III Seminário das Águas e III Seminário de Tecnologia Social (2017)

Sua área de pesquisa no doutorado voltou-se à família, essa unidade social que tanto muda conforme a época e que precisa ser constantemente estudada e atualizada. “Na verdade, nossa ideia de tempo é um sopro. O nosso tempo de vida, em termos de História, é um simples pulsar”. Ela enfatiza que se trata de mera ilusão de que o que vemos em nosso vagar pelo mundo seja uma realidade concreta. Vivemos somente um simulacro de um momento histórico que vai sendo construído geração após geração. “Há 20 anos essa realidade social e familiar era muito diferente da atual. E, daqui a 20 anos, será muito mais diferente. A família é um produto sociocultural, fundamental como produtora de cuidados de saúde e bem-estar”, explicou. E, ressalta que cada local possui suas próprias características.

O momento mais marcante, como ela própria enfatizou, foi sua participação, em 2019, na Conferência da ONU em Salt Lake City, como colaboradora do Instituto e representante do INPA. “Vi como o [Instituto] é muito bem-conceituado”, contou. Segundo ela, foi uma oportunidade riquíssima de aprendizado e compartilhamento de tecnologias sociais com pesquisadores da África e América Latina. “Depois de ter feito uma palestra na ONU, eu falo que com essa experiência, já posso me aposentar!”, brincou Denise.

Ela fez questão de ressaltar ainda, a profícua parceria do Instituto no acolhimento dos alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda é um local bastante utilizado pelos alunos, tanto do INPA como da UFAM, pela grande biodiversidade existente e pela proximidade com estas instituições.

Livro sobre o Seminário das Águas

Há 6 anos, sob sua estreita coordenação, INPA e Instituto Soka Amazônia, vêm realizando o Seminário das Águas da Amazônia e, em outubro deste ano está previsto o lançamento do livro sobre esse importante evento que já faz parte do calendário oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI). “Foi um longo percurso até chegarmos a esse produto cultural que, tenho certeza, será uma importante ferramenta de atualização e pesquisa para o setor!”, exclamou a professora doutora.

“Nosso desejo é de realizar o lançamento do livro na próxima Semana [de Ciência e Tecnologia] em outubro”, enfatizou.

Outro motivo de grande júbilo por parte da pesquisadora é o convite do MCTI para a construção da Rede Amazônica de Tecnologia Social, que consistirá no mapeamento de todas as iniciativas de instituições voltadas à área. O MCTI pretende construir uma plataforma contendo todas as informações sobre esses agentes promotores, inclusive com sua geolocalização, abrangência de atuação, métodos, processos e populações atendidas. “Penso que será mais uma importante ferramenta para aprendizado e transformação social e o [Instituto] Soka estará nesse projeto que será disponibilizado para todo o planeta”, finaliza a pesquisadora.

Plante árvores: o planeta agradece

bIosequestro de carbono
Assim que a semente germina e as primeiras folhas aparecem começa o biosequestro de carbono

Num artigo anterior publicado neste espaço, Marcos Viana, pesquisador, auditor, engenheiro químico, engenheiro de segurança, especialista em gestão ambiental, qualificado em controles preventivos e titular da consultoria AmazonCert sediada em Manaus falou da diferença entre crédito de carbono e pegada de carbono. Neste novo artigo ele comenta um tema que vem causando dúvidas e sendo objeto de muita discussão: Como neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono?

Existem muitas maneiras de neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono, como instalar sistema para geração de energia solar e até coisas mais prosaicas no dia a dia como usar bicicleta nos trajetos que necessitamos percorrer, gerar menos resíduos orgânicos, dentre outros. Entretanto, existe uma forma que é muito prática, está ficando cada vez mais barata e nem sempre é lembrada: o biosequestro de carbono pela plantação de árvores.

Como calcular

De acordo com cálculos validados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vertido do inglês – Intergovernmental Panel on Climate Change) cada árvore de clima tropical biosequestra 312kg de CO2 até atingir o clímax, ou seja, até chegar aos 20 anos de vida. Isso corresponde a uma captação de aproximadamente 16kg de CO2 a cada ano. E não para por aí: depois desses 20 anos, de acordo ainda com o IPCC, contínua captando aproximadamente 6kg a cada ano restante de sua longa vida. O biosequestro de carbono pela plantação de árvores funciona assim: a partir do momento que uma semente germina, a planta brota, sua raiz, seu caule e algumas folhas se desenvolvem. As folhas são responsáveis pela geração de alimento que propicia o crescimento da planta. Nelas acontece a fotossíntese por reações bioquímicas entre o CO2 captado do ar, pela água que vem da raiz e pela luz solar que a atinge. Dessa forma, a planta gera açúcares (carboidratos) que são responsáveis pela formação de outras substâncias, fazendo com que a planta cresça. E ainda tem mais, libera nessa reação o oxigênio (O2), utilizado na nossa respiração (veja Figura 1).

Figura 1 – Esquema da fotossíntese
A partir da germinação da semente

Muitas pessoas pensam que é necessário esperar os 20 anos que a planta leva para atingir seu ápice para que ela comece a captar carbono da atmosfera. Entretanto, diante a explicação acima, a planta já começa a fazer isso desde que a semente germina.

“Que chato, vou ter que esperar 20 anos? Que vantagem tenho nisso?” – chega-se a pensar, de forma totalmente equivocada.

O correto é pensar que ao plantar árvores, a pessoa também está contribuindo para conservação do solo, pois as plantas evitam a erosão e enriquecem o terreno com matéria orgânica. Elas contribuem para manter o ciclo regular de chuvas, pois transpiram muita água. E se já não bastasse tudo isso, elas promovem o aumento da fauna – insetos, pássaros, primatas, dentre outros.

Os especialistas chamam tudo isso de serviços ambientais.

Um cálculo prático

E aí você pode se perguntar, como faço para calcular o número de árvores a plantar sabendo a minha pegada de carbono?

Vamos relembrar do exemplo que usamos no artigo anterior para determinar a pegada de carbono pelo uso de seu veículo, digamos, no ano de 2020. Vamos admitir que o carro percorre 10 km para cada litro de gasolina consumido, e foram percorridos 12.000 km com esse veículo naquele período. Buscando no BEN (Balanço Energético Nacional) 2020, encontra-se o fator de emissão gasolina igual a 2,212 kg CO2 / L. Realizando os cálculos devidos (veja figura 2), encontra-se que a pegada de carbono pelo uso do veículo foi de 2,654 tCO2e (toneladas de CO2 equivalentes).

Figura 2 – Cálculo da pegada de carbono de um veículo a gasolina que percorreu 12.000 km no ano de 2020

Considerando o uso daquele veículo no ano de 2020, vamos raciocinar desta forma:

  1. Sua pegada de carbono é de 2,654 tCO2e
  2. Vamos dividir esse valor por 0,312t, lembrando que assinalamos acima que durante os 20 anos de crescimento da árvore são captados 312kg de CO2 que convertido para toneladas métricas é igual a 0,312.
  3. Resultado: você deve plantar e cuidar de 9 árvores.  

Fontes:

Quanto mais quente melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas. Carlos Klink (organizado) – São Paulo: Peirópolis, Brasília, DF:IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil, 2007.

Rodríguez, Carlos René Muñiz. Estimativa do potencial sequestro de carbono em áreas de preservação permanente de cursos d’água e topos de morros mediante reflorestamento com espécies nativas no município de São Luiz do Paraitinga / Carlos René Muñiz Rodríguez. – São José dos Campos : INPE, 2015.

2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories Volume 4 Agriculture, Forestry and Other Land Use.

BEN 2020 – Balanço Energético Nacional – Ministério de Minas e Energia

Plante árvores: o planeta agradece

bIosequestro de carbono
Assim que a semente germina e as primeiras folhas aparecem começa o biosequestro de carbono

Num artigo anterior publicado neste espaço, Marcos Viana, pesquisador, auditor, engenheiro químico, engenheiro de segurança, especialista em gestão ambiental, qualificado em controles preventivos e titular da consultoria AmazonCert sediada em Manaus falou da diferença entre crédito de carbono e pegada de carbono. Neste novo artigo ele comenta um tema que vem causando dúvidas e sendo objeto de muita discussão: Como neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono?

Existem muitas maneiras de neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono, como instalar sistema para geração de energia solar e até coisas mais prosaicas no dia a dia como usar bicicleta nos trajetos que necessitamos percorrer, gerar menos resíduos orgânicos, dentre outros. Entretanto, existe uma forma que é muito prática, está ficando cada vez mais barata e nem sempre é lembrada: o biosequestro de carbono pela plantação de árvores.

Como calcular

De acordo com cálculos validados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vertido do inglês – Intergovernmental Panel on Climate Change) cada árvore de clima tropical biosequestra 312kg de CO2 até atingir o clímax, ou seja, até chegar aos 20 anos de vida. Isso corresponde a uma captação de aproximadamente 16kg de CO2 a cada ano. E não para por aí: depois desses 20 anos, de acordo ainda com o IPCC, contínua captando aproximadamente 6kg a cada ano restante de sua longa vida. O biosequestro de carbono pela plantação de árvores funciona assim: a partir do momento que uma semente germina, a planta brota, sua raiz, seu caule e algumas folhas se desenvolvem. As folhas são responsáveis pela geração de alimento que propicia o crescimento da planta. Nelas acontece a fotossíntese por reações bioquímicas entre o CO2 captado do ar, pela água que vem da raiz e pela luz solar que a atinge. Dessa forma, a planta gera açúcares (carboidratos) que são responsáveis pela formação de outras substâncias, fazendo com que a planta cresça. E ainda tem mais, libera nessa reação o oxigênio (O2), utilizado na nossa respiração (veja Figura 1).

Figura 1 – Esquema da fotossíntese
A partir da germinação da semente

Muitas pessoas pensam que é necessário esperar os 20 anos que a planta leva para atingir seu ápice para que ela comece a captar carbono da atmosfera. Entretanto, diante a explicação acima, a planta já começa a fazer isso desde que a semente germina.

“Que chato, vou ter que esperar 20 anos? Que vantagem tenho nisso?” – chega-se a pensar, de forma totalmente equivocada.

O correto é pensar que ao plantar árvores, a pessoa também está contribuindo para conservação do solo, pois as plantas evitam a erosão e enriquecem o terreno com matéria orgânica. Elas contribuem para manter o ciclo regular de chuvas, pois transpiram muita água. E se já não bastasse tudo isso, elas promovem o aumento da fauna – insetos, pássaros, primatas, dentre outros.

Os especialistas chamam tudo isso de serviços ambientais.

Um cálculo prático

E aí você pode se perguntar, como faço para calcular o número de árvores a plantar sabendo a minha pegada de carbono?

Vamos relembrar do exemplo que usamos no artigo anterior para determinar a pegada de carbono pelo uso de seu veículo, digamos, no ano de 2020. Vamos admitir que o carro percorre 10 km para cada litro de gasolina consumido, e foram percorridos 12.000 km com esse veículo naquele período. Buscando no BEN (Balanço Energético Nacional) 2020, encontra-se o fator de emissão gasolina igual a 2,212 kg CO2 / L. Realizando os cálculos devidos (veja figura 2), encontra-se que a pegada de carbono pelo uso do veículo foi de 2,654 tCO2e (toneladas de CO2 equivalentes).

Figura 2 – Cálculo da pegada de carbono de um veículo a gasolina que percorreu 12.000 km no ano de 2020

Considerando o uso daquele veículo no ano de 2020, vamos raciocinar desta forma:

  1. Sua pegada de carbono é de 2,654 tCO2e
  2. Vamos dividir esse valor por 0,312t, lembrando que assinalamos acima que durante os 20 anos de crescimento da árvore são captados 312kg de CO2 que convertido para toneladas métricas é igual a 0,312.
  3. Resultado: você deve plantar e cuidar de 9 árvores.  

Fontes:

Quanto mais quente melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas. Carlos Klink (organizado) – São Paulo: Peirópolis, Brasília, DF:IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil, 2007.

Rodríguez, Carlos René Muñiz. Estimativa do potencial sequestro de carbono em áreas de preservação permanente de cursos d’água e topos de morros mediante reflorestamento com espécies nativas no município de São Luiz do Paraitinga / Carlos René Muñiz Rodríguez. – São José dos Campos : INPE, 2015.

2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories Volume 4 Agriculture, Forestry and Other Land Use.

BEN 2020 – Balanço Energético Nacional – Ministério de Minas e Energia