Mogno brasileiro: uma preciosidade à beira da extinção

Mogno Brasileiro

É a espécie madeireira mais valiosa do país e, seguindo os passos do pau-brasil, a mais ameaçada pelo seu alto valor comercial

No dia 18 de novembro, data em que se celebra o aniversário de fundação da Soka Gakkai – organização que deu origem à SGI – o Instituto Soka Amazônia homenageou o dia com o plantio de uma árvore de mogno brasileiro, simbolizando com isso seu total engajamento com o ideal da entidade: paz, cultura e educação.

Elevando-se a cerca de 70 metros de altura e com 3,5 metros de diâmetro, o mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma das árvores nativas da Amazônia mais ameaçadas de extinção devido ao seu alto valor comercial. O metro cúbico da madeira pode custar perto de R$ 5 mil no exterior e um quilo de sementes varia de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil no Brasil.

Segundo manual de cultivo e manejo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – plantando apenas 625 árvores em um hectare é possível obter (com o plantio e manejo corretos), em apenas 10 anos, um lucro de R$ 5 milhões, uma verdadeira aposentadoria verde.

A árvore é mais comum no sul do Pará, mas também pode ser encontrada no Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Outros países como México e Peru também registram a ocorrência da espécie. O mogno é encontrado em floresta clímax, de terra firme, argilosa. De crescimento rápido, pode atingir quatro metros em 2 anos de idade, com o tronco chegando a 50~80 cm de diâmetro.

A época da florescência ocorre nos meses de novembro a janeiro e seus frutos amadurecem de setembro a meados de novembro. Serve ainda como ornamentação de parques, praças e jardins, mas possui uma grande importância na recuperação de áreas degradadas devido ao crescimento rápido. De boa tolerância à luz, apresenta um bom desenvolvimento em áreas de clareiras.

A cor atrativa, sua grande durabilidade, estabilidade dimensional e fácil manuseio fazem dela uma das madeiras mais apreciadas da indústria moveleira, artigos de decoração como painéis, adornos, laminados e até embarcações leves. É muito utilizada também na construção civil e na confecção de instrumentos musicais, principalmente em guitarras e violões, pelo timbre característico e ressonância sonora, que tende ao médio-grave. Depois de polida, a madeira apresenta um aspecto castanho-avermelhado brilhante, que chama atenção pela beleza.

Além da extração ilegal, outro fator de ameaça é a lagarta Hypsypyla grandella, conhecida como broca-do-mogno. Ela ataca a árvore, impedindo seu desenvolvimento, especialmente em áreas de reflorestamento, onde a densidade é muito maior que na floresta. É recomendado o plantio de outras espécies ao redor dela para amenizar os efeitos negativos dessa lagarta.

Quase extinto

A principal ameaça à sua sobrevivência, entretanto é, de longe, a extração ilegal, fator que promove enorme devastação. A espécie já desapareceu de grandes áreas da floresta e resiste apenas em regiões de difícil acesso e em áreas protegidas. Porém, mesmo nessas, os madeireiros não se intimidam e abrem estradas na mata em busca das valiosas árvores de mogno e promovem derrubada ilegal e o arraste da madeira, que acaba levando à destruição de até 30 árvores próximas, o que agrava ainda mais o desmatamento.

A exploração, o transporte e a comercialização do mogno brasileiro estão suspensos no Brasil desde outubro de 2001, por meio de Instrução Normativa, editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

E é por todas essas razões que o Instituto Soka Amazônia homenageia a entidade de origem de todas as afiliadas da SGI – Soka Gakkai Internacional com o plantio dessa preciosidade da flora amazonense: sua majestade, o mogno brasileiro.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/julho_mogno/

https://www.sementescaicara.com/ImagensDiversas/file/mognomaisinfo.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1007849/1/Doc114A5.pdf

Sumaúma: A gigante da Amazônia

Sagrada para os povos tradicionais da floresta, pode viver mais de 120 anos e ainda proporciona benefícios medicinais únicos

Sua grandiosidade impressiona. Pode chegar a 70 metros o que equivale a um edifício de 24 andares! Sua copa se projeta acima de todas as demais servindo de abrigo e proteção para inúmeros pássaros e insetos. A Samaúma ou Sumaúma (Ceiba pentranda) é uma das árvores mais extraordinárias da Amazônia por seu gigantismo. Sagrada para povos da antiguidade do continente, como os maias, seu nome remete à fibra que pode ser obtida a partir de seus frutos. O Instituto Soka Amazônia tem duas sumaúmas de grande destaque para as aulas práticas de educação ambiental: uma de 25 anos com 30 metros de altura e outra chamada carinhosamente de sumaúma-bebê de 3 anos, com altura de 3 metros.

Quanto à sua sacralidade, de acordo com a sabedoria da floresta, na base da sumaúma há um portal – invisível aos olhos humanos não-iniciados – que conecta esta realidade com o universo espiritual. Seres mitológicos das matas entram e saem por esse portal (leia a lenda da sumaúma ao final deste texto).

A árvore pertence à família das bombacáceas, encontrada em florestas pluviais da América Central, da África ocidental, do sudeste asiático e da América do Sul. No Brasil, ela ocorre na Amazônia, onde há também uma ilha denominada Sumaúma, no rio Tapajós. Nas várzeas ela cresce muito rápido, mas tem porte menor em terra firme. As raízes tubulares são chamadas de sapopemas (palavra do tupi que significa raiz chata). De madeira clara, leve e macia quando jovem, e acastanhada ou cinza na maturidade. Os frutos são capsulas amareladas de 5 a7 centímetros de diâmetro, por 8 a 16 cm de comprimento e cada uma pode conter de 120 a 175 sementes, envoltas em uma paina leve, branca e sedosa. Devido a essa paina, usadas como alternativa para o algodão e são comumente usadas para encher almofadas, isolamentos e até colchões, é conhecida também por algodoeiro.

Frutos da Sumaúma

Outrora era o telefone da floresta. Golpeadas suas enormes sapopemas ecoam por longas distâncias ao ser golpeadas, por isso era um meio de comunicação entre os povos da floresta, com códigos elaborados como o morse.

Das sementes também pode se extrair o óleo que, além do uso alimentar, é usado também na produção de sabões, lubrificantes e em iluminação, e é ainda bastante eficiente no combate à ferrugem. Rica em proteínas, óleo e carboidratos, a torta das sementes serve de ração para animais e como adubo.

Há ainda o uso medicinal. Da seiva da sumaúma é produzido medicamento para o tratamento da conjuntivite. A casca tem propriedades diuréticas e é ingerido na forma de chá, indicado para o tratamento de hidropisia do abdômen[i] e malária. Certas substâncias químicas extraídas da casca das raízes combatem algumas bactérias e fungos. Em margens de riachos secos, as raízes descobertas da sumaúma fornecem água potável no verão. As sapopemas obtém água das profundezas do solo amazônico e abastece não somente a si, mas a todo um conjunto de outras espécies ao seu redor. Essa característica única a torna a “mãe” da floresta, já que o precioso líquido é vital para a sobrevivência de todo ser vivo. Em períodos específicos, quando as sapopemas atingem um determinado nível de umidade, a árvore solta esse excesso e irriga todo o seu entorno.

Lenda da sumaúma

Conta a lenda que em tempos muito antigos o marido de uma curandeira foi picado por uma cobra venenosa, e ela nada pôde fazer para salvá-lo. Passado o luto, a moça se dedicou a pesquisar a cura para a picada de cobras. Ela descobriu que o tubérculo da planta jérgon sacha (Dracontium lorettense) não só curava as picadas, mas também dava à pessoa imunidade contra o veneno de outras picadas.
Infelizmente, um dia o filho da curandeira foi picado, e o remédio não funcionou. Desesperada, ela tomou uma medida radical: usando rapé, suplicou ao espírito da planta que deixasse seu filho viver. Em troca, a curandeira concordou em tornar-se espírito e viver para sempre na base da Samaúma.
Por isso é que hoje tem “Mãe Samaúma”, esse espírito que ocupa um lugar de honra no reino da floresta. É ela quem, com sua poderosa energia, olha e protege as plantas e os animais das matas e da natureza.

Este texto é um excerto editado de “Um Conto Amazônico”, de Arnaldo Quispe, publicado em 2013 no Blog Terras Náuas, do jornalista acreano

 

Fontes:

http://w2.files.scire.net.br/atrio/inpa-atu_upl//THESIS/171/alexandra_maria_ferreira_silveira_dissertaoatu_20200513104235679.pdf

https://www.xapuri.info/news/a-lenda-mae-samauma/#:~:text=Diz%20a%20sabedoria%20da%20floresta,humano%20com%20o%20universo%20espiritual.

[i] Hidropisia é a acumulação anormal de fluido nas cavidades naturais do corpo ou no tecido celular. O termo pode ser usado como sinônimo de edema. Historicamente, hidropisia, como doença, designava a causa principal dos edemas generalizados, a saber, a insuficiência cardíaca congestiva. Diz-se “hidrópico” o indivíduo que sofre da doença

As muitas águas da Amazônia

A quinta edição do Seminário Águas da Amazônia trouxe dados essenciais para a reflexão e busca de soluções para as questões atuais envolvendo a floresta

Sempre que se fala em Amazônia logo vem à mente as imagens das queimadas e o desmatamento ilegal. Mas a região é muito mais que isso. O V Seminário Águas da Amazônia, que aconteceu online nos dias 20 e 21 de outubro[i], abordou diversos aspectos extremamente relevantes para o futuro da maior floresta tropical do planeta. Cerca de uma centena de privilegiados e interessados participantes se inscreveram puderam ter acesso a informações atuais e necessárias para gerar reflexão e caminhos criativos rumo à sustentabilidade efetiva.

O primeiro dia, 20 de outubro, foi brindado com a preciosa Abertura pela Prof. Dra. Denise Gutierrez, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que discorreu sobre a importância do evento cujo objetivo principal é popularizar a ciência. E, no caso específico deste Seminário, a questão das Águas da Amazônia, fonte essencial da vida e que representa cerca de 20% de toda a água doce do planeta.

Amazônia e suas potencialidades, palestra proferida pelo Prof. Dr. Phelippe Daou Junior/CEO do Grupo Rede Amazônica, que congrega 13 emissoras de tevê da região Norte do país em cinco estados. Daou enfatizou bastante a questão das potencialidades da região, afinal são pelo menos 25 mil quilômetros de rios navegáveis o que proporciona uma infraestrutura logística invejável.

O Prof. Ms. Oscar Asakura/CBO, da All Bi Technologies, discorreu sobre a Inteligência Artificial para promover Inovações Disruptivas. O termo inovação disruptiva foi cunhado por Clayton M. Christensen, professor de Administração na Harvard Business School. Mas inovação disruptiva não é somente uma ideia criativa. Trata-se de inovação real em uma tecnologia, produto ou serviço cujas características são disruptivas e não somente evolutivas.

O exemplo usado por Asakura foi o Iphone e posteriormente o Smartphone. Embora já seja um produto de uso comum, quando de seu surgimento, provocou verdadeiro assombro, um computador que cabia na palma da mão. Dessa forma, foi uma inovação disruptiva que provocou uma verdadeira ruptura nos padrões anteriormente estabelecidos. É, portanto algo inédito, original e transformador, um feito que todos os desenvolvedores de tecnologia vêm buscando realizar e que deve ser o grande tema dos próximos anos.

Da Universidade Federal do Paraná, o Prof. Dr. Marco Tadeu Grassi, fez a palestra Qualidade da água nas cidades brasileiras. Embora abundante, a água no Brasil tem sido muito maltratada, por diversas questões ao longo das décadas. O professor abriu sua fala alertando para a vulnerabilidade hídrica (imagem ao lado). A foto em destaque é da represa do Passaúna, em abril de 2020, de Curitiba-PR, um dosprincipais reservatórios que abastecem daquela Região Metropolitana. As tabelas demonstram a crescente preocupação dos especialistas quanto a escassez de água que já ocorre. Em Curitiba, por exemplo, os reservatórios estão operando abaixo de 30% de sua capacidade.

Brasil – cerca de 50% dos municípios têm saneamento básico. 31% lançam esgoto não tratado no meio ambiente. 10% não tem acesso a serviços de saneamento básico. E pior ainda: mesmo para aqueles que possuem tratamento de água, a mesma está contaminada por substâncias sem controle ou monitoramento. Os programas governamentais que realizam o monitoramento controlam cerca de 40 a 50 substâncias. Mas sabe-se hoje que o universo de substâncias químicas presentes na água do dia-a-dia é infinitamente superior a esses números.

No segundo dia, 21 de outubro, o Prof. Ms. Vicente Fernandes Tino, das Universidades IDAAM, falou sobre A inteligência de dados e o futuro das profissões. Em uma palestra bastante dinâmica, Tino observou que os dados são o novo petróleo (Data is the new oil), ou seja, o combustível da nova economia e quem souber fazer bom uso deles, aproveitando o seu potencial, pode sair-se muito bem num futuro bem próximo.

Isso se justifica ao se compreender que boa parte de todas as nossas atividades cotidianas tem um traço digital. Difícil encontrar um ser humano no planeta que não esteja com um celular na mão consultando um dado (número de telefone, localização de determinado endereço, fazendo um pagamento, conversando com alguém). São tarefas cotidianas às quais ninguém dá importância, mas são por meio delas que as corporações se valem para estruturar suas ações.

O professor enfatizou que há o lado “luz” e o lado “sombra” e que devido a isso é fundamental que gestores, pesquisadores, população em geral, se posicione para não ser tragado pela torrente que pode advir do lado “sombra”. As recentes eleições presidenciais deixaram claro o potencial destrutivo deste lado sombrio.

Impactos ambientais das grandes construções e hidrelétricas na Amazônia e os Serviços Ambientais da Floresta, foi o tema do Prof. Dr. Philip Fearnside, do INPA. Ele iniciou sua palestra enfatizando o impacto ambiental causado pela construção das grandes hidrelétricas na região amazônica. E que, embora se alardeie que se trata de uma opção energética mais barata que as demais, o custo ambiental a longo prazo é gigantesco. Na verdade, segundo Fearnside, o país teria como gerar muito mais energia por meio de usinas eólicas e solares – possui condição privilegiada quanto aos ventos e ao sol – do que pelas hidrelétricas. Na verdade, juntas – eólica e solar – ultrapassam em muito a energia gerada pelas tradicionais usinas hidrelétricas. E, as duas não causam o impacto ambiental nefasto causado pelo represamento das águas (deslocamento de populações humanas inteiras junto com a perda de referencial dos povos tradicionais; morte de plantas, árvores e animais etc)

O V Seminário Águas da Amazônia foi realizado pelo Instituto Soka Amazônia e integrou a programação oficial da Semana de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia, com apoio do INPA, Universidade Federal do Paraná, Fundação Rede Amazônica, Faculdades IDAAN, All Bi Technologies e Instituto Federal do Amazonas.


[i] As palestras estão disponíveis na íntegra no YouTube:

1º dia – https://www.youtube.com/watch?v=ZFaz-tqlkaI ;

2º dia – https://www.youtube.com/watch?v=BddQRIzbEI8&t=2s

Pau-rosa: rara fragrância no perfume de Marilyn Monroe

A árvore quase desapareceu das nossas matas devido a exploração desenfreada

Channel nº5. Um dos perfumes mais cobiçados da história, o preferido de Marilyn Monroe. O que pouca gente sabe é que o linalol – uma substância fixadora que potencializa a fragrância permitindo-a ser notada por horas – é extraída da árvore amazônica Pau-rosa (Aniba rosaeodora). O linalol é uma das substâncias mais cobiçadas pelas indústrias de perfume do mundo.

O pau-rosa é uma árvore de grande porte que pode chegar a 30 metros de altura por 2 metros de diâmetro, de tronco reto e cilíndrico, de casca pardo amarelada ou avermelhada que se desprende facilmente em grandes placas. A copa é estreita e ovalada, ocupando um dossel intermediário ou superior da floresta. No Brasil, ocorria desde o estado do Amapá no nordeste amazônico, seguindo as duas margens do Rio Amazonas. A espécie podia ser encontrada tanto em floresta de terra firme úmida como também em área de campinarana[i], presente nas regiões norte e central da Amazônia, com habitat preferencial em platôs e nascentes de igarapé.

Uma jovem árvore pau-rosa (centro), sementes (à esq.) e frutos (dir.)

Estima-se que de 1930 para cá, mais de dois milhões de pau-rosa foram ceifadas da natureza. O óleo é extraído do tronco e, devido à exploração desenfreada, o Ibama colocou a árvore na lista de espécies ameaçadas de extinção, em 1992. Na década de 1960, cerca de 500 toneladas de óleo de pau-rosa foram exportadas anualmente pelo estado do Amazonas, levando à quase extinção das populações naturais dessa planta. Para se extrair 200 litros de óleo, pelos métodos convencionais de destilação, é necessário processar de 16 a 30 toneladas de madeira. Por aí se vê o motivo de seu quase extermínio.

E o Amazonas segue como único estado brasileiro a exportar o óleo de pau-rosa. Há poucos anos, o litro dessa substância chegou a custar 80 dólares estadunidenses. Por isso, diversos institutos de pesquisa como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) vêm buscando alternativas para a extração sustentável do óleo.

As dificuldades são muitas. As flores do pau-rosa são muito diminutas, por volta de um milímetro e por isso somente insetos muito pequenos conseguem polinizá-las, o que reduz sua capacidade de reprodução já que são árvores muito altas, de difícil acesso a esses diminutos agentes polinizadores. É, portanto, de manejo muito difícil e delicado.

São poucas as entidades de pesquisa autorizadas a fazer o manejo dessa espécie e o Instituto Soka Amazônia é uma delas. A produção de pau-rosa para estudo e manejo por parte do Instituto, segue rigoroso critério estabelecido pelos pesquisadores da área e tem como objetivo a preservação da espécie. Para os leigos pode parecer muito simples: colher a semente, germiná-la e plantá-la. Porém, o sucesso do plantio depende de diversos fatores como cuidados específicos desde a semeadura, durante o crescimento da muda, insumos especiais e conhecimento de todo o processo para obter uma boa planta. E, além disso tudo, uma árvore de pau-rosa leva cerca de 30 a 35 para atingir a maturidade na natureza, mas com o manejo e cultivo adequados esse prazo se reduz a 25 anos.

Atualmente a extração legal do óleo é feita a partir das folhas das árvores. Mas ainda há muita derrubada ilegal de árvores de pau-rosa devido seu alto valor de mercado. Triste história de uma espécie que já povoou quase toda a Amazônia e hoje se concentra em alguns poucos pontos do estado do Amazonas. Nesses locais, a cada seis hectares encontra-se somente um indivíduo adulto.

Plantio auspicioso

No último 19 de outubro, dia em que a organização-mãe, Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI) completou 60 anos de fundação, uma muda produzida no Instituto Soka Amazônia foi plantada em comemoração à data. Uma singela homenagem do Instituto à BSGI, eternizada pela árvore que simboliza o seu grandioso objetivo: a preservação da vida da floresta.


Fontes:

https://www.inpa.gov.br/sementes/manuais/fasciculo3_aniba.pdf https://revistapesquisa.fapesp.br/pau-rosa-n5/

[i] Campinarana é um termo regionalista para um tipo de vegetação da região amazônica, com fisionomias variadas, de campestres a florestadas. Diferencia-se da Floresta Amazônica propriamente dita pela flora distinta e pelo porte menor das árvores e caules mais finos.

Pau-rosa: rara fragrância no perfume de Marilyn Monroe

A árvore quase desapareceu das nossas matas devido a exploração desenfreada

Channel nº5. Um dos perfumes mais cobiçados da história, o preferido de Marilyn Monroe. O que pouca gente sabe é que o linalol – uma substância fixadora que potencializa a fragrância permitindo-a ser notada por horas – é extraída da árvore amazônica Pau-rosa (Aniba rosaeodora). O linalol é uma das substâncias mais cobiçadas pelas indústrias de perfume do mundo.

O pau-rosa é uma árvore de grande porte que pode chegar a 30 metros de altura por 2 metros de diâmetro, de tronco reto e cilíndrico, de casca pardo amarelada ou avermelhada que se desprende facilmente em grandes placas. A copa é estreita e ovalada, ocupando um dossel intermediário ou superior da floresta. No Brasil, ocorria desde o estado do Amapá no nordeste amazônico, seguindo as duas margens do Rio Amazonas. A espécie podia ser encontrada tanto em floresta de terra firme úmida como também em área de campinarana[i], presente nas regiões norte e central da Amazônia, com habitat preferencial em platôs e nascentes de igarapé.

Uma jovem árvore pau-rosa (centro), sementes (à esq.) e frutos (dir.)

Estima-se que de 1930 para cá, mais de dois milhões de pau-rosa foram ceifadas da natureza. O óleo é extraído do tronco e, devido à exploração desenfreada, o Ibama colocou a árvore na lista de espécies ameaçadas de extinção, em 1992. Na década de 1960, cerca de 500 toneladas de óleo de pau-rosa foram exportadas anualmente pelo estado do Amazonas, levando à quase extinção das populações naturais dessa planta. Para se extrair 200 litros de óleo, pelos métodos convencionais de destilação, é necessário processar de 16 a 30 toneladas de madeira. Por aí se vê o motivo de seu quase extermínio.

E o Amazonas segue como único estado brasileiro a exportar o óleo de pau-rosa. Há poucos anos, o litro dessa substância chegou a custar 80 dólares estadunidenses. Por isso, diversos institutos de pesquisa como a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) vêm buscando alternativas para a extração sustentável do óleo.

As dificuldades são muitas. As flores do pau-rosa são muito diminutas, por volta de um milímetro e por isso somente insetos muito pequenos conseguem polinizá-las, o que reduz sua capacidade de reprodução já que são árvores muito altas, de difícil acesso a esses diminutos agentes polinizadores. É, portanto, de manejo muito difícil e delicado.

São poucas as entidades de pesquisa autorizadas a fazer o manejo dessa espécie e o Instituto Soka Amazônia é uma delas. A produção de pau-rosa para estudo e manejo por parte do Instituto, segue rigoroso critério estabelecido pelos pesquisadores da área e tem como objetivo a preservação da espécie. Para os leigos pode parecer muito simples: colher a semente, germiná-la e plantá-la. Porém, o sucesso do plantio depende de diversos fatores como cuidados específicos desde a semeadura, durante o crescimento da muda, insumos especiais e conhecimento de todo o processo para obter uma boa planta. E, além disso tudo, uma árvore de pau-rosa leva cerca de 30 a 35 para atingir a maturidade na natureza, mas com o manejo e cultivo adequados esse prazo se reduz a 25 anos.

Atualmente a extração legal do óleo é feita a partir das folhas das árvores. Mas ainda há muita derrubada ilegal de árvores de pau-rosa devido seu alto valor de mercado. Triste história de uma espécie que já povoou quase toda a Amazônia e hoje se concentra em alguns poucos pontos do estado do Amazonas. Nesses locais, a cada seis hectares encontra-se somente um indivíduo adulto.

Plantio auspicioso

No último 19 de outubro, dia em que a organização-mãe, Associação Brasil Soka Gakkai Internacional (BSGI) completou 60 anos de fundação, uma muda produzida no Instituto Soka Amazônia foi plantada em comemoração à data. Uma singela homenagem do Instituto à BSGI, eternizada pela árvore que simboliza o seu grandioso objetivo: a preservação da vida da floresta.


Fontes:

https://www.inpa.gov.br/sementes/manuais/fasciculo3_aniba.pdf https://revistapesquisa.fapesp.br/pau-rosa-n5/

[i] Campinarana é um termo regionalista para um tipo de vegetação da região amazônica, com fisionomias variadas, de campestres a florestadas. Diferencia-se da Floresta Amazônica propriamente dita pela flora distinta e pelo porte menor das árvores e caules mais finos.

O verde que compõe a Amazônia

Árvores da Amazônia

Quanto mais se estudam as árvores, mais surpresas surgem.

Elas são a verdadeira riqueza da floresta, cada árvore traz em si um imenso manancial de potencialidades para muito além da nossa existência

Este artigo abre uma série de outras matérias que serão publicadas neste espaço, abordando peculiaridades da flora amazônica

Poucos sabem deste dado: há árvores que podem viver mais de mil anos. Essa informação recente comprovada por especialistas, nos remete a outra muito importante, que as árvores podem fornecer valiosas informações acerca de nosso passado, como verdadeiras “cáspsulas do tempo” vivas.

60 milhões de anos

Sua longevidade remonta a 60 milhões de anos. A seleção natural precisou operar por todo esse tempo para que os diversos grupos de plantas amazônicas atingissem a sua incrível diversidade atual. Quanto mais se estudam as árvores, mais surpresas surgem. Para se ter uma ideia do muito que ainda há para se descobrir: um levantamento datado de 2006 registrou 1.119 espécie de árvores na Amazônia, porém hoje se sabe que este número é pelo menos três vezes maior. São cerca de 3.615 espécies arbóreas segundo levantamento feito por ecólogos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 2019. E ainda há grandes porções de floresta intocada pelo ser humana, portanto, existe espaço para muitas surpresas.

São 7 milhões de km2, distribuídos por nove países e o Brasil detém a maior parte desse patrimônio natural, 60% da floresta. Os 40% restantes estão espalhados pelo Peru, Colômbia, Bolívia, Equador, Suriname, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. Para a obtenção do levantamento, os pesquisadores analisaram dados de inventários florestais e coleções biológicas de todos esses países da bacia amazônica.

3615 espécies

As 3.615 espécies arbóreas de áreas úmidas da Amazônia estão compreendidas em 104 famílias botânicas, por sua vez distribuídas em 689 gêneros. As famílias arbóreas mais diversificadas são as leguminosas (578 espécies), seguidas pelas rubiáceas (220), anonáceas (182), lauráceas (175) e mirtáceas (155 espécies arbóreas). As dez famílias com maior diversidade são responsáveis por 53% do conjunto de espécies arbóreas das zonas úmidas da Amazônia.

Há cerca de 20 milhões de anos o oeste da Amazônia era um imenso alagadiço que deu origem à bacia amazônica devido à elevação progressiva do derretimento dos Andes.

Há muitas teorias quanto aos fatores que possibilitaram a grande diversificação de árvores nas áreas úmidas da Amazônia. Para tanto é preciso lembrar que se trata de um tempo geológico bastante grande, que remonta ao Mioceno (entre 23,5 milhões de anos atrás). Há cerca de 20 milhões de anos o oeste da Amazônia era um imenso alagadiço que deu origem à bacia amazônica devido à elevação progressiva do derretimento dos Andes. As espécies arbóreas que ali existiam tiveram que se adaptar para sobreviver.

O tempo de vida de cada espécie

Outro dado importante: o tempo de vida de cada espécie. Há árvores que podem chegar aos mil anos de vida o que as torna monumentos vivos da história natural. A partir de uma única árvore dessas é possível estabelecer relações com os locais em que seus pais cresceram, sua herança genética, sua capacidade de adaptação aos diferentes climas e mudanças. São dados essenciais para estabelecer novas possibilidades de sobrevivência não só da floresta como um todo, mas para toda a espécie humana também, uma vez que dependemos de cada pedaço de verde do planeta para a nossa continuidade.

Há quem denomine as árvores da Amazônia como “cápsulas do tempo” da história humana, pois a análise dos ecossistemas é essencial para compreendermos o passado e assim, traçarmos o futuro da espécie.

À medida que as árvores crescem, absorvem detalhes sobre o ambiente em sua madeira, criando registros do ambiente ao longo do tempo.

Em um artigo publicado recentemente no Trends in Plant Science[i], cientistas brasileiros que estudaram espécies da Amazônia explicaram como algumas plantas podem contribuir para o entendimento da história da humanidade.

Segundo o pesquisador líder do estudo que deu origem ao artigo, Victor Caetano Andrade, à medida que as árvores crescem, absorvem detalhes sobre o ambiente em sua madeira, criando registros do ambiente ao longo do tempo. “Ao combinar técnicas como dendrocronologia (o estudo de anéis das árvores), análise de isótopos de carbono e oxigênio, e genética, podemos obter informações sobre o clima e os eventos mediados por humanos na floresta tropical”, esclareceu o pesquisador.

Embora pareça óbvio dada a quantidade de fatos inquestionáveis sobre o assunto, há ainda correntes céticas e negacionistas que clamam pela derrubada das florestas justificando que estas são um empecilho ao desenvolvimento econômico. A comprovação do potencial das matas milenares para o mapeamento da história da humanidade é um dado a se juntar aos demais para sustentar a manutenção da floresta em pé.

Outro pesquisador da equipe, Caetano Andrade, ressaltou que “surpreendentemente, a história negligenciou algumas das maiores e mais antigas testemunhas que as florestas tropicais têm a oferecer: suas árvores”. Ainda segundo ele, escavações arqueológicas e análises arque botânicas levaram a grandes avanços em nosso reconhecimento de vidas humanas passadas nos trópicos, mas as árvores que ainda estão de pé também têm muito a contribuir para o entendimento da história natural.


Fontes:

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-Ambiente/noticia/2019/09/arvore-mais-alta-da-amazonia-esta-50-maior-e-cientistas-nao-sabem-por-que.html

https://www.bdpa.cnptia.embrapa.br/consulta/busca?b=ad&id=507431&biblioteca=vazio&busca=autoria:%22%C3%81VILA,%20F.%20(Ed.).%22&qFacets=autoria:%22%C3%81VILA,%20F.%20(Ed.).%22&sort=&paginacao=t&paginaAtual=1

[i] Trends in Plant Science é o periódico de revisão mensal original e líder em ciência de plantas (Journal metrics: IF 5-year 14.017 | IF 2018 14.006 | Citescore2018 9.62), apresentando ampla cobertura da ciência básica de plantas, da biologia molecular à ecologia. Críticas e opiniões sucintas e legíveis sobre tópicos de pesquisa básica fornecem visões gerais instantâneas do pensamento atual e novos desenvolvimentos em biologia vegetal. Direcionados a pesquisadores, estudantes e professores, nossos artigos são sempre confiáveis ​​e são escritos por líderes na área e estrelas em ascensão:

As primeiras 15 de milhares e milhares de árvores

Life Memorial

No Dia da Árvore, foi lançado o Memorial da Vida – uma árvore para cada vítima da Covid 19 no Brasil

Uma chuva suave caiu em Manaus no começo da manhã, brindando as grandes homenageadas do dia: as árvores!

“Enfrentamos contínuos ataques de pessoas que pouco conhecem esta região e que precisam se convencer de que sabemos cuidar, sim, da nossa Amazônia e aqui está um exemplo vivo disso”, foi um dos pontos abordados na fala do CEO da Rede Amazônica, sr. ‎Phelippe Daou Jr ao discursar na abertura da cerimônia do projeto Memorial da Vida, no Dia da Árvore, realização do Instituto Soka Amazônia, que aconteceu em Manaus, no Clube do Trabalhador do SESI.

Memorial da Vida:
Uma árvore para cada vítima do Covid 19 no Brasil
Na cerimônia do dia 21 de setembro foram simbolicamente plantadas as primeiras 15 das milhares e milhares de árvores em lugares escolhidos com extremo cuidado na cidade de Manaus. Plantar uma árvore em memória de entes queridos é costume milenar em muitas culturas, e num ano tão tragicamente especial com este, o projeto Memorial da Vida é justamente a forma idealizada pelo Instituto Soka Amazônia para deixar eternizada a lembrança da perda das muitas e muitas vidas ceifadas pela pandemia.

Memorial da Vida:

Uma árvore para cada vítima do Covid 19 no Brasil

Na cerimônia do dia 21 de setembro foram simbolicamente plantadas as primeiras 15 das milhares e milhares de árvores em lugares escolhidos com extremo cuidado na cidade de Manaus. Plantar uma árvore em memória de entes queridos é costume milenar em muitas culturas, e num ano tão tragicamente especial com este, o projeto Memorial da Vida é justamente a forma idealizada pelo Instituto Soka Amazônia para deixar eternizada a lembrança da perda das muitas e muitas vidas ceifadas pela pandemia.

A cerimônia

Apesar de uns pingos momentâneos de chuva, o tempo ajudou e as 10 árvores foram plantadas em clima de muito respeito por representantes de diferentes órgãos privados e públicos e por representantes de indústrias parceiras do Instituto Soka.

O evento  foi aberto pelo engenheiro ambiental Jean Dinelly Leão, gestor Ambiental do Instituto. “Soma-se à homenagem às vítimas do Covid 19, a necessidade de arborizar cada vez mais a nossa cidade de Manaus”, lembrou Jean, ao agradecer a presença de todos e dar por iniciado o projeto oficialmente.

O CEO da Rede Amazônica, dr. ‎Phelippe Daou Jr lembrou a seguir o trabalho incansável das equipes de frente que participam do atendimento às vítimas, médicos, enfermeiros, auxiliares, e tantos outros, sem esquecer de mencionar o trabalho da imprensa.

“Tivemos na Rede Amazônica uma série de profissionais atingidos, felizmente nenhuma vítima fatal”, lembrou.

FIEAM

O  orador seguinte, sr, Cláudio Barrella, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas FIEAM, mostrou-se feliz por ser a Casa do Trabalhador do SESI o local para a cerimônia do projeto e lembrou um fato ocorrido há 30 anos que tornou realidade esse momento. “Foi há 30 anos que a visão do dr. Ikeda levou-o a adquirir aquele excelente pedaço de terra aqui em Manaus, que se transformou no Instituto Soka Amazônia”, lembrou o vice-presidente do FIEAM. Ressaltou importância das árvores, de sua contribuição em muitos aspectos para a qualidade de vida de todo o país e lembrou em tom jocoso: “Deveríamos, cada um, ao levantar da cama, agradecer: obrigado, árvores!”

Uma ideia vitoriosa

“O dr. Ikeda pode estar certo de que sua ideia vingou”, disse o dr. Adalberto Carim Antônio, juiz titular da Vara Especializada do Meio Ambiente ao discursar. Lembrou o papel importante do presidente da SGI, da realidade que hoje é o Instituto Soka da Amazônia e de sua importância na realização de projetos como o que acaba de ser lançado. Tornou a lembrar o que já havia sido ressaltado anteriormente pelo CEO da Rede Amazônica: “Machuca a gente perceber como no mundo deixa de lembrar dos muitos pontos positivos desta região” e assinalou por fim, da importância nem sempre lembrada das árvores para o presente e para o futuro de todos, elevando a vida e homenageando os que partiram.

Mensagens de todas as partes

De todas as partes do país as pessoas, durante a cerimônia, iam se manifestando pelas redes sociais. Ronaldo Robles, de Taubaté-SP, por exemplo mandou dizer: “Estamos plantando humanidade, respeito e dignidade à vida!”. Juliana Nishi, de Ponta Porã-MS: Parabéns pela maravilhosa iniciativa! Orgulho de pertencer a essa organização! Gratidão”. Da mesma forma, o chat registrou mensagens de norte ao sul do país e várias do exterior

O Governo do Japão

Em nome do Governo japonês compareceu o sr. Takahiro Iwato, consul geral adjunto representando o consulado japonês em Manaus, que em bom português falou sem esconder sua alegria por estar presente. Deu ênfase à importância econômica e social da Zona Franca de Manaus.

Momento de um dos plantios. Este foi realizado por Cláudia Daou, presidente da Fundação Rede Amazônica

Carta da Terra

A primeira parte da solenidade foi encerrada com a assinatura da Carta da Terra pelo sr. Cláudio Barrella, vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas e, nesse momento representando o Clube do Trabalhador do SESI-AM e o diretor presidente do Instituto Soka Amazônia, Edson Akira Sato. A SGI é parceira da Carta da Terra Internacional desde a sua criação. Vem desenvolvendo diversos projetos em conjunto como as exposições documentário, “Sementes da Vida” e “Sementes da Esperança”, ambas foram exibidas diversas vezes por todo o Brasil e o mundo.

Na segunda parte se deu o plantio de 15 árvores amazônicas, dentre elas, cedro, jacarandá, peroba, mari mari rosa, ipê amarelo. Algumas delas encontram-se na lista de espécies ameaçadas de extinção.

SGI e Carta da Terra – parceiros

Recentemente a SGI, o Instituto Soka Amazônia, o Greenpeace do Japão e a Carta da Terra Internacional realizaram o concurso de fotos e vídeos “Shift to Green” (O verde transforma), com o objetivo de incentivar à reflexão – principalmente dos jovens, herdeiros do planeta – sobre a preservação do meio ambiente. O concurso se encerrou no último sábado, dia 19 de setembro, com uma transmissão ao vivo direto do Japão, com o anúncio dos vencedores. Destaque para o link especial com a Universidade da Paz das Nações Unidas, sediada na Costa Rica, para a participação da presidente da Carta da Terra Internacional, a brasileira Miriam Vilela. A íntegra do evento está disponível no Youtube do Instituto Soka Amazônia – link: https://www.youtube.com/watch?v=6WVQBn-E48o&feature=youtu.be

Uma senhora idosa, 58 milhões de anos com muito o que celebrar

Milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo.

Hoje são milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo. No Brasil, entretanto, os debates se acirram quanto ao modelo de desenvolvimento baseado na destruição de seu maior capital: sua inestimável biodiversidade. Mas, quando um grupo de agentes econômicos – normalmente competidores entre si – se junta para pensar numa saída que visa em primeiro lugar a sustentabilidade do processo, há reais condições para otimismo.

Na semana que antecede esta celebração, o Dia da Amazônia de 2020, o grupo formado pelos três maiores bancos privados brasileiros (Itaú, Bradesco e Santander) anunciaram a formação do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada para apoiar a implementação de 10 medidas para impulsionar o desenvolvimento da região de forma sustentável. São inúmeros motivos incontestáveis para tal iniciativa ocorrer.

O denso tapete verde e pulsante se estende por 5,5 milhões de quilômetros quadrados, visto de cima. Mata, céu, terra e água formam um único organismo vivo gigantesco que abriga um sem número de espécimes – muitas das quais ainda sequer foram catalogadas – de pujante flora e fauna de inacreditável beleza. Esse organismo vivo – a floresta como um todo – é a melhor solução para o combate à crise climática e sua biodiversidade pois fornece proteção ao ecossistema e paisagem impedindo alterações drásticas no clima que incluem o aquecimento global e o efeito estufa.

É uma senhora idosa de cerca de 55 milhões de anos, por isso mesmo, digna de todo o respeito. Nela habitam simbioticamente cerca de 400 bilhões de árvores de 16 mil espécies diferentes além de 40 mil espécies de plantas; entre a fauna estima-se que sejam quase 1300 espécies de aves, quase 500 de mamíferos, cerca de 400 répteis, 430 anfíbios e mais de 2,5 milhões de espécimes de insetos (mais da metade disso, vive nas copas das árvores) isso somente entre as já catalogadas.

O verde dessa mata impressionante estoca de 80 a 120 bilhões de toneladas de carbono – Mecanismo de Sequestro de Carbono – ou a remoção desse gás da atmosfera do planeta. O verdejante oceano de folhas, em seu processo de fotossíntese, captura o carbono e lança oxigênio – essencial para a vida – de volta ao ar. Ininterruptamente!

Sem falar nos “rios flutuantes”. Todos os dias, esse oceano verde transpira 20 bilhões de toneladas de água que se convertem em vapor e que, por sua vez, é levado pelos ventos até os estados do sul, trazendo chuva que fertiliza os campos semeados, produzindo os alimentos essenciais a todos os brasileiros.

São números superlativos em todos os sentidos. Se pensarmos que mesmo com toda destruição ocorrida ao longo de décadas é ainda possível se avistar do satélite o colossal tapete verdejante de vida da Amazônia, percebe-se que esta floresta é realmente um gigante.

Instituto Soka Amazônia

Sobre ela, o fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, destacou:

“O homem tem a solução. ‘O grande celeiro da vida chamado Amazônia’ é um espelho natural que faz o homem refletir como ser humano”.

Ele cita o saudoso Austregésilo de Athayde, que foi presidente da Academia Brasileira de Letras para enfatizar sua afirmação: ‘Todos os problemas encontram-se no próprio homem. É isto que sempre sinto quanto estou na Amazônia’. Ikeda considera essas palavras como uma lição: “diante da grandiosidade da Amazônia e de sua cultura, os homens do mundo moderno devem agir com humildade. Creio que daí será aberto o caminho da convivência para um novo e rico desenvolver da nossa civilização”. O Instituto Soka Amazônia, neste 5 de setembro de 2020, Dia da Amazônia, espera que mais e mais vozes se juntem ao contingente otimista de esperança para juntos encontrarmos o melhor caminho para o desenvolvimento que preserve o imenso patrimônio natural da floresta.

Uma senhora idosa, 58 milhões de anos com muito o que celebrar

Milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo.

Hoje são milhões de vozes anônimas a clamar em defesa da Amazônia em todo o mundo. No Brasil, entretanto, os debates se acirram quanto ao modelo de desenvolvimento baseado na destruição de seu maior capital: sua inestimável biodiversidade. Mas, quando um grupo de agentes econômicos – normalmente competidores entre si – se junta para pensar numa saída que visa em primeiro lugar a sustentabilidade do processo, há reais condições para otimismo.

Na semana que antecede esta celebração, o Dia da Amazônia de 2020, o grupo formado pelos três maiores bancos privados brasileiros (Itaú, Bradesco e Santander) anunciaram a formação do Conselho Consultivo Amazônia, instância criada para apoiar a implementação de 10 medidas para impulsionar o desenvolvimento da região de forma sustentável. São inúmeros motivos incontestáveis para tal iniciativa ocorrer.

O denso tapete verde e pulsante se estende por 5,5 milhões de quilômetros quadrados, visto de cima. Mata, céu, terra e água formam um único organismo vivo gigantesco que abriga um sem número de espécimes – muitas das quais ainda sequer foram catalogadas – de pujante flora e fauna de inacreditável beleza. Esse organismo vivo – a floresta como um todo – é a melhor solução para o combate à crise climática e sua biodiversidade pois fornece proteção ao ecossistema e paisagem impedindo alterações drásticas no clima que incluem o aquecimento global e o efeito estufa.

É uma senhora idosa de cerca de 55 milhões de anos, por isso mesmo, digna de todo o respeito. Nela habitam simbioticamente cerca de 400 bilhões de árvores de 16 mil espécies diferentes além de 40 mil espécies de plantas; entre a fauna estima-se que sejam quase 1300 espécies de aves, quase 500 de mamíferos, cerca de 400 répteis, 430 anfíbios e mais de 2,5 milhões de espécimes de insetos (mais da metade disso, vive nas copas das árvores) isso somente entre as já catalogadas.

O verde dessa mata impressionante estoca de 80 a 120 bilhões de toneladas de carbono – Mecanismo de Sequestro de Carbono – ou a remoção desse gás da atmosfera do planeta. O verdejante oceano de folhas, em seu processo de fotossíntese, captura o carbono e lança oxigênio – essencial para a vida – de volta ao ar. Ininterruptamente!

Sem falar nos “rios flutuantes”. Todos os dias, esse oceano verde transpira 20 bilhões de toneladas de água que se convertem em vapor e que, por sua vez, é levado pelos ventos até os estados do sul, trazendo chuva que fertiliza os campos semeados, produzindo os alimentos essenciais a todos os brasileiros.

São números superlativos em todos os sentidos. Se pensarmos que mesmo com toda destruição ocorrida ao longo de décadas é ainda possível se avistar do satélite o colossal tapete verdejante de vida da Amazônia, percebe-se que esta floresta é realmente um gigante.

Instituto Soka Amazônia

Sobre ela, o fundador do Instituto Soka Amazônia, Daisaku Ikeda, destacou:

“O homem tem a solução. ‘O grande celeiro da vida chamado Amazônia’ é um espelho natural que faz o homem refletir como ser humano”.

Ele cita o saudoso Austregésilo de Athayde, que foi presidente da Academia Brasileira de Letras para enfatizar sua afirmação: ‘Todos os problemas encontram-se no próprio homem. É isto que sempre sinto quanto estou na Amazônia’. Ikeda considera essas palavras como uma lição: “diante da grandiosidade da Amazônia e de sua cultura, os homens do mundo moderno devem agir com humildade. Creio que daí será aberto o caminho da convivência para um novo e rico desenvolver da nossa civilização”. O Instituto Soka Amazônia, neste 5 de setembro de 2020, Dia da Amazônia, espera que mais e mais vozes se juntem ao contingente otimista de esperança para juntos encontrarmos o melhor caminho para o desenvolvimento que preserve o imenso patrimônio natural da floresta.

Coleta de sementes não em meio à floresta, mas em pleno centro de Manaus

Sementes em Manaus

Autorização para coleta em mais 5 pontos

Isso mesmo: coleta de sementes de árvores da região amazônica em pleno centro da cidade de Manaus.

A explicação do fato inusitado não é complicada.

Pode olhar no mapa: Manaus é, a bem dizer, uma mancha urbana no meio da floresta amazônica. Uma enorme mancha, uma cidade cosmopolita, com muitos traços de modernidade, um dos mais importantes aeroportos do país, muitas indústrias, mais de dois milhões de habitantes, claro que com quase todos os problemas comuns senão à totalidade, mas à maioria das cidades brasileiras.

Justamente por ser essa mancha urbana em meio ao verde, não é de admirar que existam vivas, aqui e ali restos intocados da floresta, capazes às vezes, de trazer à tona peculiaridades como essa, de encontrar-se um ponto de coleta de sementes nada mais, nada menos, do que no estacionamento do Fórum de Manaus.

Esse local, e mais quatro já vinham sendo usados pelo Instituto Soka Amazônia em Manaus para coleta de sementes, mas recentemente foi formalizada a autorização para seu uso com esse fim.

O curioso é que nesse local central da Capital há outras pessoas que também fazem coletas e chega a haver, algumas vezes, uma certa corrida para ver quem chega primeiro e quem consegue ter melhores resultados, cada um movido pelas seu interesse pelas preciosas sementes.

Um desses novos locais recentemente liberados para o Instituto Soka Amazônia é no Bosque da Ciência do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia uma enorme reserva, com 13 hectares, um dos pontos de maior visitação por parte de turistas que vão ao Amazonas.

A terceira autorização é a da Fazenda do sr. Raimundo Rodrigo, no bairro de Puraquequara, ao leste da capital do Estado.

A quarta e a quinta são propriedades privadas, uma fazenda na cidade de Itaquatiara a 175 quilômetros de Manaus, e outra em fazenda na cidade de Rio Preto da Eva, a 80 quilômetros da Capital.