Observação de aves:  conhecimento e proteção da biodiversidade nas Reservas da Biosfera

Instituto Soka Amazônia participa do Global Big Day com ação dedicada à Reserva da Biosfera Amazônia Central

 
por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia 

Na mesma semana em que se comemora o Dia das Árvores Migratórias (13 de maio) foi realizado o Global Big Day, jornada  mundial de observação de aves. Em 24 horas, pessoas de todas as idades observaram e registraram aves que avistaram em suas cidades, contribuindo assim para ampliar o conhecimento sobre a variedade de espécies nas várias regiões do Planeta.

A iniciativa, criada em 2002 pela Universidade Cornell, incentiva a população a conhecer mais sobre a biodiversidade de sua localidade. Como prática de Ciência Cidadã as jornadas de observação estimulam o envolvimento e engajamento dos participantes na preservação da biodiversidade.

O Instituto Soka Amazônia, dentro da parceria com a Universidade do Estado do Amazonas, recebe jornadas de observação de aves organizadas pelo Vem Passarinhar Manaus na  Reserva de Patrimônio Natural RPPN Dr. Daisaku Ikeda,  que tornou-se pontos de observação de aves registrado na plataforma e-Bird.

Com  participação do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto Soka Amazônia, Museu do Amazonas (MUSA), Instituto Mamirauá, Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e grupo Vem Passarinhar Manaus, o  Global big Day irá potencializar, neste ano, os registros de espécies da avifauna avistadas na Reserva da Biosfera da Amazônia Central, com apoio da UNESCO.

As aves visualizadas no dia  serão registradas na plataforma e-Bird, contribuindo para ampliar conhecimento de espécies com incidência na Amazônia Central. Dados como esses são de relevância para estudos sobre comportamento de espécies,  efeitos das mudanças climáticas e impacto da poluição sobre biodiversidade.

Foto: Erika Hingst-Zaher (cedida pelo pesquisador). Jornal da USP

É o caso da andorinha azul (Progne subis) – ave migratória que se descola  dos Estados Unidos e Canadá  para a Amazônia  – cuja pesquisa do biólogo Jonathan Maycol Branco, do Instituto de Biociência da USP, apontou  diminuição da população em  decorrência de contaminação por mercúrio na Amazônia. De acordo com o biólogo, o mercúrio detectado nas penas das aves afeta diretamente a capacidade da espécie de se deslocar em vôos em grandes distâncias. Para o especialista, é algo realmente preocupante em se tratando de aves migratórias pois elas necessitam ter grandes reservas de gordura, sua unica fonte de energia durante o processo migratório.    

Reservas da Biosfera união para preservação

Otimizar a convivência homem-natureza é um dos focos das ações propostas para as Reservas da Biosfera, conceito criado pela Unesco na década de 1970.

Na prática é uma área designada que favoreça a descoberta de soluções para problemas como o desmatamento das florestas tropicais, desertificação,  a poluição atmosférica, o efeito estufa e tantos outros. Atualmente, existem 738 Reservas da Biosfera classificadas em 134 países. O Brasil contempla sete: Mata Atlântica, Cinturão Verde de São Paulo, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Serra do Espinhaço e Amazônia Central, criada em 2001.

Fonte: ReservasdaBiosfera.org

O Instituto Soka Amazônia contribui significativamente para a Reserva da Biosfera Amazônia Central, com ações de apoio a pesquisas científicas, educação socioambiental e conservação da biodiversidade, promovendo a coexistência harmônica entre homem e natureza

Benefício às pessoas, biodiversidade e à Ciência

A prática de observação de aves traz diversos benefícios à saúde de seus praticantes; Ouvir a vocalização de pássaros, por exemplo, pode trazer ganhos para a saúde mental, diminuindo o estresse e ajudando em casos depressivos, como demonstrou pesquisa divulgada em 2022 pelo Instituto de Psiquiatria, Psicologia e Neurociência do King’s College Londres. Segundo o estudo os efeitos podem durar  por até oito horas.  Embora novas pesquisas devam distinguir esses efeitos considerando sons gravadas ou reais, outros estudos apontaram benefícios para a saúde integral por caminhadas e permanências em áreas verdes ou florestais. Para o experiente observador de aves da Amazônia, Pedro Nassar, as jornadas de observação de aves promovidas pelo Vem Passarinhar Manaus e o Global Big Day traduzem bem esses ganhos:  ” são oportunidades excelentes par se integrar a grupos de pessoas apaixonadas pela natureza. É um estilo de vida saudável e de quebra a gente contribui para a ciência”. A bióloga e co-fundadora do Vem Passarinhar Manaus, Bruna Kathlen da Silva, considera gratificante práticas de Ciência Cidadã como essas: “É muito especial ver pessoas de todas idades admirar as aves e entender a importância delas e, principalmente, como podemos protegê-las e ao meio ambiente para continuarmos existindo”.

Fontes:
Unesco e a Rede Brasileira de Reservas da Biosfera
Jornal da USP : Contaminação de mercúrio da Amazônia em aves migratórias
Ver ou ouvir pássaros melhora a saúde mental

 

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia

Educação e sabedoria dos povos Indígenas em favor da proteção da Amazônia

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Durante muito tempo, o dia 19 de abril era celebrado como Dia do Índio. Mas, desde 2022, a data mudou de denominação para Dia dos Povos Indígenas.

A professora indígena, Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, explica que a expressão “índio” sempre foi um grave equívoco criado dentro de uma visão estereotipada: “Somos vários povos. Foi uma luta de muitos anos para essa mudança. Essa data, o Dia dos Povos Indígenas, é uma conquista e soa muito reflexiva para que, principalmente, a sociedade não-indígena reconheça esses povos, sua existência e resistência”

A educadora alerta para o preconceito ainda existente em nossa sociedade, fruto da história colonizadora, que considera o indígena como selvagem, sem inteligência, sem alma, preguiçosos e incapazes. “É preciso ‘decolonizar’ esses pensamentos e mudar essa visão”, afirma.

A doutoranda em História e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Isabel Munduruku, concorda. Para ela a mudança de nome da data faz jus a grande diversidade étnica e cultural dos povos originários no País. “Somos vários. Essa denominação diz respeito a uma reivindicação de existência que nós temos nesse país e da nossa própria ocupação”.

Isabel destaca a importância dos povos indígenas na preservação da própria floresta. “A gente tem afirmado que a Amazônia foi plantada pelos povos indígenas. E isso é uma coisa muito importante de se levar em consideração pois diz respeito da nossa relação com ela também”.

O fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, em discurso durante a Conferência Internacional Amazônia no Terceiro Milênio: Atitudes Desejáveis, realizada em 1999, sinalizou a necessidade de harmonizar o desenvolvimento sustentável com a defesa da Amazônia como a Casa da Vida e considerando os saberes ancestrais dos povos nativos:

“A sua herança nos ensina que o céu, a terra, os pássaros, os animais e também o homem mantêm um perfeito inter-relacionamento e respiram igualmente como se fossem um único corpo. Eles nos ensinam a ver a Terra como uma única grande vida”, afirmou Ikeda.

O Instituto Soka Amazônia, organização fundada por Ikeda, atua pela conservação e educação ambiental. Entre suas iniciativas estão plantios de espécues nativas acompanhado de troca de conhecimentos com comunidades indígenas e ribeirinhas.

Como organização filiada à Soka Gakkai e Carta da Terra Internacional atua dentro dos valores da Carta da Terra de cuidado com a Comunidade da Vida e pela Justiça Social e Econômica.

A proteção da Amazônia e de sua biodiversidade, é tratada pela instituição sob o necessário olhar de respeito à dignidade da vida.

Na semana comemorativa ao Dia dos Povos Indígenas,  a coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Izabel Munduruku, e a educadora indígena  Sidneia Piratapuya, representante do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas, compartilharam suas vivências e visões sobre o real sentido da proteção da floresta para os seus povos e a importância e os desafios das novas gerações indígenas quanto à educação. Leia a seguir: 

Isabel Munduruku, doutoranda em História pela UFAM  e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas

Como os jovens indígenas estão se engajando para a valorização da sua identidade ética e a cultura de seu povo?

No Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas a gente tem reforçado muito isso e a importância de nossa presença nas universidades. Temos pautado o conhecimento tradicional dos povos indígenas junto com o conhecimento ocidental, de maneira intercultural. 

E é uma interculturalidade crítica onde a gente, a partir do conhecimento ocidental, articula formas de aplicar esse conhecimento tradicional que a gente aprendeu desde criança nas comunidades. Esses conhecimento e  culturalidade podem promover um bem viver coletivo, não só os povos indígenas, mas também para outros povos que habitam a Amazônia.

Como se dá esse resgate às origens por esses jovens e de que maneira contribuem para transmissão desse conhecimento?

Nossa presença dentro do espaço acadêmico é de profunda grandiosidade porque somos nós que estamos escrevendo e reescrevendo as nossas histórias e estamos reafirmando nossas identidades através desses escritos. Estamos, portanto, refazendo processos que, muitas vezes, nos colocam no apagamento.

A presença de estudantes indígenas nas Universidades, de uma certa maneira, está fazendo uma salvaguarda na proteção da memória dos povos indígenas. Temos escritos nossas teses sobre nossas culturas e as nossas tradições e como essas tradições também são tecnologias para proteção da qualidade de vida da Amazônia.

Como garantir a proteção da Amazônia na perspectiva dos povos indígenas ?

A proteção da Amazônia deve ser pensada de maneira articulada não enquanto uma responsabilidade que os povos indígenas tenham que garantir, mas entender a importância que os povos indígenas têm na proteção, tendo em vista que essa é uma missão e um dever de povos indígenas, dos povos ribeirinhos, de quilombolas, dos não-indígenas e da sociedade civil como um todo. Isso porque a Amazônia é garantia da nossa biodiversidade, do nosso território e da própria qualidade de vida das populações de todo o território brasileiro.

Como os povos indígenas compreendem a floresta e o território?

A nossa relação com o território é recíproca porque a gente não compreende o território enquanto um meio fora da gente. Nós somos o território e o território somos nós. 

Desta maneira, no momento em que o território está sendo explorado ou maltratado nessa exploração dentro da lógica de capitalização – através da exploração do ouro, da extração ilegal  de madeira e tantas outras formas de explorar o território – a gente entende como a exploração do nosso próprio corpo, enquanto corpos indígenas. Então a relação que temos com o território é uma relação de vida e de compreender enquanto parte do próprio ecossistema.

O que, na sua visão, tornaria mais efetivas as iniciativas de proteção ambiental?

A gente também tem uma visão muito crítica como se pensa muitas vezes a lógica da proteção ambiental como recurso natural. A gente não lida com o território ou com a Amazônia como recurso, pois quando se pensa em recurso automaticamente já está partindo para uma premissa de capitalização. E isso é muito problemático. 

É preciso tratar a partir dessa relação recíproca, onde o território garante a vida e a gente também tem essa responsabilidade de garantir a vida do território.

Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, falante da língua indígena Tukano.  É professora da rede escolar pública e especialista em gestão escolar

Na visão indígena o que é proteger a Amazônia?

Para nós indígenas e, para mim como Pira-tapuya, proteger a Amazônia é proteger nossa terra. E não só a nossa terra, mas todas as vidas e natureza que estão dentro do território chamado Amazônia. Para nós defender é amar essa Amazônia; é conservar e manter o Rio Amazonas e todos os afluentes principais, o rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Negro, o Rio Japurá. 

Todos esses afluentes importantes que, na nossa visão, estão sendo contaminados pela exploração de minérios trazidos por grandes empresas que vão destruindo e contaminando não só a água que bebemos, mas também a terra e as pessoas que têm essa ligação com essa terra e com essa água.

Por isso nossa defesa pela Amazônia. Mas, defender não é só pelas pessoas que vivem na Amazônia, é sim pelos que vivem no Brasil e no mundo todo, porque precisa desse ar. Porque em outros países não tem mais uma floresta original e intacta. Então defendemos por tudo isso, por todas essas vidas do mundo todo.

Pela sua experiência, como professora e aluna indígena, qual deve ser o diferencial da educação indígena?

A política de educação escolar indígena é muito importante e o Estado brasileiro precisa entender sua importância. Porque nós indígenas não precisamos só conhecer as coisas da sociedade branca, precisamos fortalecer nossa cultura e os nossos conhecimentos tradicionais e fortalecê-los e também dominar esses conhecimentos da sociedade não-indígena e, assim, nos interagir com a sociedade.

Como a educação pode ajudar na valorização da identidade indígena?

Se o jovem se apegar só aos conhecimentos da sociedade não-indígena, enfraquece nossa gente e perde nossa língua e nossa cultura. Daí a importância que a educação escolar indígena seja implementada nas comunidades evitando que esses grupos étnicos saiam de suas aldeias e não voltem. 

Nos deparamos com estudantes que saem das aldeias para fazer faculdade em outras localidades e criam problemáticas, porque eles saíram dos seus territórios para se deparar com outras realidades que não a sua. Essa também foi minha realidade. É nesse sentido que a educação diferenciada e de qualidade é importante para nós.

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia

Instituto Soka promove,  com IFAM e Universidade Soka, Workshop para Práticas de Ciência e Educação Ambiental na Amazônia brasileira

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Como parte dos esforços de fortalecer  intercâmbios culturais e acadêmicos entre universidades amazônicas e Universidade Soka,  foi realizado nos dias 27 e 28 de março, a segunda edição do Workshop de Ciências Práticas e Educação Ambiental, uma promoção cojunta do Instituto Soka Amazônia, Instituto Federal do Amazonas (IFAM) e Universidade Soka do Japão.

Cerca de cem alunos de graduação dos cursos de agroecologia, medicina veterinária, engenharia em aquicultura, administração e direito participaram  da intensa e dinâmica programação com atividades na sede do Instituto Soka e em dois campi do IFAM: o da zona leste de Manaus e de Presidente Figueiredo.

 

A abertura do evento contou com a participação do reitor da Universidade Soka, professor doutor Masashi Suzuki, que, direto do Japão, apresentou palestra sobre as iniciativas e projetos da Universidade com foco o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Organização das Nações Unidas.

O presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, agradeceu ao reitor Suzuki e aos professores da Universidade Soka e IFAM pelos esforços na realização do evento.

 

Dirigindo-se aos estudantes, o presidente do Instituto Soka manifestou seu desejo que  desfrutassem a visita à sede do Instituto –  a Reserva Particular de Patrimônio Natural Daisaku Ikeda – e que levassem grandes aprendizados desse local.

Como inspiração para os futuros profissionais e pesquisadores compartilhou quatro conselhos proferidos pela diretora executiva da Carta da Terra Internacional, Dra Mirian Vilela, aos formandos da Universidade Soka: “que jamais deixem de estimular o livre pensamento; que mantenham a dignidade e modo de vida baseado na ética; que não deixem-se abalar por coisas insignificantes; e que mantenham o entusiasmo e a paixão”.

 

Representando o reitor, Dr. Jaime Cavalcante, o diretor de Pesquisa e Inovação Tecnológica do IFAM,  Prof. Dr. Paulo Aride, ressaltou a importância da parceria das instituições para os estudantes.

“A atividade que desenvolvemos com o Instituto Soka e Universidade Soka tem possibilitado aos nossos alunos, professores e  corpo acadêmico desenvolverem habilidades que vão muito além da parte acadêmica. Uma prova disso foi a atividade do primeiro workshop (no ano passado)  que, de forma prática, culminou na publicação de um artigo que foi muito importante para a vida acadêmica dos nossos discentes”, afirmou.

Nesta mesma semana, em encontro entre representantes da Universidade Soka e reitores e pró-reitores da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e Instituto Federal do Amazonas (IFAM) foi estabelecido acordo que dará oportunidade de alunos dessas instituições participem de programas de estudos no Japão a partir de 2025.

Palestras e Mesa Redonda

Ainda pela manhã, na sede do Instituto Soka Amazônia, foram proferidas as palestras internacionais dos professores Tatsuki Toda e Shinjiro Sato, da Universidade Soka (Japão) e palestra do professor Dr. Jean Dalmo Oliveira, do IFAM.

 

Professor Dr. Tatsuki Toda apresentou as parcerias estratégicas interdisciplinares realizadas pela Faculdade de Engenharia da Universidade Soka, entre as quais os projetos de Pesquisa Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento Sustentável, com enfoque na construção de uma sociedade orientada para a reciclagem.

Professor Shinjiro Sato, que foi um dos idealizadores do Workshop, apresentou os resultados e relatórios do Primeito Workshop para Ciências Práticas na Amazônia Brasileira realizado em 2023.

O professor Jean Dalmo Oliveira, do Programa de Pós-Graduação do Ensino Tecnológico do IFAM-AM,  apresentou palestra “Utilização de Recursos Naturais Amazônicos no Ensino e Aprendizado”, exemplificando o trabalho desenvolvido por aluna do IFAM que tornou-se instrumento de educação ambiental  as trilhas interpretativas  na RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

Visita ao IFAM Zona Leste

No período da tarde, a programação se estendeu com visita técnica ao Centro de Referência em Agroecologia no Campus Zona Leste do IFAM e plantio comemorativo com a participação dos professores e alunos das duas instituições em torno do lago.

As espécies plantadas foram capitari ( Tabebuia barbata ) e seringa (Hevea brasiliensis). De acordo com Rodrigo Izumi, coordenador de Divisão de Proteção da Natureza do Instituto Soka, seguiu-se o critério de serem nativas da amazônia, desenvolverem-se em áreas de várzea e terem o potencial de contribuição  para biodiversidade. Os frutos dessas espécies são  nutritivos e apreciados pela avifauna e peixes do lago.

Workshop na terra das cachoeiras

Na quinta-feira (28), a programação do evento foi desenvolvida na cidade de Presidente Figueiredo há 134 quilômetros de Manaus. As atividades foram divididas no campus do IFAM e na Reserva Particular de Patrimônio Natural Cachoeira da Onça.

 

O diretor do IFAM Campus Figueiredo, professor Dr. Jackson Lima, avaliou o reflexo da realização de evento para ampliar as perspectivas dos alunos.

“Essa ação de internacionalização do IFAM com a Universidade Soka do Japão é muito importante, pois nos permite interagir com pesquisadores renomados na área de aquicultura, ecologia, sistemas aquáticas e nossos estudantes tem a oportunidade de ver tecnologias que estão sendo desenvolvidas lá fora e que podem ser desenvolvidas aqui”.

O professor Dr. Shinjiro Sato, especialista em Ciências do Solo, apresentou os resultados do projeto de pesquisa desenvolvido na Etiópia para produção de biocarvão a partir da planta aquática Eichhornnia Crassipes, conhecida como aguapé e considerada invasora. Esse biocarvão tem aplicação na produção de energia e tratamento do solo.

A professora Railma Moraes, apresentou a gestão de pesquisa ambiental e os projetos realizados por alunos do IFAM Campus Presidente Figueiredo

 

 

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia

Dicas de Leitura: Cidadania Planetária – seus valores, suas crenças e suas ações podem criar um mundo sustentável

Publicado pela editora Brasil Seikyo, no ano de 2005, Cidadania Global: seus valores, suas crenças e suas ações podem criar um mundo sustentável  continua cada vez mais relevante diante dos atuais desafios globais.

Os renomados ativistas globais, Daisaku Ikeda e Hazel Henderson, abordam nesse diálogo o movimento de ascensão de cidadãos de todas as partes do mundo  que atuam diretamente em prol construção de um futuro mais pacífico, harmônico e sustentável.

Uma ampla variedade é debatidos, como desenvolvimento sustentável, justiça econômica, respeito pelos povos originário, democracia e a responsabilidade de corporações na conservação da biodiversidade e recursos naturais.

Título: Cidadania Global: seus valores, suas crenças e suas ações podem criar um mundo sustentável

Autores: Daisaku Ikeda e Hazel Henderson

Ano de Publicação:  2005

Páginas: 218

Editora: Editora Brasil Seikyo

Floresta e Água: eterna relação

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Sem floresta, não há água. E sem água, não há vida.

E no mes de março esses dois elementos indissociáveis e essenciais para a sobrevivência de todas as formas de vida do planeta tem datas alusivas: o Dia Internacional das Florestas (21)  e Dia Mundial da Água (22).

Proteger e preservar as florestas não é apenas uma questão de conservação da natureza,como destaca o presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento. “É fundamental para garantir o acesso a conservação da água limpa para as gerações presentes e futuras”.

Os efeitos das mudanças climáticas, com as altas temperaturas, as ondas de calor e as fortes chuvas no Brasil e no mundo, já são sentidos em várias partes do globo. E na Amazônia, que possui uma das maiores bacias hidrográficas, esses impactos já são percebidos, como a seca extrema nos principais rios da região, que teve seu auge nos período de outubro a dezembro de 2023. 

As principais vítimas de eventos extremos como esses na região são as populações ribeirinhas e a biodiversidade. “Presenciamos isso de perto nas comunidades próximas da RPPN Dr. Daisaku Ikeda, na região do Encontro das Águas, em Manaus”, afirmou  Milton Fujiyoshi, vice-presidente da entidade.

O executivo relembrou que no início de outubro de 2023, com os primeiros relatos da seca no Rio Negro, o Instituto Soka e empresas parceiras se uniram em uma ação de solidariedade, levando água potável, alimentos e filtros de água à comunidade Catalão, no município de Iranduba.

LEIA TAMBEM: Ação emergencial pela seca do Rio Negro: Instituto Soka Amazônia e empresas parceiras doam água potável e alimentos a comunidades ribeirinhas

O desequilíbrio climático também afetou os esforços do Instituto de preservação de espécies nativas, obrigando o adiamento de ações de plantios programadas para o final daquele ano.

Neste mês de março, em comemoração aos dias Nacional de Conscientização sobre Mudanças Climáticas (16), Internacional das Florestas (21) e Mundial da Água (22) , o Instituto Soka retomou sua programação de plantios e conscientização de preservação de espécies nativas.  

Foram plantadas  2.500 árvores na comunidade ribeirinha São José, no município de Careiro da Varzea, próximo à RPPN,  com objetivo de ajudar a recomposição da floresta com estratégias de sistema agroflorestal.

A iniciativa associou plantios, preservação de espécies nativas e conscientização sobre as possibilidades e benefícios de se manter a floresta em pé, explica o coordenador da Divisão de Proteção da Natureza, Rodrigo Izumi.

“Sabemos que a floresta é uma das grandes aliadas para revertermos os efeitos do desequilíbrio climático por isso o contato com quem mora próximo da floresta é fundamental”, avalia

A relação com as comunidades é fundamental para o trabalho de proteção da floresta, ressalta Jean Dinelli Leão, coordenador de educação socioambiental do Instituto.

“A expectativa é compartilhar conhecimento e aprender com eles, respeitando suas realidades e, principalmente, trazendo esperança para as futuras gerações. Nós do Instituto Soka Amazônia, acreditamos que a mudança da consciência de cada pessoa, faz a diferença na proteção do meio ambiente e do planeta”.

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia

Após seca histórica, Rio Negro sobe e reacende a esperança e alerta para as mudanças climáticas

Vista do Encontro das Águas

Colaboração: Monica Kimura

2023 foi marcado por emergências climáticas, entre as quais, a seca extrema que atingiu os principais rios amazônicos, resultando grandes prejuízos à biodiversidade e as comunidades ribeirinhas.

O Rio Negro esteve entre os mais atingidos pela seca, chegando a baixar 12 metro em seu nível. Algo histórico em mais de 121 anos!

Na região do Encontro das Águas, onde está localizado o Instituto Soka Amazônia, na cidade de Manaus, desde o início de janeiro, o nível das águas do Rio Negro vem subindo mudando completamente a paisagem.

Antes, durante e depois da seca do Rio Negro, no limite entre o Instituto Soka Amazônia e Praia das Lajes

No último dia 5 de fevereiro, o Rio Negro atingiu a marca de 21 metros e 42 centímetros, quase o dobro do nível mais baixo atingido.

Apesar da lenta recuperação os impactos dos fenômenos climáticos no ciclo hidrológico amazônico ainda são sentidos por vários municípios da região e boa parte deles ainda encontram-se em estado de emergência por conta da seca.

Em outubro de 2023, no auge da seca, o Instituto Soka Amazônia mobilizou empresas parceiras e realizaram uma ação emergencial solidária para levar água, alimentos e filtros de água para comunidades ribeirinhas no município de Iranduba, próximo ao Encontro das Águas.

Vida interligada por rios

A medida que sobe o nível dos rios, sobe também a esperança da população local.

A região Amazônica concentra a maior floresta tropical e uma das maiores bacias hidrográficas do mundo. Todo o ecossistema e a vida de quem vive por lá muda de acordo com as cheias e baixas dos rios.  

A economia local depende do transporte fluvial, assim como o turismo que, literalmente, precisa das águas para fluir. Quando ocorre uma seca extrema, todos são afetados pois dependem dos rios para se locomoverem e receber alimentos e demais itens de primeira necessidade.

Alerta às mudanças climáticas

As chuvas que precipitaram em dezembro de 2023 e janeiro de 2024 contribuíram para a elevação nos níveis de umidade no solo em grande parte do Brasil, mas, principalmente, no sul da região Norte e em áreas da região central do País, de acordo com o boletim Painel El Niño 2023-2024, divulgado pela Agência Nacional das Águas.

Porém, o levantamento alerta de que a previsão climática para os meses de fevereiro, março e abril indica maior probabilidade de chuva abaixo do normal em parte da porção central e Norte do Brasil.  

Embora as previsões indiquem condições mais úmidas do que o normal entre o centro e leste do país, em grande parte das demais regiões do país – incluindo região amazônica – a previsão indica o predomínio de condições mais secas do que o normal. 

Fonte: Agência Nacional das Águas
ANA – Painel El Niño 2023-2024

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia

Japu ou Japó, os ecodesigners da natureza

Depois do longo período de estiagem de 2023, o  inverno amazônico traz gratas surpresas como as belas esculturas em árvores produzidas por japus ou japós  (Psarocolius decumanus) para proteger seus ovos e filhotes.

Esses ninhos em forma de gotas são comumente vistos em árvores na sede do Instituto Soka Amazônia, na Reserva de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, na região do Encontro das Águas, em Manaus.

Além da beleza, a estrutura surpreende pela durabilidade, diante das intempéries e predadores naturais. 

No estado do Amazonas, a espécie é conhecida como japó, mas em outras regiões é popularmente chamada de fura-banana (Minas Gerais), japu-gamela (Bahia), xexéu-mufumbo (Pernambuco), japuguaçu, japu-preto, rei-congo ou recongo (Maranhão), entre outras denominações.

Pela coloração da plumagem, tambem é confundida com aves da espécie Cacicus haemorrhous, recebendo os nomes populares de japiim, japiim-tecelão, guaxe ou guaxo, em varias regiões da América do Sul.

Cores e som marcantes

A característica da espécie é a plumagem preta e cauda amarela e vermelho e o bico curto em tom amarelo claro. Mas o charme fica pelo olho azul. Os machos podem chegar até 48 centímetrosde comprimento e as fêmeas 38 centímetros. Costumam se alimentar de frutas (como banana, mamão, entre outras) e insetos alados.

Os ovos da espécie tem uma coloração verde-claro ou acinzentada com listras ou pontos escuros.  As fêmeas colocam 1 a 2 ovos, três vezes ao ano

Outra característica marcante é seu canto marcante.

Na RPPN Daisaku Ikeda mais de 100 espécies de aves foram avistadas e registradas na plataforma eBird. Caminhadas para visualização de aves são organizadas em parceria com o programa Vem Passarinhar Manaus e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Dia Internacional de Meninas e Mulheres na Ciência e o desafio da Amazônia

*artigo foi gentilmente escrito pela autora para o Instituto Soka Amazônia, em alusão ao dia 11 de fevereiro, Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, uma iniciativa lançada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), com o objetivo de fortalecer o compromisso global com a igualdade de direitos entre homens e mulheres, especialmente na educação. O artigo expressa a opinião da autora.

Descobertas científicas têm impulsionado o desenvolvimento da humanidade no propósito de viver mais e melhor. A busca sistemática pelo conhecimento implica acesso à escola, oportunidades, suportes para pesquisa que, durante muito tempo, foram vedados às mulheres.

Apesar disso temos, na história, exemplos como Marie Curie (1867-1934), física e química, a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel, ea cientista Rachel Carson (1907-1964), bióloga americana cujo livro Primavera Silenciosa, com seu estudo científico sobre os riscos do uso de pesticida agrícola, tornou-seum marco na história da ecologia.

Mas, a Ciência ainda é uma questão de gênero. No mundo, apenas um terço dos pesquisadores é constituído por mulheres.

O desafio do acesso das meninas e mulheres à escola, às universidades, aos financiamentos de pesquisa tem sido enfrentado, tanto pelo trabalho insistente da ONU e da UNESCO, bem como por programas nacionais e locais. E, também, pelo extraordinário desempenho das mulheres quando conquistam esse acesso. No Brasil, dados do MEC, divulgados em abril de 2023, revelam que, dos 405 mil alunos de mestrado e doutorado no país, 221 mil são mulheres: 54%.

Certamente há muitos outros desafios a superar numa sociedade que ainda tem preconceitos de gênero, que passam pela ocupação de cargos, remunerações desiguais e, até, escolha de temas de pesquisa.

Por isso é importante celebrar iniciativas como o movimento Mulheres e Meninas na Ciência. E, especialmente, na Amazonia.

“Nós podemos preparar o caminho para um futuro em que a Ciência não tenha fronteiras de gênero.”

Audrey Azoulay, Diretora geral da UNESCO

A Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), que tem investido no protagonismo das mulheres na Ciência, lançou, em março de 2023, uma série de vídeos intitulada “Mulheres Cientistas no Amazonas”. Em uma das entrevistas, Elisabeth Gusmão, doutora em Ecologia e Recursos Naturais, lembrou que “superar a invisibilidade foi o meu maior desafio.”

Na Amazonia é preciso superar a invisibilidade das mulheres pesquisadoras e a invisibilidade dos conhecimentos tradicionais preciosos para a Ciência contemporânea, pois, como afirma a Carta da Terra, é necessário “Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.”

ROSE MARIE INOJOSA

Advisor e professora no Centro Internacional Carta da Terra de Educação para o Desenvolvimento Sustentável, com sede na Universidade para a Paz, na Costa Rica. Conselheira e ex-Diretora da Universidade Aberta do Meio Ambiente e Cultura de Paz (UMAPAZ) da prefeitura do município de São Paulo.

O Instituto Soka Amazônia é filiado à Carta da Terra Internacional. Em seus programas de Educação Socioambiental e de Apoio a Pesquisas Científicas, estimula e inspira novas gerações de cientistas.

O Instituto mantém parcerias e acordos de cooperação técnicas com instituições acadêmicas e de pesquisa, como as Universidades Federais do Amazonas (UFAM) e de Rondônia (UFIR), Instituto Federal do Amazonas (IFAM), Universidade do Estado Amazonas (UEA), Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) e Soka University (Japão).

Essas iniciativas e parcerias contribuem para alcance dos seguintes OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU:

ODS 4 – Educação de Qualidade; ODS 5 – Igualdade de Gênero; ODS 8 – Trabalho Decente e Crescimento Econômico; ODS 17 – Parcerias para Implementação

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia


Instituto Soka Amazônia apresenta resultados de seus programas em 2023 e dá início às comemorações dos 10 anos

O Instituto Soka Amazônia deu início às comemorações do 10º aniversário manifestando agradecimento a sua rede de apoiadores.

Com a mensagem Gratidão Amazônia, inspirada na  benevolência das árvores amazônicas, o Instituto Soka concluiu o ciclo de atividades de 2023 convidando seus doadores, colaboradores e parceiros a conhecerem mais sobre a biodiversidade da floresta que protege a vida e clima do Planeta e que merece todo o nosso cuidado.

A instituição, que completará 10 anos no mês de julho, também compartilhou os resultados de seus programas no ano 2023, em seu Relatório Anual.

Entre as realizações estiveram expedições para comunidades ribeirinhas, exposições e eventos de difusão científica e sensibilização social, plantios e mutirões de limpeza ecológica, ação solidária em prol das vítimas da seca história na Amazônia e a ampliação do alcance das ações de educação socioambiental para um público de mais de 4000 pessoas.

Como destaca o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, o ano de 2023 foi marcado por muitos desafios, aprendizados e também conquistas.

“Para o Instituto foi um ano de fortalecimento de suas bases. Tivemos a honra de celebrar nossa filiação à Carta da Terra Internacional e novas parcerias floresceram, mostrando resultados práticos de ações de sensibilização para os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, ressaltou.

Todos os resultados dessas realizações podem ser conferidos no Relatório Anual, disponível para download no final da página.

Celebração dos 10 anos do Instituto

As sinergias e as conexões para a proteção da Amazônia serão o enfoque das comemorações dos 10 anos do Instituto.

Uma série de encontros com empresas e instituições parceiras vem sendo realizados desde o início do ano para troca de experiências e promoção de ações conjuntas.

A comemoração de aniversário está programada para o mês de julho, mas ao longo do ano vários eventos promovidos pelo Instituto farão alusão aos 10 anos.

A programação anual será divulgada em breve.

Ajude a preservar o futuro da Amazônia.

Junte-se a nós!

Seja um doador, voluntário ou parceiro dos projetos do Instituto Soka Amazônia