Uma das coisas que me encantam no Instituto, é o espírito com que o trabalho é realizado

Faz 6 anos que Fanny “descobriu” o Instituto Soka Amazônia. Ou foi descoberta por ele.

Coincidência? Há até quem diga que isso não existe, mas não deixa de ser por coincidência que Fanny Barbosa “descobriu” o Instituto Soka Amazônia.

Ou foi descoberta por ele.

Há tempos Fanny dedicava boa parte de seu tempo ao voluntariado, tinha gosto em ajudar pessoas ou entidades que necessitavam de apoio, mas não escondia um certo ceticismo em relação a um bom número de ONGs que atuam na região. Sua irmã trabalhava na UFAM –  Universidade Federal do Amazonas e em função dessa atividade teve contatos frequentes com o Instituto Soka Amazônia. Insistiu com Fanny (cuja personalidade ela conhecia muito bem) que fizesse uma visita, conhecesse o pessoal, visse como se desenvolviam os trabalhos.

Projeto Sementes da Vida

Mais ou menos nessa época  –2016–  estava em gestação o Projeto Sementes da Vida, que se propunha a plantar uma árvore para cada criança que nascesse nas maternidades públicas de Manaus.

Fanny acabou aceitando a ideia da irmã Ana Karoline e se encantou com o que viu, impressionou-se com o espírito com que as pessoas se envolviam no trabalho, com o entusiasmo com que se dedicavam, e passou a dar sua colaboração. Acompanhou visitas ao Tribunal da Infância e Juventude, universidades, empresas em busca de apoio e patrocínio ao então novo projeto. Propôs alterações no emprego dos recursos de informática usados para os controles de plantios e registro das crianças, afinal sua formação é na área de negócios e marketing e sua atividade profissional já estava ligada à TI -Tecnologia da Informação.

Agora em 2022 está fazendo seis anos que essa faina se iniciou.

Natanael e Maya

A caçula de Fanny, Maya, estava com quase 1 ano de idade, mas mesmo assim esteve com a mãe no Instituto. Seu nome, lembra Fanny, tem um significado especial, que ela está segura de que é uma espécie de vaticínio –mãe de todos.

Natanael é o filho mais velho, tinha 9 anos quando se deu o encontro de Fanny com o Instituto. Ela se lembra da empolgação do garoto quando teve plantada uma árvore em seu nome, uma árvore dele!

Filho de Fanny Barbosa – Imagem cedida por @Fanny Barbosa

Fanny fala com orgulho a respeito dos dois e da forma como estão crescendo, atentos à realidade do país cheio de contrastes. “Há verdadeiros choques de realidade que eles testemunham. De forma natural são levados a entender o que veem e de alguma forma são levados a trabalhar para reduzir as dificuldades dos outros” – conta Fanny. “É uma questão de vivenciar e não de apenas ouvir falar da realidade”.

E daqui para frente?

Os planos de Fanny, em relação ao Instituto Soka são de continuar próxima, ajudando no que estiver ao seu alcance, por exemplo, ajuda na atenção a estudantes que fazem visitas, participação do jeito que puder.

“Já falei uma porção de vezes e não me canso de repetir, que uma das coisas que me encantam no Instituto, é o espírito com que o trabalho é realizado. O pessoal, de A a Z, se entrega às atividades, sejam quais forem. Não se trata de fazer alguma coisa e sair batendo bumbo para aparecer. São constantes as demonstrações de que a preocupação é fazer o bem, proporcionar mais dignidade às pessoas”.

Imagem cedida por @FannyBarbosa

O Instituto, por seu lado, agradece a essa colaboração. E se entusiasma de ter entre os seus, uma pessoa tão especial como a Fanny.

(*) Tanto o Instituto Soka Amazônia, como organização, quanto as pessoas que aqui trabalham procuram praticar o Humanismo em sua vida diária e mantém como guia os chamados ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, um apelo global da ONU à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. ( https://brasil.un.org/pt-br/sdgs).

Academia Ambiental de novo presencial

Todos os protocolos de higiene foram seguidos pelos estudantes e professores

As máscaras no rosto não escondiam a animação e a expectativa que estavam estampadas no rosto dos alunos logo na chegada à RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Ao todo, na quarta-feira, 09 de março, 70 alunos da escola Cimei Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro, divididos em dois turnos, participaram do retorno da Academia Ambiental do Instituto Soka da Amazônia.

Devido à pandemia da Covid-19, todos os protocolos de higiene foram seguidos pelos estudantes e professores. As primeiras palestras serviram para introduzir os alunos sobre o ISA. Tudo detalhado por técnicos que explicaram para a turma sobre como funciona uma Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN) e deram uma prévia do que viria pelas próximas duas horas de visitação.

Encontro das Águas

Um dos momentos mais esperados pela garotada era ver o encontro das águas. Mas, além de enxergar com os próprios olhos a grandiosidade desse momento, os alunos puderam aprender o que leva as águas de diferentes rios causar tamanho impacto de beleza. Lógico, que eles não perderam a oportunidade de registrar tudo com as câmeras dos celulares.

A Sumaúma

Após observarem o encontro das águas, chegou a vez dos estudantes conhecerem a Sumaúma, a gigante da Amazônia. A árvore que é sagrada para os povos tradicionais da floresta pode chegar a 70 metros de altura. O Instituto Soka da Amazônia expôs duas Sumaúmas. Uma com apenas 3 anos, não mais do que 3 metros de altura, cheia de espinhos, e outra com 25 anos de idade, que tem 30 metros de altura. Os espinhos da árvore bebê são um recurso da mãe natureza para dificultar o trabalho de predadores -insetos em especial- que dificultam o desenvolvimento da muda.  Além disso, os alunos ainda puderam aprender sobre a importância das árvores para a natureza e para a sociedade.

Sítio histórico

No sítio histórico, o contato com cada uma das cerâmicas expostas trazia a reflexão para os pequenos de que as pegadas que hoje nós deixamos, causará um impacto para o futuro.

Com esse pensamento na mente, os estudantes da escola Cimei Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro saíram mais capacitados à fazer a diferença no local onde vivem e a repassar todo o conhecimento adquirido na academia ambiental para os familiares e amigos, como deixa claro, por exemplo, a Mirela, que é aluna do 9°A “Isso pode nos ajudar a conhecer como pessoa, a como preservar a natureza e como cuidar dela” disse.

A Academia Ambiental continuará levando outras turmas durante todo 2022. Para este ano está prevista a visitação de 25 escolas ao Instituto Soka Amazônia.

Agradecemos aos nossos parceiros todo o apoio para que este e muitos outros projetos do Instituto Soka Amazonas se viabilizem:

– AEGEA

– IDAAM

– JF REFEIÇÕES

– MUSASHI

– OCA-SEMED

– SEMED

– SODECIA

– TUTIPLAST

Fundação Rede Amazônica e Instituto Soka celebram os 352 anos de Manaus

Comemoração 352 anos de Manaus
Plantio comemorativo reúne parceiros, convidados e toda a equipe do Instituto

A capital mais populosa da região Norte, Manaus, comemora seus 352 anos com diversas atividades alusivas à data. Os parceiros Fundação Rede Amazônica e Instituto Soka Amazônia homenagearam o município, em 22 de outubro, com o plantio de 352 mudas: uma árvore para cada ano de vida da cidade! O local escolhido foi a área externa da fábrica Sodecia, empresa que produz componentes automotivos.

O objetivo da Sodecia ao acolher esse plantio, foi presentear a cidade em que está localizada há décadas, retribuindo com o verde das árvores nativas, o carinho e a consideração recebidos do povo manauara.

Com o objetivo de ensinar as futuras gerações sobre a importância da floresta, foram convidados os filhos dos funcionários para realizarem o plantio.

Nesta ocasião a Sodecia da Amazônia se integra ao Projeto Memorial da Vida lançado em setembro de 2020 pelo Instituto Soka Amazônia e validada pelo selo ‘Consciência Limpa’ da Fundação Rede Amazônica – FRAM. O plantio também é parte do projeto “Manaus, Te Quero Verde” da Secretaria de Educação – SEMED, que tem como objetivo o plantio de espécies amazônicas em unidades de ensino e em demais áreas da capital. São parceiros nestes projetos: Editora Brasil Seikyo, CS2, Tutiplast, Musashi, Gaia Eco, Honda Lock, JF Refeições, IDAAM, Amazoncert, Programa Semear da Panasonic, Senac Amazonas, Sesc, IFAM, UFAM, INPA e Arpenam.

Academia Ambiental volta às aulas presenciais

Retorno Academia Ambiental
Criança, a árvore merece
a nossa estima sincera.
Dá frutos no outono
e flores na primavera.
(Trecho do poema A Árvore, de Raul Aroeira Serrano)

Setembro de 2021, dia 16: retorno das atividades presenciais da Academia Ambiental, na sede do Instituto Soka Amazônia. Da parte dos visitantes, alunos e professores, havia uma grande expectativa para esse retorno. Idem para a equipe do Instituto. Embora as atividades da Academia não tenham parado ao longo da pandemia (salvo pequeno intervalo até que se reestruturassem para o formato online) e o necessário isolamento social, o contato presencial com o meio ambiente é importantíssimo para o processo de conscientização plena dos participantes. Cerca de 40 alunos e 3 professores participaram dessa primeira aula pós retorno.

O garoto Pedro Victor, de 12 anos, que já havia visitado anteriormente e se disse bastante impressionado com as mudanças percebidas. Gostou especialmente da aula sobre o Banco de Sementes. Já a jovem Luane, de 13 anos (aniversariante do dia), exclamou todo seu encantamento quanto ao que viu, ouviu e sentiu. “Foi uma experiência incrível que eu nunca senti na vida! O que gostei mais foi saber da junção das águas [dos rios] Solimões e Negro[i]”.

Para a professora Greice, em sua primeira vez no Instituto Soka Amazônia, foi um “momento muito prazeroso e gratificante. Estarmos aqui com os nossos alunos fazendo essa integração de teoria e prática, cobre a proposta da transversalidade do ensino”. Ela contou ainda que é um assunto muito atual e necessário, diante da atual crise em que o mundo se encontra. A vivência sensorial da aula presencial é o que faltava para completar a equação da conscientização coletiva dos alunos.

Greice disse também que tinha grande expectativa para conhecer o Instituto e que já havia se inscrito em outra oportunidade. Mas aí veio a pandemia e as aulas remotas. Embora ainda estejam no sistema semi-presencial, a aula da Academia Ambiental que presenciaram lhe trouxe um outro olhar e tem certeza de que essa foi também uma grande experiência a todos os seus alunos.

Depoimento Professora Greice

O retorno da Academia Ambiental do Instituto Soka Amazônia foi todo remodelado para atender às necessárias medidas sanitárias devido à pandemia que ainda se encontra em curso. Semanalmente, novas turmas de alunos farão as aulas presenciais, dando continuidade ao projeto.


[i]  O Encontro das Águas acontece na confluência do Rio Negro, de água preta e do Rio Solimões, de água barrenta, onde as águas dos dois rios correm lado a lado sem se misturar por uma extensão de aproximadamente 6 km.

Um ano do Memorial Vida

Memorial Vida
“Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias
(Fernando Pessoa)

Plantar árvores é, simbolicamente, um ato de reverência e amor à humanidade. Segundo o psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, “na história do símbolo, a árvore é descrita como o caminho e o crescimento para o imutável e eterno, gerada pela união dos opostos e possibilitando a mesma por meio do seu eterno já existir”, em outras palavras, representa a eternidade da vida. O projeto do Instituto Soka Amazônia, Memorial Vida – Uma árvore para cada vítima da Covid 19 no Brasil, em seu primeiro ano de existência, plantou milhares de árvores em locais diversos, sempre com a preocupação de garantir que cada muda plantada receberá o cuidado e o manejo necessário para sua sobrevivência.

Ao longo desse ano de tantas incertezas, a equipe do Instituto seguiu com o projeto, angariando parceiros, amigos e principalmente, esperança! Todas as ações são validadas pelo selo Consciência Limpa, da Fundação Rede Amazônica – FRAM, parceiro de longa data, e referendadas pelas demais empresas parceiras: Editora Brasil Seikyo, Tutiplast, CS2, Musashi, Gaia Eco, Programa Semear da Panasonic, JF Refeições, Sala VIP Harmony lounge, IDAAM, Amazoncert, DPC Empreendimentos, Mixcon, Flora da Néia – Floricultura, OCAS do Conhecimento, VEMA, INPA, FIEAM e ARPENAM.

Plantio Memorial Vida – Sesi Clube do Trabalhador – Manaus

Dessa forma, ipês-brancos, ipês pau-d’arco, açaís de touceira, araçás do igapó, andirobas cascudas, mungubas, orelhas de macaco, sumaúmas entre outras espécies amazônicas, ganharam novo lar com abertura de berços[i] com espaçamento ideal, de 3 metros entre cada muda. Em cada local, os gestores dos espaços, foram orientados a monitorar o desenvolvimento das plantas observando potenciais ataques de pragas como formigas e doenças. Tudo feito com responsabilidade e a certeza de que, a cada plantio, mais um pedacinho da floresta está sendo reconstituído,

Simbologia da árvore

Muito antes de a ciência sequer cogitar que as árvores, ao sentirem sua morte, transmitem o que lhes resta de energia a outras próximas e mais jovens, muitas civilizações já as tinham como símbolo de vida, eternidade, maturidade, renascimento. O filósofo e teólogo francês, Jean Chevalier em seu Dicionário dos Símbolos, disse que se alguém se dispusesse a analisar toda a importância da árvore na esfera simbólica, seria preciso um livro inteiro para isso.

Desde a semente, que guarda em si todo o potencial criador de uma espécie, algumas árvores chegam a viver centenas de anos. Durante toda a sua vida, a árvore realiza a fotossíntese, um processo essencial para a vida na Terra. Alimentando-se da luz solar e sais minerais extraídos do solo, ela devolve ao meio, o oxigênio; subsídio sem o qual nenhum de nós poderia sobreviver.

Assim, ao homenagear os entes queridos que se foram nessa pandemia, o projeto Memorial Vida vem se mostrando ainda, ser um movimento gerador de conscientização e reflexão quanto ao uso sustentável dos recursos naturais.


[i] ‘Berço’ é a nova forma que o Instituto Soka Amazônia considera as aberturas no solo para as mudas serem plantadas.

Aliança para recuperação do Igarapé do Gigante

Igarapés do Amazonas
Parte das celebrações da Semana da Amazônia a ação é fruto de parceria entre 10 instituições de Manaus

“Igarapé” é uma palavra de origem tupi que significa “caminho de canoa”. A importância dos igarapés para a biodiversidade da Amazônia vem sendo estudada há décadas por pesquisadores de variadas especialidades científicas. São “caminhos” entre a densa mata amazônica considerados como “veias” da floresta interligando ilhas fluviais entre si ou à terra firme. Abrindo a Semana da Amazônia, no dia 4 de setembro, um pool de instituições ambientais denominada Aliança pelo Gigante, vai realizar o plantio de 70 mudas de espécies nativas em dois pontos distintos e cruciais. E o Instituto Soka Amazônia integra esse movimento.

O Igarapé do Gigante cuja microbacia é parte da macrobacia do Tarumã, considerado uma bacia hidrográfica mista (parte dela se encontra na zona urbana e parte na zona rural). Deveria ser um importante aliado na melhoria da qualidade de vida das populações, porém, devido ao descaso das autoridades e falta de informação das comunidades quanto a sua importância, o Gigante vem sofrendo há décadas com as significativas alterações ambientais em todo o seu curso d’água.

parte do Igarapé do Gigante

Essenciais na dinâmica da biodiversidade, os igarapés atuam como corredores ecológicos que permitem o fluxo das espécies de animais e vegetais e, além disso, foram e são cruciais para o desenvolvimento da cidade de Manaus. Porém, ao longo do tempo, tem sido engolidos pelo crescimento desenfreado da malha urbana.

A importância do Igarapé do Gigante advém do fato de ser um dos últimos rios que nasce dentro de Manaus e ainda preserva parte de sua área isento da cobertura urbana. Ele atravessa favelas, bairros de classe média e alta. E, de cada ponto onde passa, recebe todo o esgoto e lixo desses locais. Tudo isso desemboca no Rio Negro, pouco antes deste desaguar no Rio Amazonas. Mesmo com toda essa degradação, animais terrestres e aquáticos, bem como aves continuam se aninhando no Gigante, porém vêm diminuindo gradativamente.

A Aliança pretende mobilizar cada vez mais ativistas e coletivos de cidadãos do entorno com o propósito de preservar o que resta e recuperar o que foi degradado pela ação humana.

Origens do Gigante

Uma nascente cristalina em meio à floresta nativa que cerca as imediações do Aeroporto Internacional de Manaus: é onde tudo se inicia. Saindo da mata, ele cruza a comunidade da Redenção e depois os bairros: Planalto, Parque Mosaico, Lírio do Vale e Ponta Negra, até desaguar no rio Tarumã-Açú tributário do Rio Negro. São cerca de 7km desde a nascente até a foz do Igarapé do Gigante carregando consigo uma miríade de desafios a serem suplantados.

A Aliança pelo Gigante surgiu como uma força crescente que visa despoluir e preservar, unindo coletivos e instituições. Na ação que abre a Semana da Amazônia, 10 entidades já são parte desse movimento: Águas de Manaus; Associação Parque Mosaico Amazônia; Comitê da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açú; Fundação Amazônia Sustentável (FAS); Fundação Rede Amazônica (FRAM); Grupo TransformAÇÃO; Instituto Soka Amazônia; ORÉ Inovação em Impacto Social; Praça das Flores; Projeto Remada Ambiental.

O propósito do plantio desses 70 mudas – produzidas pelo Instituto Soka Amazônia – é dar mais qualidade de vida hoje, amanhã e sempre para todos os cidadãos de Manaus com a recuperação desse igarapé de importância crucial. Essa é a luta do movimento Aliança pelo Gigante.

Fonte:

https://periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/rama/article/view/1858 https://www.museu-goeldi.br/noticias/a-diversidade-dos-igarapes-e-a-urgencia-de-sua-preservacao

Um mundo melhor com a Carta da Terra

Cada coisa que existe é digna de reverência suprema. A natureza não é algo para os seres humanos explorarem como acharem adequado, apenas para seus próprios interesses. Tanto a natureza como a humanidade são parte – e ao mesmo tempo expressões completas – da vida do universo. Destruir o mundo natural é destruir a vida humana.

Daisaku Ikeda, filósofo, poeta, pacifista e fundador do Instituto Soka Amazônia

Foi em 1987 que a Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizou um chamado a toda a humanidade a fim de produzir uma nova Carta, um documento único, que estabelecesse os princípios essenciais para o desenvolvimento sustentável do planeta. Era ainda um mundo dividido pela Guerra Fria, em que as questões ambientais ainda eram pouco consideradas e havia mais dúvidas que certezas.

A Cata da Terra

Foram inúmeros debates e rodas de conversa entre cientistas, estudiosos, personalidades do mundo das artes e da sociedade civil, ao longo de mais de uma década, até que se chegasse a um documento consensual. Milhares de pessoas, centenas de organizações e setores diversos da sociedade de todo o mundo participaram de sua elaboração. O resultado é um tratado dos povos da Terra que estabelece os preceitos para contemplar as esperanças e as aspirações de cada indivíduo.

Tudo para criar uma relação harmoniosa entre o planeta que habitamos e todos que nele vivem. Dentre os pilares, destacam-se:

  1. Respeito e cuidado da Comunidade da Vida
  2.  Integridade ecológica
  3. Justiça social
  4. Democracia, não violência e paz

A íntegra da Carta da Terra pode ser encontrada facilmente em qualquer plataforma de busca da internet, mas disponibilizamos aqui o link oficial.

O Instituto Soka Amazônia produziu uma vídeo-aula para compor o acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra. Estudar o documento em conjunto com as gerações futuras em formação é mais que uma necessidade, um dever já que se trata de um dos textos norteadores de todas as ações propostas e executadas pela instituição desde a sua fundação.

Vídeo-aula do acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra do Instituto Soka Amazônia

A assistente de projetos da Carta da Terra Internacional, Amanda Bennet Riveira, participa dessa vídeo-aula esclarecendo como cada pessoa pode contribuir para tornar possíveis os preceitos em seu dia a dia. “Minha primeira dica é imaginar o mundo que você quer viver, mas não somente o mundo de hoje”, inicia ela. Ela conclama a todos que vivenciem e se inspirem nos preceitos e tornem essas visões em ações, por menores que pareçam ser. E que divulguem ao máximo de pessoas o quanto é importante viver em sintonia com a sua inspirada visão de mundo.

Mapting Em conjunto com a Carta da Terra, a Soka Gakkai Internacional, entidade-mãe que congrega todas as organizações Soka Gakkai do mundo e também outras iniciativas como o Instituto Soka Amazônia, produziram o aplicativo MAPTING de mapeamento que permite aos usuários rastrear e mapear atividades que contribuem para a realização dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.  

Nesse aplicativo é possível descobrir mais sobre os ODS, produzir fotos e vídeos sobre suas ações ou ideias e compartilhá-los num mapa mundial. É possível ainda conhecer outras iniciativas e atividades em andamento em qualquer parte do globo, para que cada ator desse processo se sinta parte de uma grande iniciativa que pode gerar, com aparentemente pequenas, mas que no fundo são grandes ações, um mundo realmente mais harmonioso.

Manacapuru recebe plantio do Memorial Vida

Município com o terceiro maior PIB do Estado promove evento ambiental com participação do Instituto Soka Amazônia

Manacapuru é um município amazonense situado na Região Metropolitana da capital Manaus. No último dia 28, integrando a programação de três dias do evento de Educação Ambiental promovido pelo município, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de 100 árvores dentro do projeto Memorial Vida.

O objetivo do evento é a conscientização da população em geral. Durante o verão amazônico, aumentam consideravelmente os incêndios florestais – em geral, ocorrem por ação humana.

Ao longo de seis quilômetros, a equipe do Instituto plantou uma centena de espécies em conjunto com a população e convidados da municipalidade. O projeto Memorial Vida visa homenagear as vítimas brasileiras da Covid-19 com o plantio de árvores amazônicas. Uma forma de celebrar a vida!

Cresci nestas barrancas. Tomei banho nas pedras das lajes

Dra Ieda Vieira de Carvalho
Acompanhe conosco o que diz a filha do sr. Petrônio Pinheiro, que nos anos 1980 vendeu para a Soka Gakkai as terras em que está hoje o Instituto Soka Amazônia

Não foi há poucos dias.

Em verdade foi em 2020, um pouco antes que o planeta mergulhasse na pandemia do covid 19.

Um grupo de senhoras visitou o Instituto Soka Amazônia e uma das pessoas presentes era a sra. Ieda Vieira Carvalho, que mostrou o porquê de sua ligação emocional com este pedaço de terra onde está instalado o Instituto.

O antigo dono de nossa área

Da Ieda é filha do sr. Petrônio Pinheiro, que era proprietário dos 52 hectares e vendeu a área nos anos 1980 para que mais adiante fosse concretizado o projeto do presidente da Soka Gakkai, Daisaku Ikeda, que já naquela época visualizava tudo o que poderia ser feito nessas terras.

“Foi fantástico, uma alegria, uma emoção muito grande estar aqui” -disse da. Ieda. “Lá de cima meu pai e minha mãe devem acompanhar com orgulho o que está sendo feito”.

“Nossa história vai estar sempre aqui”

Ela lembra uma das falas que ouviu dos pais às vésperas da negociação: “A gente vai vender para um projeto que tem os valores que temos, de respeito à vida, ao meio ambiente, conservação. Nossa história vai estar sempre aqui”.

“Cresci nestas barrancas. Tomei banho nas pedras das lajes” -lembra da. Ieda, quando voltou a Manaus depois de 25 anos para ver, hoje, a fala dos pais tornada realidade.

Acompanhe conosco o vídeo que registra as opiniões dessa visitante tão especial que passou por aqui.

Dra Ieda Vieira Carvalho em seu depoimento

Para nós, do Instituto Soka Amazônia é muito bom divulgar esse material quando a instituição está comemorando 27 anos de sua fundação.

Jovem cientista em formação

Tais Tiyoko Tokusato é uma colaboradora que atua com grande excelência em praticamente todas as frentes no Instituto Soka Amazônia

As Ciências Naturais envolvem campos de estudo que buscam compreender as características gerais e fundamentais da natureza, tais como o comportamento dos seres vivos, seus hábitos, tudo que os compõem. Trata-se de um ramo da Ciência bastante vasto e que requer muita disposição para o estudo. “Sempre gostei muito de estudar sobre as curiosidades do mundo natural. Por conta disso quis fazer Ciências Biológicas, mas descobri por um acaso este curso [Ciências Naturais] e acabei me apaixonando por ele”, contou Tais.

Tais é a caçula de três irmãos. Natural da zona norte da capital paulista, chegou a Manaus em 2016 para estudar na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e trabalhar no Instituto Soka Amazônia. Desde então se tornou componente indispensável da equipe, colaborando em muitas frentes para o bom funcionamento da instituição. Tal dedicação levou-a a cursar outra faculdade em paralelo: Tecnologia em Gestão Ambiental. O profissional dessa área investiga problemas ambientais e, ao detectá-los, elabora projetos para minimizar os danos, como a elaboração de planos para a recuperação de áreas degradadas; e também cria programas de educação ambiental, ajudando as populações a refletirem sobre as melhores formas de fazer uso sustentável dos recursos naturais.

“Senti a necessidade de obter um conhecimento maior sobre gestão, uma vez que o Instituto é gestor de uma reserva e acabei encontrando no formato EAD a alternativa para este aprofundamento”, explicou Tais sobre a decisão de cursar uma segunda graduação em conjunto com a primeira.

A jovem cientista é quem está à frente dos programas ambientais com foco nos projetos de educação ambiental. “Dentre todos os projetos que coordeno, o nosso principal – e o meu favorito – é a ‘Academia Ambiental’. Nela recebemos diversos alunos da rede pública e com eles aprendemos e ensinamos assuntos relacionados com o meio ambiente”, enfatizou. Devido à expertise obtida, Tais já proferiu diversas palestras sobre estas ações, tanto no Brasil como no exterior.

16ª Conferência sobre Educação Soka na Universidade Soka América Disponível em: https://institutosoka-amazonia.org.br/california-2020-2-dias-intensos-e-riquissimos-na-16a-conferencia-sobre-educacao-soka/

No momento, devido a pandemia, sua atuação, assim como a de boa parte da população brasileira, está sendo realizada remotamente. Mas esporadicamente ela ainda vai à sede do Instituto para algumas ações pontuais. “Nossos projetos de educação ambiental estão paralisados na forma presencial, mas estamos dando continuidade a eles no formato digital”, informou. Mesmo remotamente, Tais ressalta que a rotina inexiste. A única constante é o trabalho ininterrupto e abundante. “Participo de reuniões com parceiros e produzo o que for necessário para o Instituto”, acrescentou.

Planos futuros

O pai de Tais, Seiki Tokusato, hoje aposentado, mas quando na ativa era mecânico de máquinas pesadas, como caminhões utilizados na agricultura; e a mãe, Anita Mituco Hirano Tokusato, ainda hoje talentosa costureira, são budistas e integrantes da BSGI, assim como Tais e seus irmãos Celso e Joelma.

“Tive uma infância bem humilde, mas muito feliz na periferia da zona norte de São Paulo”. Foi lá que cresceu como pessoa e como budista, nos “jardins” da BSGI. Os valores que a direcionaram até o momento foram adquiridos desde aquele momento da vida. “Desde pequena sou muito sonhadora e foram estes sonhos que sempre me impulsionaram rumo aos objetivos. Almejava desbravar o mundo e contribuir para torná-lo melhor e mais harmônico. Foi quando fui informada sobre o propósito do Instituto Soka e comecei a cultivar a ideia de poder trabalhar lá. Foi isso que moveu minha vida a nunca desistir dos estudos e sempre buscar me qualificar cada vez mais!”, exclamou.

Para o futuro, Tais quer se manter nesse caminho de autoaprimoramento, tanto como autodidata como no ensino formal para poder contribuir com o máximo de excelência com os projetos do Instituto e, com isso, com a preservação ambiental da floresta Amazônica, um dos maiores patrimônios naturais do planeta. “Afinal, a obtenção de conhecimento não tem limites!”, finaliza a jovem cientista.