Árvores Urbanas e seus benefícios

Arvores nas cidades

Por Antonio J. De Araujo[i]

As árvores urbanas e as vegetações associadas têm inúmeros usos e funções no ambiente urbano. Além do uso estético e arquitetônico, a vegetação urbana desempenha várias funções de engenharia. As árvores urbanas são importantes para a sociedade porque a maioria das pessoas vive nas cidades. As árvores urbanas trazem a natureza para dentro das cidades. Desde 2015, cerca de 84,7% da população brasileira mora em cidades. Mesmo no estado do Amazonas, famoso por sua exuberante e vasta floresta tropical, cerca de 80% da população vive em cidades.

As árvores ajudam na melhoria da qualidade de vida das pessoas, contribuem para o lazer, conforto e bem-estar das pessoas. As árvores fazem parte de nossa vida diária. Os benefícios das árvores urbanas são vários. As árvores e florestas urbanas têm a função de diminuir os impactos ambientais da urbanização, moderando o clima, conservando energia no interior de casas e prédios, absorvendo o dióxido de carbono, melhorando a qualidade da água, controlando o escoamento das águas e as enchentes, reduzindo os níveis de barulho, oferecendo abrigo para animais e aves e melhorando a atratividade das cidades, entre os muitos benefícios que nos proporcionam (Figura 1).

Figura 1. Os benefícios das árvores na cidade. Fonte: Google Imagens. Wikiversidade, 2014.

Alguns dos problemas que as árvores urbanas enfrentam no ambiente das cidades são: o solo compactado ou alterado, com a presença de entulhos; deficiência de água e nutrientes; temperaturas modificadas; poluição do ar; radiação solar alterada (sombreamento); espaço reduzido para crescer tanto para as raízes como para a copa; podas drásticas (mutilação da árvore); danos mecânicos (por veículos, cortadores de grama, anelamento do tronco, e outros) e o vandalismo.

A arboricultura pode ser definida como a arte e a ciência do plantio e cultivo de uma árvore ou pequeno grupo de árvores, arbustos ou trepadeiras lenhosas.[1] Já a floresta urbana é o conjunto de todas as árvores e vegetação associada que estejam dentro e em volta de povoamentos humanos densos, ou seja, nas áreas urbanas. A floresta urbana inclui as árvores plantadas em calçadas, parques, praças, jardins, quintais, estacionamentos, cemitérios e bosques urbanos. O conceito de floresta urbana inclui as árvores e vegetação localizadas também em áreas suburbanas e periurbanas.

A Sociedade Americana de Engenheiros Florestais definiu a Gestão da Floresta Urbana como sendo um ramo especializado da Engenharia Florestal, que tem como objetivo o cultivo e o manejo de árvores urbanas por sua presente e potencial contribuição fisiológica, sociológica e econômica para o bem-estar da sociedade urbana[2].

Inerente a esse objetivo está a função de educar a população urbana sobre o papel das árvores e outras vegetações no ambiente urbano. É necessário conhecer, para amar e proteger (Figura 2).

Figura 2. Amar para proteger. Foto do autor, 2008.

Num sentido mais amplo, a Gestão da Floresta Urbana abrange um sistema multi-administrativo que inclui a manutenção das árvores urbanas em geral, a reciclagem dos resíduos de vegetação, o manejo das bacias hidrográficas municipais e do habitat de animais silvestres, a recreação ao ar livre e o manejo da paisagem, em toda a área urbana e periurbana.


[1] HARRIS, R. W.; CLARK, J. R.; MATHENY, N. P. Arboriculture: integrated management of landscape trees, shrubs, and vines. Upper Saddle River. New Jersey: Prentice-Hall, 1999. 687 p.

[2] MILLER, R. W. Urban forestry: planning and managing urban greenspaces. Englewood Cliffs. New Jersey: Prentice-Hall, 1988. 404 p.


[i] Ph.D. em Genética Florestal. Pós-doutorado em Arborização Urbana. Presidente da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana e do Capítulo Brasil da International Society of Arboriculture (1997-1998). Membro da ALACS – Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná. Pesquisador do CEPHIK – Centro de Estudos e Pesquisas do Humanismo Ikeda, Universidade Federal de Rondônia.


[i] Artigo baseado na publicação: Araujo, M. N. de & Araujo, A. J. de. Arborização urbana. Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar do CREA-PR. 2011 e 2016. 40 p.

Tecnologias sociais voltadas à preservação ambiental

A relação do ser humano com o meio em que vive vai muito além da simples existência; envolve todo um complexo conjunto de ações e reações que impactam diretamente a vida social

A área de atuação da Psicologia Social envolve o estudo de tudo o que ocorre com o indivíduo desde a sua concepção, suas relações com o meio e as pessoas com quem convive. É o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela interação do indivíduo, sua integração, a interdependência, escolhas e decisões, desejos e expectativas. Tudo isso influencia no processo de socialização – interação com os grupos sociais e seus diversos papéis sociais. Denise Machado Duran Gutierrez é uma pesquisadora apaixonada por tudo relacionado à área e é uma das cientistas colaboradoras do Instituto Soka Amazônia.

“Fico encantada com o empenho da equipe do Instituto Soka em todas as ações que empreende”, contou a pesquisadora.

A paulistana Denise é a responsável, pela Coordenação de Tecnologia Social do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), há 10 anos. Graduada em Psicologia para Universidade de São Paulo (USP), mestre em Psicologia da Saúde na Universidade Católica de Brabant, na Holanda e doutora em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A Psicologia Clínica não foi minha primeira opção de carreira, mas ela foi se introduzindo naturalmente e hoje sinto que era para ser”, explicou. Desde o Ensino Médio seu forte senso de justiça social e desejo de melhor compreender as relações humanas foi um guia para a trajetória impressionante que viria a seguir.

Carreira acadêmica

Contingências da vida levaram-na ao mestrado na Holanda. Devido ao trabalho do esposo, mudaram-se para o exterior, a oportunidade surgiu e ela se sentiu agraciada pelo destino. “Mas nunca me ocorreu voltar-me à carreira acadêmica”, confessou.

De volta ao Brasil, novamente em função da carreira do cônjuge, foram viver em Manaus. “Nos primeiros dias, ainda morando em hotel, sai a passear pela cidade e me vi à porta de uma Universidade. Resolvi entrar e ver se havia algum curso na minha área para fazer”, brincou. Saiu empregada. Fora contratada para lecionar Psicologia da Personalidade. Isso aconteceu há mais de 20 anos e, desde então, não mais deixou a carreira acadêmica. É professora titular da Universidade Federal do Amazonas e uma entusiasta da pesquisa voltada às Tecnologias Sociais. E o INPA veio logo a seguir, com certeza, graças à competência e o comprometimento.

Em sua modéstia argumentou que aquele “era um momento em que havia uma grande carência de profissionais titulados”. Porém, basta observar brevemente sua trajetória e discurso para compreender que se trata de pura competência, forte senso de responsabilidade e desejo por fazer a diferença no local em que se encontra.

Embora paulista, abraçou Manaus de coração e, por consequência, a Amazônia, por entender que essa floresta encerra mais do que árvores, é o próprio futuro da humanidade que ali se encontra.

Parceria com o Instituto Soka Amazônia

Há cerca de 10 anos, por intermédio do INPA, conheceu o Instituto Soka Amazônia e suas impactantes ações. Encantou-se. “Tudo o que fazem no [Instituto] Soka é maravilhoso! Sua base humanística, focada no ser humano e na melhoria de sua qualidade de vida é encantadora. Aquele projeto de vincular o nascimento ao plantio de uma árvore, tem uma carga simbólica e didática tão poderosa”, ressaltou se referindo ao projeto Sementes da Vida, em parceria com maternidades de Manaus. Segundo ela, embora pareça simples, a ideia de ter vinculada uma espécie amazônica ao nascimento de um novo ser humano – uma árvore que talvez subsista para além da existência daquele indivíduo – produz uma sensação real de eternidade, além da identidade e do pertencimento.

III Seminário das Águas e III Seminário de Tecnologia Social (2017)

Sua área de pesquisa no doutorado voltou-se à família, essa unidade social que tanto muda conforme a época e que precisa ser constantemente estudada e atualizada. “Na verdade, nossa ideia de tempo é um sopro. O nosso tempo de vida, em termos de História, é um simples pulsar”. Ela enfatiza que se trata de mera ilusão de que o que vemos em nosso vagar pelo mundo seja uma realidade concreta. Vivemos somente um simulacro de um momento histórico que vai sendo construído geração após geração. “Há 20 anos essa realidade social e familiar era muito diferente da atual. E, daqui a 20 anos, será muito mais diferente. A família é um produto sociocultural, fundamental como produtora de cuidados de saúde e bem-estar”, explicou. E, ressalta que cada local possui suas próprias características.

O momento mais marcante, como ela própria enfatizou, foi sua participação, em 2019, na Conferência da ONU em Salt Lake City, como colaboradora do Instituto e representante do INPA. “Vi como o [Instituto] é muito bem-conceituado”, contou. Segundo ela, foi uma oportunidade riquíssima de aprendizado e compartilhamento de tecnologias sociais com pesquisadores da África e América Latina. “Depois de ter feito uma palestra na ONU, eu falo que com essa experiência, já posso me aposentar!”, brincou Denise.

Ela fez questão de ressaltar ainda, a profícua parceria do Instituto no acolhimento dos alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda é um local bastante utilizado pelos alunos, tanto do INPA como da UFAM, pela grande biodiversidade existente e pela proximidade com estas instituições.

Livro sobre o Seminário das Águas

Há 6 anos, sob sua estreita coordenação, INPA e Instituto Soka Amazônia, vêm realizando o Seminário das Águas da Amazônia e, em outubro deste ano está previsto o lançamento do livro sobre esse importante evento que já faz parte do calendário oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI). “Foi um longo percurso até chegarmos a esse produto cultural que, tenho certeza, será uma importante ferramenta de atualização e pesquisa para o setor!”, exclamou a professora doutora.

“Nosso desejo é de realizar o lançamento do livro na próxima Semana [de Ciência e Tecnologia] em outubro”, enfatizou.

Outro motivo de grande júbilo por parte da pesquisadora é o convite do MCTI para a construção da Rede Amazônica de Tecnologia Social, que consistirá no mapeamento de todas as iniciativas de instituições voltadas à área. O MCTI pretende construir uma plataforma contendo todas as informações sobre esses agentes promotores, inclusive com sua geolocalização, abrangência de atuação, métodos, processos e populações atendidas. “Penso que será mais uma importante ferramenta para aprendizado e transformação social e o [Instituto] Soka estará nesse projeto que será disponibilizado para todo o planeta”, finaliza a pesquisadora.

Tecnologias sociais voltadas à preservação ambiental

A relação do ser humano com o meio em que vive vai muito além da simples existência; envolve todo um complexo conjunto de ações e reações que impactam diretamente a vida social

A área de atuação da Psicologia Social envolve o estudo de tudo o que ocorre com o indivíduo desde a sua concepção, suas relações com o meio e as pessoas com quem convive. É o estudo das manifestações comportamentais suscitadas pela interação do indivíduo, sua integração, a interdependência, escolhas e decisões, desejos e expectativas. Tudo isso influencia no processo de socialização – interação com os grupos sociais e seus diversos papéis sociais. Denise Machado Duran Gutierrez é uma pesquisadora apaixonada por tudo relacionado à área e é uma das cientistas colaboradoras do Instituto Soka Amazônia.

“Fico encantada com o empenho da equipe do Instituto Soka em todas as ações que empreende”, contou a pesquisadora.

A paulistana Denise é a responsável, pela Coordenação de Tecnologia Social do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), há 10 anos. Graduada em Psicologia para Universidade de São Paulo (USP), mestre em Psicologia da Saúde na Universidade Católica de Brabant, na Holanda e doutora em Saúde da Mulher e da Criança pelo Instituto Fernandes Figueira da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A Psicologia Clínica não foi minha primeira opção de carreira, mas ela foi se introduzindo naturalmente e hoje sinto que era para ser”, explicou. Desde o Ensino Médio seu forte senso de justiça social e desejo de melhor compreender as relações humanas foi um guia para a trajetória impressionante que viria a seguir.

Carreira acadêmica

Contingências da vida levaram-na ao mestrado na Holanda. Devido ao trabalho do esposo, mudaram-se para o exterior, a oportunidade surgiu e ela se sentiu agraciada pelo destino. “Mas nunca me ocorreu voltar-me à carreira acadêmica”, confessou.

De volta ao Brasil, novamente em função da carreira do cônjuge, foram viver em Manaus. “Nos primeiros dias, ainda morando em hotel, sai a passear pela cidade e me vi à porta de uma Universidade. Resolvi entrar e ver se havia algum curso na minha área para fazer”, brincou. Saiu empregada. Fora contratada para lecionar Psicologia da Personalidade. Isso aconteceu há mais de 20 anos e, desde então, não mais deixou a carreira acadêmica. É professora titular da Universidade Federal do Amazonas e uma entusiasta da pesquisa voltada às Tecnologias Sociais. E o INPA veio logo a seguir, com certeza, graças à competência e o comprometimento.

Em sua modéstia argumentou que aquele “era um momento em que havia uma grande carência de profissionais titulados”. Porém, basta observar brevemente sua trajetória e discurso para compreender que se trata de pura competência, forte senso de responsabilidade e desejo por fazer a diferença no local em que se encontra.

Embora paulista, abraçou Manaus de coração e, por consequência, a Amazônia, por entender que essa floresta encerra mais do que árvores, é o próprio futuro da humanidade que ali se encontra.

Parceria com o Instituto Soka Amazônia

Há cerca de 10 anos, por intermédio do INPA, conheceu o Instituto Soka Amazônia e suas impactantes ações. Encantou-se. “Tudo o que fazem no [Instituto] Soka é maravilhoso! Sua base humanística, focada no ser humano e na melhoria de sua qualidade de vida é encantadora. Aquele projeto de vincular o nascimento ao plantio de uma árvore, tem uma carga simbólica e didática tão poderosa”, ressaltou se referindo ao projeto Sementes da Vida, em parceria com maternidades de Manaus. Segundo ela, embora pareça simples, a ideia de ter vinculada uma espécie amazônica ao nascimento de um novo ser humano – uma árvore que talvez subsista para além da existência daquele indivíduo – produz uma sensação real de eternidade, além da identidade e do pertencimento.

III Seminário das Águas e III Seminário de Tecnologia Social (2017)

Sua área de pesquisa no doutorado voltou-se à família, essa unidade social que tanto muda conforme a época e que precisa ser constantemente estudada e atualizada. “Na verdade, nossa ideia de tempo é um sopro. O nosso tempo de vida, em termos de História, é um simples pulsar”. Ela enfatiza que se trata de mera ilusão de que o que vemos em nosso vagar pelo mundo seja uma realidade concreta. Vivemos somente um simulacro de um momento histórico que vai sendo construído geração após geração. “Há 20 anos essa realidade social e familiar era muito diferente da atual. E, daqui a 20 anos, será muito mais diferente. A família é um produto sociocultural, fundamental como produtora de cuidados de saúde e bem-estar”, explicou. E, ressalta que cada local possui suas próprias características.

O momento mais marcante, como ela própria enfatizou, foi sua participação, em 2019, na Conferência da ONU em Salt Lake City, como colaboradora do Instituto e representante do INPA. “Vi como o [Instituto] é muito bem-conceituado”, contou. Segundo ela, foi uma oportunidade riquíssima de aprendizado e compartilhamento de tecnologias sociais com pesquisadores da África e América Latina. “Depois de ter feito uma palestra na ONU, eu falo que com essa experiência, já posso me aposentar!”, brincou Denise.

Ela fez questão de ressaltar ainda, a profícua parceria do Instituto no acolhimento dos alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Dr. Daisaku Ikeda é um local bastante utilizado pelos alunos, tanto do INPA como da UFAM, pela grande biodiversidade existente e pela proximidade com estas instituições.

Livro sobre o Seminário das Águas

Há 6 anos, sob sua estreita coordenação, INPA e Instituto Soka Amazônia, vêm realizando o Seminário das Águas da Amazônia e, em outubro deste ano está previsto o lançamento do livro sobre esse importante evento que já faz parte do calendário oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovações (MCTI). “Foi um longo percurso até chegarmos a esse produto cultural que, tenho certeza, será uma importante ferramenta de atualização e pesquisa para o setor!”, exclamou a professora doutora.

“Nosso desejo é de realizar o lançamento do livro na próxima Semana [de Ciência e Tecnologia] em outubro”, enfatizou.

Outro motivo de grande júbilo por parte da pesquisadora é o convite do MCTI para a construção da Rede Amazônica de Tecnologia Social, que consistirá no mapeamento de todas as iniciativas de instituições voltadas à área. O MCTI pretende construir uma plataforma contendo todas as informações sobre esses agentes promotores, inclusive com sua geolocalização, abrangência de atuação, métodos, processos e populações atendidas. “Penso que será mais uma importante ferramenta para aprendizado e transformação social e o [Instituto] Soka estará nesse projeto que será disponibilizado para todo o planeta”, finaliza a pesquisadora.

Assim que a semente germina e as primeiras folhas aparecem começa o biosequestro de carbono

bIosequestro de carbono
por Marcos Viana*

Num artigo anterior publicado neste espaço, Marcos Viana, pesquisador, auditor, engenheiro químico, engenheiro de segurança, especialista em gestão ambiental, qualificado em controles preventivos e titular da consultoria AmazonCert sediada em Manaus falou da diferença entre crédito de carbono e pegada de carbono. Neste novo artigo ele comenta um tema que vem causando dúvidas e sendo objeto de muita discussão: Como neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono?

Existem muitas maneiras de neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono, como instalar sistema para geração de energia solar e até coisas mais prosaicas no dia a dia como usar bicicleta nos trajetos que necessitamos percorrer, gerar menos resíduos orgânicos, dentre outros. Entretanto, existe uma forma que é muito prática, está ficando cada vez mais barata e nem sempre é lembrada: o biosequestro de carbono pela plantação de árvores.

Como calcular

De acordo com cálculos validados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vertido do inglês – Intergovernmental Panel on Climate Change) cada árvore de clima tropical biosequestra 312kg de CO2 até atingir o clímax, ou seja, até chegar aos 20 anos de vida. Isso corresponde a uma captação de aproximadamente 16kg de CO2 a cada ano. E não para por aí: depois desses 20 anos, de acordo ainda com o IPCC, contínua captando aproximadamente 6kg a cada ano restante de sua longa vida. O biosequestro de carbono pela plantação de árvores funciona assim: a partir do momento que uma semente germina, a planta brota, sua raiz, seu caule e algumas folhas se desenvolvem. As folhas são responsáveis pela geração de alimento que propicia o crescimento da planta. Nelas acontece a fotossíntese por reações bioquímicas entre o CO2 captado do ar, pela água que vem da raiz e pela luz solar que a atinge. Dessa forma, a planta gera açúcares (carboidratos) que são responsáveis pela formação de outras substâncias, fazendo com que a planta cresça. E ainda tem mais, libera nessa reação o oxigênio (O2), utilizado na nossa respiração (veja Figura 1).

Figura 1 – Esquema da fotossíntese
A partir da germinação da semente

Muitas pessoas pensam que é necessário esperar os 20 anos que a planta leva para atingir seu ápice para que ela comece a captar carbono da atmosfera. Entretanto, diante a explicação acima, a planta já começa a fazer isso desde que a semente germina.

“Que chato, vou ter que esperar 20 anos? Que vantagem tenho nisso?” – chega-se a pensar, de forma totalmente equivocada.

O correto é pensar que ao plantar árvores, a pessoa também está contribuindo para conservação do solo, pois as plantas evitam a erosão e enriquecem o terreno com matéria orgânica. Elas contribuem para manter o ciclo regular de chuvas, pois transpiram muita água. E se já não bastasse tudo isso, elas promovem o aumento da fauna – insetos, pássaros, primatas, dentre outros.

Os especialistas chamam tudo isso de serviços ambientais.

 
 
Um cálculo prático

E aí você pode se perguntar, como faço para calcular o número de árvores a plantar sabendo a minha pegada de carbono?

Vamos relembrar do exemplo que usamos no artigo anterior para determinar a pegada de carbono pelo uso de seu veículo, digamos, no ano de 2020. Vamos admitir que o carro percorre 10 km para cada litro de gasolina consumido, e foram percorridos 12.000 km com esse veículo naquele período. Buscando no BEN (Balanço Energético Nacional) 2020, encontra-se o fator de emissão gasolina igual a 2,212 kg CO2 / L. Realizando os cálculos devidos (veja figura 2), encontra-se que a pegada de carbono pelo uso do veículo foi de 2,654 tCO2e (toneladas de CO2 equivalentes).

Figura 2 – Cálculo da pegada de carbono de um veículo a gasolina que percorreu 12.000 km no ano de 2020
Considerando o uso daquele veículo no ano de 2020, vamos raciocinar desta forma:
  • Sua pegada de carbono é de 2,654 tCO2e
  • Vamos dividir esse valor por 0,312t, lembrando que assinalamos acima que durante os 20 anos de crescimento da árvore são captados 312kg de CO2 que convertido para toneladas métricas é igual a 0,312.
  • Resultado: você deve plantar e cuidar de 9 árvores.  

 

 

Fontes:

  • Quanto mais quente melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas. Carlos Klink (organizado) – São Paulo: Peirópolis, Brasília, DF:IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil, 2007.
  • Rodríguez, Carlos René Muñiz. Estimativa do potencial sequestro de carbono em áreas de preservação permanente de cursos d’água e topos de morros mediante reflorestamento com espécies nativas no município de São Luiz do Paraitinga / Carlos René Muñiz Rodríguez. – São José dos Campos : INPE, 2015.
  • 2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories Volume 4 Agriculture, Forestry and Other Land Use.
  • BEN 2020 – Balanço Energético Nacional – Ministério de Minas e Energia

 
* Marcos Viana é pesquisador, auditor, engenheiro químico, engenheiro de segurança, especialista em gestão ambiental,

 

Plante árvores: o planeta agradece

bIosequestro de carbono
Assim que a semente germina e as primeiras folhas aparecem começa o biosequestro de carbono

Num artigo anterior publicado neste espaço, Marcos Viana, pesquisador, auditor, engenheiro químico, engenheiro de segurança, especialista em gestão ambiental, qualificado em controles preventivos e titular da consultoria AmazonCert sediada em Manaus falou da diferença entre crédito de carbono e pegada de carbono. Neste novo artigo ele comenta um tema que vem causando dúvidas e sendo objeto de muita discussão: Como neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono?

Existem muitas maneiras de neutralizar ou diminuir nossa pegada de carbono, como instalar sistema para geração de energia solar e até coisas mais prosaicas no dia a dia como usar bicicleta nos trajetos que necessitamos percorrer, gerar menos resíduos orgânicos, dentre outros. Entretanto, existe uma forma que é muito prática, está ficando cada vez mais barata e nem sempre é lembrada: o biosequestro de carbono pela plantação de árvores.

Como calcular

De acordo com cálculos validados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, vertido do inglês – Intergovernmental Panel on Climate Change) cada árvore de clima tropical biosequestra 312kg de CO2 até atingir o clímax, ou seja, até chegar aos 20 anos de vida. Isso corresponde a uma captação de aproximadamente 16kg de CO2 a cada ano. E não para por aí: depois desses 20 anos, de acordo ainda com o IPCC, contínua captando aproximadamente 6kg a cada ano restante de sua longa vida. O biosequestro de carbono pela plantação de árvores funciona assim: a partir do momento que uma semente germina, a planta brota, sua raiz, seu caule e algumas folhas se desenvolvem. As folhas são responsáveis pela geração de alimento que propicia o crescimento da planta. Nelas acontece a fotossíntese por reações bioquímicas entre o CO2 captado do ar, pela água que vem da raiz e pela luz solar que a atinge. Dessa forma, a planta gera açúcares (carboidratos) que são responsáveis pela formação de outras substâncias, fazendo com que a planta cresça. E ainda tem mais, libera nessa reação o oxigênio (O2), utilizado na nossa respiração (veja Figura 1).

Figura 1 – Esquema da fotossíntese
A partir da germinação da semente

Muitas pessoas pensam que é necessário esperar os 20 anos que a planta leva para atingir seu ápice para que ela comece a captar carbono da atmosfera. Entretanto, diante a explicação acima, a planta já começa a fazer isso desde que a semente germina.

“Que chato, vou ter que esperar 20 anos? Que vantagem tenho nisso?” – chega-se a pensar, de forma totalmente equivocada.

O correto é pensar que ao plantar árvores, a pessoa também está contribuindo para conservação do solo, pois as plantas evitam a erosão e enriquecem o terreno com matéria orgânica. Elas contribuem para manter o ciclo regular de chuvas, pois transpiram muita água. E se já não bastasse tudo isso, elas promovem o aumento da fauna – insetos, pássaros, primatas, dentre outros.

Os especialistas chamam tudo isso de serviços ambientais.

Um cálculo prático

E aí você pode se perguntar, como faço para calcular o número de árvores a plantar sabendo a minha pegada de carbono?

Vamos relembrar do exemplo que usamos no artigo anterior para determinar a pegada de carbono pelo uso de seu veículo, digamos, no ano de 2020. Vamos admitir que o carro percorre 10 km para cada litro de gasolina consumido, e foram percorridos 12.000 km com esse veículo naquele período. Buscando no BEN (Balanço Energético Nacional) 2020, encontra-se o fator de emissão gasolina igual a 2,212 kg CO2 / L. Realizando os cálculos devidos (veja figura 2), encontra-se que a pegada de carbono pelo uso do veículo foi de 2,654 tCO2e (toneladas de CO2 equivalentes).

Figura 2 – Cálculo da pegada de carbono de um veículo a gasolina que percorreu 12.000 km no ano de 2020

Considerando o uso daquele veículo no ano de 2020, vamos raciocinar desta forma:

  1. Sua pegada de carbono é de 2,654 tCO2e
  2. Vamos dividir esse valor por 0,312t, lembrando que assinalamos acima que durante os 20 anos de crescimento da árvore são captados 312kg de CO2 que convertido para toneladas métricas é igual a 0,312.
  3. Resultado: você deve plantar e cuidar de 9 árvores.  

Fontes:

Quanto mais quente melhor? Desafiando a sociedade civil a entender as mudanças climáticas. Carlos Klink (organizado) – São Paulo: Peirópolis, Brasília, DF:IEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil, 2007.

Rodríguez, Carlos René Muñiz. Estimativa do potencial sequestro de carbono em áreas de preservação permanente de cursos d’água e topos de morros mediante reflorestamento com espécies nativas no município de São Luiz do Paraitinga / Carlos René Muñiz Rodríguez. – São José dos Campos : INPE, 2015.

2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories Volume 4 Agriculture, Forestry and Other Land Use.

BEN 2020 – Balanço Energético Nacional – Ministério de Minas e Energia

Musashi da Amazônia: parceira do Instituto Soka

Musashi e Instituto Soka Amazônia
Oficina, vivência ecológica e conscientização são as atividades promovidas para celebrar o Dia do Meio Ambiente

No mês dedicado ao Meio Ambiente, a Musashi da Amazônia, empresa localizada no pólo industrial de Manaus, promoveu a Semana Integrada em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), tendo como parceiro o Instituto Soka Amazônia. O primeiro momento aconteceu no dia 3, na sede da Musashi, e o segundo no dia 5, na sede do Instituto. A Semana Integrada é uma iniciativa da empresa que visa principalmente a conscientização ambiental por meio de vivências.

O evento realizado na Musashi envolveu cerca de 30 colaboradores. A equipe do Instituto promoveu inicialmente, uma oficina de semeadura com as sementes de andiroba[i]. Os participantes ouviram atentamente as orientações sobre a espécie e a forma correta de realizar a semeadura. Na sequência, covas e mudas já previamente preparadas, cada colaborador pôde realizar o plantio de mudas com os seus nomes. Um colaborador comentou que plantou uma muda de mogno – árvore de grande importância ambiental e é ainda uma das madeiras mais cobiçadas do mundo – e que espera que eventos como o que presenciou se repitam muitas vezes para que o campo onde ocorreu o plantio de torne, num futuro próximo, uma área largamente arborizada para possibilitar a convivência.

No dia 5, na sede do Instituto, participaram 13 colaboradores e houve também oficina de semeadura, plantio de mudas e uma caminhada pela mata. O roteiro durou a manhã toda e pode oferecer aos participantes uma rica e emotiva vivência sensorial.

Foram plantadas 9 mudas:  

  • 3 Mogno – Meliaceae – Swietenia macrophylla King
  • 3 Ipê-roxo – Bignoniaceae – Tabebuia impetiginosa Mart
  • 3 Ipê-branco – Bignoniaceae – Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand
  • 2 Ipê-pau-d’arco – Bignoniaceae – Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols
  • 1 Copaiba – Leguminosae-Caesalpinioidadeae – Copaifera multijuga Hayne

Musashi da Amazônia

Empresa localizada no pólo industrial de Manaus, produzindo componentes mecânicos e conjuntos de transmissão para veículos de duas rodas. A empresa faz parte do tradicional grupo japonês de mesmo nome (Musashi). Fundada em maio de 2002, produz componentes mecânicos e conjuntos de transmissão para motocicletas.


[i] As sementes de andiroba são muito ricas em vitaminas e minerais e, por isso, possuem vários benefícios para a saúde, como por exemplo:

  1. Melhoram o aspecto da pele, já que possui propriedade emoliente e hidratante, amaciando e hidratando a pele e estimulando sua regeneração;
  2. Reduz o volume dos cabelos, promovendo a regeneração dos fios e deixando o cabelo mais hidratado e brilhante;
  3. Auxilia no tratamento de doenças de pele, febre e doenças reumáticas devido às suas propriedades anti-inflamatórias e anti-reumáticas;
  4. Combate doenças parasitárias, como o bicho de pé, devido à sua propriedade anti-parasitária;
  5. O óleo de andiroba pode ser utilizado em produtos repelentes e até mesmo aplicado na pele para tratar as picadas de insetos – Conheça outras opções de repelentes naturais;
  6. Diminui as dores musculares, devido a sua propriedade analgésica;
  7. Ajuda a controlar os níveis de colesterol – Saiba também como diminuir o colesterol por meio da alimentação;
  8. Pode ser utilizado para auxiliar o tratamento de dor de garganta e amigdalite, por exemplo, já que possui propriedade anti-inflamatória.

Musashi da Amazônia: parceira do Instituto Soka

Musashi e Instituto Soka Amazônia
Oficina, vivência ecológica e conscientização são as atividades promovidas para celebrar o Dia do Meio Ambiente

No mês dedicado ao Meio Ambiente, a Musashi da Amazônia, empresa localizada no pólo industrial de Manaus, promoveu a Semana Integrada em homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho), tendo como parceiro o Instituto Soka Amazônia. O primeiro momento aconteceu no dia 3, na sede da Musashi, e o segundo no dia 5, na sede do Instituto. A Semana Integrada é uma iniciativa da empresa que visa principalmente a conscientização ambiental por meio de vivências.

O evento realizado na Musashi envolveu cerca de 30 colaboradores. A equipe do Instituto promoveu inicialmente, uma oficina de semeadura com as sementes de andiroba[i]. Os participantes ouviram atentamente as orientações sobre a espécie e a forma correta de realizar a semeadura. Na sequência, covas e mudas já previamente preparadas, cada colaborador pôde realizar o plantio de mudas com os seus nomes. Um colaborador comentou que plantou uma muda de mogno – árvore de grande importância ambiental e é ainda uma das madeiras mais cobiçadas do mundo – e que espera que eventos como o que presenciou se repitam muitas vezes para que o campo onde ocorreu o plantio de torne, num futuro próximo, uma área largamente arborizada para possibilitar a convivência.

No dia 5, na sede do Instituto, participaram 13 colaboradores e houve também oficina de semeadura, plantio de mudas e uma caminhada pela mata. O roteiro durou a manhã toda e pode oferecer aos participantes uma rica e emotiva vivência sensorial.

Foram plantadas 9 mudas:  

  • 3 Mogno – Meliaceae – Swietenia macrophylla King
  • 3 Ipê-roxo – Bignoniaceae – Tabebuia impetiginosa Mart
  • 3 Ipê-branco – Bignoniaceae – Tabebuia roseo-alba (Ridl.) Sand
  • 2 Ipê-pau-d’arco – Bignoniaceae – Tabebuia serratifolia (Vahl) Nichols
  • 1 Copaiba – Leguminosae-Caesalpinioidadeae – Copaifera multijuga Hayne

Musashi da Amazônia

Empresa localizada no pólo industrial de Manaus, produzindo componentes mecânicos e conjuntos de transmissão para veículos de duas rodas. A empresa faz parte do tradicional grupo japonês de mesmo nome (Musashi). Fundada em maio de 2002, produz componentes mecânicos e conjuntos de transmissão para motocicletas.


[i] As sementes de andiroba são muito ricas em vitaminas e minerais e, por isso, possuem vários benefícios para a saúde, como por exemplo:

  1. Melhoram o aspecto da pele, já que possui propriedade emoliente e hidratante, amaciando e hidratando a pele e estimulando sua regeneração;
  2. Reduz o volume dos cabelos, promovendo a regeneração dos fios e deixando o cabelo mais hidratado e brilhante;
  3. Auxilia no tratamento de doenças de pele, febre e doenças reumáticas devido às suas propriedades anti-inflamatórias e anti-reumáticas;
  4. Combate doenças parasitárias, como o bicho de pé, devido à sua propriedade anti-parasitária;
  5. O óleo de andiroba pode ser utilizado em produtos repelentes e até mesmo aplicado na pele para tratar as picadas de insetos – Conheça outras opções de repelentes naturais;
  6. Diminui as dores musculares, devido a sua propriedade analgésica;
  7. Ajuda a controlar os níveis de colesterol – Saiba também como diminuir o colesterol por meio da alimentação;
  8. Pode ser utilizado para auxiliar o tratamento de dor de garganta e amigdalite, por exemplo, já que possui propriedade anti-inflamatória.

Em seu mês de aniversário, o Instituto Soka Amazônia integra projeto Manaus, te quero verde

Manaus te quero verde
A iniciativa é da Secretaria Municipal de Educação e tem como parceira a Fundação Rede Amazônica

O mês é auspicioso para o Estado mais verde do Brasil, pois comemora-se o Dia do Mundial do Meio Ambiente, em 6 de junho. E é ainda mais importante para o Instituto Soka Amazônia pois é seu aniversário de fundação. Portanto, o projeto Manaus, te quero verde, tem um significado profundo para a instituição cuja meta principal é a preservação da Amazônia. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Educação e conta ainda com parceria da Fundação Rede Amazônica. O lançamento realizado no dia 2 de junho com o plantio simultâneo de árvores nativas da região em sete escolas da Rede Municipal.

Sr. Akira Sato – Presidente Instituto Soka Amazônia
Início plantio Escolas Manaus te quero Verde

De acordo com a Prefeitura, a cidade de Manaus registrou um crescimento rápido da sua área urbana nas últimas décadas, o que alterou significativamente a paisagem e diminuiu muito suas áreas verdes. Com isso, agravaram-se os problemas ambientais, como o desconforto térmico, deterioração da qualidade do ar etc. Em busca de uma solução efetiva para essa e outras questões, a ideia de ampliar as áreas verdes em locais seguros como escolas foi a iniciativa escolhida.

https://youtu.be/r5IKE1feS0E

O projeto tem também o objetivo de sensibilizar a sociedade manauara para a importância da arborização em áreas urbanas, estimulando a comunidade escolar a realizar o plantio nos seus espaços internos e em seu bairro, melhorando assim a qualidade de vida dos moradores da cidade de Manaus, contribuindo com a neutralização da emissão de carbono na atmosfera.

O projeto visa plantar 10 árvores por criança matriculada na Rede Municipal de Ensino. O plantio deve ocorrer até o mês de outubro de 2022, compreendendo um número significativo de árvores, todas elas georreferenciadas, com a produção e o plantio executados pelo Instituto Soka Amazônica.

Cerimõnia de Lançamento do Projeto Manaus te quero Verde

A escola polo, E.M Roberto Vieira, será contemplada com o plantio de 50 mudas e, nas demais escolas indicadas pelas Divisões Distritais Zonais, acontecerá o plantio de 20 mudas em cada unidade escolar.

O projeto prevê que durante o mês de junho serão plantadas cerca de 20 mil mudas de árvores nativas da região.

Escolas que receberão o plantio no dia 02 de junho de 2021.

  • DDZ Oeste: Creche Municipal Magnólia Pessoa Figueiredo.
  • DDZ Leste II: E.M Roberto Vieira
  • DDZ Leste I: CMEI Júlia Barbosa Labre
  • DDZ Rural: E.M Neuza Ribeiro dos Santos
  • DDZ Norte: Creche Dalila Bentes Duarte
  • DDZ Sul: E.M Roberto Vieira
  • DDZ Centro-Sul: E.M Dep. Ulisses Guimarães

Em seu mês de aniversário, o Instituto Soka Amazônia integra projeto Manaus, te quero verde

Manaus te quero verde
A iniciativa é da Secretaria Municipal de Educação e tem como parceira a Fundação Rede Amazônica

O mês é auspicioso para o Estado mais verde do Brasil, pois comemora-se o Dia do Mundial do Meio Ambiente, em 6 de junho. E é ainda mais importante para o Instituto Soka Amazônia pois é seu aniversário de fundação. Portanto, o projeto Manaus, te quero verde, tem um significado profundo para a instituição cuja meta principal é a preservação da Amazônia. A iniciativa é da Secretaria Municipal de Educação e conta ainda com parceria da Fundação Rede Amazônica. O lançamento realizado no dia 2 de junho com o plantio simultâneo de árvores nativas da região em sete escolas da Rede Municipal.

Sr. Akira Sato – Presidente Instituto Soka Amazônia
Início plantio Escolas Manaus te quero Verde

De acordo com a Prefeitura, a cidade de Manaus registrou um crescimento rápido da sua área urbana nas últimas décadas, o que alterou significativamente a paisagem e diminuiu muito suas áreas verdes. Com isso, agravaram-se os problemas ambientais, como o desconforto térmico, deterioração da qualidade do ar etc. Em busca de uma solução efetiva para essa e outras questões, a ideia de ampliar as áreas verdes em locais seguros como escolas foi a iniciativa escolhida.

https://youtu.be/r5IKE1feS0E

O projeto tem também o objetivo de sensibilizar a sociedade manauara para a importância da arborização em áreas urbanas, estimulando a comunidade escolar a realizar o plantio nos seus espaços internos e em seu bairro, melhorando assim a qualidade de vida dos moradores da cidade de Manaus, contribuindo com a neutralização da emissão de carbono na atmosfera.

O projeto visa plantar 10 árvores por criança matriculada na Rede Municipal de Ensino. O plantio deve ocorrer até o mês de outubro de 2022, compreendendo um número significativo de árvores, todas elas georreferenciadas, com a produção e o plantio executados pelo Instituto Soka Amazônica.

Cerimõnia de Lançamento do Projeto Manaus te quero Verde

A escola polo, E.M Roberto Vieira, será contemplada com o plantio de 50 mudas e, nas demais escolas indicadas pelas Divisões Distritais Zonais, acontecerá o plantio de 20 mudas em cada unidade escolar.

O projeto prevê que durante o mês de junho serão plantadas cerca de 20 mil mudas de árvores nativas da região.

Escolas que receberão o plantio no dia 02 de junho de 2021.

  • DDZ Oeste: Creche Municipal Magnólia Pessoa Figueiredo.
  • DDZ Leste II: E.M Roberto Vieira
  • DDZ Leste I: CMEI Júlia Barbosa Labre
  • DDZ Rural: E.M Neuza Ribeiro dos Santos
  • DDZ Norte: Creche Dalila Bentes Duarte
  • DDZ Sul: E.M Roberto Vieira
  • DDZ Centro-Sul: E.M Dep. Ulisses Guimarães

Testemunho de quem respira a floresta

Raimundo Costa da Silva é um verdadeiro homem da terra. Aos 64 anos possui o sorriso largo e fácil de quem compreende os anseios da natureza

O caboclo amazonense é antes de tudo um forte. Vive em verdadeira simbiose com o meio ambiente, retirando dele praticamente tudo o que precisa para sua sobrevivência. Ao longo dos séculos, desenvolveu toda uma cultura, aparentemente simples, mas que na verdade tem uma complexidade ímpar, tema de inúmeros artigos e teses acadêmicas. A prova viva desse personagem impressionante é Raimundo Costa da Silva.

Sr. Raimundo Costa da Silva

Nascido às margens do rio Xeruã, no extremo oeste do estado do Amazonas, divisa com o Acre, é um dos filhos do meio de uma prole de 8. Aos 10 anos, devido à aridez da vida naquela região, sua família decidiu migrar rumo às cercanias da capital, Manaus. “A vida era muito dura lá e alguém disse que a gente devia vir pra cá pois tinha mais condições”, contou. A aventura foi duríssima. Raimundo ilustrou a dificuldade: “Viemos a remo. Foram 6 meses num batelão [embarcação de fundo chato, própria para trafegar próximo às margens rasas de rios, lagos ou lagoas]. Foi muito difícil”. Partiram de Xeruã 10 pessoas ao todo: os pais e os oito filhos.

Em Puraquequara[i] há 54 anos, Raimundo sorri quando perguntado sobre o que representa seu pedaço de terra: “eu vou ficar aqui o resto da minha vida! E vou viver muito ainda”. Aprendeu na lida do dia a dia o trabalho na terra. No início, na roça de mandioca. “É bom porque pra gente comer a farinha, desflorestava muito, sabe? Eu sempre fui criado no mato e sempre me senti uma parte da natureza e não achava bom derrubar a mata pra fazer roçado”, explicou.

Nos seus três hectares de terra, hoje ele lida com uma horta de diversas culturas: banana, melancia, maxixe, hortaliças e muito mais. Mas sempre manteve acesa a ideia de reflorestar, ou devolver à floresta o que derrubou. E começou a colher sementes e estocá-las.

“Pensei assim: se alguém pudesse abrir uma porta pra eu reflorestar isso aqui era isso que eu queria fazer”. Decidiu falar com Edison Akira [diretor presidente do Instituto Soka Amazônia]. “E ele topou na hora!”, conta animado. Em poucos anos, ele e o Instituto já reflorestaram um bom pedaço e se depender de Raimundo, irão plantar ainda muito mais. E está gostando muito de ser o agente regenerador da floresta.

Hoje, no seu pedaço de terra vive uma pequena comunidade: as famílias de seus 6 filhos que inclui uma penca de curumins (crianças). “Caboclo não para nunca de trabalhar, o que a gente não para nunca de fazer é curumim!”, fez questão de ressaltar o caboclo Raimundo, orgulhoso de sua prole e da molecada que corre e brinca solta o dia todo, respirando o melhor ar possível do planeta.

Tem uma vitalidade invejável. Às 4 horas da manhã já está de pé. Prepara seu café, vai para o terreiro, prepara a alimentação das galinhas. A essas alturas já está amanhecendo e ele segue rumo à horta. Tem de levar a água na mão, pois o bombeamento não chega até ali. Faz a pausa necessária para o almoço, descansa meia hora e já vai pra lida de novo. A produção da horta, que vende na cidade e para os vizinhos é o que mantém sua pequena renda. A proteína animal das refeições obtém da pesca e da caça. “A gente só retira o suficiente para consumo da família”, explica uma das regras de ouro da cultura cabocla.

Seu maior orgulho: a família. Em sua sabedoria singular, Raimundo sabe que está povoando aquele pedaço da floresta com indivíduos igualmente sábios, que vão manter seu legado intacto e a terra preservada. Embora a pandemia tenha afetado a renda da família, não reclama. Sabe que é parte de um processo planetário e emenda dizendo que “ninguém adoeceu ou passou necessidade”.

Embora não tenha estudo formal, “só sei assinar meu nome”, o conhecimento ancestral herdado dos pais é passado aos demais membros de sua pequena comunidade: é preciso proteger a floresta para que todos possam continuar a usufruir dela no futuro.


[i] Puraquequara é um bairro do município brasileiro de Manaus, capital do estado do Amazonas. Localiza-se na Zona Leste da cidade. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sua população era de 5 856 habitantes em 2010. Está distante cerca de 27 km do centro da capital, cujo acesso é feito exclusivamente por via fluvial.