Um novo ano, uma nova diretoria no Instituto Soka Amazônia

Em toda instituição, a diretoria tem a missão de liderar e supervisionar as atividades diárias de forma a garantir o pleno desenvolvimento da organização

Assegurar a perenidade da organização é a principal função de uma diretoria. A nova direção do Instituto Soka Amazônia assumiu em outubro com a missão de dar continuidade aos objetivos estratégicos, representar a instituição perante a sociedade, zelar pelos valores e promover a disseminação dos ideais Soka em relação à preservação ambiental e sustentabilidade. A nova diretoria é composta pelo diretor presidente Luciano Gonçalves do Nascimento; e seu vice Milton Massayuki Miyahara Fujiyoshi.

Segundo Luciano, a partir de 2023, o Instituto Soka quer consolidar as bases da gestão administrativa que foram instituídas em 2022.

“Estabelecer uma cultura organizacional de forma que as cinco Divisões recém-criadas (Proteção da Natureza, Educação Ambiental, Pesquisa e Produção Científica, Comunicação Social e Administrativo -Financeira) possam se desenvolver a fim de contribuir para o crescimento e plena consolidação do Instituto Soka Amazônia junto à sociedade amazonense e também à comunidade científica nacional”, enumerou.

Planos para 2023

A nova diretoria classificou assim as expectativas para 2023:

  1. Consolidação do planejamento estratégico do Instituto rumo a 2030;
  2. Capacitação dos funcionários visando o desenvolvimento profissional de cada um;
  3. Melhorias, reformas e adequações do prédio administrativo para melhor desenvolvimento dos funcionários;
  4. Estabelecer um calendário de eventos com base no planejamento estratégico;
  5. Renovação do projeto Sementes da Vida.

Os novos diretores enfatizaram que uma das preocupações é a manutenção da excelente reputação e credibilidade conquistada ao longo das décadas de atuação competente, sempre focada na valorização das parcerias e árduo trabalho.

“Atualmente o Instituto possui uma reputação muito positiva. Daqui para frente a expectativa é torná-lo um centro de referência para difusão dos ideais humanísticos do dr. Daisaku Ikeda, que fundou o Instituto para contribuir com a defesa do meio ambiente e a proteção da floresta Amazônica”, ressaltou Luciano.

Outro grande desafio para 2023 é a ampliação da base de doadores para viabilizar novos projetos e proporcionar maior estabilidade financeira para os projetos já em andamento. “Em 2022 foi possível estabelecer uma estrutura administrativa com a criação do conselho gestor. Isso permitiu criar um corpo gestor proativo que contribui com sugestões e principalmente participam das deliberações dos assuntos do Instituto”, explicou. Afinal, muitas mentes coesas e focadas pensam e contribuem com muito mais ideias e planos.

O momento é crucial para o Instituto que se vê prestes a ingressar no processo para estabelecer as bases administrativas para o futuro e, para tanto, pretende estimular cada Divisão criada de forma que cada uma tenha seu planejamento, metas e ações específicas, com vistas ao seu desenvolvimento como um todo. Afinal, cabe à diretoria: liderar, planejar, organizar e controlar as atividades das diversas áreas da organização, fixando políticas de gestão dos recursos financeiros, administrativos, estruturação, racionalização, e adequação dos serviços diversos, de forma a projetar, de forma exitosa, o Instituto às metas de curto, médio e longo prazo.

Breve resumè dos novos diretores:

Luciano é casado com Sayuri Karina Komesu e pai de Karen e Enzo; Milton também é casado, sua esposa é Sueli Himeno Fujiyoshi e é pai de Sophie. O novo diretor presidente é graduado em Ciências Econômicas, com pós em Comunicação Social e Relações Públicas. Já seu vice é arquiteto e mestre em Engenharia, com ênfase em Planejamento Urbano

VII Seminário das Águas em 22 de novembro

Participe desta discussão: caminhos para a segurança hídrica no Amazonas
Parte da programação da 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o evento terá também ação voluntária

As águas que banham a floresta amazônica são parte indissociável da flora e fauna, pois possibilitam que a vida aconteça e a exuberância da biodiversidade floresça como em nenhum outro lugar do planeta. Assim sendo, o Instituto Soka Amazônia e o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA) realizam anualmente o Seminário das Águas, este ano será sua sétima edição. O evento será sediado no Auditório do Bosque da Ciência, no dia 22 de novembro, e a participação é livre e gratuita, com direito a certificado. Para inscrição (presencial ou online), basta acessar aqui.

Há alguns anos, o evento faz parte da agenda da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, do Ministério da Ciência e Tecnologia. Devido à relevância da proposta, é considerado já uma realização consagrada por autoridades acadêmicas e governamentais, tanto do estado do Amazonas como da Federação. A programação deste ano será dividida em dois momentos: o Seminário, das 8h às 10h30, e a ação voluntária, das 10h30 às 13h, que tem como objetivo preservar a beleza do Bosque da Ciência.

Palestras de muito significado

Na primeira palestra do evento, a dra. Maria Terezinha Ferreira Monteiro discorrerá sobre a “Importância dos Estudos Hidrográficos para a Questão Hídrica”. A dra. Maria Terezinha é pós doutora pela PNPD/CAPES (2013-2018); doutora em Clima e Ambiente pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia INPA/UEA (2008- 2013); mestre em Ciências de Florestas Tropicais – CFT, pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (2003-2005). Possui larga experiência na área de Recursos Florestais e Engenharia Florestal, com ênfase nos temas hidrologia e ciclagem biogeoquímica (Hidrobiogeoquímica). Também coordenou o grupo de Pesquisas Hidrológicas – CPH do LBA/INPA pelo período de dois anos (2014-2016). Atualmente é gerente operacional do Projeto IETÉ (Rede de Monitoramento Ambiental da Bacia Hidrográfica do Educandos).

Para a segunda palestra do Seminário, denominada “Saneamento em Manaus –  Água e Esgotamento Sanitário”, foi convidado o engenheiro Lineu Machado Silva Junior, gerente de operações da empresa de abastecimento da capital do Amazonas, Águas de Manaus. O engenheiro sanitarista e ambiental, possui experiência de 22 anos na área de Saneamento Ambiental e outros 16 anos em concessionárias de saneamento em diversos estados do Brasil e em Luanda, capital de Angola, África. É ainda especialista em Gestão de Negócios pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP).


Serviço:

VII Seminário das Águas.

Dia: 22 de novembro de 2022 (terça-feira)

Horário: 8h às 13h

Local: Auditório do Bosque da Ciência (entrada pelo portão da Av. Rodrigo Octávio, s/n – Petropólis)

Inscrições: https://doity.com.br/vii-seminario-das-aguas

Os participantes receberão certificado de participação.


Plantar árvores é (ou deveria ser) missão de todos

Cidades crescem, mais pessoas por metro quadrado: microclimas um problema atual.

A cada ano que passa as cidades vão crescendo especialmente de forma verticalizada, ao mesmo passo que novos bairros vão surgindo. A construção de prédios pode parecer uma boa solução para o desafio de colocar mais pessoas em espaço de área menor. 

Mas aquilo que parece ser uma solução pode trazer consigo um efeito prático negativo. Basta que haja excessos.

Você já ouviu falar de “Ilhas de calor”?

É um termo utilizado para explicar o aumento de temperatura em uma determinada área onde o número significativo de prédios construídos impede a circulação de ventos, elevando a temperatura daquele local em comparação com o restante da cidade ou do bairro.

Esse termo também tem outro nome: microclima urbano. 

TV Em Tempo Online, CC BY 3.0 https://creativecommons.org/licenses/by/3.0, via Wikimedia Commons

Assim como existe um termo para a constatação de um problema que é a elevação da temperatura, existe outro para a solução do problema, o microclima florestal.

Uma rede em baixo de uma árvore

É comum aos moradores da região Norte e Nordeste do país o uso de redes, para tirar um breve descanso. Melhor ainda é quando a rede está amarrada no tronco de uma frondosa árvore, pois não só a brisa, como o vento para a temperatura ser um pouco mais fresca e para o descanso ser mais revigorante. 

Este é apenas um pequeno exemplo de como funciona o microclima florestal. Que é o inverso do microclima urbano. Quando se fala da importância do plantio de árvores e reflorestamento, vai muito além de recuperar e proteger o meio ambiente. Mas, é uma forma da vida humana ser impactada positivamente com isso.

Estudos sobre microclimas

Já existem alguns estudos sobre microclimas, e seu efeito prático e real em uma determinada área. Um desses estudos, feito por quatro pesquisadores de diferentes universidades¹ identificaram que as árvores podem ajudar diminuir em até 3°C a temperatura no seu entorno. O estudo também mostra que quanto mais velha for a árvore, mais ela contribui com essa redução. 

O Instituto Soka Amazônia durante todo o mês realiza ações de plantio de dezenas de mudas em conjunto com parceiros. Com o passar dos anos, e com os devidos cuidados, essas mudas vão se transformando em frondosas árvores contribuindo para o bem-estar e para o meio-ambiente. Em verdade, plantar árvores é, ou deveria ser, missão de todos, pois o que impacta na vida de um, também irá impactar na vida de todos. 

Preparação de Mudas para plantios do Instituto Soka Amazônia

Nota:

1- Bizuti, D. T. G., Viani, R. A. G., Brancalion, P. H. S., Taniwaki, R. H., Silva, R. J., Costa, C. O. R. da, & Roncon, T. J. (2016). Influência da composição de espécies florestais no microclima de sub-bosque de plantios jovens de restauração. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18671/scifor.v44n112.18

Instituto Soka sedia encontro e debate sobre LGPD e ESG dentro das corporações

Num mundo que ainda tem alto consumo de papel, especialista prega: “Digitalizem os documentos para preservar o meio ambiente

Na manhã da última quarta-feira (27.9.2022), mais de 200 participantes, de forma presencial e virtual, se reuniram com o objetivo de debater a sustentabilidade e a proteção de dados no ambiente corporativo. O evento, denominado “LGPD e ESG: Digitalização como caminho para a sustentabilidade”, foi realizado pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e pelo Instituto Soka Amazônia. O Instituto é o hub das ODS no estado do Amazonas, e foi o palco presencial da conferência. O encontro reuniu especialistas nos temas abordados e representantes de empresas sediadas no Amazonas. 

Apresentação do Dr. Oscar Kenjiro Asakura

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi promulgada no Brasil em 2018, exigindo mudanças e adaptações em empresas dos mais variados setores. Ela visa tratar sobre a proteção dos dados pessoais, e a garantir o direito fundamental de liberdade e de privacidade. Engenheiro formado pela Politécnica da USP, com mestrado e doutorado nas áreas de Gestão de Dados e Vida Artificial, o Dr. Oscar Kenjiro Asakura foi um dos palestrantes.

Logo na abertura, ele deu explicações claras sobre a LGPD, ressaltando que apesar da sanção ter sido um avanço para o Brasil, a lei não é algo recente no mundo, pois já é aplicada em outros países há anos. O Dr. Oscar lembrou, ainda, que a lei não trata apenas de dados digitais, mas, também de dados físicos, como em papel. E que cada empresa precisa ter um setor de dados, para manusear da forma correta dados de funcionários, clientes, fornecedores e demais públicos com que se relaciona sem ferir os princípios estabelecidos em lei.

Por fim, fez uma conexão de como o consumo de dados também afeta o meio ambiente, pois, mesmo em um mundo tratado como digital, ainda há um alto e crescente consumo de papel. “Tratem seriamente sobre isso. LGPD tem tudo a ver com o ambiental. Façam um projeto de LGPD nas empresas, digitalizem os documentos para preservar o meio ambiente” disse o Engenheiro Oscar.

Quem também palestrou sobre o tema foi a Isabella Becker, advogada formada pela FGV-SP e Data Protection Officer (DPO) do Grupo O Boticário. Isabella é especialista na área de segurança cibernética, após experiência internacional em threat intelligence e monitoramento ativo de dados vazados em ambientes de deep web e surface.

Isabella Becker – Grupo O Boticário

A facilitadora, termo usado para denominar a sua atividade, falou sobre o conceito de ESG, que é uma expressão em inglês que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. O termo está totalmente integrado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela ONU. Vai até além da preservação da natureza, tratando sobre o ambiente de convivência corporativa e social. “A digitalização invoca também a governança. Então precisamos entender onde começa o dado e onde ele termina” afirmou, Isabella.

Isabella expôs, ainda, como fazer o mapeamento e organizar o setor de tratamento de dados em uma corporação. E lembrou as políticas de respeito à dignidade de vida e não-discriminação de qualquer natureza. 

O Diretor-Presidente do Instituto Soka Amazônia, Edison Akira Sato, falou sobre a satisfação do Instituto em ser o palco do importante encontro. “Como sede do Hub ODS Amazonas, entendemos que a missão do Pacto Global é estabelecer um ambiente sustentável e saudável para a humanidade. Preservando os direitos do cidadão e da natureza”.

Edison Akira Sato – Diretor-Presidente Instituto Soka Amazônia

Já a Cecilia Galli, Gerente de Adesão e Engajamento do Pacto Global da ONU no Brasil, lembrou a importância de discutir o tema dentro das empresas. E que elas não fiquem sem se atualizar e aprofundar a compreensão e aplicação tanto do que determina a LGPD como o conceito ESG. “Trata-se de tema que aborda questões éticas. Por isso trouxemos dois especialistas no assunto, para fazermos um rico debate”, disse Cecília.

Cecília Galli – Gerente de Adesão e Engajamento do Pacto Global da ONU

A transmissão do encontro está disponível no canal da Rede Brasil do Pacto Global, no YouTube, e pode ser acessado pelo link

Se afetar as abelhas, irá também nos afetar

por Iris Andrade da Cruz (*)

Quando pensamos na proteção da fauna (os animais) tendemos a olhar o todo, se observarmos intimamente uma floresta, veremos que desde minúsculos até grandes animais vivem ali. Várias ações humanas ao longo de muitos anos, tem afetado diretamente a fauna, dentre essas ações estão o desmatamento e as queimadas. Os animais muito mais vulneráveis diante disso são os insetos, e entre esses encontram-se as abelhas. 

Espécies Catalogadas

O fogo e a derrubada de árvores causam destruição do habitat, danificam e destroem populações inteiras de abelhas. Muitas espécies de abelhas têm alcances de voo curtos e a escala e a velocidade de incêndios podem facilmente dominá-las. No caso das abelhas sociais, a colônia não migra, o que as torna suscetíveis. Ainda, a grande maioria das abelhas precisam das árvores para sua moradia.

As interferências humanas nos habitats podem favorecer espécies de abelhas mais que outras, e afetar diretamente na polinização. A polinização é a transferência de grãos de pólen entre órgãos masculinos e femininos das flores, uma atividade importantíssima que as abelhas exercem para que as plantas nativas e cultivadas possam se reproduzir e gerar frutos e sementes. De acordo com Relatório Temático sobre Polinização, Polinizadores e Produção de Alimentos no Brasil, dos cultivos de plantas estudadas (114) a maioria são polinizadas por abelhas (78,9%). Cultivos com alto valor econômico são polinizados por abelhas como soja, café, maçã, cebola, erva-mate, melão, tomate e feijão. 

Se as abelhas forem extintas, a produção de alimentos vai enfrentar dificuldades drásticas. Einstein citou uma vez que se as abelhas desaparecerem não haverá polinização, não haverá reprodução das plantas, sem as plantas não haverá animais, sem animais não haverá os seres humanos. Algumas coisas dependem de apoio de políticas públicas, no entanto, nós no lugar onde vivemos, podemos contribuir para a conservação das abelhas com atitudes práticas simples. Um dos lemas de René Dubos era “Pensar globalmente, agir localmente” (formulação de autoria do sociólogo alemão Ulrich Beck), ou seja, a pessoa fazer o máximo que puder no local onde vive para estimular a ação de lidar com problemas.

Dica: cultivar plantas com flores (jardins), pois as abelhas precisam do néctar e pólen para sua alimentação, as flores propiciam esses recursos para elas; e plantar árvores, pois muitas abelhas fazem suas casas em ocos de árvores, e elas também trazem benefícios para nós. No local onde nos encontramos, vamos juntos proteger as abelhas!!!

Apresentação do Meliponário em Academia Ambiental no Instituto Soka Amazônia

(*) Iris Andrade da Cruz, mestre em Ciências Biológicas (Entomologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA. Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA. Tem experiência com levantamento de espécies vegetais, com estudos de abelhas sem ferrão e com a atividade de meliponicultura. Atualmente atua como monitora e palestrante no programa de Educação Ambiental do Instituto Soka Amazônia, além de dar palestras sobre a importância das abelhas, representando o Instituto Soka Amazônia, na ação de educação ambiental ‘OCA vai à escola’, da Secretaria Municipal de Educação de Manaus – SEMED.

REFERÊNCIA

Foto abelha em destaque: do acervo do Grupo de Pesquisas em Abelhas – GPA – INPA

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/gcb.14872

https://www.xerces.org/blog/forests-fires-and-insects

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1046/j.1461-0248.2003.00394.x

https://doi.org/10.1016/j.agee.2021.107777

Wolowski, M., Agostini, K., Rech, A. R., Varassin, I. G., Maués, M., Freitas, L., … & SILVA, C. D. (2019). Relatório temático sobre polinização, polinizadores e produção de alimentos no Brasil. Editora Cubo, São Carlos.

https://amazoniareal.com.br/abelhas-gafanhotos-sapos-e-tatus-foram-os-mais-atingidos-pelos-incendios-na-amazonia/

Iguais e diferentes superando as diferenças por um objetivo comum

Parcerias: mas pode chamar de trabalho em rede, em que vários atores colaboram dentro dos conceitos de sustentabilidade e interdependência

O elemento humano é peça chave tanto para o desenvolvimento sustentável quanto para o desenvolvimento não-sustentável. O resultado das interações humanas é a formação de redes que se tornam cada vez maiores e mais complexas até se tornarem sistemas.

Um sistema em que os participantes se reúnem com um propósito comum tem base em relações simbióticas, ou seja, associação de dois ou mais seres que, mesmo pertencendo a diferentes espécies, são definidos como um só organismo. Já um sistema em que os participantes não compartilham um propósito comum, tem bases na exploração uns dos outros. O que diferencia um extremo do outro é justamente o propósito ao se criar as interações humanas.

Vários povos, várias etnias

O reconhecimento da interdependência da vida faz parte da crença de muitas etnias e religiões e é fundamental que a humanidade considere tais sabedorias de vida. Por exemplo, os povos originários da tribo Dessana da Amazônia enfatizam que o homem não pode viver isolado e que ele só se desenvolve mantendo a convivência harmoniosa com a natureza. Os povos iroqueses da América do Norte nos encorajam a tomar todas as decisões considerando as gerações futuras (Ikeda, 2002).

O Relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) 2020 também enfatiza os povos indígenas como um modelo de percepção da interdependência da vida humana e do meio ambiente.

Rede da comunidade da vida

Todos os seres estão interligados diretamente em uma grande rede da comunidade da vida. As ações de um indivíduo, de uma escola, de uma empresa afetam a comunidade local e a comunidade da vida em âmbito planetário. Iluminar a consciência das pessoas sobre sua interdependência com a natureza e entre si pode transformar a sociedade atual em uma sociedade sustentável e ambientalmente harmoniosa. 

Projeto Manaus Te quero Verde
Educação para o Desenvolvimento Sustentável

015, os Estados membros da ONU estabeleceram os Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), que se tornaram um ponto de inflexão no qual a Educação para o Desenvolvimento Sustentável atua em todos os campos e níveis educacionais, e desempenha um papel decisivo para a sustentabilidade. Os ODS evidenciaram a interdependência entre os fatores sociais, econômicos e ambientais, uma vez que esses três campos precisam estar em sinergia, equilibrados e integrados para atender às necessidades das pessoas para uma vida sustentável. Especificamente sobre parcerias, o ODS 17 visa fortalecer os meios de implementação e revitaliza a parceria global para o desenvolvimento sustentável (ONU, 2022).

Entendendo que todos os seres estão interligados, o Instituto Soka Amazônia contribui como ponte de diálogo entre diversos parceiros, com a missão de contribuir com a proteção da integridade ecológica da Amazônia, compartilhando a visão humanística do fundador, Dr. Daisaku Ikeda.

Através do engajamento ativo na transformação do indivíduo como protagonista de uma mudança positiva, o Instituto Soka desenvolve projetos e programas para melhorar o desenvolvimento socioambiental local e cria oportunidades para conectar indivíduos à natureza através de parcerias. Seus projetos estão divididos em três áreas focais principais: (1) desenvolvimento de um banco de sementes que apoia programas e projetos de produção de mudas; (2) educação ambiental voltada para uma ampla gama de idades, setores e públicos; e (3) apoio à pesquisa acadêmica através de parcerias com universidades públicas e privadas no Brasil e no exterior. 

Lançamento TRT Exposição Sementes da Esperança e Ação
Adesão ao HUB Amazonas – Pacto Global
Plantio Sodecia

Voluntariado

As parcerias ocorrem com pessoas físicas por meio de um trabalho voluntariado, doação e desenvolvimento de projetos ou pesquisas ou com pessoas jurídicas por meio de acordos de cooperação que resultam em programas e projetos.

Para conhecer mais sobre as ações do Instituto Soka e se tornar parceiro ao se voluntariar e/ou doar, acesse aqui 

Plantio Musashi

Fonte:

Ikeda, Daisaku (2002). O Desafio do desenvolvimento global: educação para um futuro sustentável. Terceira Civilização – Edição 410 – 01/10/2002 – pág. 1 – Especial

ONU, 2022. Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável. https://brasil.un.org/pt-br/sdgs

Em Junho, 1 ano de “MANAUS TE QUERO VERDE”: plantar árvores é apenas um dos objetivos.

Crianças crescem com o sentimento de estar participando de uma revolução humana em pleno curso

O objetivo central e explícito do projeto “Manaus Te Quero Verde” é evidente, mas o alcance da ideia é muito mais amplo. Ao envolver as novas gerações para conscientizá-las da importância das árvores para a capital amazonense, toda a população, de uma forma ou de outra, acaba participando das atividades.

Faz um ano agora em junho

Proposta ambiciosa

A proposta ambiciosa é deixar para traz a imagem de uma cidade que, apesar de estar no numa região como a Amazônia, é extremamente carente de verde, resultado de um rápido e talvez desordenado crescimento urbano.

Esse objetivo  –dar mais verde à cidade– acaba sendo não o objetivo, mas um dos objetivos.

A cada plantio realizado com a ativa participação de jovens em idade escolar, são feitas exposições fáceis e acessíveis sobre o valor das árvores, sua importância para a qualidade de vida dos habitantes, para a neutralização das emissões de carbono, com resultados a médio e longo prazo. São ensinamentos que ficam para sempre, que mudam hábitos, que influenciam os familiares e têm, com isso, valor educacional que acaba atingindo a sociedade como um todo. Uma eficiente forma de despertar nos estudantes o sentimento de proteção ao meio ambiente e ao patrimônio público,

Plantio realizado na Escola Agrícola Rainha dos Apóstolos

O Instituto Soka Amazônia tem muito orgulho de participar desse projeto, ao lado da Prefeitura Municipal de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Educação – SEMED, em parceria com a Fundação Rede Amazônica.

Prof. Érica Amorim – Coordenadora das OCAS do Conhecimento Ambiental

ODS em um visão e ações práticas

Ao aderir à iniciativa o Instituto Soka Amazônia fez questão de salientar a visão prática que tem em relação aos chamados ODS, Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela ONU, com 17 focos que se complementam. Pode ficar, talvez, o sentimento de que são objetivos muito meritórios, mas de difícil compreensão e execução.

O que um projeto como o Manaus Te Quero Verde faz, é pôr em prática de forma simples o que propõem os ODS e dar a todos a certeza de que são muito mais do que palavras bonitas, escritas no ar condicionado de um edifício em Nova Iorque.

Conscientização com o olhar no futuro

Árvores plantadas, da forma como isso está sendo feito, com a alegre mas profunda conscientização de jovens, proporcionam resultados práticos que mudam a vida das pessoas.

Coisas como saúde e bem estar (ODS no. 3) educação de qualidade (ODS no. 4), cidades e comunidades sustentáveis (ODS no. 11), ação contra a mudança global do clima (ODS no. 13), parcerias e meios de implementação (ODS no. 17)  –cinco dos ODS, que podem parecer metas abstratas e talvez inalcançáveis–  ganham forma e passam a ser compreendidas e vividas por crianças que vão crescer com o sentimento de estarem participando de uma revolução humana em pleno curso.

Este primeiro ano do Manaus Te Quero Verde foi vivido intensamente.

As árvores plantadas em 56 escolas de Manaus –o número de árvores em si não é o aspecto mais importante– crescerão, melhorarão as condições de vida da capital do Amazonas e serão para sempre parte fundamental da educação de novas gerações.

Como foi dito, ao analisar projetos como esse, o Instituto Soka Amazônia dá-se por feliz ao ver que a finalidade de sua existência está sendo compreendida e transformada em realidade.

Fundação Rede Amazônica e Instituto Soka celebram os 352 anos de Manaus

Comemoração 352 anos de Manaus
Plantio comemorativo reúne parceiros, convidados e toda a equipe do Instituto

A capital mais populosa da região Norte, Manaus, comemora seus 352 anos com diversas atividades alusivas à data. Os parceiros Fundação Rede Amazônica e Instituto Soka Amazônia homenagearam o município, em 22 de outubro, com o plantio de 352 mudas: uma árvore para cada ano de vida da cidade! O local escolhido foi a área externa da fábrica Sodecia, empresa que produz componentes automotivos.

O objetivo da Sodecia ao acolher esse plantio, foi presentear a cidade em que está localizada há décadas, retribuindo com o verde das árvores nativas, o carinho e a consideração recebidos do povo manauara.

Com o objetivo de ensinar as futuras gerações sobre a importância da floresta, foram convidados os filhos dos funcionários para realizarem o plantio.

Nesta ocasião a Sodecia da Amazônia se integra ao Projeto Memorial da Vida lançado em setembro de 2020 pelo Instituto Soka Amazônia e validada pelo selo ‘Consciência Limpa’ da Fundação Rede Amazônica – FRAM. O plantio também é parte do projeto “Manaus, Te Quero Verde” da Secretaria de Educação – SEMED, que tem como objetivo o plantio de espécies amazônicas em unidades de ensino e em demais áreas da capital. São parceiros nestes projetos: Editora Brasil Seikyo, CS2, Tutiplast, Musashi, Gaia Eco, Honda Lock, JF Refeições, IDAAM, Amazoncert, Programa Semear da Panasonic, Senac Amazonas, Sesc, IFAM, UFAM, INPA e Arpenam.

Aliança para recuperação do Igarapé do Gigante

Igarapés do Amazonas
Parte das celebrações da Semana da Amazônia a ação é fruto de parceria entre 10 instituições de Manaus

“Igarapé” é uma palavra de origem tupi que significa “caminho de canoa”. A importância dos igarapés para a biodiversidade da Amazônia vem sendo estudada há décadas por pesquisadores de variadas especialidades científicas. São “caminhos” entre a densa mata amazônica considerados como “veias” da floresta interligando ilhas fluviais entre si ou à terra firme. Abrindo a Semana da Amazônia, no dia 4 de setembro, um pool de instituições ambientais denominada Aliança pelo Gigante, vai realizar o plantio de 70 mudas de espécies nativas em dois pontos distintos e cruciais. E o Instituto Soka Amazônia integra esse movimento.

O Igarapé do Gigante cuja microbacia é parte da macrobacia do Tarumã, considerado uma bacia hidrográfica mista (parte dela se encontra na zona urbana e parte na zona rural). Deveria ser um importante aliado na melhoria da qualidade de vida das populações, porém, devido ao descaso das autoridades e falta de informação das comunidades quanto a sua importância, o Gigante vem sofrendo há décadas com as significativas alterações ambientais em todo o seu curso d’água.

parte do Igarapé do Gigante

Essenciais na dinâmica da biodiversidade, os igarapés atuam como corredores ecológicos que permitem o fluxo das espécies de animais e vegetais e, além disso, foram e são cruciais para o desenvolvimento da cidade de Manaus. Porém, ao longo do tempo, tem sido engolidos pelo crescimento desenfreado da malha urbana.

A importância do Igarapé do Gigante advém do fato de ser um dos últimos rios que nasce dentro de Manaus e ainda preserva parte de sua área isento da cobertura urbana. Ele atravessa favelas, bairros de classe média e alta. E, de cada ponto onde passa, recebe todo o esgoto e lixo desses locais. Tudo isso desemboca no Rio Negro, pouco antes deste desaguar no Rio Amazonas. Mesmo com toda essa degradação, animais terrestres e aquáticos, bem como aves continuam se aninhando no Gigante, porém vêm diminuindo gradativamente.

A Aliança pretende mobilizar cada vez mais ativistas e coletivos de cidadãos do entorno com o propósito de preservar o que resta e recuperar o que foi degradado pela ação humana.

Origens do Gigante

Uma nascente cristalina em meio à floresta nativa que cerca as imediações do Aeroporto Internacional de Manaus: é onde tudo se inicia. Saindo da mata, ele cruza a comunidade da Redenção e depois os bairros: Planalto, Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra, até desaguar no rio Tarumã-Açú tributário do Rio Negro. São cerca de 7km desde a nascente até a foz do Igarapé do Gigante carregando consigo uma miríade de desafios a serem suplantados.

A Aliança pelo Gigante surgiu como uma força crescente que visa despoluir e preservar, unindo coletivos e instituições. Na ação que abre a Semana da Amazônia, 10 entidades já são parte desse movimento: Águas de Manaus; Associação Parque Mosaico Amazônia; Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açú; Fundação Amazônia Sustentável (FAS); Fundação Rede Amazônica (FRAM); Grupo TransformAÇÃO; Instituto Soka Amazônia; ORÉ Inovação em Impacto Social; Praça das Flores; Projeto Remada Ambiental.

O propósito do plantio desses 70 mudas – produzidas pelo Instituto Soka Amazônia – é dar mais qualidade de vida hoje, amanhã e sempre para todos os cidadãos de Manaus com a recuperação desse igarapé de importância crucial. Essa é a luta do movimento Aliança pelo Gigante.

Fonte:

https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/rama/article/view/1858 https://www.museu-goeldi.br/noticias/a-diversidade-dos-igarapes-e-a-urgencia-de-sua-preservacao

Um mundo melhor com a Carta da Terra

Cada coisa que existe é digna de reverência suprema. A natureza não é algo para os seres humanos explorarem como acharem adequado, apenas para seus próprios interesses. Tanto a natureza como a humanidade são parte – e ao mesmo tempo expressões completas – da vida do universo. Destruir o mundo natural é destruir a vida humana.

Daisaku Ikeda, filósofo, poeta, pacifista e fundador do Instituto Soka Amazônia

Foi em 1987 que a Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizou um chamado a toda a humanidade a fim de produzir uma nova Carta, um documento único, que estabelecesse os princípios essenciais para o desenvolvimento sustentável do planeta. Era ainda um mundo dividido pela Guerra Fria, em que as questões ambientais ainda eram pouco consideradas e havia mais dúvidas que certezas.

A Cata da Terra

Foram inúmeros debates e rodas de conversa entre cientistas, estudiosos, personalidades do mundo das artes e da sociedade civil, ao longo de mais de uma década, até que se chegasse a um documento consensual. Milhares de pessoas, centenas de organizações e setores diversos da sociedade de todo o mundo participaram de sua elaboração. O resultado é um tratado dos povos da Terra que estabelece os preceitos para contemplar as esperanças e as aspirações de cada indivíduo.

Tudo para criar uma relação harmoniosa entre o planeta que habitamos e todos que nele vivem. Dentre os pilares, destacam-se:

  1. Respeito e cuidado da Comunidade da Vida
  2.  Integridade ecológica
  3. Justiça social
  4. Democracia, não violência e paz

A íntegra da Carta da Terra pode ser encontrada facilmente em qualquer plataforma de busca da internet, mas disponibilizamos aqui o link oficial.

O Instituto Soka Amazônia produziu uma vídeo-aula para compor o acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra. Estudar o documento em conjunto com as gerações futuras em formação é mais que uma necessidade, um dever já que se trata de um dos textos norteadores de todas as ações propostas e executadas pela instituição desde a sua fundação.

Vídeo-aula do acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra do Instituto Soka Amazônia

A assistente de projetos da Carta da Terra Internacional, Amanda Bennet Riveira, participa dessa vídeo-aula esclarecendo como cada pessoa pode contribuir para tornar possíveis os preceitos em seu dia a dia. “Minha primeira dica é imaginar o mundo que você quer viver, mas não somente o mundo de hoje”, inicia ela. Ela conclama a todos que vivenciem e se inspirem nos preceitos e tornem essas visões em ações, por menores que pareçam ser. E que divulguem ao máximo de pessoas o quanto é importante viver em sintonia com a sua inspirada visão de mundo.

Mapting Em conjunto com a Carta da Terra, a Soka Gakkai Internacional, entidade-mãe que congrega todas as organizações Soka Gakkai do mundo e também outras iniciativas como o Instituto Soka Amazônia, produziram o aplicativo MAPTING de mapeamento que permite aos usuários rastrear e mapear atividades que contribuem para a realização dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.  

Nesse aplicativo é possível descobrir mais sobre os ODS, produzir fotos e vídeos sobre suas ações ou ideias e compartilhá-los num mapa mundial. É possível ainda conhecer outras iniciativas e atividades em andamento em qualquer parte do globo, para que cada ator desse processo se sinta parte de uma grande iniciativa que pode gerar, com aparentemente pequenas, mas que no fundo são grandes ações, um mundo realmente mais harmonioso.