Educação e sabedoria dos povos Indígenas em favor da proteção da Amazônia

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Durante muito tempo, o dia 19 de abril era celebrado como Dia do Índio. Mas, desde 2022, a data mudou de denominação para Dia dos Povos Indígenas.

A professora indígena, Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, explica que a expressão “índio” sempre foi um grave equívoco criado dentro de uma visão estereotipada: “Somos vários povos. Foi uma luta de muitos anos para essa mudança. Essa data, o Dia dos Povos Indígenas, é uma conquista e soa muito reflexiva para que, principalmente, a sociedade não-indígena reconheça esses povos, sua existência e resistência”

A educadora alerta para o preconceito ainda existente em nossa sociedade, fruto da história colonizadora, que considera o indígena como selvagem, sem inteligência, sem alma, preguiçosos e incapazes. “É preciso ‘decolonizar’ esses pensamentos e mudar essa visão”, afirma.

A doutoranda em História e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Isabel Munduruku, concorda. Para ela a mudança de nome da data faz jus a grande diversidade étnica e cultural dos povos originários no País. “Somos vários. Essa denominação diz respeito a uma reivindicação de existência que nós temos nesse país e da nossa própria ocupação”.

Isabel destaca a importância dos povos indígenas na preservação da própria floresta. “A gente tem afirmado que a Amazônia foi plantada pelos povos indígenas. E isso é uma coisa muito importante de se levar em consideração pois diz respeito da nossa relação com ela também”.

O fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, em discurso durante a Conferência Internacional Amazônia no Terceiro Milênio: Atitudes Desejáveis, realizada em 1999, sinalizou a necessidade de harmonizar o desenvolvimento sustentável com a defesa da Amazônia como a Casa da Vida e considerando os saberes ancestrais dos povos nativos:

“A sua herança nos ensina que o céu, a terra, os pássaros, os animais e também o homem mantêm um perfeito inter-relacionamento e respiram igualmente como se fossem um único corpo. Eles nos ensinam a ver a Terra como uma única grande vida”, afirmou Ikeda.

O Instituto Soka Amazônia, organização fundada por Ikeda, atua pela conservação e educação ambiental. Entre suas iniciativas estão plantios de espécues nativas acompanhado de troca de conhecimentos com comunidades indígenas e ribeirinhas.

Como organização filiada à Soka Gakkai e Carta da Terra Internacional atua dentro dos valores da Carta da Terra de cuidado com a Comunidade da Vida e pela Justiça Social e Econômica.

A proteção da Amazônia e de sua biodiversidade, é tratada pela instituição sob o necessário olhar de respeito à dignidade da vida.

Na semana comemorativa ao Dia dos Povos Indígenas,  a coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas, Izabel Munduruku, e a educadora indígena  Sidneia Piratapuya, representante do Fórum de Educação Escolar e Saúde Indígena do Amazonas, compartilharam suas vivências e visões sobre o real sentido da proteção da floresta para os seus povos e a importância e os desafios das novas gerações indígenas quanto à educação. Leia a seguir: 

Isabel Munduruku, doutoranda em História pela UFAM  e coordenadora do Movimento Estudantil Indígena do Amazonas

Como os jovens indígenas estão se engajando para a valorização da sua identidade ética e a cultura de seu povo?

No Movimento dos Estudantes Indígenas do Amazonas a gente tem reforçado muito isso e a importância de nossa presença nas universidades. Temos pautado o conhecimento tradicional dos povos indígenas junto com o conhecimento ocidental, de maneira intercultural. 

E é uma interculturalidade crítica onde a gente, a partir do conhecimento ocidental, articula formas de aplicar esse conhecimento tradicional que a gente aprendeu desde criança nas comunidades. Esses conhecimento e  culturalidade podem promover um bem viver coletivo, não só os povos indígenas, mas também para outros povos que habitam a Amazônia.

Como se dá esse resgate às origens por esses jovens e de que maneira contribuem para transmissão desse conhecimento?

Nossa presença dentro do espaço acadêmico é de profunda grandiosidade porque somos nós que estamos escrevendo e reescrevendo as nossas histórias e estamos reafirmando nossas identidades através desses escritos. Estamos, portanto, refazendo processos que, muitas vezes, nos colocam no apagamento.

A presença de estudantes indígenas nas Universidades, de uma certa maneira, está fazendo uma salvaguarda na proteção da memória dos povos indígenas. Temos escritos nossas teses sobre nossas culturas e as nossas tradições e como essas tradições também são tecnologias para proteção da qualidade de vida da Amazônia.

Como garantir a proteção da Amazônia na perspectiva dos povos indígenas ?

A proteção da Amazônia deve ser pensada de maneira articulada não enquanto uma responsabilidade que os povos indígenas tenham que garantir, mas entender a importância que os povos indígenas têm na proteção, tendo em vista que essa é uma missão e um dever de povos indígenas, dos povos ribeirinhos, de quilombolas, dos não-indígenas e da sociedade civil como um todo. Isso porque a Amazônia é garantia da nossa biodiversidade, do nosso território e da própria qualidade de vida das populações de todo o território brasileiro.

Como os povos indígenas compreendem a floresta e o território?

A nossa relação com o território é recíproca porque a gente não compreende o território enquanto um meio fora da gente. Nós somos o território e o território somos nós. 

Desta maneira, no momento em que o território está sendo explorado ou maltratado nessa exploração dentro da lógica de capitalização – através da exploração do ouro, da extração ilegal  de madeira e tantas outras formas de explorar o território – a gente entende como a exploração do nosso próprio corpo, enquanto corpos indígenas. Então a relação que temos com o território é uma relação de vida e de compreender enquanto parte do próprio ecossistema.

O que, na sua visão, tornaria mais efetivas as iniciativas de proteção ambiental?

A gente também tem uma visão muito crítica como se pensa muitas vezes a lógica da proteção ambiental como recurso natural. A gente não lida com o território ou com a Amazônia como recurso, pois quando se pensa em recurso automaticamente já está partindo para uma premissa de capitalização. E isso é muito problemático. 

É preciso tratar a partir dessa relação recíproca, onde o território garante a vida e a gente também tem essa responsabilidade de garantir a vida do território.

Sidneia Piratapuya, do povo Pira-tapuya, falante da língua indígena Tukano.  É professora da rede escolar pública e especialista em gestão escolar

Na visão indígena o que é proteger a Amazônia?

Para nós indígenas e, para mim como Pira-tapuya, proteger a Amazônia é proteger nossa terra. E não só a nossa terra, mas todas as vidas e natureza que estão dentro do território chamado Amazônia. Para nós defender é amar essa Amazônia; é conservar e manter o Rio Amazonas e todos os afluentes principais, o rio Solimões, o Rio Madeira, o Rio Negro, o Rio Japurá. 

Todos esses afluentes importantes que, na nossa visão, estão sendo contaminados pela exploração de minérios trazidos por grandes empresas que vão destruindo e contaminando não só a água que bebemos, mas também a terra e as pessoas que têm essa ligação com essa terra e com essa água.

Por isso nossa defesa pela Amazônia. Mas, defender não é só pelas pessoas que vivem na Amazônia, é sim pelos que vivem no Brasil e no mundo todo, porque precisa desse ar. Porque em outros países não tem mais uma floresta original e intacta. Então defendemos por tudo isso, por todas essas vidas do mundo todo.

Pela sua experiência, como professora e aluna indígena, qual deve ser o diferencial da educação indígena?

A política de educação escolar indígena é muito importante e o Estado brasileiro precisa entender sua importância. Porque nós indígenas não precisamos só conhecer as coisas da sociedade branca, precisamos fortalecer nossa cultura e os nossos conhecimentos tradicionais e fortalecê-los e também dominar esses conhecimentos da sociedade não-indígena e, assim, nos interagir com a sociedade.

Como a educação pode ajudar na valorização da identidade indígena?

Se o jovem se apegar só aos conhecimentos da sociedade não-indígena, enfraquece nossa gente e perde nossa língua e nossa cultura. Daí a importância que a educação escolar indígena seja implementada nas comunidades evitando que esses grupos étnicos saiam de suas aldeias e não voltem. 

Nos deparamos com estudantes que saem das aldeias para fazer faculdade em outras localidades e criam problemáticas, porque eles saíram dos seus territórios para se deparar com outras realidades que não a sua. Essa também foi minha realidade. É nesse sentido que a educação diferenciada e de qualidade é importante para nós.

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Japu ou Japó, os ecodesigners da natureza

Depois do longo período de estiagem de 2023, o  inverno amazônico traz gratas surpresas como as belas esculturas em árvores produzidas por japus ou japós  (Psarocolius decumanus) para proteger seus ovos e filhotes.

Esses ninhos em forma de gotas são comumente vistos em árvores na sede do Instituto Soka Amazônia, na Reserva de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, na região do Encontro das Águas, em Manaus.

Além da beleza, a estrutura surpreende pela durabilidade, diante das intempéries e predadores naturais. 

No estado do Amazonas, a espécie é conhecida como japó, mas em outras regiões é popularmente chamada de fura-banana (Minas Gerais), japu-gamela (Bahia), xexéu-mufumbo (Pernambuco), japuguaçu, japu-preto, rei-congo ou recongo (Maranhão), entre outras denominações.

Pela coloração da plumagem, tambem é confundida com aves da espécie Cacicus haemorrhous, recebendo os nomes populares de japiim, japiim-tecelão, guaxe ou guaxo, em varias regiões da América do Sul.

Cores e som marcantes

A característica da espécie é a plumagem preta e cauda amarela e vermelho e o bico curto em tom amarelo claro. Mas o charme fica pelo olho azul. Os machos podem chegar até 48 centímetrosde comprimento e as fêmeas 38 centímetros. Costumam se alimentar de frutas (como banana, mamão, entre outras) e insetos alados.

Os ovos da espécie tem uma coloração verde-claro ou acinzentada com listras ou pontos escuros.  As fêmeas colocam 1 a 2 ovos, três vezes ao ano

Outra característica marcante é seu canto marcante.

Na RPPN Daisaku Ikeda mais de 100 espécies de aves foram avistadas e registradas na plataforma eBird. Caminhadas para visualização de aves são organizadas em parceria com o programa Vem Passarinhar Manaus e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Dia da RPPN: Contribuição das Reservas Particulares para proteção da  biodiversidade e enfrentamento da crise climática

O dia 31 de janeiro é considerado, por Lei Federal, o Dia Nacional das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN). A data foi instituída para valorizar o modelo de proteção ambiental em unidades de conservação privadas.

Flavio Ojidos

As RPPNs dão importante contribuição para o enfrentamento da atual crise climática, na avaliação de Flavio Ojidos, Mestre em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento Sustentável.

“Creio que por serem fruto de um ato voluntário e possuírem caráter perpetuo, as RPPNs são essenciais para o momento atual que exige ações concretas para a conservação e a restauração da natureza”, afirma.

Atualmente, as RPPNs , no Brasil, protegem mais de 800 mil hectares em todos os biomas brasileiros, segundo o especialista.

A região Norte, que contempla a floresta amazônica, concentra a menor quantidade de RPPNs em relação ao resto do país. No âmbito nacional, o bioma mais protegido por RPPNs é a Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado e pela Caatinga.

Ojidos elogia a iniciativa do Dr. Daisaku Ikeda e da Soka Gakkai que, por meio da Brasil SGI, criou uma RPPN na Amazônia e em um lugar tão significativo na cidade de Manaus.

“O trabalho de conservação ambiental exercido na RPPN Dr. Daisaku IKeda, somado aos esforços do Instituto Soka Amazônia na área de educação ambiental,  são determinantes para legar um futuro melhor para as próximas gerações e, ao mesmo tempo, forjá-las para os desafios climáticos que já se apresentam”, destaca.

O que torna a RPPN Dr. Daisaku Ikeda tão especial?

RPPN Instituto Soka Amazônia

A Reserva recebeu do ICMBio, em 1996, a denominação de RPPN Daisaku Ikeda, em homenagem aos esforços do pacifista e fundador do Instituto Soka Amazônia em prol do meio ambiente.

Os 52 hectares de área protegida são um exemplo de restauração ambiental em área urbana na cidade de Manaus, fruto de um contínuo trabalho de conservação e  recomposição florestal, iniciado há 30 anos atrás.

Na  área da RPPN se encontra o Sítio Arqueológico Daisaku Ikeda, rodeado de outros três sítios com achados milenares.

Além de cerâmicas pré-coloniais foram encontrados na Reserva ruínas de uma olaria histórica e nichos de solo terra-preta-de-índio.

Alem da importância como sítio geológico, aRPPN está localizada em frente a uma paisagem icônica: o Encontro das Águas, dos Rios Negros e Solimões.

A RPPN abriga uma grande variedade de espécies da fauna e flora nativa da Amazônia.

O uso sustentável da Reserva é direcionado a atividades de preservação de espécies nativas, estudos e pesquisas científicas sobre a Amazônia  e programas de educação ambiental.

O Instituto Soka Amazônia com essa iniciativa apoia o alcance dos OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) DA ONU:

ODS 4 – Educação de Qualidade;

ODS 14 – Vida na Água;

ODS 15 – Vida Terrestre

ODS 13 Ação Contra Mudança Global do Clima

ODS 17 – Parcerias para Implementação

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Incêndios florestais, uma ameaça para todos

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

Havaí, Canadá, Grécia, Austrália e muitas outras regiões do mundo vêm enfrentando incêndios florestais de grandes proporções nos últimos meses. Essa triste realidade noticiada diariamente confirma os alertas de estudos sobre o crescimento da ocorrência de incêndios florestais, por conta das mudanças climáticas e do uso da terra.

Relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2022, sinaliza que, se nada for feito, haverá um aumento global de incêndios extremos na ordem de 14% até 2030; 30% até o final de 2050; e 50% até o final do século.

Além de vitimar diretamente várias vidas humanas e a biodiversidade, essas tragédias ambientais provocam impactos globais, afetando inclusive quem está a quilômetros de distância de florestas.

A origem dos incêndios pode ser, ocasionalmente, por fenômenos naturais, como raios e vulcões, mas, na grande maioria das vezes, é a ação humana a causa das ocorrências, o que poderia ser evitável.

Realidade amazônica

No Brasil, foram detectados por satélite 58.670 focos de incêndio entre os dias 1º de janeiro e 23 de agosto deste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O bioma mais afetado é a Amazônia com 45,2%, seguido pelo Cerrado (39%) e a Mata Atlântica (9%). Os municípios que mais registraram focos de queimadas, neste período, foram, respectivamente, Altamira, no Pará, e Apuí, no Amazonas.

Para a engenheira ambiental Alana Rosas, Supervisora Ambiental no Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), os focos de incêndios registrados na região amazônica são decorrentes, principalmente, da prática de queimadas para fins de atividade agropecuária ou invasões em áreas rurais e urbanas. Além de criminosas, tais ações demonstram falta de visão de longo prazo, na avaliação da especialista.

A mudança na forma de uso da terra, segundo Alana, pode contribuir para evitar crimes ambientais na Amazônia se for considerada a vocação econômica da região, pautada na sustentabilidade e nos principais ativos relacionados à preservação da biodiversidade.

A especialista exemplifica como é possível preservar 80% da área florestal de uma propriedade e ainda ser produtivo nos 20% restantes:

“De acordo com a Lei 12.651/2012, todo imóvel rural deve manter uma área com cobertura de vegetação nativa, denominada Reserva Legal. Essa área, localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, terá a função de garantir o uso econômico dos recursos naturais do imóvel rural de forma sustentável, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos, promover a conservação da biodiversidade, bem como abrigar e proteger a fauna silvestre e a flora nativa”.

Importante saber que a dimensão mínima dessa área, em termos percentuais relativos à área do imóvel, dependerá de sua localização. “É possível implementar modelos produtivos mais sustentáveis e ecologicamente viáveis, como o modelo agroflorestal, nessas áreas”, sugere.

Em resumo, a mudança na visão sobre o uso da terra ajuda a evitar a principal causa de incêndios florestais no território amazônico.

Outro fator associado à propagação dos incêndios é o clima seco e as temperaturas elevadas, combinados com a diminuição das chuvas e a ação dos ventos, que ampliam a propagação das chamas.

Por essa razão, é necessário que todos se conscientizem sobre a gravidade dessa tragédia ambiental e como evitá-la. Veja como:

Danos das queimadas ao Meio Ambiente e à população

  • Destruição Ambiental e dos Biomas: A perda significativa de biodiversidade, tanto da fauna quanto da flora, desencadeia desequilíbrios ambientais, empobrece o solo e acelera processos de desertificação.
  • Chuva Ácida: A fumaça e a emissão de gases poluentes afetam a saúde humana em várias regiões, podendo ter impactos na produção agrícola devido à chuva ácida resultante.
  • Saúde Humana: O contato com gases e fumaças resultantes provoca um aumento de doenças respiratórias como rinites, asmas, sinusites, bronquites e alergias.
  • Prejuízos Econômicos: Há riscos de acidentes e perdas patrimoniais decorrentes dos incêndios.
  • Risco à Navegação e Aviação: A fumaça prejudica a visibilidade, afetando o tráfego de veículos e aeronaves.
  • Agravamento do Aquecimento Global e Efeito Estufa: A destruição das florestas impacta nas nascentes e influencia os ciclos das chuvas, contribuindo para o aumento do nível dos oceanos e o derretimento das calotas polares.

Como ajudar a evitar Incêndios Florestais

  • Denuncie Incêndios: Ao identificar um foco de incêndio, comunique imediatamente os órgãos competentes, como os bombeiros, a polícia ambiental e os órgãos de proteção ambiental do estado e município.
  • Evite as Causas: Não solte balões e evite descartar cigarros ou materiais em chamas próximo a áreas florestais, pastagens e estradas.
  • Controle Fogueiras: Evite acender9 fogueiras em áreas de acampamentos ou próximas à vegetação para evitar o alastramento das chamas.
  • Descarte Consciente: Não queime móveis ou lixo, além de ser prejudicial à saúde, as fagulhas podem ser carregadas pelo vento e causar incêndios em outras regiões.
  • Lembre-se de que a prevenção e a ação consciente são fundamentais para proteger nosso meio ambiente e garantir a segurança de todos.

O Instituto Soka Amazônia trabalha em seus projetos para ampliar a sensibilização e conscientização para preservar o meio ambiente.

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Inicia a florada de ipê amarelo na Amazônia

Quem visita a sede do  Instituto Soka Amazônia é presenteado pela exuberante beleza da biodiversidade da Reserva de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda (RPPN Dr. Daisaku Ikeda).

Neste final de julho, é possivel avistar também uma grata presença na paisagem: a florada do ipê amarelo.

Considerada a flor oficial do Brasil, o ipê amarelo desabrocha em várias cidades brasileiras, podendo se assim chamada as árvores de diferentes gêneros (Handroanthus, Tabebuia e Tecoma) de uma mesma família botânica (Bignoniaceae).

Na Amazônia é comum a presença da espécie Tabebuia aurea que pode chegar a 12 e 20 metros. Sua florada ocorre, normalmente, entre julho e setembro, quando há menor incidência de chuva. Se o período chuvoso for curto, a florada se antecipa; se as chuvas se estenderem por mais tempo, a floração é retardada, como explica o professor Felipe Fajardo, doutor em botânica e docente na Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA).

Breve espetáculo em benefício da  biodiversidade

O nome ipê é de origem tupi e significa “árvore cascuda”.

A beleza da flor é marcante pelo cor intensa, mas também efêmera, durando poucos dias. Seguindo o ciclo natural, após o período de floração, a árvore perde as folhas e frutifica. Neste momento as sementes “aladas” entram em ação e são carregadas pelo vento, especialmente no verão.

O curto tempo de florescimento é resultado de uma sabedoria natural da espécie. Para concretizar a sua propagação, a planta floresce rápido provocando a dispersão de sementes no período com menos chuvas. Ao fim do período da florada e frutificação, a planta encerra o ciclo e aguarda o período de chuvas, investindo em seu crescimento e manutenção.

O tom intenso de amarelo das flores atrai vários visitantes, como beija-flores, abelhas e outros polinizadores, essenciais na manutenção dos ecossistemas.

Fonte: site UFRA. É tempo de florada: Ipês colorem parques e avenidas

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RPPN Dr. Daisaku Ikeda: história de preservação da biodiversidade

por Monica Kimura, em colaboração para o Instituto Soka Amazônia

O dia 12 de julho marca a oficialização da Reserva Particular de Patrimônio Natural, hoje denominada RPPN Dr. Daisaku Ikeda.

A Unidade de Conservação (UC), localizada em frente ao Encontro das Águas, em Manaus, chamou-se inicialmente Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Nazaré das Lajes, passando a receber o nome do fundador do Instituto Soka Amazônia, por uma homenagem do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Como destacou, à época,  o então diretor de Criação e Manejo e Unidades de Conservação do ICMBio, Luiz Felipe Lima de Souza, o nome da RPPN é um reconhecimento aos tenazes esforços do pacifista em prol do meio ambiente.

“Quando Ikeda falou da relação entre cultura de paz e meio ambiente no ano de 1995, sendo realmente um visionário, teve a grandeza de criar uma reserva natural em um dos biomas mais importantes do globo”.

O Instituto Soka Amazônia, criado por Ikeda, realiza a gestão da RPPN e promove a visão de relação mais harmônica entre ser humano e meio ambiente, em programas de conservação da biodiversidade, apoio à pesquisa científica e educação socioambiental.

A importância da RPPN Dr. Daisaku Ikeda para ecologia da região

Quando foi criada a RPPN, no início da década de 1990, a área de 52 hectares era um terreno totalmente degradado onde havia ruínas de a antiga olaria e vegetação rasteira e de pequeno porte, num solo precário, como relembra o biólogo e doutor em Ciência do Sistema Terrestre pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Diego Oliveira Brandão.

“É surpreendente e singular conhecer as origens dessa RPPN, pois quem a visita hoje só enxerga uma densa e bela  floresta regenerada  que hoje compõe a Reserva”, conta.

Diego reitera sobre alguns pontos que tornam a RPPN Dr. Daisaku Ikeda ainda mais relevante dentro de um contexto macro. “A primeira é a presença na Amazônia, pois a Região Norte tem o menor número de RPPN do país, , conforme dados do ICMBio”, explicou.

Outro ponto é a sua localização em frente ao Encontro das Águas. Não somente pelo visual espetacular, mas pela biodiversidade que abriga. “Foi uma decisão inteligente e providencial do fundador do Instituto Soka quando, apesar da degradação aparente no momento da decisão, visualizou o potencial existente”, elucidou.

Hoje a cobertura vegetal da Reserva é de tal exuberância que dezenas de pesquisadores da vida natural já passaram por lá e relatam que é um ambiente propício para a realização de estudos científicos.

RPPN em benefício da biodiversidade e do clima

As RPPNs são Unidades de Conservação essenciais para a biodiversidade, porque servem de habitat para as espécies nativas conhecidas e ainda desconhecidas esperando para serem catalogadas. Toda RPPN é uma Unidade de Conservação privada de Uso Sustentável.

Diego explica que, embora as RPPNs representem ainda um número pouco expressivo (cerca de 1% de todo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza, os outros 99% são outras formas de Unidades de Conservação de domínio público e alguns privados), sua relevância extrapola os números, “pois cada RPPN tem o objetivo de conservar a  biodiversidade e sua existência garante a sobrevivência de muitas espécies, inclusive as ameaçadas de extinção”.

“Cada RPPN é um banco genético único. Funciona como uma provedora de alimentos e habitat às espécies nativas – fauna e flora silvestre – proporcionando serviços ecossistêmicos importantes, como frutos, polinização e proteção do solo”, explicou Diego.

Outro ponto levantado pelo biólogo é a relevância dessas UCs para o clima regional e global. O ciclo hidrológico de cada região Amazônica depende da reciclagem da água que a floresta executa. E atua também como estoque de carbono na superfície terrestre, como nas folhas, nos troncos, nas populações de fungos e  raízes, por exemplo. “Em vez desse carbono estar solto na atmosfera como dióxido de carbono, que é um gás intensificador do efeito estufa que aquece o planeta”, completa Diego.

Apesar da relevante contribuição das RPPNs para a biodiversidade e o clima do planeta Terra, Diego faz um alerta: mesmo com todo poder de regeneração da natureza, estudos indicam que há um limite associado ao desmatamento e às mudanças climáticas globais.

“A combinação entre 25% de desmatamento e aquecimento global de 2,5°C pode mudar o clima da região permanentemente, com alta perda de biodiversidade.E estamos perto desse limite, pois o desmatamento está próximo de 20% e o aquecimento global já ultrapassou 1,15°C.”, disse com preocupação. Só para se ter uma ideia: de 2001 a 2018, a média de desmatamento foi de 17 mil km2 ao ano em toda Amazônia. “Para ficar claro uma comparação básica: a área do Distrito Federal é de 5,7 mil km2, portanto, foi desmatada anualmente mais de três vezes a área total do Distrito Federal”, finalizou o biólogo.

RPPNs m números

Infelizmente, embora abrigue a maior parte da maior floresta tropical biodiversa do planeta, a Região Norte brasileira é a que tem a menor quantidade de RPPNs. Por exemplo, o estado do Amazonas possui somente 14 reservas particulares atualmente.

Em todo território nacional há 1567 RPPNs que, juntas perfazem um total de 890 mil hectares. Os estados campeões são: Minas Gerais (350), Paraná (282) e Bahia (157); seguidos por Rio de Janeiro (152), São Paulo (99) e Santa Catarina (84). O bioma com mais unidades é a Mata Atlântica, seguido pelo Cerrado e pela Caatinga.

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Biodiversidade amazônica: Camucamu, a rainha da vitamina C

Essa árvore é uma prova viva de que a floresta tem ainda muito o que oferecer à humanidade e a cada exemplar abatido é uma perda irreparável para o meio ambiente

Ela ocorre em muitas áreas da Amazônia em sua forma silvestre, mas devido suas propriedades medicinais, no Brasil vem sendo cultivada principalmente no Pará, em algumas fazendas de São Paulo, nos municípios de Mirandópolis e Iguape. Ainda pouco conhecido no Brasil, o destino da produção são os grandes apreciadores do fruto no exterior, como: Japão, EUA e a União Europeia. Atualmente, o Peru é o grande produtor e exportador do camu camu.

Porém, a América Tropical, o Brasil possui a maior diversidade de espécies do gênero Myrtaceae. A planta é encontrada abundante nos estados do Amapá, Marachão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis. O primeiro registro data de 1902, quando da expedição do botânico austro-húngaro, Adolfo Ducke, à Amazônia.

Conhecida também por outros nomes – caçari, araçá-d’água, araçá-de-igapó, sarão, azedinha – o camucamuzeiro é um arbusto ou pequena árvore, podendo atingir de 3m a 6m de altura, pertencente à família Myrtaceae, ainda não totalmente domesticada e se dispersa em praticamente toda a região Amazônia. Embora seja um fruto de alto valor nutritivo os povos da floresta parecem não apreciá-lo como alimento, preferindo utilizá-lo como isca para pesca ou, eventualmente, como tira-gosto. O peixe, por sua vez, alimenta-se do camu camu e é o principal dispersor das sementes. A polinização é feita principalmente por abelhas, embora o vento também contrinua significamente no processo. As flores exalam um aroma doce e agradável, devido isso o néctar é bastante apreciado pelas abelhas nativas (Melipona fuscopilara e Trigona portica).

Sua preferência são as margens de rios e lagos, os exemplares silvestres chegam a permanecer por 4 a 5 meses submersos durante os períodos de cheia. O camu camu amadurece entre novembro e março e praticamente ao longo de todo o ano a árvore brinda os olhos com suas flores, principalmente entre abril e junho.

São largamente conhecidos os benefícios da vitamina C para o bom funcionamento do sistema imunológico do organismo. Além disse é um importante antioxidante, que participa em várias reações metabólicas no organismo, como o metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e carnitina. Esta vitamina é também muito importante na síntese de colágeno, razão pela qual está muitas vezes presente nos suplementos de colágeno. O colágeno é essencial para a manutenção da pele, mucosas, ossos, dentes e preservação da integridade dos vasos sanguíneos.

Desde de 1980, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vem estudando o camucamuzeiro figurando em sua lista de prioridades, por considerá-la de grande potencial nutritivo, entre os frutos nativos da região. O objetivo é oferecer formas alternativas de melhorar a dieta da população local, mas também a geração de divisas. Para se ter uma ideia mais clara de seu potencial nutritivo, a concentração de vitamina C do camu camu é aproximadamente 13 vezes maior que aquela encontrada no caju, 20 vezes maior que na acerola, 100 vezes maior que no limão, podendo conter 5 g da vitamina em cada 100 g de polpa.

By Agroforum Perú – http://www.agroforum.pe/agro-noticias/attachments/11564d1471060316-camu-camu-peru-vitamina-c.jpg/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54372736

E mais: na comparação com a laranja, o camu camu contém 10 vezes mais ferro e 50% mais fósforo. Devido o elevado teor de ácido ascórbico é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, proporcionando retardamento no envelhecimento. Ou seja: são muitas as razões para estudar, cultivar e promover seu consumo.

Desafios

Por todos os motivos acima listados, os pesquisadores concordam que se trata de uma espécie de imenso potencial para exploração comercial. Os desafios a serem vencidos tem a ver com a falta de variedades ou clones indicados para condição de cultivo em área de terra firme.

Nesse sentido, a Embrapa da Amazônia Oriental vem se debruçando sobre a questão do melhoramento genético da espécie desde 2008, promovendo a seleção de genótipos para o caráter de produção de frutos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Camucamuzeiro. Foi assim que os melhores materiais obtidos foram clonados e estão em fase de avaliação em área de terra firme.

A partir de plantas sadias e de alta produção com frutos de tamanho apropriado, faz-se a coleta das sementes. A extração dos frutos é feito por meio da coleta de frutos com o mesmo estágio de maturação que deve garantir uma maior uniformidade no processo de germinação.

O camucamuzeiro começa a produzir após 3 anos de seu posicionamento em campo. Os frutos têm formato globoso arredondado, com diâmetro de 10mm a 32 mm, de coloração vermelha ou rósea e roxo escuro no estágio final de maturação e pesa cerca de 8g. De elevada acidez, dificilmente são consumidos in natura, sendo bastante apreciados em preparações, como refrescos, sorvetes, geleias, doces, licores, ou para conferir sabor a tortas e sobremesas. É, portanto, mais uma das espécies amazônicas potencialmente das mais viáveis economicamente por contribuir significativamente para o bem estar e a saúde humana.

Fontes:

http://portal.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html?#:~:text=O%20camu%2Dcamu%2C%20ca%C3%A7ari%2C,lagos%2C%20geralmente%20de%20%C3%A1gua%20preta

https://www.todafruta.com.br/camu-camu/  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/175155/1/COLECAO-PLANTAR-A-cultura-do-camu-camu-2012.pdf

Semana do Meio Ambiente: Melhores Momentos

Com o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, Instituto Soka Amazônia promoveu série de eventos visando sensibilizar a sociedade para proteção do meio ambiente

por Dulce Moraes, Instituto Soka Amazônia

O mês de junho começou com várias ações de estímulo ao engajamento da sociedade para a necessária proteção do meio ambiente, diante dos desafios enfrentados em escala local e global.

Na cidade de Manaus, a equipe do Instituto Soka Amazônia teve oportunidades de levar à população conhecimento e experiências visando reconectar as pessoas à natureza e inspirá-las para ações no dia-a-dia.

No dia 1º de junho, a convite da Secretaria Municipal de Educação de Manaus, a coordenadora da Divisão de Pesquisas Científicas do Instituto, Tamy Kobashikawa, proferiu palestra para educadores e alunos da rede municipal sobre o que é e como aplicar Carta da Terra.

A poucos metros dali, no Ocas do Conhecimento Socioambiental,  espaço voltado à provocar a interação da população com as questões ambientais, voluntarios e equipe de Educação Socioambiental do Instituto Soka Amazônia realizaram ação educativa com workshop da bióloga e  pesquisadora Iris Andrade, sobre importância das abelhas nativas para o ecossistema.

Com o intuito de apoiar ações de ESG de empresas, a equipe de Proteção a Natureza do Instituto realizou palestra de sensibilização e plantio de árvores nativas com os colaboradores da empresa de energia Breitener.

PORTAS ABERTAS

Mas, foi no dia 3 de junho a abertura oficial da Semana do Meio Ambiente, com o tema Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, que promoveu atividades e vivências estimuladoras para reconexão, afeição e proteção da natureza.

Foram dez horas de programação na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, como trilhas educativas, caminhadas com observação de pássaros, plantio de enriquecimento florestal,  exposições educativas e interativas de empresas parceiras. Um público de mais de 400 pessoas de diversas idades pode experimentar exercícios de  Sambaterapia, oficinas de origami, artesanato com plantio de mudas, atividades literárias e atração musical da Manaus Brass Band.

DIA DO MEIO AMBIENTE COM CARTA DA TERRA

No dia 5 de junho, foi realizada cerimônia para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e a oficialização do Instituto Soka como a primeira organização amazônica filiada à Carta da Terra Internacional. 

O diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Luciano Nascimento, destacou a importância da Carta Terra como declaração global que estabelece os valores e princípios para um futuro sustentável, nos moldes da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Nascimento ressalta o papel da Carta como instrumento para mostrar a responsabilidade e potencial de cada pessoa para transformar o destino o Planeta e de protegê-lo como cidadãos globais e planetários. “É um documento que nos empodera e nos dá esperança para as urgentes e necessárias mudanças a serem feitas para o bem das futuras gerações”, afirma. 

Antes de proferir sua palestra, Mirian Viela, diretora executiva da Carta da Terra Internacional, confessou sua emoção de ver, pela primeira vez, o Encontro das Águas a partir do Instituto . “A beleza e a estética do lugar deve ajudar a mover a nossa consciência a um outro nível”, comentou.

Mirian destacou ainda que o Dia do Meio Ambiente é todo o dia que vivemos, pois nas mínimas ações interagimos e dependemos do meio ambiente natural. “Somos natureza, somo feitos de água, ar e todos nutrientes. É fundamental expandir a nossa consciência sobre isso”.

Durante a solenidade, o presidente da Soka Gakkai, Minoru Harada, apresentou mensagem enviada pelo fundador do Instituto Soka Amazônia, Dr. Daisaku Ikeda, em que agradece a homenagem recebida da Carta da Terra Internacional e a dedica ao seu predecessor, Tsunessaburo Makiguti. “O professor Makiguti foi um geógrafo proeminente que admirava sinceramente as terras da Amazônia e era um precursor que almejava um futuro de coexistência com o meio ambiente e a competição humanitária”.

A cerimonia foi concluída com plantio de árvore nativa em celebração ao Dia do Meio Ambiente e Carta da Terra Internacional.

SEMINÁRIO CONSCIÊNCIA E AÇÃO

Um público de quase mil pessoas assistiu ao Seminário Consciência e Ação: Reconectar à vida, Cuidar do Planeta, transmitido ao vivo, pelo youtube no dia 6 de junho.

O evento reuniu apresentações de especialistas e debates sobre a importância da biodiversidade para o cidadão comum e abordagens educativas para criação de valores alinhados aos princípios da Carta da Terra.

Entre os palestrantes esteve a coordenadora de Tecnologia Social do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), professora doutora Denise Gutierrez, o professor e pesquisador da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), professor doutor Marcelo Gordo, e o coordenador da Divisão de Proteção da Natureza do Instituto Soka Amazônia, Rodrigo Izumi.  

O Seminário contou ainda com palestra de Mirian Vilela, da Carta da Terra Internacional, sobre formas de aplicar a Carta da Terra em vários contextos e uma mesa redonda com as consultoras da Carta da Terra Internacional, Cristina Moreno, Waverli Neuberger e Rose Inojosa.

Pelo chat na transmissão pelo Youtube do Seminário houve grande troca de informação e inspiração entre os participantes.

Veja alguns depoimentos dos participantes:

“Excelentes reflexões. o que falta fazer para o homem pensar global e agir local? Fundei uma ONG Árvores frutíferas em Rio branco com meu pai de 83 anos. plantamos cerca de 160 mudas por semana” (Marcia Macedo, educadora, Rio Branco/AC)

“Excelente, dra Denise. Aqui no Japão, temos este sistema de reciclagem também, seria excelente algum político pudesse levantar-se-á bandeira também” (Alfredo Kadomoto​)

Instituto Soka Amazônia partipa do Global Big Day, uma jornada mundial de observação de aves

por Dulce Moraes

Neste sábado, 13 de maio, uma turma de apaixonados por pássaros visitou a sede do Instituto Soka Amazônia, na Reserva Particular de Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda, em Manaus, com uma silenciosa, atenta e emocionante missão: participar da jornada de observação e registro de aves para o desafio Global Big Day, iniciativa do Laboratório de Ornitologia da Universidade Cornell, que propõe 24 horas de observação de aves em todo o planeta.

Dois locais na cidade de Manaus foram escolhidos pelos participantes para concentrar suas observações: o Museu da Amazônia (Musa) e o Instituto Soka Amazônia na RPPN Dr. Daisaku Ikeda.  O Global Big Day a cada ano tem batido recordes de registros e de identificação de aves.  

O grupo que realizou a jornada no Instituto Soka faz parte do programa Vem Passarinhar Manaus, coordenado pela professora Katell Uguen, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Para a professora Katell, a RPPN Dr Daisaku Ikeda é um local privilegiado com diferentes ecossistemas e microclimas – como floresta, lago e a praia do Encontro das Águas –  que favorecem a atração de inúmeras espécies de aves. “E ideal para esse tipo de atividade e espero que o programa se perpetue aqui.  Com este evento de hoje já é possível ampliar muito o registro e identificação de espécies da nossa avifauna. É extraordinário que, em apenas um dia, se consiga registrar mais de 800 espécies no mundo. É maravilhoso, isso”, afirma.

A professora Odette Gonçalves Araujo, do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas, participante do programa Vem Passarinhar Manaus, destacou a realização no período da tarde, quando as espécies se preparam para se recolher, o que torna a experiência mais interessante. Entusiasta do projeto e apaixonada pela observação de pássaros, Odette compartilhou com o Instituto Soka as imagens dos seus registros durante o Global Big Day. Confira no final.

Grupo Vem Passarinhar Manaus na praia de Ponte das Lajes dentro da RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Foto: Dulce Moraes/InstitutoSokaAmazônia

Os observadores de pássaros compartilharam as listas de espécies que registraram na RPPN Dr. Daisaku Ikeda, na plataforma e-Bird.

Imagens captadas pela professora Odette Gonçalves de Araujo durante o Global Big Day 2023.

Quer conhecer ou apoiar as ações do Instituto Soka Amazônia?