Coisas do verão amazônico: um espetáculo com milhões de anos

As peculiaridades das estações do ano na Amazônia, que são só duas, verão e inverno,  nada de primavera e outono;  de que forma o verão e o inverno afetam o dia a dia de toda a população do Amazonas e, em particular, das pessoas que mantêm vivo e ativo o nosso Instituto Soka durante os 12 meses do ano; as belezas que a natureza revela nos meses “secos” (ou com redução na quantidade de chuvas), belezas com milhões de anos que aparecem menos ou aparecem mais, dependendo de como tenha sido o inverno e da quantidade de água que caia do céu durante os meses pouco ou quase nada chuvosos do verão.

Não é segredo: no Amazonas são só duas estações por ano: verão, de maio/junho até meados de novembro e inverno de novembro/dezembro, quando as chuvas começam a vir com mais força, até que o tempo mude outra vez e volte a chover menos em meados do maio seguinte.

Tempo realmente seco não chega a haver – a umidade é constante.

Temperaturas baixas, ou seja, alguma coisa de 19 a 21 graus, são coisa rara.

A diferença entre uma estação e outra

A diferença entre uma estação e outra é, basicamente, a quantidade de chuvas.

As temperaturas e a umidade relativa do ar não chegam a ter variações tão significativas, mas seja como for, em alguns dias do verão de 2021 supostamente a época mais seca, onde estamos quando este artigo está sendo redigido, choveu muito, a ponto de haver vários pontos de alagamento nas ruas da Capital. Em 2 de agosto, por exemplo, quando normalmente os termômetros estariam lá em cima, nos 38 ou 39 graus eles não passaram dos 28 graus, talvez como simples reflexo da onda de frio que castigou boa parte mais ao sul e até o centro do país, ou uma prova concreta de que as variações climáticas de que tanto se fala estejam se mostrando ao mundo como indesejável realidade.

O portal G1 lembrou em seu espaço digital que apesar de ser um fenômeno da natureza, o verão amazônico também recebe influências da ação do homem. Registrou, ainda, palavras do meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, que explicou que o aumento da temperatura pode ser mais intenso, dependendo de algumas condições. “O homem altera o ambiente substituindo áreas anteriormente cobertas por vegetação com asfalto, concreto e vidro, elementos que intensificam as condições de elevação da temperatura e redução da umidade, criando as conhecidas “ilhas de calor” nos grandes centros urbanos”, disse.

Inverno

O inverno, com suas chuvas fortes e a bem dizer diárias, é a época ideal para o plantio, já que as mudas criadas durante a estação anterior precisam de água para germinar e se desenvolver em toda plenitude.

O que não falta são muitas áreas que devem receber novas árvores, assim como há muita muda preparada na estação anterior.

Tanto quanto em qualquer outra época do ano, há uma trabalheira sem fim para as equipes técnicas do Instituto Soka Amazônia em suas múltiplas atividades adequadas a cada estação.

Uma curiosidade que merece registro à parte: não chega ser surpresa quando se encontram em Manaus árvores de outras regiões do Brasil, em especial da Mata Atlântica, vicejando sobretudo em áreas públicas da Capital. O ipê do sul cresce muito bem no norte brasileiro. Da mesma forma, sabe-se que espécies do norte brasileiro podem ser encontradas nos estados mais ao sul. Até o Ipê Amazônico, uma versão nortista dessa espécie, pode ser encontrada forte e muito viva em cidades do sudeste, centro oeste e até no sul do Brasil.

Verão

O verão é tempo de intensa atividade na manutenção dos viveiros, produção de novas mudas que precisam estar prontas mais adiante. Época de coleta e tratamento de sementes, árvores florindo, uma cena encantadora proporcionada pela mãe natureza. Tempo de desbaste de árvores, poda. Em tempos normais, sem pandemia, é a melhor fase dos programas de visitas de colegiais ao Instituto.

Milhões de anos

Nesse período mais seco, o visual da margem do Rio Negro transfigura-se e deixa à mostra os desenhos e inscrições gravados na rocha escura daquele paredão que se estende por pelo menos 500 metros. Há várias estimativas feitas por diferentes arqueólogos sobre a idade dessas gravuras rupestres, variando de 2 mil a 7 mil anos. Ficam em frente ao Encontro das Águas, no leste de Manaus.

Em reportagem muito interessante, o jornal A Crítica de Manaus publicou recentemente reportagem sobre esse assunto, matéria que pode ser vista na internet aqui

Em certo trecho dessa matéria, há uma frase muito feliz do educador e fotógrafo amador Valter Calheiros: “A beleza das lajes nos presenteia com sua magia e beleza”

Quanto mais baixas forem as águas do rio, maior a quantidade de inscrições que pode ser admirada.

Fotos do Educador e Fotógrafo Amador Valter Calheiros

2021, aliás, está sendo um ano muito propício para contemplar esses desenhos.

Os desenhos milenares

Outra publicação que vale a pena visitar é a que se encontra aqui. Assinala-se ali que entre os desenhos está uma série de rostos humanos gravados nas pedras localizadas à beira do rio. Também é possível identificar figuras geométricas, espirais e desenhos sinuosos em forma de cobra.

Com a subida do rio Negro, os desenhos começam a ser cobertos pela água.

2010: o ano recorde

2010 talvez tenha sido o ano recorde, pois nessa época aconteceu uma seca acima do normal, a ponto de haver peixes morrendo e o paredão mostrou-se praticamente por inteiro, revelando novos desenhos e chegou a atrair a atenção de uma equipe não-brasileira, provavelmente da BBC de Londres e a Lage acabou sendo assunto de uma reportagem internacional.

Material riquíssimo para estudos tanto de história, como de geologia, arqueologia, paleontologia, ecologia e, dentro da ecologia, a fenologia, ou “fenomenologia”, ramo que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade.


Mais atrações

A bem da verdade, deve-se lembrar que nem só por essa atração há tantas visitações ao local: o lugar é excelente para pescarias e há um cuidado muito especial que as equipes do Instituto têm que dispensar para evitar que curiosos entrem na sua área e possam provocar danos às espécies ali existentes. Intervenções muito cordiais e discretas têm sido suficientes para evitar problemas.

Coisas do verão amazônico: um espetáculo com milhões de anos

As peculiaridades das estações do ano na Amazônia, que são só duas, verão e inverno,  nada de primavera e outono;  de que forma o verão e o inverno afetam o dia a dia de toda a população do Amazonas e, em particular, das pessoas que mantêm vivo e ativo o nosso Instituto Soka durante os 12 meses do ano; as belezas que a natureza revela nos meses “secos” (ou com redução na quantidade de chuvas), belezas com milhões de anos que aparecem menos ou aparecem mais, dependendo de como tenha sido o inverno e da quantidade de água que caia do céu durante os meses pouco ou quase nada chuvosos do verão.

Não é segredo: no Amazonas são só duas estações por ano: verão, de maio/junho até meados de novembro e inverno de novembro/dezembro, quando as chuvas começam a vir com mais força, até que o tempo mude outra vez e volte a chover menos em meados do maio seguinte.

Tempo realmente seco não chega a haver – a umidade é constante.

Temperaturas baixas, ou seja, alguma coisa de 19 a 21 graus, são coisa rara.

A diferença entre uma estação e outra

A diferença entre uma estação e outra é, basicamente, a quantidade de chuvas.

As temperaturas e a umidade relativa do ar não chegam a ter variações tão significativas, mas seja como for, em alguns dias do verão de 2021 supostamente a época mais seca, onde estamos quando este artigo está sendo redigido, choveu muito, a ponto de haver vários pontos de alagamento nas ruas da Capital. Em 2 de agosto, por exemplo, quando normalmente os termômetros estariam lá em cima, nos 38 ou 39 graus eles não passaram dos 28 graus, talvez como simples reflexo da onda de frio que castigou boa parte mais ao sul e até o centro do país, ou uma prova concreta de que as variações climáticas de que tanto se fala estejam se mostrando ao mundo como indesejável realidade.

O portal G1 lembrou em seu espaço digital que apesar de ser um fenômeno da natureza, o verão amazônico também recebe influências da ação do homem. Registrou, ainda, palavras do meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Renato Senna, que explicou que o aumento da temperatura pode ser mais intenso, dependendo de algumas condições. “O homem altera o ambiente substituindo áreas anteriormente cobertas por vegetação com asfalto, concreto e vidro, elementos que intensificam as condições de elevação da temperatura e redução da umidade, criando as conhecidas “ilhas de calor” nos grandes centros urbanos”, disse.

Inverno

O inverno, com suas chuvas fortes e a bem dizer diárias, é a época ideal para o plantio, já que as mudas criadas durante a estação anterior precisam de água para germinar e se desenvolver em toda plenitude.

O que não falta são muitas áreas que devem receber novas árvores, assim como há muita muda preparada na estação anterior.

Tanto quanto em qualquer outra época do ano, há uma trabalheira sem fim para as equipes técnicas do Instituto Soka Amazônia em suas múltiplas atividades adequadas a cada estação.

Uma curiosidade que merece registro à parte: não chega ser surpresa quando se encontram em Manaus árvores de outras regiões do Brasil, em especial da Mata Atlântica, vicejando sobretudo em áreas públicas da Capital. O ipê do sul cresce muito bem no norte brasileiro. Da mesma forma, sabe-se que espécies do norte brasileiro podem ser encontradas nos estados mais ao sul. Até o Ipê Amazônico, uma versão nortista dessa espécie, pode ser encontrada forte e muito viva em cidades do sudeste, centro oeste e até no sul do Brasil.

Verão

O verão é tempo de intensa atividade na manutenção dos viveiros, produção de novas mudas que precisam estar prontas mais adiante. Época de coleta e tratamento de sementes, árvores florindo, uma cena encantadora proporcionada pela mãe natureza. Tempo de desbaste de árvores, poda. Em tempos normais, sem pandemia, é a melhor fase dos programas de visitas de colegiais ao Instituto.

Milhões de anos

Nesse período mais seco, o visual da margem do Rio Negro transfigura-se e deixa à mostra os desenhos e inscrições gravados na rocha escura daquele paredão que se estende por pelo menos 500 metros. Há várias estimativas feitas por diferentes arqueólogos sobre a idade dessas gravuras rupestres, variando de 2 mil a 7 mil anos. Ficam em frente ao Encontro das Águas, no leste de Manaus.

Em reportagem muito interessante, o jornal A Crítica de Manaus publicou recentemente reportagem sobre esse assunto, matéria que pode ser vista na internet aqui

Em certo trecho dessa matéria, há uma frase muito feliz do educador e fotógrafo amador Valter Calheiros: “A beleza das lajes nos presenteia com sua magia e beleza”

Quanto mais baixas forem as águas do rio, maior a quantidade de inscrições que pode ser admirada.

Fotos do Educador e Fotógrafo Amador Valter Calheiros

2021, aliás, está sendo um ano muito propício para contemplar esses desenhos.

Os desenhos milenares

Outra publicação que vale a pena visitar é a que se encontra aqui. Assinala-se ali que entre os desenhos está uma série de rostos humanos gravados nas pedras localizadas à beira do rio. Também é possível identificar figuras geométricas, espirais e desenhos sinuosos em forma de cobra.

Com a subida do rio Negro, os desenhos começam a ser cobertos pela água.

2010: o ano recorde

2010 talvez tenha sido o ano recorde, pois nessa época aconteceu uma seca acima do normal, a ponto de haver peixes morrendo e o paredão mostrou-se praticamente por inteiro, revelando novos desenhos e chegou a atrair a atenção de uma equipe não-brasileira, provavelmente da BBC de Londres e a Lage acabou sendo assunto de uma reportagem internacional.

Material riquíssimo para estudos tanto de história, como de geologia, arqueologia, paleontologia, ecologia e, dentro da ecologia, a fenologia, ou “fenomenologia”, ramo que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente, tais como temperatura, luz e umidade.


Mais atrações

A bem da verdade, deve-se lembrar que nem só por essa atração há tantas visitações ao local: o lugar é excelente para pescarias e há um cuidado muito especial que as equipes do Instituto têm que dispensar para evitar que curiosos entrem na sua área e possam provocar danos às espécies ali existentes. Intervenções muito cordiais e discretas têm sido suficientes para evitar problemas.

Um universo conectado sob os nossos pés!

Raízes e Fungos
Raízes e fungos interagem sob a terra como uma grande “internet” vegetal promovendo a comunicação e subsistência da vida no planeta

Quem caminha pela mata tem os olhos voltados para o que a superfície revela. A beleza e a singularidade proporcionada pela atmosfera quase mágica da floresta. Mas debaixo dos seus pés há um universo complexo e interativo composto por raízes e fungos que promovem, entre outras coisas, a subsistência dos seres que sobre ela vivem. Uma das mais complexas redes de que se tem notícia é a da Amazônia, cujo solo é pobre em nutrientes, mas por meio de uma série de interações, dá vida à maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.

O início

Tudo se inicia com a raiz que se prolonga por debaixo do solo lenta e pacientemente. Microorganismos, em especial os fungos, crescem ao redor e dentro dessas raízes fornecendo nutrientes em troca dos carboidratos (açúcares) que a planta produz por meio de reações químicas de trocas com o ambiente que o cerca.

Imagem de ezblum por Pixabay

Trata-se de uma conexão muito mais profunda do que antes se acreditava e a Ciência vem estudando com grande interesse, pois a simbiose entre fungos e raízes, além de fornecer substratos mutuamente, forma uma verdadeira rede de comunicação subterrânea.

Há indícios de que indivíduos mais velhos, chamados de árvores-mães, se utilizem dessa rede, fornecendo, além de açúcares às mudas jovens, sua sombra e proteção contra pragas e outras ameaças e, assim, aumentar suas chances de sobrevivência, perpetuando a floresta.

E as que estão em vias de falecer, generosamente, despejam seus últimos nutrientes nessa imensa rede, intuitivamente, garantindo que não haja “desperdícios”, pois as jovens mudas farão bom uso desse subsídio para se fortalecerem e se desenvolverem. É como se os mais “idosos” desejassem passar seu “conhecimento” e “sabedoria” aos que estão ao redor – mais jovens e saudáveis – para que “aprendam” com sua experiência.

Porém, não se trata de uma rede de benefícios somente. Há espécies de plantas como algumas orquídeas que se especializaram em “roubar” nutrientes de árvores próximas; ou ainda a nogueira-preta que espalham toxinas com o intuito de “sabotar” espécies rivais, podendo causar até a morte destas.

Fungos, agentes mensageiros

Rede micorriza é o nome do aglomerado de fungos que interage sob a terra e permite que sejam trocados nutrientes de uma planta a outra. As “mensagens” carregadas por essa rede além de permitir a troca de substratos, “informa” os demais sobre as ocorrências na região, como a morte de uma planta, o ataque de pragas ou até a iminente mudança climática. Os fungos, agem ainda como uma linha de defesa. Caso as plantas “hospedeiras” sejam atacadas, os fungos liberam sinais químicos para alertar as espécies vizinhas de modo que consigam ampliar suas defesas.

Cerca de 90% das plantas possuem boas relações com os fungos. Uma silenciosa relação harmoniosa e fundamental se desenvolve entre plantas e fungos, um não sobreviveria sem o outro. Nas florestas mais densas é possível observar uma fina teia que espalha no solo cobrindo todo o chão da floresta. Este é o micélio vegetativo que é a parte correspondente à sustentação e absorção de nutrientes.

Imagem de DebWatson por Pixabay

E é essa fina teia de micélio que possibiliza a formação da micorriza que conecta os fungos às raízes das plantas no subsolo. Um dos componentes fundamentais do micélio é a hifa, filamentos de células dos fungos. A cientista e professora de Ecologia Florestal da Universidade da Colúmbia Britânica, Suzanne Simard vem, desde 1997, testando teorias de como as árvores se comunicam entre si. Utilizando carbono radioativo, ela mede o fluxo e o compartilhamento desse elemento químico entre as árvores. Não é exagero dizer que se trata de uma via superrápida para tráfego de dados, que coloca em contato uma grande população de indivíduos diversos e dispersos. A cientista também acredita que as plantas parecem funcionar no sentido oposto ao observado por Darwin, em relação à competição por recursos entre as espécies animais. Segundo ela, muitas espécies de plantas utilizam a rede para trocar nutrientes e se autopreservarem, garantindo a sobrevivência.

Outro especialista, o micologista[i] estadunidense, Paul Stamets, afirma que essa rede de fungos é uma “internet natural” do planeta Terra. Segundo ele é ela que coloca cada planta do mundo conectada, mesmo as que se encontram muito distantes entre si. Um paralelo traçado por ele é o filme Avatar de 2009, cujo cenário mostra como vários organismos obtém comunicação eficaz e compartilhamento de recursos por meio de uma ligação simbiótica produzida por eletroquímica passando pelas intrincadas cadeias de raízes das plantas.

Fontes:

http://www.bioblog.com.br/a-comunicacao-das-plantas-uma-internet-em-baixo-da-terra/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_earth_internet_natural_dg


[i] Micologia (também denominada micetologia) é um ramo da biologia dedicado ao estudo dos fungos, que são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos consideráveis como os cogumelos e também tamanhos microscópicos como as leveduras e bolores.

Um universo conectado sob os nossos pés!

Raízes e Fungos
Raízes e fungos interagem sob a terra como uma grande “internet” vegetal promovendo a comunicação e subsistência da vida no planeta

Quem caminha pela mata tem os olhos voltados para o que a superfície revela. A beleza e a singularidade proporcionada pela atmosfera quase mágica da floresta. Mas debaixo dos seus pés há um universo complexo e interativo composto por raízes e fungos que promovem, entre outras coisas, a subsistência dos seres que sobre ela vivem. Uma das mais complexas redes de que se tem notícia é a da Amazônia, cujo solo é pobre em nutrientes, mas por meio de uma série de interações, dá vida à maior e mais exuberante floresta tropical do planeta.

O início

Tudo se inicia com a raiz que se prolonga por debaixo do solo lenta e pacientemente. Microorganismos, em especial os fungos, crescem ao redor e dentro dessas raízes fornecendo nutrientes em troca dos carboidratos (açúcares) que a planta produz por meio de reações químicas de trocas com o ambiente que o cerca.

Imagem de ezblum por Pixabay

Trata-se de uma conexão muito mais profunda do que antes se acreditava e a Ciência vem estudando com grande interesse, pois a simbiose entre fungos e raízes, além de fornecer substratos mutuamente, forma uma verdadeira rede de comunicação subterrânea.

Há indícios de que indivíduos mais velhos, chamados de árvores-mães, se utilizem dessa rede, fornecendo, além de açúcares às mudas jovens, sua sombra e proteção contra pragas e outras ameaças e, assim, aumentar suas chances de sobrevivência, perpetuando a floresta.

E as que estão em vias de falecer, generosamente, despejam seus últimos nutrientes nessa imensa rede, intuitivamente, garantindo que não haja “desperdícios”, pois as jovens mudas farão bom uso desse subsídio para se fortalecerem e se desenvolverem. É como se os mais “idosos” desejassem passar seu “conhecimento” e “sabedoria” aos que estão ao redor – mais jovens e saudáveis – para que “aprendam” com sua experiência.

Porém, não se trata de uma rede de benefícios somente. Há espécies de plantas como algumas orquídeas que se especializaram em “roubar” nutrientes de árvores próximas; ou ainda a nogueira-preta que espalham toxinas com o intuito de “sabotar” espécies rivais, podendo causar até a morte destas.

Fungos, agentes mensageiros

Rede micorriza é o nome do aglomerado de fungos que interage sob a terra e permite que sejam trocados nutrientes de uma planta a outra. As “mensagens” carregadas por essa rede além de permitir a troca de substratos, “informa” os demais sobre as ocorrências na região, como a morte de uma planta, o ataque de pragas ou até a iminente mudança climática. Os fungos, agem ainda como uma linha de defesa. Caso as plantas “hospedeiras” sejam atacadas, os fungos liberam sinais químicos para alertar as espécies vizinhas de modo que consigam ampliar suas defesas.

Cerca de 90% das plantas possuem boas relações com os fungos. Uma silenciosa relação harmoniosa e fundamental se desenvolve entre plantas e fungos, um não sobreviveria sem o outro. Nas florestas mais densas é possível observar uma fina teia que espalha no solo cobrindo todo o chão da floresta. Este é o micélio vegetativo que é a parte correspondente à sustentação e absorção de nutrientes.

Imagem de DebWatson por Pixabay

E é essa fina teia de micélio que possibiliza a formação da micorriza que conecta os fungos às raízes das plantas no subsolo. Um dos componentes fundamentais do micélio é a hifa, filamentos de células dos fungos. A cientista e professora de Ecologia Florestal da Universidade da Colúmbia Britânica, Suzanne Simard vem, desde 1997, testando teorias de como as árvores se comunicam entre si. Utilizando carbono radioativo, ela mede o fluxo e o compartilhamento desse elemento químico entre as árvores. Não é exagero dizer que se trata de uma via superrápida para tráfego de dados, que coloca em contato uma grande população de indivíduos diversos e dispersos. A cientista também acredita que as plantas parecem funcionar no sentido oposto ao observado por Darwin, em relação à competição por recursos entre as espécies animais. Segundo ela, muitas espécies de plantas utilizam a rede para trocar nutrientes e se autopreservarem, garantindo a sobrevivência.

Outro especialista, o micologista[i] estadunidense, Paul Stamets, afirma que essa rede de fungos é uma “internet natural” do planeta Terra. Segundo ele é ela que coloca cada planta do mundo conectada, mesmo as que se encontram muito distantes entre si. Um paralelo traçado por ele é o filme Avatar de 2009, cujo cenário mostra como vários organismos obtém comunicação eficaz e compartilhamento de recursos por meio de uma ligação simbiótica produzida por eletroquímica passando pelas intrincadas cadeias de raízes das plantas.

Fontes:

http://www.bioblog.com.br/a-comunicacao-das-plantas-uma-internet-em-baixo-da-terra/

https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/11/141128_vert_earth_internet_natural_dg


[i] Micologia (também denominada micetologia) é um ramo da biologia dedicado ao estudo dos fungos, que são organismos heterotróficos de variadas dimensões. Possuem tamanhos consideráveis como os cogumelos e também tamanhos microscópicos como as leveduras e bolores.

Um mundo melhor com a Carta da Terra

Cada coisa que existe é digna de reverência suprema. A natureza não é algo para os seres humanos explorarem como acharem adequado, apenas para seus próprios interesses. Tanto a natureza como a humanidade são parte – e ao mesmo tempo expressões completas – da vida do universo. Destruir o mundo natural é destruir a vida humana.

Daisaku Ikeda, filósofo, poeta, pacifista e fundador do Instituto Soka Amazônia

Foi em 1987 que a Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizou um chamado a toda a humanidade a fim de produzir uma nova Carta, um documento único, que estabelecesse os princípios essenciais para o desenvolvimento sustentável do planeta. Era ainda um mundo dividido pela Guerra Fria, em que as questões ambientais ainda eram pouco consideradas e havia mais dúvidas que certezas.

A Cata da Terra

Foram inúmeros debates e rodas de conversa entre cientistas, estudiosos, personalidades do mundo das artes e da sociedade civil, ao longo de mais de uma década, até que se chegasse a um documento consensual. Milhares de pessoas, centenas de organizações e setores diversos da sociedade de todo o mundo participaram de sua elaboração. O resultado é um tratado dos povos da Terra que estabelece os preceitos para contemplar as esperanças e as aspirações de cada indivíduo.

Tudo para criar uma relação harmoniosa entre o planeta que habitamos e todos que nele vivem. Dentre os pilares, destacam-se:

  1. Respeito e cuidado da Comunidade da Vida
  2.  Integridade ecológica
  3. Justiça social
  4. Democracia, não violência e paz

A íntegra da Carta da Terra pode ser encontrada facilmente em qualquer plataforma de busca da internet, mas disponibilizamos aqui o link oficial.

O Instituto Soka Amazônia produziu uma vídeo-aula para compor o acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra. Estudar o documento em conjunto com as gerações futuras em formação é mais que uma necessidade, um dever já que se trata de um dos textos norteadores de todas as ações propostas e executadas pela instituição desde a sua fundação.

Vídeo-aula do acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra do Instituto Soka Amazônia

A assistente de projetos da Carta da Terra Internacional, Amanda Bennet Riveira, participa dessa vídeo-aula esclarecendo como cada pessoa pode contribuir para tornar possíveis os preceitos em seu dia a dia. “Minha primeira dica é imaginar o mundo que você quer viver, mas não somente o mundo de hoje”, inicia ela. Ela conclama a todos que vivenciem e se inspirem nos preceitos e tornem essas visões em ações, por menores que pareçam ser. E que divulguem ao máximo de pessoas o quanto é importante viver em sintonia com a sua inspirada visão de mundo.

Mapting Em conjunto com a Carta da Terra, a Soka Gakkai Internacional, entidade-mãe que congrega todas as organizações Soka Gakkai do mundo e também outras iniciativas como o Instituto Soka Amazônia, produziram o aplicativo MAPTING de mapeamento que permite aos usuários rastrear e mapear atividades que contribuem para a realização dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.  

Nesse aplicativo é possível descobrir mais sobre os ODS, produzir fotos e vídeos sobre suas ações ou ideias e compartilhá-los num mapa mundial. É possível ainda conhecer outras iniciativas e atividades em andamento em qualquer parte do globo, para que cada ator desse processo se sinta parte de uma grande iniciativa que pode gerar, com aparentemente pequenas, mas que no fundo são grandes ações, um mundo realmente mais harmonioso.

Um mundo melhor com a Carta da Terra

Cada coisa que existe é digna de reverência suprema. A natureza não é algo para os seres humanos explorarem como acharem adequado, apenas para seus próprios interesses. Tanto a natureza como a humanidade são parte – e ao mesmo tempo expressões completas – da vida do universo. Destruir o mundo natural é destruir a vida humana.

Daisaku Ikeda, filósofo, poeta, pacifista e fundador do Instituto Soka Amazônia

Foi em 1987 que a Comissão Mundial das Nações Unidas para o Meio Ambiente realizou um chamado a toda a humanidade a fim de produzir uma nova Carta, um documento único, que estabelecesse os princípios essenciais para o desenvolvimento sustentável do planeta. Era ainda um mundo dividido pela Guerra Fria, em que as questões ambientais ainda eram pouco consideradas e havia mais dúvidas que certezas.

A Cata da Terra

Foram inúmeros debates e rodas de conversa entre cientistas, estudiosos, personalidades do mundo das artes e da sociedade civil, ao longo de mais de uma década, até que se chegasse a um documento consensual. Milhares de pessoas, centenas de organizações e setores diversos da sociedade de todo o mundo participaram de sua elaboração. O resultado é um tratado dos povos da Terra que estabelece os preceitos para contemplar as esperanças e as aspirações de cada indivíduo.

Tudo para criar uma relação harmoniosa entre o planeta que habitamos e todos que nele vivem. Dentre os pilares, destacam-se:

  1. Respeito e cuidado da Comunidade da Vida
  2.  Integridade ecológica
  3. Justiça social
  4. Democracia, não violência e paz

A íntegra da Carta da Terra pode ser encontrada facilmente em qualquer plataforma de busca da internet, mas disponibilizamos aqui o link oficial.

O Instituto Soka Amazônia produziu uma vídeo-aula para compor o acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra. Estudar o documento em conjunto com as gerações futuras em formação é mais que uma necessidade, um dever já que se trata de um dos textos norteadores de todas as ações propostas e executadas pela instituição desde a sua fundação.

Vídeo-aula do acervo do projeto Academia Ambiental sobre a Carta da Terra do Instituto Soka Amazônia

A assistente de projetos da Carta da Terra Internacional, Amanda Bennet Riveira, participa dessa vídeo-aula esclarecendo como cada pessoa pode contribuir para tornar possíveis os preceitos em seu dia a dia. “Minha primeira dica é imaginar o mundo que você quer viver, mas não somente o mundo de hoje”, inicia ela. Ela conclama a todos que vivenciem e se inspirem nos preceitos e tornem essas visões em ações, por menores que pareçam ser. E que divulguem ao máximo de pessoas o quanto é importante viver em sintonia com a sua inspirada visão de mundo.

Mapting Em conjunto com a Carta da Terra, a Soka Gakkai Internacional, entidade-mãe que congrega todas as organizações Soka Gakkai do mundo e também outras iniciativas como o Instituto Soka Amazônia, produziram o aplicativo MAPTING de mapeamento que permite aos usuários rastrear e mapear atividades que contribuem para a realização dos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU.  

Nesse aplicativo é possível descobrir mais sobre os ODS, produzir fotos e vídeos sobre suas ações ou ideias e compartilhá-los num mapa mundial. É possível ainda conhecer outras iniciativas e atividades em andamento em qualquer parte do globo, para que cada ator desse processo se sinta parte de uma grande iniciativa que pode gerar, com aparentemente pequenas, mas que no fundo são grandes ações, um mundo realmente mais harmonioso.

Manacapuru recebe plantio do Memorial Vida

Município com o terceiro maior PIB do Estado promove evento ambiental com participação do Instituto Soka Amazônia

Manacapuru é um município amazonense situado na Região Metropolitana da capital Manaus. No último dia 28, integrando a programação de três dias do evento de Educação Ambiental promovido pelo município, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de 100 árvores dentro do projeto Memorial Vida.

O objetivo do evento é a conscientização da população em geral. Durante o verão amazônico, aumentam consideravelmente os incêndios florestais – em geral, ocorrem por ação humana.

Ao longo de seis quilômetros, a equipe do Instituto plantou uma centena de espécies em conjunto com a população e convidados da municipalidade. O projeto Memorial Vida visa homenagear as vítimas brasileiras da Covid-19 com o plantio de árvores amazônicas. Uma forma de celebrar a vida!

Manacapuru recebe plantio do Memorial Vida

Município com o terceiro maior PIB do Estado promove evento ambiental com participação do Instituto Soka Amazônia

Manacapuru é um município amazonense situado na Região Metropolitana da capital Manaus. No último dia 28, integrando a programação de três dias do evento de Educação Ambiental promovido pelo município, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de 100 árvores dentro do projeto Memorial Vida.

O objetivo do evento é a conscientização da população em geral. Durante o verão amazônico, aumentam consideravelmente os incêndios florestais – em geral, ocorrem por ação humana.

Ao longo de seis quilômetros, a equipe do Instituto plantou uma centena de espécies em conjunto com a população e convidados da municipalidade. O projeto Memorial Vida visa homenagear as vítimas brasileiras da Covid-19 com o plantio de árvores amazônicas. Uma forma de celebrar a vida!

Cedro brasileiro: aroma e qualidade de madeira ímpares!

Presente em muitos ecossistemas do país, a espécie vem sofrendo continuamente com a exploração comercial ao longo dos anos

Cedrela fissilis e Cedrela odorata são espécies de Cedro amplamente distribuídas em muitos pontos do Brasil. Exploradas por sua madeira, muito utilizada tanto pela indústria moveleira quanto para produção de óleos essenciais devido seu aroma único e altamente benéfico para a saúde. No sul e sudeste, a população selvagem praticamente foi extinta, devido a exploração indiscriminada ao longo de anos. Acredita-se que, nos últimos 50 anos, foi dizimado cerca de 30% de sua população.

O cedro-cheiroso, ou Cedrela odorata, é também conhecido pelos nomes populares de acaju, cedro-fêmea, cedro-rosa, cedro-espanhol, cedro-vermelho, cedro-mogno e cedro-brasileiro é uma árvore da família das meliáceas, com uma ampla distribuição natural, ocorrendo do México a Argentina. No Brasil ocorre na Floresta Atlântica, na Amazônia e até mesmo na Caatinga.

Características

Ambas as espécies podem chegar a atingir 30 metros de altura e 1,5m de diâmetro. Têm o caule rugoso e folhas compostas, ou seja, o limbo é formado por várias unidades (vários folíolos[i] de 8 a 14cm de comprimento) e contém, na base do pecíolo comum, gemas de crescimento, estípulas ou bainha. Suas folhas possuem formato de lâmina e 7 pares de folíolos e 11 folíolos opostos. Dimensões: 60 a 100cm de comprimento.

A floração, entre agosto e setembro, é composta de flores com coloração de brancas a amarelo pálido, que ocorre de janeiro a maio e seus frutos são capsulares deiscentes (que se abre para liberar sementes, os indeiscentes são aqueles em que as sementes permanecem no interior do fruto), e medem de 2,0 a 3,5 cm de comprimento. Amadurecem, em geral, de março a setembro, com a árvore quase que totalmente desfolhada, produzindo anualmente uma vasta quantidade de sementes viáveis. Seu sistema de reprodução se dá por meio do sistema sexual monóico e sua polinização é feita principalmente por mariposas e insetos.

Muda de Cedro Fissilis

A cor avermelhada forte de seu cerne é o grande atrativo para a produção de mobiliário. Some-se a isso a excelente qualidade da madeira, o que a faz figurar na triste lista de espécies ameaçadas de extinção. Além de mobiliário, a madeira do cedro é bastante utilizada também na construção naval e aeronáutica.

Devido o aroma forte, agradável e benéfico, é muito apreciada para a produção de óleo essencial utilizado na indústria de perfumaria e produtos terapêuticos.

Árvore que restaura a mata

Também é uma ótima aliada para restauração de florestas, pois se dá muito bem em solo degradado, área aberta e mata ciliar. O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados como já citado, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com finalidade econômica. O único cuidado que se deve ter é não realizar plantios homogêneos, pois esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar essa ameaça o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.

Muda de Cedro no Instituto Soka Amazônia
Benefícios do Óleo Essencial de Cedro

Possui propriedades expectorantes que ajudam no bom funcionamento do aparelho respiratório, combatendo como coadjuvante problemas como bronquite, tosse e acúmulo de catarro. O excesso de mucosidade é controlado pelo efeito “secante” do cedro.

Produz um efeito calmante e pode ser muito útil na meditação. Tem aroma prolongado, capaz de elevar e estimular o cérebro. Ajuda no combate à depressão e alivia a tensão ou o medo. É suave e levemente tranquilizante. Útil em casos de irritabilidade e insônia.

Alivia dores reumáticas e artrite crônica – aumenta a circulação sanguínea produzindo um efeito analgésico.

Suas propriedades adstringentes e antissépticas são muito benéficas à pele oleosa; pode ajudar a combater a acne. Em combinação com o óleo essencial é ótimo para tratamentos faciais em peles maduras e com rugas.

É um ótimo tônico capilar e pode ser eficaz no combate à seborreia do couro cabeludo, à caspa e queda de cabelo. Ajuda no fortalecimento capilar.

Observação: a utilização de todo e qualquer produto com finalidade medicinal deve ter recomendação, orientação e acompanhamento de um profissional de saúde.

Fontes:

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20fissilis

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20odorata https://belezaesaude.com/oleo-essencial-de-cedro/


[i] Folíolo: cada uma das partes laminares de uma folha composta, o mesmo que pina.

Cedro brasileiro: aroma e qualidade de madeira ímpares!

Presente em muitos ecossistemas do país, a espécie vem sofrendo continuamente com a exploração comercial ao longo dos anos

Cedrela fissilis e Cedrela odorata são espécies de Cedro amplamente distribuídas em muitos pontos do Brasil. Exploradas por sua madeira, muito utilizada tanto pela indústria moveleira quanto para produção de óleos essenciais devido seu aroma único e altamente benéfico para a saúde. No sul e sudeste, a população selvagem praticamente foi extinta, devido a exploração indiscriminada ao longo de anos. Acredita-se que, nos últimos 50 anos, foi dizimado cerca de 30% de sua população.

O cedro-cheiroso, ou Cedrela odorata, é também conhecido pelos nomes populares de acaju, cedro-fêmea, cedro-rosa, cedro-espanhol, cedro-vermelho, cedro-mogno e cedro-brasileiro é uma árvore da família das meliáceas, com uma ampla distribuição natural, ocorrendo do México a Argentina. No Brasil ocorre na Floresta Atlântica, na Amazônia e até mesmo na Caatinga.

Características

Ambas as espécies podem chegar a atingir 30 metros de altura e 1,5m de diâmetro. Têm o caule rugoso e folhas compostas, ou seja, o limbo é formado por várias unidades (vários folíolos[i] de 8 a 14cm de comprimento) e contém, na base do pecíolo comum, gemas de crescimento, estípulas ou bainha. Suas folhas possuem formato de lâmina e 7 pares de folíolos e 11 folíolos opostos. Dimensões: 60 a 100cm de comprimento.

A floração, entre agosto e setembro, é composta de flores com coloração de brancas a amarelo pálido, que ocorre de janeiro a maio e seus frutos são capsulares deiscentes (que se abre para liberar sementes, os indeiscentes são aqueles em que as sementes permanecem no interior do fruto), e medem de 2,0 a 3,5 cm de comprimento. Amadurecem, em geral, de março a setembro, com a árvore quase que totalmente desfolhada, produzindo anualmente uma vasta quantidade de sementes viáveis. Seu sistema de reprodução se dá por meio do sistema sexual monóico e sua polinização é feita principalmente por mariposas e insetos.

Muda de Cedro Fissilis

A cor avermelhada forte de seu cerne é o grande atrativo para a produção de mobiliário. Some-se a isso a excelente qualidade da madeira, o que a faz figurar na triste lista de espécies ameaçadas de extinção. Além de mobiliário, a madeira do cedro é bastante utilizada também na construção naval e aeronáutica.

Devido o aroma forte, agradável e benéfico, é muito apreciada para a produção de óleo essencial utilizado na indústria de perfumaria e produtos terapêuticos.

Árvore que restaura a mata

Também é uma ótima aliada para restauração de florestas, pois se dá muito bem em solo degradado, área aberta e mata ciliar. O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados como já citado, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com finalidade econômica. O único cuidado que se deve ter é não realizar plantios homogêneos, pois esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar essa ameaça o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.

Muda de Cedro no Instituto Soka Amazônia
Benefícios do Óleo Essencial de Cedro

Possui propriedades expectorantes que ajudam no bom funcionamento do aparelho respiratório, combatendo como coadjuvante problemas como bronquite, tosse e acúmulo de catarro. O excesso de mucosidade é controlado pelo efeito “secante” do cedro.

Produz um efeito calmante e pode ser muito útil na meditação. Tem aroma prolongado, capaz de elevar e estimular o cérebro. Ajuda no combate à depressão e alivia a tensão ou o medo. É suave e levemente tranquilizante. Útil em casos de irritabilidade e insônia.

Alivia dores reumáticas e artrite crônica – aumenta a circulação sanguínea produzindo um efeito analgésico.

Suas propriedades adstringentes e antissépticas são muito benéficas à pele oleosa; pode ajudar a combater a acne. Em combinação com o óleo essencial é ótimo para tratamentos faciais em peles maduras e com rugas.

É um ótimo tônico capilar e pode ser eficaz no combate à seborreia do couro cabeludo, à caspa e queda de cabelo. Ajuda no fortalecimento capilar.

Observação: a utilização de todo e qualquer produto com finalidade medicinal deve ter recomendação, orientação e acompanhamento de um profissional de saúde.

Fontes:

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20fissilis

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20odorata https://belezaesaude.com/oleo-essencial-de-cedro/


[i] Folíolo: cada uma das partes laminares de uma folha composta, o mesmo que pina.