Venha conhecer as ruínas da histórica Olaria do Senhor Andresen

Ao vir a Manaus faça uma viagem no tempo

Se você vier a Manaus e andar pela cidade prestando atenção nas casas mais antigas e típicas de uma determinada época da capital amazonense, final do século 19, início do século 20, do meio para o fim do chamado “ciclo da borracha” (*) ao longo do caminho percorrido será possível fazer uma viagem de volta no tempo e embarcar nas histórias contadas pelas gerações que ajudaram a construir a imagem da ‘Manaus Antiga’ e seus cenários, como está narrado no portal G1. Vale a pena ver – aqui.

Tijolos depois das casas de taipa

A matéria do G1 ocupa-se, em especial, de casas ainda feitas de taipa, mas a estética das construções da época colonial foi mantida um pouco mais adiante, quando várias olarias começaram a se instalar na cidade, concentradas de um lado e de outro do Rio Negro, de onde saíram os tijolos que mantêm de pé por anos e anos moradias que até hoje são típicas de Manaus.

Se nas suas andanças pela cidade houver tempo e disposição, vale uma esticada até o Instituto Soka Amazonas para conhecer, entre outras importantes realizações da Organização, as ruínas de uma daquelas históricas olarias, que pertenceu à família do sr. J. H. Andresen, um dinamarquês que ainda menino foi para a cidade do Porto, em Portugal e veio depois para o Brasil.

Naquela época, por diferentes razões, os portugueses estavam como que redescobrindo o Brasil e houve uma forte corrente migratória dirigida, entre outros, para o norte de nosso país, primeiro para Belém do Pará, depois para o Amazonas. Pessoas e mesmo empresas vinham com um claro objetivo econômico, e o dinamarquês-lusitano sr. J. H. Andresen foi um dos que chegaram a Manaus em busca de sucesso, sucesso que, sim, ele alcançou, afinal, a ciclo da borracha estava em seu apogeu

Primeiro o sr. Andresen trabalhou, aqui, na mesma empresa de importações e exportações em que trabalhava em Portugal, mas logo desenvolveu seu próprio negócio, os Armazéns J.H. Andresen, no centro de Manaus. Foi um sucesso!

Além da atividade comercial (foto) J.H.Andresen criou a olaria que levava seu próprio nome, no mesmo local ocupado, hoje, pela RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) onde se localiza o Instituto Soka Amazônia

Quando o ciclo da borracha já não estava com todo o fôlego, e os negócios de comércio começavam a minguar, o empreendedor dinamarquês voltou-se para outro ramo e surgiu em 1882 a Olaria Lages e Lages, cujas ruinas podem ser visitadas hoje na RPPN Daisaku Ikeda (Reserva Particular de Patrimônio Natural), fora do centro de Manaus, uma área de 52 hectares bem em frente ao Encontro das Águas, uma das visitas obrigatórias para quem visita o Amazonas.

Segundo as arqueólogas Maraget Cerqueira e Vanessa Benedito, colaboradoras constantes do Instituto Soka Amazônia, sócias da consultoria Muiraquitã Arqueologia, que atua em processos de licenciamento ambiental, a Reserva Daisaku Ikeda contém uma típica “floresta cultural”, uma área muito devastada que foi totalmente remanejada e reconstruída para voltar a ter o verde pujante que ostenta hoje.

Olaria Andresen_1901 – Aspecto do complexo oleiro, localizado na entrada da cidade em tomada feita do Rio Negro- Foto: Felipe Augusto Fidanza – Álbum do Estado do Amazonas  

Quem chega à Reserva e faz a caminhada naturalmente proposta aos visitantes, é conduzido às ruinas da olaria que pertenceu ao sr. Andresen, situada dentro do riquíssimo sítio arqueológico que tem uma série de descobertas de tempos ainda mais remotos, pré-coloniais.

O ofício da produção de tijolos, a partir da utilização da argila, transcendeu épocas. Após o declínio do ciclo econômico da borracha e, por consequente declínio do complexo de olarias que antes estava localizado na atual RPPN Daisaku Ikeda e seu entorno, as olarias “mudaram-se” para o outro lado do belo rio Negro, em sua margem direita e o município de Iranduba abriga atualmente o maior complexo de fábricas de cerâmica que produzem milhares de tijolos, de variados modelos, gerando trabalho e renda para muitas famílias.

Nas ruinas da olaria Lages e Lages, encontram-se peças remanescentes da época em que a olaria do sr. Andresen estava em plena atividade – material ainda muito bem conservado, típico do final do século 19, início do século 20, tijolos, por sinal, praticamente iguais aos atuais. Anúncios da época, aliás, apregoavam que a olaria do sr. Andresen era a mais moderna de todas.

A aquisição do espaço em que atua o Instituto Soka Amazônia aconteceu em 1991 e 4 anos depois, em 1995, a RPPN Daisaku Ikeda foi oficialmente credenciada pelo IBAMA.

A Olaria Lages do sr. Andresen apregoava ser a mais moderna da região. Imagem disponibilizada pelo Centro Cultural Reunidos

A homenagem ao dr. Ikeda foi prestada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), em reconhecimento aos esforços do fundador do Instituto Soka pela preservação e educação ambiental da Amazônia.

O Instituto Soka espera que a pandemia do Covid 19 chegue logo ao fim e possa voltar a dar boas-vindas a todos os visitantes.

Inclusive você.

(*) O auge do ciclo da borracha aconteceu entre os anos de 1879 e 1912, tendo ainda, uma boa sobrevida entre os anos de 1942 e 1945, no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

Venha conhecer as ruínas da histórica Olaria do Senhor Andresen

Ao vir a Manaus faça uma viagem no tempo

Se você vier a Manaus e andar pela cidade prestando atenção nas casas mais antigas e típicas de uma determinada época da capital amazonense, final do século 19, início do século 20, do meio para o fim do chamado “ciclo da borracha” (*) ao longo do caminho percorrido será possível fazer uma viagem de volta no tempo e embarcar nas histórias contadas pelas gerações que ajudaram a construir a imagem da ‘Manaus Antiga’ e seus cenários, como está narrado no portal G1. Vale a pena ver – aqui.

Tijolos depois das casas de taipa

A matéria do G1 ocupa-se, em especial, de casas ainda feitas de taipa, mas a estética das construções da época colonial foi mantida um pouco mais adiante, quando várias olarias começaram a se instalar na cidade, concentradas de um lado e de outro do Rio Negro, de onde saíram os tijolos que mantêm de pé por anos e anos moradias que até hoje são típicas de Manaus.

Se nas suas andanças pela cidade houver tempo e disposição, vale uma esticada até o Instituto Soka Amazonas para conhecer, entre outras importantes realizações da Organização, as ruínas de uma daquelas históricas olarias, que pertenceu à família do sr. J. H. Andresen, um dinamarquês que ainda menino foi para a cidade do Porto, em Portugal e veio depois para o Brasil.

Naquela época, por diferentes razões, os portugueses estavam como que redescobrindo o Brasil e houve uma forte corrente migratória dirigida, entre outros, para o norte de nosso país, primeiro para Belém do Pará, depois para o Amazonas. Pessoas e mesmo empresas vinham com um claro objetivo econômico, e o dinamarquês-lusitano sr. J. H. Andresen foi um dos que chegaram a Manaus em busca de sucesso, sucesso que, sim, ele alcançou, afinal, a ciclo da borracha estava em seu apogeu

Primeiro o sr. Andresen trabalhou, aqui, na mesma empresa de importações e exportações em que trabalhava em Portugal, mas logo desenvolveu seu próprio negócio, os Armazéns J.H. Andresen, no centro de Manaus. Foi um sucesso!

Além da atividade comercial (foto) J.H.Andresen criou a olaria que levava seu próprio nome, no mesmo local ocupado, hoje, pela RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) onde se localiza o Instituto Soka Amazônia

Quando o ciclo da borracha já não estava com todo o fôlego, e os negócios de comércio começavam a minguar, o empreendedor dinamarquês voltou-se para outro ramo e surgiu em 1882 a Olaria Lages e Lages, cujas ruinas podem ser visitadas hoje na RPPN Daisaku Ikeda (Reserva Particular de Patrimônio Natural), fora do centro de Manaus, uma área de 52 hectares bem em frente ao Encontro das Águas, uma das visitas obrigatórias para quem visita o Amazonas.

Segundo as arqueólogas Maraget Cerqueira e Vanessa Benedito, colaboradoras constantes do Instituto Soka Amazônia, sócias da consultoria Muiraquitã Arqueologia, que atua em processos de licenciamento ambiental, a Reserva Daisaku Ikeda contém uma típica “floresta cultural”, uma área muito devastada que foi totalmente remanejada e reconstruída para voltar a ter o verde pujante que ostenta hoje.

Olaria Andresen_1901 – Aspecto do complexo oleiro, localizado na entrada da cidade em tomada feita do Rio Negro- Foto: Felipe Augusto Fidanza – Álbum do Estado do Amazonas  

Quem chega à Reserva e faz a caminhada naturalmente proposta aos visitantes, é conduzido às ruinas da olaria que pertenceu ao sr. Andresen, situada dentro do riquíssimo sítio arqueológico que tem uma série de descobertas de tempos ainda mais remotos, pré-coloniais.

O ofício da produção de tijolos, a partir da utilização da argila, transcendeu épocas. Após o declínio do ciclo econômico da borracha e, por consequente declínio do complexo de olarias que antes estava localizado na atual RPPN Daisaku Ikeda e seu entorno, as olarias “mudaram-se” para o outro lado do belo rio Negro, em sua margem direita e o município de Iranduba abriga atualmente o maior complexo de fábricas de cerâmica que produzem milhares de tijolos, de variados modelos, gerando trabalho e renda para muitas famílias.

Nas ruinas da olaria Lages e Lages, encontram-se peças remanescentes da época em que a olaria do sr. Andresen estava em plena atividade – material ainda muito bem conservado, típico do final do século 19, início do século 20, tijolos, por sinal, praticamente iguais aos atuais. Anúncios da época, aliás, apregoavam que a olaria do sr. Andresen era a mais moderna de todas.

A aquisição do espaço em que atua o Instituto Soka Amazônia aconteceu em 1991 e 4 anos depois, em 1995, a RPPN Daisaku Ikeda foi oficialmente credenciada pelo IBAMA.

A Olaria Lages do sr. Andresen apregoava ser a mais moderna da região. Imagem disponibilizada pelo Centro Cultural Reunidos

A homenagem ao dr. Ikeda foi prestada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO), em reconhecimento aos esforços do fundador do Instituto Soka pela preservação e educação ambiental da Amazônia.

O Instituto Soka espera que a pandemia do Covid 19 chegue logo ao fim e possa voltar a dar boas-vindas a todos os visitantes.

Inclusive você.

(*) O auge do ciclo da borracha aconteceu entre os anos de 1879 e 1912, tendo ainda, uma boa sobrevida entre os anos de 1942 e 1945, no decorrer da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945).

RPPNs – benefícios públicos através de meios privados

O peso da palavra “perpetuidade”

A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.

Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.

Obrigações assumidas

É muita responsabilidade!

Responsabilidade que tem um custo.

Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.

Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.

E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.

Um livro que cobre o assunto de A a Z

O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.

Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.

As muitas RPPNs no Brasil

Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.

Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.

São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.

Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.

RPPNs – benefícios públicos através de meios privados

O peso da palavra “perpetuidade”

A palavra “perpetuidade”, contida na definição do que é uma RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural) dá uma perfeita dimensão da responsabilidade assumida por uma pessoa (jurídica ou mesmo física) ao pleitear e obter o registro de uma área dentro do sistema oficial de áreas protegidas do Brasil.

Perpetuamente manter todos os cuidados que vão das ações de proteção e sinalização, passando pelo planejamento e o plantio de árvores nativas até a gestão de toda a área que contribui para o estabelecimento de corredores ecológicos que oferecem refúgio para a fauna e favorecem a provisão de uma série de benefícios, direta e indiretamente desfrutados por toda a coletividade.

Obrigações assumidas

É muita responsabilidade!

Responsabilidade que tem um custo.

Aplicação contínua (em verdade, perpétua) de muitos e muitos recursos materiais, humanos; horas e horas de constante dedicação.

Coletar sementes, tratá-las, criar mudas, plantar, acompanhar seu desenvolvimento, manter equipes técnicas especializadas em cada etapa, administrar esse processo como um todo.

E a verdade é que não são muitas ou muito vultosas as possibilidades de obter algum rendimento que de alguma forma contribua para cobrir os custos envolvidos.

Um livro que cobre o assunto de A a Z

O livro “Conservação em Ciclo Contínuo” de Flávio Ojidos (coautoria de Claudio Valladares Pádua e Angela Pellin), da Editora Essencial Idea contém informações de A a Z sobre RPPNs – histórico da conservação voluntária em áreas privadas no Brasil e diversos outros países, legislação, pesquisas, análise de cenários e até uma série de informações sobre possibilidades de geração ou obtenção de recursos, seja através de prestação de serviços, seja através de alguns incentivos fiscais.

Ao exporem o regime ganha-ganha em que essas operações se desenvolvem, os autores lembram até e entre outras, atividades turísticas, pois é cada vez maior o número de pessoas que querem conhecer de perto como é e como se desenvolve uma RPPN, e essas visitas passaram a ser algo extremamente atraente.

As muitas RPPNs no Brasil

Há mais de 1.650 RPPNs em todos os biomas e Estados do país, que juntas protegem cerca de 800 mil hectares. Uma delas, a RPPN Gigante do Itaguaré, de 358 hectares, protege a biodiversidade da Serra da Mantiqueira e tem sido palco para a implementação prática dos conceitos da Conservação em Ciclo Contínuo, trazidos no já citado livro de Flávio Ojidos.

Outra, a RPPN Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, que é gerida pelo Instituto Soka Amazônia. Com seus 52 hectares, é localizada na área do Encontro das Águas dos rios Negro e Solimões, com o compromisso de preservar a biodiversidade e promover o desenvolvimento ambiental na região.

São muitas as histórias de famílias e instituições que demonstram efetivo engajamento com a causa ambiental e oferecem ao mundo seus esforços conservacionistas em prol de toda a coletividade.

Como Brent Mitchell fala no prefácio do livro mencionado, “quando buscamos definição para as reservas particulares, dizemos que oferecem benefícios públicos através de meios privados”. Seria importante acrescentar: perpetuamente.

Jovem cientista em formação

Tais Tokusato
Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia

As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.

Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.

“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.

A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.

16ª Conferência sobre Educação Soka na Universidade Soka América Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/california-2020-2-dias-intensos-e-riquissimos-na-16a-conferencia-sobre-educacao-soka/

No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.

Planos futuros

O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.

“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.

Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.

Jovem cientista em formação

Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia

As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.

Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.

“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.

A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.

16ª Conferência sobre Educação Soka na Universidade Soka América Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/california-2020-2-dias-intensos-e-riquissimos-na-16a-conferencia-sobre-educacao-soka/

No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.

Planos futuros

O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.

“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.

Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.

Reflexões sobre os Objetivos Sustentáveis

O evento virtual Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis buscou levar informações e exemplos para que pessoas e organizações possam refletir sobre possibilidades reais

Desenvolver com responsabilidade e eficiência. São as palavras de ordem das Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que são essenciais para que haja um futuro ao planeta e a todos os seres que nele habitam. O webinar Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis aconteceu na última quinta-feira, dia 25 de março e é uma iniciativa do Instituto Soka Amazônia e da Fundação Rede Amazônica. Cerca de 180 pessoas e organizações participaram ao vivo e muitas outras mais assistiram à gravação posteriormente pelo canal do Instituto no YouTube[1].

Victor Olszenski – mediador do Evento

Sob mediação do professor e diretor da Percepta Marketing, Victor Olszenski, o evento contou com a participação de Ana Carolina Paci, representante do Pacto Global[2] das Nações Unidas no Brasil. Também apresentaram suas iniciativas e perspectivas, Jonivaldo Miranda da empresa Tutiplast e Márcya Lira da Fundação Rede Amazônica.

“Há 36 anos a Rede Amazônica [maior grupo de comunicação da Região Norte do país], busca colorir, com suas câmeras, todas as facetas da floresta”, enfatizou Márcya. A Fundação é o braço institucional do grupo Rede Amazônica e tem como principal objetivo integrar e desenvolver a região, por meio da capacitação de seus colaboradores. Também articulando parcerias que contribuam para o desenvolvimento social, ambiental e científico-tecnológico, como a que mantém com o Instituto Soka Amazônia. “Hoje não existem mais fronteiras geográficas, só as digitais”, continuou. Tais fronteiras passam necessariamente pela constante inovação tecnológica, especialmente numa empresa voltada para a comunicação. Reafirmou ainda o compromisso de trabalhar pela proteção da floresta, incluindo as populações que precisam encontrar maneiras de viver de maneira sustentável.

A Tutiplast, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado nacional provendo soluções em injeção plástica contou sua experiência com o tema do evento. Jonivaldo Miranda ressaltou muito sobre a preocupação da empresa quanto à questão ambiental e contou sobre a busca por parcerias que pudessem efetivamente desenvolver projetos que possibilitem a conscientização e a redução do impacto ambiental resultante das atividades da empresa. Foi assim que há 3 anos chegaram ao Instituto Soka Amazônia.

Tal parceria resultou em projetos que abrangem desde a educação ambiental até a produção de mudas para o reflorestamento. Jonivaldo conta que hoje há um consenso em toda a cadeia produtiva ligada à empresa, sobre a questão ambiental. Seus colaboradores veem como um “prêmio” serem selecionados para as constantes visitas à sede do Instituto Soka, tal o grau de envolvimento obtido a partir dos projetos de conscientização.

Pacto Global

Ana Carolina Paci iniciou sua apresentação destacando a atuação do Pacto Global no Brasil. Em 20 anos a Rede Brasil já é a terceira maior do mundo e já alcançou cerca de 1.100 membros, sendo que em 2015 eram menos de 500 participantes. Enfatizou a importância da sigla ESG (do inglês Environmental = Ambiental, Social e Governance = Governança) que tem ganhado grande visibilidade, graças a uma preocupação crescente do mercado sobre a sustentabilidade. As questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas tomadas de decisões de investimentos, colocando forte pressão sobre o setor empresarial.

As plataformas de ação da iniciativa em todo o mundo são: ação pelos direitos humanos, ação pelo clima, ação contra a corrupção, ação pelos ODS e ação para comunicar e engajar. Segundo Ana Carolina, há um envolvimento cada vez maior das empresas brasileiras em torno da sustentabilidade e uma maturidade crescente em relação ao tema. Há até bem pouco tempo, era quase um senso comum a ideia de que era suficiente apoiar um projeto no entorno para cumprir seu papel social.

Entretanto, hoje há mais conscientização. Tal evolução compreende o entendimento sobre os desafios da humanidade e o consequente papel das organizações dentro deste cenário. Já há departamentos nas empresas brasileiras voltados à sustentabilidade, cuja função passa pelo controle dos impactos ambientais da operação até a relação dos seus produtos e serviços com a sociedade e com o planeta. Ana Carolina ressaltou que a pandemia trouxe um ponto positivo: a quebra de paradigmas e o consequente aumento da reflexão. Já não se trata de uma voz solitária, pois muitas grandes empresas sinalizam sobre a importância de ações voltadas à sustentabilidade e que já não basta olhar somente para a maximização do lucro mas também voltar-se para o impacto de seu papel em todo o seu entorno. Grandes empresas nacionais que têm em seu DNA a perenidade e o desenvolvimento sustentável vêm, cada vez mais, implantando projetos maduros e conscientes que ultrapassam a linha da simples transferência de recursos financeiros como solução de problemas imediatos.

Sobre a Rede Brasil do Pacto Global: trata-se de uma plataforma que reúne o setor empresarial para atuar com impacto mensurável nos ODS, tanto na evolução dos modelos de negócios como na implementação de projetos em parceria. Tudo isso somado ao acesso às informações das diversas agências da ONU e ao envolvimento do poder público, instituições de ensino / pesquisa e sociedade civil. Isso significa que o engajamento na Rede é uma maneira de alavancar o potencial como agente transformador, garantindo a competitividade enquanto empresa, ao mesmo tempo que se torna parte da tomada de decisões globais de referência.


[1] https://www.youtube.com/watch?v=bIqUepsGgVA

[2] Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade, dando uma dimensão social à globalização. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos em 69 redes locais, que abrangem 160 países (https://www.pactoglobal.org.br/a-iniciativa).

Reflexões sobre os Objetivos Sustentáveis

O evento virtual Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis buscou levar informações e exemplos para que pessoas e organizações possam refletir sobre possibilidades reais

Desenvolver com responsabilidade e eficiência. São as palavras de ordem das Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) e que são essenciais para que haja um futuro ao planeta e a todos os seres que nele habitam. O webinar Pacto Global – Todos pelos Objetivos Sustentáveis aconteceu na última quinta-feira, dia 25 de março e é uma iniciativa do Instituto Soka Amazônia e da Fundação Rede Amazônica. Cerca de 180 pessoas e organizações participaram ao vivo e muitas outras mais assistiram à gravação posteriormente pelo canal do Instituto no YouTube[1].

Victor Olszenski – mediador do Evento

Sob mediação do professor e diretor da Percepta Marketing, Victor Olszenski, o evento contou com a participação de Ana Carolina Paci, representante do Pacto Global[2] das Nações Unidas no Brasil. Também apresentaram suas iniciativas e perspectivas, Jonivaldo Miranda da empresa Tutiplast e Márcya Lira da Fundação Rede Amazônica.

“Há 36 anos a Rede Amazônica [maior grupo de comunicação da Região Norte do país], busca colorir, com suas câmeras, todas as facetas da floresta”, enfatizou Márcya. A Fundação é o braço institucional do grupo Rede Amazônica e tem como principal objetivo integrar e desenvolver a região, por meio da capacitação de seus colaboradores. Também articulando parcerias que contribuam para o desenvolvimento social, ambiental e científico-tecnológico, como a que mantém com o Instituto Soka Amazônia. “Hoje não existem mais fronteiras geográficas, só as digitais”, continuou. Tais fronteiras passam necessariamente pela constante inovação tecnológica, especialmente numa empresa voltada para a comunicação. Reafirmou ainda o compromisso de trabalhar pela proteção da floresta, incluindo as populações que precisam encontrar maneiras de viver de maneira sustentável.

A Tutiplast, empresa que atua há mais de 20 anos no mercado nacional provendo soluções em injeção plástica contou sua experiência com o tema do evento. Jonivaldo Miranda ressaltou muito sobre a preocupação da empresa quanto à questão ambiental e contou sobre a busca por parcerias que pudessem efetivamente desenvolver projetos que possibilitem a conscientização e a redução do impacto ambiental resultante das atividades da empresa. Foi assim que há 3 anos chegaram ao Instituto Soka Amazônia.

Tal parceria resultou em projetos que abrangem desde a educação ambiental até a produção de mudas para o reflorestamento. Jonivaldo conta que hoje há um consenso em toda a cadeia produtiva ligada à empresa, sobre a questão ambiental. Seus colaboradores veem como um “prêmio” serem selecionados para as constantes visitas à sede do Instituto Soka, tal o grau de envolvimento obtido a partir dos projetos de conscientização.

Pacto Global

Ana Carolina Paci iniciou sua apresentação destacando a atuação do Pacto Global no Brasil. Em 20 anos a Rede Brasil já é a terceira maior do mundo e já alcançou cerca de 1.100 membros, sendo que em 2015 eram menos de 500 participantes. Enfatizou a importância da sigla ESG (do inglês Environmental = Ambiental, Social e Governance = Governança) que tem ganhado grande visibilidade, graças a uma preocupação crescente do mercado sobre a sustentabilidade. As questões ambientais, sociais e de governança passaram a ser consideradas essenciais nas análises de riscos e nas tomadas de decisões de investimentos, colocando forte pressão sobre o setor empresarial.

As plataformas de ação da iniciativa em todo o mundo são: ação pelos direitos humanos, ação pelo clima, ação contra a corrupção, ação pelos ODS e ação para comunicar e engajar. Segundo Ana Carolina, há um envolvimento cada vez maior das empresas brasileiras em torno da sustentabilidade e uma maturidade crescente em relação ao tema. Há até bem pouco tempo, era quase um senso comum a ideia de que era suficiente apoiar um projeto no entorno para cumprir seu papel social.

Entretanto, hoje há mais conscientização. Tal evolução compreende o entendimento sobre os desafios da humanidade e o consequente papel das organizações dentro deste cenário. Já há departamentos nas empresas brasileiras voltados à sustentabilidade, cuja função passa pelo controle dos impactos ambientais da operação até a relação dos seus produtos e serviços com a sociedade e com o planeta. Ana Carolina ressaltou que a pandemia trouxe um ponto positivo: a quebra de paradigmas e o consequente aumento da reflexão. Já não se trata de uma voz solitária, pois muitas grandes empresas sinalizam sobre a importância de ações voltadas à sustentabilidade e que já não basta olhar somente para a maximização do lucro mas também voltar-se para o impacto de seu papel em todo o seu entorno. Grandes empresas nacionais que têm em seu DNA a perenidade e o desenvolvimento sustentável vêm, cada vez mais, implantando projetos maduros e conscientes que ultrapassam a linha da simples transferência de recursos financeiros como solução de problemas imediatos.

Sobre a Rede Brasil do Pacto Global: trata-se de uma plataforma que reúne o setor empresarial para atuar com impacto mensurável nos ODS, tanto na evolução dos modelos de negócios como na implementação de projetos em parceria. Tudo isso somado ao acesso às informações das diversas agências da ONU e ao envolvimento do poder público, instituições de ensino / pesquisa e sociedade civil. Isso significa que o engajamento na Rede é uma maneira de alavancar o potencial como agente transformador, garantindo a competitividade enquanto empresa, ao mesmo tempo que se torna parte da tomada de decisões globais de referência.


[1] https://www.youtube.com/watch?v=bIqUepsGgVA

[2] Lançado em 2000 pelo então secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, o Pacto Global é uma chamada para as empresas alinharem suas estratégias e operações a 10 princípios universais nas áreas de Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Anticorrupção e desenvolverem ações que contribuam para o enfrentamento dos desafios da sociedade, dando uma dimensão social à globalização. É hoje a maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16 mil membros, entre empresas e organizações, distribuídos em 69 redes locais, que abrangem 160 países (https://www.pactoglobal.org.br/a-iniciativa).

Formando novas gerações de protetores ambientais

Educação Ambiental
A Educação é a forma mais efetiva de conscientização e a Rede Pedagógica Ambiental é o projeto da professora Jacy Alice Grande Odani com o Instituto Soka Amazônia

A especialista, mestre e doutora em Educação, Jacy Alice sempre se encantou com a escola, desde menina.

“No maternal, o cheiro, as cores, as pessoas me marcaram muito e eu só tinha 2 anos! Lembro que me apaixonei de imediato pela profissão. Decidi que era o que iria seguir: seria professora”, contou Jacy.

Jacy teve sorte. Já na 2ª série do Ensino Fundamental pode usufruir de um ensino de qualidade, ministrado por uma excelente professora que deixou marcas profundas em sua formação. Tanto que, aos 6 anos, alfabetizou os vizinhos e seu irmão caçula. Foi sua iniciação na brilhante carreira que se delinearia no futuro.

Todos os títulos foram conquistados na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e ela é hoje a alma do projeto Rede Pedagógica Ambiental em parceria com o Instituto Soka Amazônia. O objetivo é proporcionar uma rica vivência educativa ambiental já desde a primeira infância, proporcionando às crianças atendidas uma formação integral do ser humano, conscientizando-as para sua simbiótica relação com a natureza.

Rede Pedagógica Ambiental e o Instituto Soka Amazônia

“O projeto foi iniciado em uma simples conversa com o diretor do Instituto Soka, Akira Sato”, explicou a educadora. A partir desse diálogo, foi elaborado um “piloto” implantado na Creche Municipal Neyde Tomás. “Hoje estamos no 2º ano do projeto, atendendo três creches, com 900 crianças”, enfatizou. São, portanto, 900 famílias impactadas, atendidas por meio do ensino remoto, devido à pandemia no Covid-19. Estão previstas a capacitação para a produção de hortas comunitárias, cursos de alimentação saudável que serão ministrados pela bioconfeiteira Cláudia Regina, entre outros. “Queremos acabar com a fome e a miséria!”, exclamou a educadora. O uso da biomassa[i] por exemplo, obtida a partir da banana verde, é um excelente complemento alimentar que pode ser utilizado em praticamente todas as preparações aumentando significativamente o teor nutricional. “Quase toda família atendida tem uma bananeira no seu quintal e elas desconhecem o potencial desse alimento”, complementa.

Todas as ações realizadas com as crianças são inspiradas na Carta da Terra e nas ODS[ii]. Professores e comunidade recebem formação com base nesses conteúdos para a realização das atividades pedagógicas que, por sua vez, têm fundamento na pedagogia da escuta e os pressupostos da pedologia[iii] preconizada pelo grande pensador L. S. Vigotski, em prol da educação ambiental.

Extraindo força da dor

Há muitas maneiras de se lidar com a dor. Há quem se dedique a buscar respostas e outras que se entreguem ao sofrimento. Mas há quem decide dar um significado maior ao fato. É o caso da professora Jacy. No final de 2019 sofreu a perda de uma filha, poucas horas após o nascimento, após uma gestação marcada por muitos incidentes devido a problemas congênitos do bebê. Houve quem se posicionasse a favor da interrupção da gravidez, argumentando inúmeras questões relacionadas à deficiência da criança, entre outras coisas. “Foi uma verdadeira violência”, contou. Jacy se deu conta de que tal violência não poderia se repetir e buscou maneiras de fazer desse episódio uma bandeira de luta em prol de uma gestação segura e protegida por lei.

Quando uma pessoa se empodera, as energias afins se juntam. E foi isso que aconteceu. Jacy uniu-se a outros com o mesmo propósito e juntos produziram um projeto de Lei que tramita na Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas. “Se aprovada, nosso Estado será o primeiro a ter uma lei que trata da violência gestacional”, exclamou. A Lei Yumi Odani (nome de sua filha falecida), aborda ainda a estimulação precoce no caso de bebês nascidos com doenças crônicas e deficiências. Tal estimulação precoce consegue reduzir significativamente diversas sequelas causadas por estas patologias específicas, daí a imensa relevância do projeto de Lei que produziu.

A tragédia também a inspirou a encampar uma ação social: a doação de fraldas às UTIs neonatais de Manaus. “Quando comecei eu queria 34 fraldas. Conseguimos mais de 400! Empresas me procuram para doar, tem quem bata à minha porta para deixar um pacote de fraldas. É realmente gratificante quando percebemos que há humanidade nas pessoas”, exultou.

A educadora entende que a carreira docente que abraçou é muito mais que os quatro muros da escola. O campo de atuação vai além disso. Tem de se estender para fora da sala de aula, para as ruas, calçadas, lares. “Só teremos educação de qualidade quando erradicarmos a miséria da vida do povo”, enfatizou.

Para tanto, ela ressalta que tal objetivo tem de ser uma tarefa de todos. A meta é a formação de uma rede pedagógica multidisciplinar diretamente relacionada à conscientização sócioambiental, tendo a Educação como elo, desde a primeira infância – 0 a 3 anos – a melhor idade para se iniciar qualquer aprendizado. Isso porque é nessa fase da vida que o cérebro da criança possui uma imensa neuroplasticidade. Ou seja, a fase do crescimento e desenvolvimento sensório-motor, que é quando se formam as redes neurais mais importantes para a formação da personalidade. “E quanto mais oportunidades pedagógicas oferecermos, mais desenvolvimento essas crianças terão e, consequentemente, se tornarão adultos mais sãos, conscientes e empoderados”, explicou.

A parceria com o Instituto Soka Amazônia é parte essencial para a formação dessa rede de apoio sócio-educativa-ambiental. “Sou muito grata e uma entusiasta das ações do Instituto pois percebo a grandeza do que seremos capazes de criar juntos”, explicou. Em dois apenas – mesmo em meio à pandemia global – vêm conseguindo atender 900 famílias. “Imagine daqui a 10 anos!”, complementou.

Jacy ressalta ainda que esse é um fator de fundamental importância para a construção de um planeta mais sustentável. São essas futuras gerações – despertas para a importância dessa construção por meio de ricas vivências educativas – que se tornarão adultos conscientes e protetores do meio em que vivem. “As experiências vividas por estas crianças jamais serão esquecidas, estarão no cerne da personalidade de cada uma e, posteriormente, no cidadão planetário que se tornarão”, conclui.


[i] A biomassa de banana verde ajuda a emagrecer e a reduzir o colesterol porque é rica em amido resistente, um tipo de carboidrato que não é digerido pelo intestino e que funciona como uma fibra que ajuda a controlar a glicemia, reduzir o colesterol e dar mais saciedade após a refeição. https://www.tuasaude.com/biomassa-de-banana-verde/

[ii] Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) foram estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015 e compõem uma agenda mundial para a construção e implementação de políticas públicas que visam guiar a humanidade até 2030. https://www.embrapa.br/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-ods/o-que-sao-os-ods

[iii] Pedologia, do grego pedon (solo, terra), é o estudo dos solos no seu ambiente natural. É ramo da geografia física, e é um dos dois ramos das ciências do solo, sendo o outro a edafologia.

Rios voadores são essenciais para o planeta

Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
(Trecho da canção Planeta Água de Guilherme Arantes)

São bilhões de toneladas de água na forma gasosa despejadas na atmosfera diariamente pela floresta, essa gigantesca massa de ar úmida atravessa todo o continente e fornecem as chuvas tão necessárias para toda a cadeia do agronegócio. Isso significa que se a floresta deixar de existir todo o setor agropecuário, igualmente, não resistirá. Os colossais “rios voadores” são parte de um ciclo natural que abastece de água não só o nosso país, mas todo o continente. Neste 21 de março, data em que se celebra o Dia Mundial da Água e das Árvores, o Instituto Soka Amazônia quer enfatizar mais esse aspecto de suma importância para a manutenção de todas as formas de vida.

Um documentário recente da BBC World[i] registra de forma clara que a maior floresta tropical do planeta vem sendo sistematicamente derrubada sem qualquer fiscalização, tudo em nome de um equivocado senso de “progresso”. Tal processo de devastação se acelerou nos últimos dois anos como nunca antes na história deste país. Pessoas que se intitulam “corretores imobiliários” adentram a floresta e, sem qualquer escrúpulo, derrubam imensas extensões de mata nativa localizadas em áreas de preservação e anunciam os terrenos em páginas do Facebook abertamente, sem receio. Uma das imagens mais chocantes e perturbadoras do documentário é a cena de uma imensa árvore, de mais de 30 metros, ceifada pela ação da motosserra, desabando ao solo em câmera lenta. Uma gigante como esta leva décadas para atingir tal envergadura e é derrubada em cerca de meia hora.

Documentário BBC – disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QpTMqTo_ycc
Como se formam os nossos rios voadores

O fenômeno dos Rios Voadores não é exclusividade nossa. Todos os anos, todas as matas do planeta transpiram toneladas e toneladas de água para a atmosfera na forma de vapor que viajam milhares de quilômetros para levar fertilidade a diversas áreas necessitadas. O impacto desses “rios voadores” é imensurável para a continuidade da vida na Terra. O equilíbrio dos ecossistemas e sua imensa biodiversidade dependem da água que viaja pelos céus. Estes cursos de água flutuantes se elevam a mais de três quilômetros de altura. Mas os nossos rios voadores têm um processo ainda mais complexo e interessante.

Quem popularizou o termo foi o explorador e aviador suíço-brasileiro Gérard Moss, que é também engenheiro e ambientalista. Ele produziu e protagonizou o projeto Expedição Rios Voadores, junto com os professores e cientistas Antônio Donato Nobre, Enéas Salati e outros. Moss voou milhares de quilômetros seguindo as correntes de ar, para coletar amostras de vapor d’água que comprovaram o que os pesquisadores já intuíam sobre o fluxo e formação desses imensos cursos d’água flutuantes.

A formação dos nossos rios voadores se inicia no Oceano Atlântico e a gigantesca cobertura verde da Amazônia funciona como uma imensa bomba, puxando para dentro do continente a umidade que evaporou do mar. Já sobre a terra, essa umidade se precipita em forma de chuva sobre a mata, que novamente vai transpirar novos cursos d’água voadores para a atmosfera. Daí seguem carregando enormes quantidades de vapor d’água para o Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Parte dessa massa de ar e umidade se precipita pelo caminho, fornecendo água essencial às lavouras, pastos e outras matas. Porém, imensas massas de vapor de água se mantêm no percurso até se chocarem com a grande muralha natural: a Cordilheira dos Andes. E é desse encontro que se reinicia o ciclo: as montanhas geladas recebem generosas doses desse vapor quente que se precipitarão para a formação das cabeceiras dos rios amazônicos.

Jornada extensa e necessária

Mas a jornada desses caudalosos rios voadores não se finda aí. As correntes de ar continuam ativas após o choque contra as cordilheiras e seguem rumo ao sul e centro-oeste, às grandes lavouras e pastagens do setor agropecuário. Não é exagero dizer que sem esses rios voadores, toda a economia agrícola do país entraria em colapso.

O pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Científicas (INPE), Antônio Donato Nobre, explica que o fenômeno desses rios em forma de vapor d’água são a resposta ao mistério de uma vasta região ser verde e úmida. Este território compreende desde Cuiabá, Buenos Aires e São Paulo, um quadrilátero responsável por mais de 70% do PIB de toda a América do Sul, uma vez que contemplam em seu interior: hidrelétricas, indústrias, agricultura e grandes centros que dependem do equilíbrio climático e da provisão de água para existir. “Esses rios aéreos de vapor que a Amazônia exporta para essas áreas contraria a tendência normal dessa região de ser desértica. Essa imensa usina de serviços ambientais é o maior parque tecnológico que a Terra já conheceu”, ressalta o pesquisador.

Palestra disponível em: https://www.ted.com/talks/antonio_donato_nobre_the_magic_of_the_amazon_a_river_that_flows_invisibly_all_around_us?language=pt-br
Palestra Antonio Donato Nobre – Ted Talks Manaus
Alguns dados importantes

Ainda restam cerca de 600 bilhões de árvores na Amazônia, segundo estimativas. Destas, as gigantes como a Sumaúma, possuem raízes de grande profundidade, bombeando as águas de lençóis freáticos que se encontram a mais de 50 metros abaixo da superfície, e envia essa umidade às folhas que, sob o calor do sol amazônico, se transmutam em vapor e vão compor a outra parte dos rios voadores. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) mostram que uma única árvore frondosa, com copa de 20 metros de diâmetro, pode transpirar mais de mil litros de água por dia. Em toda a Amazônia, é um volume que chega a 20 bilhões de toneladas de água diariamente. Uma porção maior que a do Rio Amazonas, responsável por 17 bilhões de toneladas de água.

Por todos os ângulos analisados, a manutenção da floresta em pé é vantajosa a todos os envolvidos. O Brasil tem uma posição privilegiada em relação aos recursos hídricos. Porém, aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar os regimes de chuva em escala mundial são fatores que demonstram o quão frágil é esse “privilégio” e comprovam o clamor para que se busquem meios de promover a preservação e, assim garantir a sobrevivência a todo o continente, com a manutenção das chuvas levadas pelos rios voadores.

Links de sites relacionados ao tema

CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos: www.cptec.inpe.br
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: www.inpe.br
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: www.inpa.gov.br
LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia : lba.inpa.gov.br/lba/
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia: www.imazon.org.br


[i] https://www.youtube.com/watch?v=QpTMqTo_ycc&feature=youtu.be