Emoções e mais emoções em cada momento de um diaespecial na vida de estudantes com necessidades especiais
2 de abril é, tradicionalmente, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. No Instituto Soka da Amazônia (ISA) neste ano a data foi celebrada no dia 30 de março com a ação da nossa “Academia Ambiental” voltada para alunos de educação especial da Escola Municipal André Vidal, em Manaus.
Essa ação de educação inclusiva foi baseada no quarto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), “Educação de Qualidade”, que propõe medidas práticas a serem adotadas para proporcionar melhores condições de vida a todos os jovens, entre eles, os que de alguma forma, tenham necessidade de cuidados especiais.
Os alunos presentes estavam dentro do espectro autista ou com deficiência intelectual. Ao todo estiveram presentes 26 pessoas, entre estudantes, professores, tutores e pais que puderam conhecer cada canto da RPPN Dr. Daisaku Ikeda e vivenciar momentos de muita interação com a natureza.
A primeira atividade feita após a apresentação do Instituto foi conhecer a Sumaúma Baby, árvore típica da floresta amazônica que tem peculiaridades muito especiais. Outro destaque da RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) e que é esperado ansiosamente pelos visitantes é o Encontro das Águas. Além da beleza, foi posta em evidência a décima quarta ODS, que fala sobre a conservação e uso sustentável das águas. Uma fonte instalada no mirante retrata de forma mais próxima do público o show da natureza.
A emoção dos jovens era visível no olhar e também nas palavras. O Bruno, que tem 16 anos, disse que esse foi o momento favorito dele. Mas conta que aprendeu também que atitudes simples fazem a diferença na preservação do meio ambiente e na garantia de um bem-estar para todos “Não pode jogar lixo no chão”, disse Bruno, traduzindo em miúdos o que prega, justamente, a ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.
“Voa voa abelhinha…” Foi com esse canto lúdico que os colaboradores do ISA ensinaram os estudantes sobre o processo de fabricação do mel pelas abelhas, no meliponário. O momento interativo e ver de perto a fabricação do mel impressionou a todos.
Os estudantes participaram ativamente do passeio, não só ouvindo as explicações, mas também fazendo perguntas, que foram respondidas pelos colaboradores do instituto de forma simples e acessível.
É preciso reconhecer que a preservação da Amazônia também passa pela educação ambiental inclusiva, de forma que a décima quinta ODS “Vida Terrestre”possa ser colocada em execução pelos próprios estudantes, que vão contribuir nas suas comunidades com proteção e recuperação sustentável do ecossistema.
A Academia Ambiental conta com a parceria de empresas e instituições comprometidas com a proteção do meio ambiente:
É óbvio que todos já devem ter pensado nessa relação. Um artigo da prestigiosa revista científica Nature deixa bem claro que a relação é mais estreita do que se pensava
São imensas as quantidades de compostos orgânicos voláteis (COV), ou “sementes de chuva”, emitidos para a atmosfera pela vegetação terrestre. Por oxidação são produzidos aerossóis orgânicos secundários (SOA), estas importantes concentrações atuam como núcleos de condensação de nuvens (CCN), ou seja, influenciam na formação de chuvas e equilibram o clima.
Em dias mais quentes, mudanças ambientais podem estressar a vegetação e induzir alterações nas emissões de sementes de chuva. Desmatamento, queimadas são fatores que facilmente estressam o meio e, consequentemente, as plantas. O artigo da Nature relata como a infestação de insetos como pulgões, causa emissões adicionais de COV modificados em tamanho e composição das partículas dos SOA e da capacidade de absorção de água, o que afeta a condensação de nuvens, pois, mais absorção terrestre, menos nuvens e, consequentemente, menos chuva.
Portanto, a relação calor excessivo e emissão de COV é estreita. Em queimadas recorrentes é ainda mais crucial. Além do calor natural da época do ano, soma-se o fogo e a destruição. Além daquela floresta extinta pela ação da queimada, o calor devastador leva as plantas – as sobreviventes – a se protegerem, absorvendo mais umidade do que o normal e emitindo menos sementes de chuva para a atmosfera.
Este ciclo terrível vem se repetindo anualmente com consequências nefastas às populações de todo o país. Calor intenso nas cidades, estiagem prolongada e, quando finalmente desabam as chuvas, vêm as tempestades torrenciais que arrasam tudo, derrubam postes, prédios, arrastam veículos e causam ferimentos e até morte.
Todos os protocolos de higiene foram seguidos pelos estudantes e professores
As máscaras no rosto não escondiam a animação e a expectativa que estavam estampadas no rosto dos alunos logo na chegada à RPPN Dr. Daisaku Ikeda. Ao todo, na quarta-feira, 09 de março, 70 alunos da escola Cimei Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro, divididos em dois turnos, participaram do retorno da Academia Ambiental do Instituto Soka da Amazônia.
Devido à pandemia da Covid-19, todos os protocolos de higiene foram seguidos pelos estudantes e professores. As primeiras palestras serviram para introduzir os alunos sobre o ISA. Tudo detalhado por técnicos que explicaram para a turma sobre como funciona uma Reserva Particular de Proteção Natural (RPPN) e deram uma prévia do que viria pelas próximas duas horas de visitação.
Encontro das Águas
Um dos momentos mais esperados pela garotada era ver o encontro das águas. Mas, além de enxergar com os próprios olhos a grandiosidade desse momento, os alunos puderam aprender o que leva as águas de diferentes rios causar tamanho impacto de beleza. Lógico, que eles não perderam a oportunidade de registrar tudo com as câmeras dos celulares.
A Sumaúma
Após observarem o encontro das águas, chegou a vez dos estudantes conhecerem a Sumaúma, a gigante da Amazônia. A árvore que é sagrada para os povos tradicionais da floresta pode chegar a 70 metros de altura. O Instituto Soka da Amazônia expôs duas Sumaúmas. Uma com apenas 3 anos, não mais do que 3 metros de altura, cheia de espinhos, e outra com 25 anos de idade, que tem 30 metros de altura. Os espinhos da árvore bebê são um recurso da mãe natureza para dificultar o trabalho de predadores -insetos em especial- que dificultam o desenvolvimento da muda. Além disso, os alunos ainda puderam aprender sobre a importância das árvores para a natureza e para a sociedade.
Sítio histórico
No sítio histórico, o contato com cada uma das cerâmicas expostas trazia a reflexão para os pequenos de que as pegadas que hoje nós deixamos, causará um impacto para o futuro.
Com esse pensamento na mente, os estudantes da escola Cimei Josefina Rosa de Mattos Pereira de Castro saíram mais capacitados à fazer a diferença no local onde vivem e a repassar todo o conhecimento adquirido na academia ambiental para os familiares e amigos, como deixa claro, por exemplo, a Mirela, que é aluna do 9°A “Isso pode nos ajudar a conhecer como pessoa, a como preservar a natureza e como cuidar dela” disse.
A Academia Ambiental continuará levando outras turmas durante todo 2022. Para este ano está prevista a visitação de 25 escolas ao Instituto Soka Amazônia.
Agradecemos aos nossos parceiros todo o apoio para que este e muitos outros projetos do Instituto Soka Amazonas se viabilizem:
Há décadas a ciência se debruça em conhecer mais sobre como as espécies vegetais reagem a estímulos externos
O termo “estado vegetativo” é cada vez mais do que impróprio para definir alguém em estado de letargia total. Isso porque cada vez mais se sabe que os vegetais são capazes de sentir e reagir a muitas variáveis do ambiente como luz, água, gravidade, temperatura, estrutura do solo, nutrientes, toxinas, micróbios, herbívoros, sinais químicos de outras plantas. Há estudos que buscam compreender o sistema de processamento de informação, bem parecido com o que ocorre com o nosso cérebro, que integra todos os dados, coordenando respostas comportamentais de cada espécie.
Um exemplo dessa comunicação: na savana africana, as girafas têm uma predileção por determinada folhagem oriunda de acácias. Estas árvores, ao serem “atacadas” pelas girafas, liberam gás etileno que é logo assimilado por suas irmãs do entorno. Tal informação faz com que estas liberem toxinas para as folhas, de forma a rechaçar o ataque desses grandes mamíferos, o que garante a sobrevivência da comunidade. Outro exemplo de comunicação entre plantas: um estudo divulgado no fim de 2013 na revista Ecology Letters, mostrou como as plantas se comunicam por meio de compostos voláteis. Viajando pelo ar, eles avisam outras árvores sobre a presença de herbívoros potencialmente perigosos – as folhas recebem a mensagem e tornam-se mais resistentes às pragas.
A inteligência vegetal é tema de inúmeras pesquisas recentes que registraram que os vegetais possuem linguagem, memória, cognição e, mais impressionante, são dotadas da capacidade de fazer escolhas! Ou seja: cada vez mais a ciência coloca as plantas no mesmo patamar dos animais: criaturas autônomas e sensíveis.
Um novo campo de estudo foi criado: a neurobiologia vegetal, cujo propósito é entender como a planta sente e percebe seu entorno, suas reações integradas aos estímulos que o ambiente lhe proporciona. Em 2005, em Florença, a Sociedade de Neurobiologia Vegetal teve seu primeiro encontro e, em 2006, foi lançada a primeira revista científica: a Plant Signaling & Behavior (Sinalização e comportamento da planta, em tradução livre).
O fato de as plantas serem seres que não têm como se mover e buscar alimentos fez com que desenvolvessem um aparato extremamente sofisticado e ao mesmo tempo sutil, mas eficaz, tanto para localizar alimento e nutrientes como para identificar possíveis ameaças. Estudos já publicados descobriram cerca de 15 a 20 sentidos, alguns análogos aos nossos: olfato e paladar (reagem ao perceber a presença de substâncias presentes no ar ou em seu corpo, como no exemplo das girafas); visão (toda planta reage à luz e hoje se sabe que percebem diferentes comprimentos de onda luminosa e sombras); tato (trepadeiras e raízes “sabem” quando encontram objetos sólidos); audição (há muito se sabe que as plantas reagem fortemente a estímulos sonoros). Um experimento interessante realizado em laboratório, resultou na constatação de que as plantas buscam por água no subsolo, seja natural ou canos enterrados. Nesse último caso, mesmo que o solo ao redor esteja totalmente seco, o que se conclui que as plantas foram guiadas pelo som da água em movimento. As raízes merecem um capítulo à parte. Como já abordado em matéria desse mesmo blog (Um universo conectado sob os nossos pés!, leia a íntegra aqui, sabe-se que as extremidades das raízes vegetais, além de sentirem a gravidade, umidade, luz, pressão e dureza, também são capazes de perceber volume, nitrogênio, fósforo, sal, várias toxinas, micróbios e sinais químicos de plantas vizinhas. As raízes percebem quando estão próximas de obstáculos ou de alguma substância tóxica, desviam-se evitando ter contato. Também conseguem perceber quando estão próximas de plantas irmãs ou não.
“As plantas são capazes de comportamentos muitíssimo mais sofisticadas do que imaginávamos”, afirma o biólogo Rick Karban, da Universidade da Califórnia, nos EUA, e principal autor do estudo sobre comunicação vegetal. “Elas passaram por uma seleção em que tiveram de lidar com os mesmos desafios que os animais e desenvolveram soluções que, às vezes, guardam semelhanças com as deles.”
Com o avanço dos estudos em biologia e fisiologia vegetal e, aliados às novas tecnologias de medição e quantificação potentes, capazes de mensurar todos os fenômenos nunca antes imaginados é que faz com que a ciência coloque as plantas em um novo patamar: para estes pesquisadores elas ocupam o mesmo lugar na escala evolutiva.
Tudo o que foi descrito e muito mais são resultado de pesquisas recentes, realizadas nos últimos vinte anos. Há ainda muito mais a ser descoberto e, à medida que o tempo passa, novas e impressionantes descobertas se somam à ideia de que a inteligência das plantas vai muito além do que imaginávamos o que abre um grandioso e precioso leque de possibilidades para o futuro do planeta. Daí a urgência em se preservar e conservar o que existe de forma a podermos usufruir de tudo o que o mundo vegetal tem a oferecer.
Afinal: qual a origem dos ribeirinhos que tantas vezes são mencionados tanto nos textos do Instituto Soka Amazônia como em muitas matérias que se divulgam sobre os povos da floresta?
Há quanto tempo vivem nesses tantos e tantos povoados amazônicos?
Eles são índios?
Do que vivem?
Como vivem?
De onde vieram?
Não, não são índios. Vieram de longe em busca de melhores condições de vida, talvez um sonho de fortuna ou, como acontece na maioria das vezes, em busca apenas de sobrevivência. Provavelmente foram forçados a abandonar sua terra natal pelas condições climáticas extremas que não são incomuns em algumas áreas deste país. Pouco a pouco adquiriram enorme familiaridade com aquilo que encontraram no novo ambiente.
Ali estão, ali é o seu lugar, sua terra, seu chão.
Não há como determinar com exatidão há quantas gerações vivem ali.
Não é incomum a convivência de pais, filhos, netos e até mesmo bisnetos.
Com o passar do tempo chegaram a assimilar determinados costumes e jeitos de ser dos índios.
Grupos pequenos
São grupos pequenos, 10 a 20 famílias, em alguns casos um pouco maiores, chegando até 100 famílias, com cultura tipicamente extrativista. Extraem da natureza quaisquer produtos que possam ser cultivados para garantir sua sobrevivência. Convivem em harmonia com os rios e a floresta, de uma forma que não fica distante dos costumes indígenas.
Com absoluta naturalidade.
A sobrevivência
Pescam, caçam, preparam pedaços de terra para cultivar produtos como a mandioca, frutas, grãos. Sabem, aliás muito bem (talvez uma espécie de herança dos índios com que chegaram a conviver) extrair muito da mandioca: a farinha, o pó para a tapioca, o polvilho de várias utilidades, o tucupi que é um caldo ou goma que segundo se afirma, é eficaz, até, no fortalecimento da imunidade; seu consumo ajudaria a prevenir doenças como a gripe e o resfriado. Produtos da mandioca servem para seu próprio consumo e para a prática de uma espécie de escambo.
Serviços públicos
Ainda que de forma precária e simples, as comunidades são objeto de atenção por parte do Poder Público. Todas têm uma escola; senão a totalidade, pelo menos a maioria, dispõe de luz elétrica; o “agente de saúde comunitário” é uma figura comum, habilitado a prestar uma assistência básica como medir a pressão e a temperatura, fornecer medicamentos comuns e direcionar os casos mais complexos para a sede do município; são eleitores; tiveram, sim, alguns casos de covid 19, felizmente poucos, e já estão vacinados.
Uma pessoa tipicamente urbana, moradora em grandes centros, cercada de todos os confortos da chamada era moderna, talvez se pergunte como essa forma de vida é possível em pleno século 21. O ribeirinho, no entanto, vê tudo como absolutamente normal, saudável e (por que não dizer?) muito satisfatório.
Fogo, um ressentimento
Não é difícil perceber um certo ressentimento por parte dos ribeirinhos, quando se fala – mesmo quando isso é apenas insinuado, sem explícita acusação a ele, ribeirinho– que “estão pondo fogo na floresta”.
Ele sente como se fosse para si tudo o que se fala sobre esse assunto.
As queimadas ocorrem, mas no que diz respeito a praticamente todos os ribeirinhos, de forma controlada, dentro de uma técnica dir-se-ia milenar, que eles procuram sempre seguir ano após ano.
Não se trata de incentivar o uso do fogo como forma de preparar a terra, mas a verdade é que outras técnicas –a mecanização do processo, por exemplo– não são facilmente viáveis seja pelo custo, como, no caso específico da mecanização, pela necessidade de abertura de estradas que, afinal, tornaria necessário abater muitas árvores.
Fala-se, ainda, de agrofloresta ou “sistemas agroflorestais”, técnicas que não se implantam da noite para o dia.
Puxirum
No dia de preparar a terra para a próxima safra, acontecem os puxiruns, nome que ali se dá aos mutirões, quando vizinhos se juntam e colaboram uns com os outros (sem remuneração, pura demonstração de amizade) para isolar a área a ser queimada, evitando a propagação do fogo. Eles aprenderam que esse recurso é valioso para preparação da terra e melhor uso dos nutrientes naturais contidos, por exemplo, nas cinzas que restam após o fogo ser extinto.
(*) A célebre expressão de Euclides da Cunha em Os Sertões –o sertanejo é antes de tudo um forte– bem que se presta para referência ao ribeirinho. Em muitos casos o ribeirinho é sertanejo, ou descendente de sertanejo. Que saiu do sertão em busca de melhores condições de vida.
Quase ninguém se dá conta do quanto uma única árvore representa e como a derrubada desse único indivíduo pode impactar no meio ambiente
Quando se olha para uma árvore o que geralmente se vê é seu tronco, seus ramos e folhas. Mas para os especialistas ela é muito mais que isso. Um olhar mais acurado revela que cada árvore possui singularidades exclusivas, é o centro de um ecossistema onde muitas outras espécies que dela tiram seu sustento vivendo simbioticamente.
Para começo de conversa, segundo o biólogo e mestre em Ecologia, Diego Oliveira Brandão,
“há ecossistemas que não têm árvores, mas são de extrema necessidade, tais como os oceanos e os ambientes em elevadas altitudes. A importância relativa de uma única árvore seria pequena considerando todos os seres humanos do planeta, mas em um ecossistema natural, ou em uma praça de bairro na cidade, uma única árvore pode ser essencial para a biodiversidade e o bem-estar das pessoas”.
Isso porque árvores realizam, por exemplo, a fotossíntese crucial para a produção de alimentos. A fotossíntese nada mais é do que a capacidade que as plantas têm de usar a energia solar para unir quimicamente dióxido de carbono e água em carboidratos, proteínas e lipídios, importantes para todos os seres do planeta e para a própria subsistência humana.
A Ciência denomina “árvore” organismos pertencentes ao reino Plantae na tipologia botânica. Há árvores de grande porte, que medem (as menores) cerca de 4 metros e maiores, que podem chegar a 122 metros! As mais altas árvores já registradas são as Sequóias (gênero Sequoiadrendro), que são encontradas no norte da Califórnia, EUA. No Brasil, as mais altas estão na Amazônia, as Sumaúmas, que podem chegar a 50 metros de altura. Recentemente, em outubro de 2020, uma expedição encontrou um angelim-vermelho no Amapá que mediu 85 metros! É a segunda maior árvore da região registrada pela ciência.
Importante ciclo de vida
Diego faz uma analogia da estrutura da árvore com o corpo humano:
“cada parte desempenha uma função importante para a árvore, assim como são os órgãos do corpo humano para os seres humanos. Exemplo: as folhas fazem as trocas de gases (respiração e transpiração) e a fotossíntese (energia e alimento); as raízes absorvem água e nutrientes do solo (seiva); o caule fornece sustentação; e as flores e frutos estão relacionados com a genética e reprodução”.
As raízes das árvores têm a função de dar base e resistência e podem se estender por muitos metros solo abaixo e para os lados. Nas raízes habitam fungos (micorriza) importantes que, em associação, potencializam a absorção de nutrientes. A fotossíntese fornece energia e carbono para a sobrevivência e multiplicação dos fungos. Em especial nas regiões de clima tropical – na Amazônia, particularmente – o solo tem baixa fertilidade e por isso a formação da micorriza é fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento das plantas.
Há todo um ciclo de vida sendo perpetuado em cada árvore. Por produzirem seiva adocicada, atraem insetos. Estes chamam pássaros que deles se alimentam e que ali vão nidificar (construir seus ninhos e colocar os ovos), e que por isso despertam o interesse de cobras e outros animais predadores. Além de animais, outras espécies vegetais são também “hóspedes”, como as pterodófitas (samambaias) e as orchidaceae (orquídeas), que convivem harmonicamente, pois suas flores atraem insetos e pássaros que vão contribuir para polinizar a hospedeira.
A árvore é também produtora de sementes de chuva, ao exalar compostos orgânicos voláteis – aromas – ou compostos químicos lançados na atmosfera. “O vapor de água, resultante da evapotranspiração, se junta ao composto volátil das árvores. O vapor de água é uma molécula pequena, enquanto o composto aromático é uma molécula grande em comparação ao vapor de água”, explica Diego.
Dados recentes do Observatório do Clima[1] revelam que a Amazônia e as geleiras do Ártico podem, sozinhas, comprometer as metas do Acordo de Paris, caso deixem de cumprir as funções que naturalmente exercem. A captura e a estocagem de dióxido de carbono – principal gás do Efeito Estufa devido sua concentração na atmosfera. – equivalente a 5 anos das emissões globais, em forma de árvore e solo (raízes). É por isso que a redução desse estoque de carbono causada pelo desmatamento põe em sério risco todo o equilíbrio do clima regional.
A importância de uma única árvore é imensa por todos esses motivos (interações ecológicas, benefícios para biodiversidade e pessoas, produção de alimentos, formação de chuvas, estoque de carbono).
Mas o que realmente representa uma árvore para a maior floresta tropical do planeta? Representa VIDA!
Da próxima vez que pensar em derrubar uma única árvore, lembre-se de tudo o que foi listado e do impacto que causará.
Diego sinaliza com importante tarefa, e que é uma das atividades do Instituto Soka Amazônia: “seria bom lembrar a importância da restauração florestal, porque somente com muitas árvores nativas sendo plantadas e sem desmatamento ilegal a Amazônia terá alguma chance de sustentabilidade”.
[1]O Observatório do Clima é uma rede de 37 entidades da sociedade civil brasileira formada com o objetivo de discutir as mudanças climáticas no contexto brasileiro, mais especificamente o aquecimento global
É, no mínimo, uma forma milenar de produzir renda sem derrubar a mata. Mas, na realidade, envolve toda uma infinidade de fatores
A resposta à pergunta é sim, embora à primeira vista pareça que não, por se tratar de uma forma ancestral de produção de alimentos a partir da manutenção da floresta em pé, por meio da exploração de insumos vegetais (sementes, seiva, flores, folhas, casca etc) e animais. No momento em que o mundo todo está com os olhos voltados para as queimadas que destroem a floresta Amazônica, o tema da agrofloresta se torna ainda mais relevante. O biólogo e mestre em Ecologia pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Diego Oliveira Brandão, explicou que
é um método que associa o manejo de espécies nativas e exóticas diversas numa mesma área, oferecendo mais produtividade. Portanto, no Sistema Agroflorestal, as árvores, os arbustos, as palmeiras, os bambus nativos, etc. são cultivados em associação com culturas agrícolas, pastagens e animais (boi, galinha, pato e porco), em uma mesma unidade de manejo. Diferente da monocultura que derruba imensas áreas para plantar uma única espécie. Procedendo dessa forma, criam-se interações ecológicas e econômicas entre todos esses elementos, equilibrando espaços e tempos de cultivo para os pequenos produtores.
Agricultores do mundo todo se utilizam há séculos do Sistema Agroflorestal como forma de subsistência. Mas foi somente a partir da década de 1970 que se iniciaram estudos sobre o esse modelo agrícola e cientistas passaram a olhar com mais atenção como uma forma de produzir alimentos e insumos sem agressão ao meio ambiente.
Muitas vantagens
Média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros
Por se tratar do plantio de espécies nativas, as agroflorestas contribuem positivamente na restauração de áreas degradadas por extração inadequada de recursos, ocupação desordenada, incêndios etc. E, no momento em que se fala tanto em mudanças climáticas, tal restauração está intimamente ligada à redução do aquecimento global, porque as plantas absorvem dióxido de carbono da atmosfera para crescer e se reproduzir. Apenas para recordar: no Acordo de Paris, assinado em 2015 por 195 países, o Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030. Agenda bastante comprometida no momento atual pelo desmatamento.
De modo bem simplificado, é possível pontuar que agrofloresta simula o que a natureza faz normalmente: mantém o solo sempre coberto pela vegetação, com diversas espécies juntas, cada qual dando seu suporte às demais. Só esse fato já minimiza danos com pragas, doenças e mudanças climáticas, o que dispensa o uso dos agrotóxicos.
Cupuaçu e seu fruto
Diego cita dados do IBGE que apontam uma média de 2 bilhões de dólares ao ano gerados a partir de produtos não madeireiros, ou seja, a partir da floresta em pé. Isso sem ou quase nenhum apoio governamental. “Se houvesse mais incentivo com assistência técnica a produtividade da agroflorestal seria muito maior”, enfatiza. E esses produtos, oriundos do Sistema Agroflorestal, são praticamente todos in natura, como o açaí, a andiroba, a castanha e o cacau. Com as cooperativas de beneficiamento o valor dos produtos da agroflorestal pode ser multiplicado por, no mínimo 4, com a produção de matéria prima como óleo, gordura, polpa e sementes desidratadas e produtos industrializados como alimentos, sucos, remédios e cosméticos
Uma reportagem do Jornal Nacional sobre o projeto Amazônia 4.0, ilustrou muito bem esse fato. O quilo das sementes de cacau é comumente vendido a 12 reais em média. Se for transformado em chocolate, pode chegar a atingir 200 reais o quilo se for produzido para exportação. O cientista líder do projeto, Ismael Nobre, ressaltou que só o cacau, sem qualquer beneficiamento, é sete vezes mais lucrativo por hectare que a pecuária.
Cacaueiro
Mas há muito mais do que se beneficiar ao manter as florestas em pé. Diego cita as mais importantes: a manutenção da fertilidade dos solos e redução de erosão; conservação de água em rios, nascentes e biodiversidade; diversificação da produção de alimentos nas regiões onde se estabelece e por aí vai. Só há vantagens em sistema agroflorestal em comparação à monocultura ou pecuária tradicional na Amazônia.
Para os pequenos agricultores o Sistema Agroflorestal traz outro importante benefício: a obtenção de receitas de curto prazo com a colheita de produtos em tempos diferentes (frutos, sementes etc). Assim não ficam reféns de uma grande safra monocultora, reduzindo assim, a necessidade de insumos externos. Por empoderar os agricultores e as comunidades tradicionais, a partir da aquisição de maior autonomia com a diversificação de sua produção, a agrofloresta representa uma verdadeira tecnologia social, capaz de produzir dividendos significativos e também, bastante lucrativos.
Uuka Idi Urbi Ifer Umm Marwan Santos é jornalista, budista e uma apaixonada pelas causas ambientais
Dona de uma narrativa invejável, sensível e emocionante, Uuka é uma jornalista de grande talento e capacidade. Seus textos são bem conhecidos há muitos anos pelo público da BSGI que acompanha a revista Terceira Civilização. Mas o que pouca gente conhece – pois Uuka é também um ser humano de grande humildade – é o lado ambientalista. Há pouco mais de um mês, ela vive um sonho: o de se doar integralmente às causas que sempre a motivaram.
“Estou vivendo um momento de realizações fruto de um trabalho que começou há algum tempo. Vir para a Europa era um desejo antigo que a princípio estava relacionado a ter uma vida melhor, mas que se transformou em algo maior como parte do meu propósito”. iniciou. Aportou na Inglaterra em 2012 e, na época, encontrava-se casada e com planos de constituir família, estudar inglês. Porém, a vida tomou outro rumo e acabou voltando para o Brasil, onde permaneceu por um tempo. “O que foi bom pois, reorganizei meus planos, migrando para o jornalismo ambiental. Em paralelo, fiz muitas ideias virarem realidade, inclusive viajando por países europeus e africanos”, continuou Uuka.
Uma criança bem informada
Ainda quando criança, seu pai sempre a fazia refletir sobre o que ela representava na sociedade. Era assunto sério falar sobre grandes corporações e sistemas sociais para alguém tão imaturo, mas aquilo a fez ao menos despertar para um mundo que poucas pessoas são estimuladas a ver. “Por outro lado, minha mãe e minha avó materna, me ofereceram a base da Soka Gakkai, mostrando que era possível transformar tudo e a acreditar em mim mesma”, explicou. Sobretudo, ensinaram-na sobre o princípio da unicidade de mestre e discípulo, reforçando seu vínculo com organização budista. “Muitas vezes assistia alguma reportagem na TV que me impactava e pensava: ‘Eu queria estar lá!’, eu queria fazer algo!”, exclamou.
Seu primeiro projeto de grande impacto foi uma viagem pelo sertão de Pernambuco com uma amiga, levando duas toneladas de comida para gado em Cabrobó. Com telefonemas e e-mails, obtiveram tudo por meio de doação. Explicaram a esses patrocinadores, a situação dos pequenos produtores, cujas criações de gado serviam de subsistência e que passavam por um dos mais severos períodos de estiagem. Ao chegar àquela região, conheceu famílias sobrevivendo com 1 ou 2 litros de água ao dia, e até menos. “Voltei decidida fazer algo pelo clima e pelo meio ambiente. Foi então que iniciei os cursos sobre mudanças climáticas”, enfatizou.
Projeto Jalapão
Na África – contatos
Depois disso foi duas vezes à África. Na primeira delas, para o Quênia em 2016, o impacto positivo em sua vida foi certeiro. Viajou com apoio de uma organização não-governamental (ONG) sem ter grande conhecimento do que encontraria. Levou na bagagem material de pintura, revistas da SGI e vários livros infantis do presidente Ikeda no idioma inglês, com a ideia de interagir com as crianças. Ao chegar, encontrou outras duas brasileiras que queriam organizar uma pequena biblioteca num orfanato e se uniu a elas na empreitada. “Uma semana depois inauguramos a sala Amigos do Mundo. Passados mais quinze dias, tive a chance de montar um segundo espaço, a sala Coragem, com a ajuda dos moradores locais”, exultou Uuka.
Já na segunda vez no Quênia, conseguiu patrocínio de uma empresa estadunidense e de uma marca brasileira de cosméticos orgânicos, que lhe possibilitou encorajar e auxiliar uma cooperativa feminina num protótipo para a produção desse tipo de cosmético a partir da matéria-prima local. Criou laços de amizade que perduram até hoje. O diálogo sincero e o desejo pela felicidade do outro fez com que as coisas acontecessem de forma harmônica. “A partir daí não existem mais barreiras culturais, de idioma ou de ideias. Tudo se complementa. Lembro-me com carinho do Chip, um garoto que decidiu terminar a escola e entrou na faculdade de direito a partir dos nossos incentivos e lendo os direcionamentos do presidente Ikeda, nos livros da biblioteca”, contou.
Biblioteca e exposição de desenhos no Quênia
Inspiração da Nova Revolução Humana
Uma de suas inspirações, ela obteve ao ler o volume 10 da Nova Revolução Humana, no capítulo “Castelo do Debate”. Um trecho em particular a tocou profundamente: “Ir pessoalmente aos locais em dificuldade”. Uuka fez desse trecho, seu juramento. Determinou que a cada nova viagem, seja para as comunidades africanas, indígenas, vilas europeias, ou novo contato com as pessoas, um sírio ou argelino em situação de refúgio, se esforçaria para cumprir aquele juramento.
Em 2020, vivendo os desafios do início da pandemia, decidiu fazer desse momento algo de valor e participou de vários cursos e palestras. Conversou com profissionais da área ambiental, pois não é simples nem fácil ingressar numa nova área. Ainda mais quando as perspectivas para o futuro demonstram ser sempre muito pessimistas na área ambiental. Mas isso a manteve focada, principalmente, em tornar atraente esse tipo de informação. “A bagagem que a gente tem enquanto membro da Soka Gakkai, ajuda porque assuntos como ODS [Objetivos de Desenvolvimento Sustentável], Agenda 2030, COP [Conference of Parties], e outros assuntos da ONU [Organização das Nações Unidas] não são distantes. Além do que, como jornalista humanista, tenho a chance de levar um pouco de esperança para tantos relatórios caóticos que a gente vê”, explicou.
Oficina em Manaus no Instituto Soka Amazônia
E, como todo esforço sinceramente empenhado é um dia recompensado, na próxima COP 26, em Glasgow, no Reino Unido, sua trajetória de projetos será apresentada como uma das 16 melhores iniciativas do mundo realizadas em prol do clima e pelo meio ambiente. A seleção foi feita pela renomada comissão dos cursos da ONU Mudanças Climáticas, órgão em que estudou.
Hoje: o reconhecimento de uma trajetória
Agora na Europa, Uuka encontra-se numa condição totalmente diferente. Tem novos projetos como a de organizar uma exposição de desenhos das crianças do Quênia, do Amazonas e da Inglaterra. Além disso, desenvolve também uma iniciativa com pessoas em situação de refúgio. E, obviamente, manterá a agenda de cursos sobre o clima e o meio ambiente, processo o qual iniciou na Inglaterra e, finalmente, vai ainda se dedicada a uma proposta profissional que surgiu enquanto cumpria a quarentena obrigatória devido a pandemia, em Paris, França.
“Iniciei essa jornada sem saber muito bem como deveria conduzi-la, mas aos poucos, percebi que o mais importante é o desejo que está contido em cada ação. Hoje, é difícil saber se meu sobrinho ou as crianças do Núcleo Infantil da BSGI vão conseguir abraçar um dia uma árvore nativa da Amazônia, ter acesso à água potável com tranquilidade ou viver as estações do ano como elas devem realmente ser. Mas meu papel como uma pessoa consciente é seguir trabalhando, informando e encorajando as pessoas a fazerem do nosso planeta um lugar melhor em todos os aspectos”, finalizou a jornalista e ativista ambiental.
Veja notícia elaborada pela equipe da Editora Brasil Seikyo (EBS) que participou desse evento internacional
Autor: REDAÇÃO Editora Seykio
Nos dias 23 e 24 de outubro, sábado e domingo no Japão, ocorreu o 11o Simpósio Internacional Acadêmico sobre a Filosofia de Daisaku Ikeda, com o tema “Coexistência da Humanidade e Educação de Cidadãos Globais”, na Universidade Soka do Japão (USJ), em Hachioji, Tóquio. Em formato híbrido (presencial e on-line), o evento uniu estudiosos de 52 universidades e instituições de dez países e territórios.
Autoridades acadêmicas se dedicaram, em mais de doze horas de reunião ao longo dos dois dias, a apresentar seus trabalhos, pesquisas e realizar um rico intercâmbio de conhecimento sobre temas como cidadania global, educação Soka e criação de valor na atualidade, tendo como base a filosofia do Dr. Ikeda.
O fundador da instituição, Dr. Daisaku Ikeda, enviou mensagem especial para a cerimônia de abertura, citando os males vividos hoje pela civilização mundial, dentre eles a desconfiança, salientando que a antítese da desconfiança é a educação — a qual nutre a inabalável crença no potencial humano e a coragem para superar quaisquer adversidades. Ele também afirmou que abraçar esse objetivo ajuda os envolvidos a despertar para sua condição iluminada e, enquanto lutam em conjunto, fazem com que sua vida floresça ao máximo. Disse ainda que, diante dos grandes desafios atuais, o momento é o de amplificar a essência original da educação e, assim, potencializar tais características humanas.
Nessa mesma ocasião, o reitor da USJ, Yoshihisa Baba, lembrou-se de que, desde o início do simpósio, um evento de apenas trinta pessoas, seria esta a primeira edição realizada no Japão. Onze anos depois, a atividade se expandiu a ponto de abranger diversos países e territórios, incluindo o Brasil.
Dentro dos painéis temáticos, uma das apresentações foi a do Instituto Soka Amazônia sobre o projeto Academia Ambiental, seu escopo e o resultado das ações mais recentes. A BSGI também foi convidada a assistir ao evento com representantes. Partindo do princípio de que a educação ambiental é um item essencial para cultivar a cidadania global, conforme defende o Dr. Ikeda, Tamy Kobashikawa e Tais Tokusato declararam que a proposta do Instituto Soka Amazônia conecta a escola à comunidade local e à vida diária, e promove sentimentos de afeto, gratidão e proteção por meio de pequenas ações que geram efeitos no ambiente como um todo.
O projeto prevê quatro passos propostos pelo fundador para aumento da conscientização dos estudantes: aprendizado, reflexão, empoderamento e liderança. Atualmente, realizado em formato virtual, é composto por videoaulas transmitidas pelo YouTube, as quais podem ser usadas pelos professores e são divididas em dois semestres. As apresentadoras mostraram que as escolas públicas locais participantes aplicaram os vídeos e as dinâmicas e que isso gerou não só um feedback positivo, mas também um envolvimento maior dos alunos — já que, na versão presencial, apenas os melhores estudantes participavam, e, na versão virtual, todos puderam se envolver. No entanto, elas pontuaram que o projeto deve continuar, principalmente porque foram identificados pela pesquisa os passos do projeto que envolvem “empoderamento” e “liderança”, os quais ainda precisam ser aprimorados junto com os estudantes, desenvolvendo ainda mais a consciência de cada um como agente ativo da mudança do seu ambiente.
*Imagem destacada: Estudantes participam atentamente de simpósio em formato híbrido. Um deles afirma: “Vou me desenvolver como uma pessoa capaz de expandir os ideais da educação humana do fundador pelo mundo”. Crédito: Seikyo Press
Criança, a árvore merece a nossa estima sincera. Dá frutos no outono e flores na primavera. (Trecho do poema A Árvore, de Raul Aroeira Serrano)
Setembro de 2021, dia 16: retorno das atividades presenciais da Academia Ambiental, na sede do Instituto Soka Amazônia. Da parte dos visitantes, alunos e professores, havia uma grande expectativa para esse retorno. Idem para a equipe do Instituto. Embora as atividades da Academia não tenham parado ao longo da pandemia (salvo pequeno intervalo até que se reestruturassem para o formato online) e o necessário isolamento social, o contato presencial com o meio ambiente é importantíssimo para o processo de conscientização plena dos participantes. Cerca de 40 alunos e 3 professores participaram dessa primeira aula pós retorno.
O garoto Pedro Victor, de 12 anos, que já havia visitado anteriormente e se disse bastante impressionado com as mudanças percebidas. Gostou especialmente da aula sobre o Banco de Sementes. Já a jovem Luane, de 13 anos (aniversariante do dia), exclamou todo seu encantamento quanto ao que viu, ouviu e sentiu. “Foi uma experiência incrível que eu nunca senti na vida! O que gostei mais foi saber da junção das águas [dos rios] Solimões e Negro[i]”.
Para a professora Greice, em sua primeira vez no Instituto Soka Amazônia, foi um “momento muito prazeroso e gratificante. Estarmos aqui com os nossos alunos fazendo essa integração de teoria e prática, cobre a proposta da transversalidade do ensino”. Ela contou ainda que é um assunto muito atual e necessário, diante da atual crise em que o mundo se encontra. A vivência sensorial da aula presencial é o que faltava para completar a equação da conscientização coletiva dos alunos.
Greice disse também que tinha grande expectativa para conhecer o Instituto e que já havia se inscrito em outra oportunidade. Mas aí veio a pandemia e as aulas remotas. Embora ainda estejam no sistema semi-presencial, a aula da Academia Ambiental que presenciaram lhe trouxe um outro olhar e tem certeza de que essa foi também uma grande experiência a todos os seus alunos.
Depoimento Professora Greice
O retorno da Academia Ambiental do Instituto Soka Amazônia foi todo remodelado para atender às necessárias medidas sanitárias devido à pandemia que ainda se encontra em curso. Semanalmente, novas turmas de alunos farão as aulas presenciais, dando continuidade ao projeto.
[i]O Encontro das Águas acontece na confluência do Rio Negro, de água preta e do Rio Solimões, de água barrenta, onde as águas dos dois rios correm lado a lado sem se misturar por uma extensão de aproximadamente 6 km.
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