Uma organização global pela harmonia e simbiose social

Soka Gakkai Global
Há 46 anos nascia a Soka Gakkai Internacional para a promoção dos alicerces de um equilíbrio planetário

‘‘A Amazônia é o tesouro maior do mundo, é onde resplandece a luz da vida, onde ecoa a contínua canção da vida. Quando a Amazônia adoece, o planeta agoniza; quando a Amazônia chora, a Terra se desespera; e quando a Amazônia projetar suas asas livremente, a humanidade poderá voar altivamente.’’
Daisaku Ikeda

Consta nos objetivos da Soka Gakkai Internacional – SGI – desde a sua fundação: Promover, com base no ideal budista da simbiose, a proteção da natureza e do meio ambiente. Tem a ver com um dos mais importantes princípios da filosofia humanística do budismo de Nichiren Daishonin: a relação entre as ações humanas e o meio ambiente em que está inserido (em japonês = esho funi). Há 46 anos, a SGI é a materialização dessa relação, à medida que desde a sua fundação, é uma entidade global que promove a harmonização do ser humano com seu entorno. E o Instituto Soka Amazônia é um dos braços ativos da SGI que atua incansavelmente para edificar esse sonho de solidariedade e convivência humana com a natureza e os demais seres viventes do planeta, com ações práticas e permanentes para preservar a biodiversidade da Amazônia.

Cada ser vivo e seu ambiente são independentes, porém e ao mesmo tempo, interdependentes. Embora paradoxal, cada qual atua como um elo de uma corrente harmônica que subsistem em prol de um ciclo de coexistência.

Há quem olhe para os noticiários apocalípticos e só veja o lado sombrio da civilização humana. Esquecem-se do que a mídia não mostra, que está acontecendo neste exato momento em que leem este texto: bilhões de anônimos fora das notícias, que desafiam todos os dias suas limitações e vencem, dia após dia. E, dentre estes bilhões, 12 milhões são membros da SGI que fazem uso do esho funi para promover o bem, promovendo com base na filosofia budista a proteção do meio em que habitam, reverberando essa força e energia em todo o seu entorno.

Pois a SGI nasceu para congregar entidades locais – filiadas em países e territórios – organizando, orientando e protegendo. Sob a ótica do esho funi ninguém pode existir separadamente. A partir de sua fundação o planeta passou a contar com uma instituição mundial que atua efetivamente para compor um ambiente global a partir da transformação individual de cada um dos seus integrantes. E a arma mais poderosa dessa batalha diária pé a esperança!

É com esse sentimento que o Instituto Soka Amazônia vem empreendendo todas as suas ações em favor da convivência harmoniosa do Homem com a Natureza. Cada projeto visa preservar a maior floresta tropical do planeta, cuja importância para o futuro do planeta é reconhecida internacionalmente por toda a comunidade científica mundial.

Consta em um escrito budista: “Sem a vida, o meio ambiente não pode existir”. O dr. Daisaku Ikeda, fundador do Instituto Soka Amazônia e da SGI, proclamou: “Da guerra à paz! Do ódio à amizade! Do conflito à harmonia!”. Havia, nessas poderosas palavras, um claro clamor à uma coalisão de forças afins, dispostas a empregar seus esforços em prol de um planeta em que haja coexistência harmônica, solidária e fraterna entre todos os seres vivos. Pois a vida e seu ambiente são dois aspectos integrantes de uma mesma entidade. O ambiente, que abarca todo fenômeno universal, não pode existir exceto numa dinâmica relação com a atividade internamente gerada pela própria vida.

Parabéns SGI pelos seus 46 anos de existência!

Por uma economia que priorize o desenvolvimento humano

A doutoranda em Economia Tamy Kobashikawa fala sobre sua vida e sua atuação como acadêmica na Universidade Soka, no Japão

Aos 12 anos Tamy decidiu que iria estudar na Universidade Soka, localizada em Hachioji, em Tóquio, Japão. Órfã de pai, criada pela zelosa mãe que a supriu de amor e de cuidados, somente aos 24 anos conseguiu fazer materializar-se sua determinação de criança. Prestes a concluir o doutorado pela instituição de ensino que a acolheu, incialmente para o mestrado e agora para o doutorado, Tamy quer se dedicar à tarefa de retribuir ao seu país e aos companheiros brasileiros por toda a boa sorte de que foi alvo, dedicando-se a projetos de desenvolvimento econômico que priorizem, antes de tudo, o ser humano.

Ela graduou-se em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e em 2015 determinou que ingressaria no programa de mestrado da Universidade Soka. “Eu não tinha a menor ideia se conseguiria a bolsa de estudos. E muito menos de onde viria o dinheiro caso não conseguisse. Mas sabia que estaria lá”, conta. Em meio à correria de providenciar documentos para candidatar-se, foi surpreendida com uma inusitada mas providencial surpresa.

O pai de Tamy falecera em um acidente de carro em que ela própria estava envolvida, quando contava com poucos meses de vida. Em decorrência dessa tragédia, sua mãe foi seu sustentáculo, suprindo também o papel de pai de forma admirável. “Meus pais se conheceram dentro da BSGI, ambos foram atuantes do núcleo jovem. Se apaixonaram e casaram. E tiveram duas filhas”, explica. A irmã faleceu muito criança. “Como eu cresci sem pai não tinha a dimensão dessa presença. Foi somente quando estava me preparando para ingressar na Universidade Soka é que me dei conta de que a boa sorte que meu pai acumulara na juventude, atuando na BSGI iria surgir no momento crucial”, ressalta.

O pai havia comprado um terreno em Santana do Parnaíba ainda na juventude. Ficara intocado e esquecido. Uma pessoa passou por ele e se interessou, mesmo sem nem menos haver uma placa de vende-se. Buscou com afinco e chegou à mãe de Tamy. A oferta em dinheiro e à vista era a exata quantia necessária para custear o mestrado. “Foi a comprovação materializada do empenho de meu pai em vida!”, exclama.

O mestrado em Economia teve como objeto de estudo a cooperação agrícola entre três países: Moçambique, Brasil e Japão. Tamy esteve por algumas semanas em Moçambique para seu trabalho de campo que resultou em uma poderosa dissertação.

Para o doutorado decidiu voltar seu olhar sensível ao seu país e entender como a educação ambiental pode contribuir efetivamente para um desenvolvimento econômico sustentável. Para tanto, esteve em 2019 no Instituto Soka Amazônia para o trabalho de campo. “Compreender os projetos e a forma como eles impactam na comunidade foi fundamental para a minha tese”, enfatiza. Em fase de escrita da tese de doutorado, Tamy irá dedicar o ano de 2021 para esse fim.

Em 2019, Tamy integrou o grupo de quatro estudantes da Universidade Soka para participar de um curso ministrado por laureados com o Prêmio Nobel da Paz, no México. Há cerca de 17 anos é oferecido esse treinamento para estudantes de algumas universidades do mundo. Em 2019, 30 laureados estiveram presentes. “Foram 5 dias de puro encantamento e aprendizado riquíssimo e inesquecível”, rejubila-se. Segundo ela, dos quatro integrantes da Universidade Soka do Japão, dois eram brasileiros. “Sinto que com tudo isso que me aconteceu, tenho conseguido honrar meu pai que mal conheci. E o mestre e fundador tanto do Instituto Soka Amazônia como da Universidade Soka, dr. Daisaku Ikeda”.

Ikeda delegou aos estudantes estrangeiros das duas Universidades Soka (Japão e EUA): “vocês são os embaixadores dos ideais Soka de paz, cultura e educação em seus respectivos países. Tornem-se verdadeiros valores fundamentais na sociedade em cada ramo de atuação”. Sem dúvida alguma, a jovem doutoranda Tamy Yukie Kobashikawa já é um grande valor que concretizará relevantes projetos para um real desenvolvimento que se volte para o ser humano.

Décadas de vida dedicadas à Amazônia

Equipe Instituto Soka Amazônia

Jomber Chota Inuma é talvez uma das pessoas no mundo que mais compreendem a floresta e sua biodiversidade.

Cidade Tamshiyacu

Ele nasceu na vila Tamshiyacu, povoado que tem hoje uma população de cerca de 8 mil habitantes e se dedica à pesca e à pequena agricultura familiar. Situa-se às margem direita do rio Amazonas, 30 km acima da cidade de Iquitos, na região Loreto-Peru. O turista que vai à Tamshiyacu busca conhecer a beleza e o encanto da floresta, ainda pouco explorada pelo agronegócio. Foi nesse lugar paradisíaco e quase intocado que surgiu o hoje pesquisador residente do Instituto Soka Amazônia, Jomber Chota Inuma.

Indigena da Amazônia peruana

Como um descendente dos povos tradicionais da floresta, indígena da Amazônia peruana, filho de pais humildes que lidavam com extrativismo, caça de subsistência e agricultura, chegou a se doutorar no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia? Ele próprio se faz essa pergunta e sua resposta não deixa dúvida de que suas raízes ancestrais de amor à floresta são o principal componente dessa equação inimaginavelmente possível.

Jomber nasceu em lar humilde e pobre, mas não pobre de herança genética, algo que ciência alguma é capaz de explicar, embora seja ele próprio um cientista. Aluno aplicado e brilhante, sua postura não passou despercebida pelos professores que enxergaram um promissor talento e, assim que terminou a graduação, foi convidado a lecionar. Foram 11 anos na docência superior, na mesma instituição em que se graduou: a Universidade Nacional de la Amazonía Peruana-UNAP, Iquitos.

A engenharia florestal era pouco

A engenharia florestal ainda era pouco para esse homem com sede de saber.

Ao longo dos anos vividos na docência, estabeleceu muitos contatos importantes, dentre os quais pesquisadores da Universidade de Colúmbia de Nova York e do Jardím Botânico de Nova Iorque (EUA). Daí o convite: fazer parte da equipe de implantação da primeira Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Brasil, reserva Mamirauá, em Tefé, situada a 523 km de Manaus. Foi assim que Jomber, em 2 de janeiro de 1994, desembarcou em solo brasileiro. Acostumado à mata, destacou-se e sua paixão pela floresta aprofundou-se. Aí veio o desejo de mergulhar ainda mais no universo acadêmico e optou pelo mestrado.

Uma fala foi decisiva em sua decisão.

Em 1995 uma pesquisadora do INPA chegou à reserva e lhe disse: “você tem que fazer mestrado, ou não passará de um mero coletor de dados”. Assim, munido da paixão e da decisão de ir além, tornou-se mestre em Ciências de Florestas Tropicais, na sétima turma desse curso que formou pelo menos 11 grandes mestres. Entre estes estava um jovem japonês recém graduado em Economia pela Universidade Soka do Japão, Akira Tanaka.

Chegada ao Instituto Soka

Outro apaixonado pela floresta, Tanaka veio ao Brasil especificamente para contribuir com o Instituto Soka Amazônia. Assim que conheceu Jomber, ambos se tornaram grandes amigos. Foi Akira quem levou o colega de mestrado ao Instituto, onde permaneceu até agora. Tornou-se um voluntário, conheceu a filosofia humanística do budismo Nichiren que norteia todas as ações da instituição e igualmente encantou-se. Tornou-se budista também. E, pouco tempo depois, se tornou o pesquisador residente do Instituto Soka.

O doutorado também pelo INPA se deu em 2005. “Queria e quero mostrar a Amazônia para os amazonenses e ao mundo. A verdadeira Amazônia, suas espécies, sua gente, sua fauna”, conta. A RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Dr. Daisaku Ikeda é um dos muitos legados que ajudou a edificar. Quem caminha pela densa mata da reserva não imagina que há 30 anos toda aquela área não passava de uma área devastada. Jomber conhece cada árvore ali plantada, suas características e seus benefícios. Dezenas de milhares de árvores vicejam altivas e esplendorosas graças aos esforços desse filho da floresta, caçula de 7 filhos, 2ª geração de indígenas da etnia Jeberos que fala o idioma Shiwilo, natural da pequena Tamshiyacu, pai de 7 filhos, dois dos quais são também engenheiros florestais.

Aposentado, sim. Inativo, não

Este texto tem como propósito: prestar uma justa homenagem a esse grandioso ser HUMANO que se aposenta em 2021, mas vai continuar em Manaus, ajudando o Instituto Soka, dando consultorias tanto no Brasil como em outros países a empresas e instituições e, principalmente, vai continuar a zelar pela floresta que o concebeu e a quem dedicou toda a sua vida!

Equipe Insituto Soka Amazônia e Jomber
Equipe Instituto Soka Amazônia com Jomber

Mundo acadêmico em luto: morre Antonio Venâncio, reitor do IFAM

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

O Instituto Soka Amazônia presta sua homenagem a um grande educador e parceiro

Reitores: Yoshihisa Baba, da Universidade Soka do Japão e Antônio Venâncio Castelo Branco, em encontro ocorrido em agosto de 2019

Dedicar-se à Educação é um ato de amor à humanidade. Por meio dela é possível transformar comunidades inteiras, munindo-as de conhecimento por meio da qual se acende a chama da paixão pela descoberta, iluminando um horizonte muito mais amplo e promissor. Esse foi o grande legado do educador e parceiro do Instituto Soka Amazônia Antônio Venâncio Castelo Branco, magnífico reitor do IFAM (Instituto Federal do Amazonas). Na noite do dia 11 de janeiro último, vítima de complicações decorrentes da covid-19, faleceu o professor Venâncio. O mundo acadêmico em luto promoveu um cortejo fúnebre em sua honra na tarde do dia 12.

Carreira brilhante

Graduou-se em Engenharia Civil, mas sua maior obra foi mesmo à frente dos bancos escolares, ora lecionando, ora comandando com muita competência instituições de ensino. Atuou na Escola Técnica Federal do Amazonas, no Centro Federal de Educação Tecnológica do Amazonas (CEFET-AM) e no Instituto Federal do Amazonas. Foi Gerente Educacional na Escola Técnica Federal do Amazonas (Etfam), Diretor de ensino, Vice-Diretor Geral do CEFET-AM. Na alta gestão, exerceu o posto de Pró-Reitor de Ensino e de Desenvolvimento Institucional, tendo sido eleito Reitor do IFAM em 2015 e reeleito em 2018.

Sua grande conquista e marco de sua trajetória acadêmica: a interiorização da educação profissionalizante do Estado do Amazonas à frente do IFAM que hoje possui 3 campi em Manaus e mais 14 espalhados pelo interior, com mais de 20 mil alunos e cerca de 2,5 mil docentes.

O site do IFAM publicou nota de pesar descrevendo-o como “um ser humano íntegro, que honrou a comunidade acadêmica com seu trabalho incansável, dedicado e humano com todos nós. Deixa um grande legado para a educação do Estado do Amazonas”.

Parcerias acadêmicas

Em agosto de 2019, aconteceu a visita de uma comitiva da Universidade Soka do Japão a Manaus e o reitor Venâncio, em nome do IFAM, assinou o protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições. Na ocasião, o reitor da universidade japonesa, Yoshihisa Baba parabenizou o sincero comprometimento e a dedicação dos professores e jovens com a Amazônia e disse esperar que a parceria “construa uma nova página da amizade entre os dois países e que seja uma contribuição efetiva para a felicidade da humanidade e o desenvolvimento da educação”. O reitor do IFAM, emocionou-se manifestando apreço e respeito em relação ao trabalho desenvolvido pelo fundador do Instituto Soka, dr. Ikeda, em prol da paz mundial e “principalmente pelo desenvolvimento de cada pessoa”.

Assinatura do protocolo de intenções para o desenvolvimento de projetos de ensino, pesquisa e extensão entre as duas instituições
Foto comemorativa do encontro com integrantes da BSGI-AM que celebrou a visita da comitiva da Universidade Soka ao Brasil, em especial, à Amazônia

E o seu entusiasmo pela causa ambiental se refletiu na postura de apoio aos projetos de preservação, como os promovidos pelo Instituto Soka Amazônia. Em dezembro de 2019, IFAM e Instituto Soka firmaram uma carta proposta de intercâmbio com validade de 60 meses e que inclui diversas ações.

Instituto Soka Amazônia em 2021

Metas para 2021

Metas, planos e projetos. O novo ano traz desafios e grandes oportunidades

Aos que se incomodam com as grandes incertezas que o novo ano traz, em especial, devido à pandemia que ora se encontra em um novo estágio de contaminação, o Instituto Soka Amazônia olha para as mais de 4 mil árvores plantadas em apenas dois meses – desde o lançamento do projeto Memorial Vida – e sorri com esperança diante dos desafios que 2021 traz consigo.

Aprendizado na pandemia

Desde 2014 em Manaus, Akira Sato, diretor presidente do Instituto Soka Amazônia enfatiza que “aprendemos muito em meio à pandemia, por isso elevamos ainda mais nossas expectativas para 2021. Ao mesmo tempo, continuaremos a atuar firmemente em educação ambiental, apoiando ainda mais as pesquisas e fortalecendo os instrumentos necessários para a consolidação do banco sementes”. Ele ressalta que estão previstos, ainda, intercâmbios internacionais e, em conjunto com os parceiros, ampliação das ações na Amazônia.

Os imprevistos de 2020

Diante das incertezas de um ano tão atípico, foi preciso suspender as atividades previstas e houve necessidade de rever e realocar os recursos tanto humanos como técnicos. “Foi muito difícil, pois o Instituto Soka tem seu reconhecimento justamente pela entrega das ações com as quais se compromete”, explicou Akira. Porém com espírito de união e determinação a equipe avançou e se concentrou no que era possível realizar e os resultados foram surgindo. Há uma breve retrospectiva do Instituto Soka disponível em: https://www.instagram.com/p/CJbZquwABYN/ ).

Logo no início da pandemia foram suspensas todas as atividades de visitação à Reserva e ao Instituto; plantios foram também suspensos; toda a equipe foi alocada para trabalhos em home office com o pessoal de campo se deslocando à sede somente para a manutenção dos viveiros e demais espécies da Reserva, mas tomando todos os cuidados necessários para evitar o contato entre eles. A capital do estado do Amazonas tem sido uma das cidades mais duramente atingidas pela pandemia do covid-19 e – felizmente! – nenhum dos membros da equipe de Instituto teve qualquer manifestação da doença.

Medidas de flexibilização

A partir daí o foco foi em projetos, ações de coleta de sementes e planejamento para o plantio. Assim que as medidas de flexibilização puderam ser adotadas elas se mostraram eficazes e tornaram possíveis as conquistas de 2020.

“Tudo isso surtiu um efeito muito positivo até mesmo no ânimo das equipes. Trabalhando em condições muitas vezes precárias e até à distância, conseguimos excelentes resultados.”, afirma Akira Sato

Conheça um pouco do que foi realizado em 2020 pelo Instituto Soka Amazônia

Faça o download do anuário do Instituto Soka Amazônia pelo botão acima “baixar”.

Década para a Recuperação dos Ecossistemas

Wallpapers (protetores de tela) em comemoração ao tema.

A ONU declara que 2021-2030 será a Década para a Recuperação dos Ecossistemas”.  Neste sentido, na Proposta de Paz 2020, o Dr. Daisaku Ikeda, nosso fundador, discute temas atuais com foco nas mudanças climáticas e seus impactos no ambiente, na sociedade e na economia global. 

Selecionamos algumas frases extraídas da Proposta da Paz 2020 e imagens que refletem o Instituto Soka Amazônia para produção dos protetores de tela (wallpapers) para que nossos parceiros e amigos possam estar mais perto de nós e juntos possamos dar partida para esta nova Década na busca de soluções para restaurar os ecossistemas degradados.

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Puro coração manauara

Carla Harumi Ikuno Osawa tem sua jovem vida fortemente ligada ao Instituto Soka Amazônia

A futura bacharel em Administração de Empresas nasceu e cresceu na cidade de Manaus e é uma apaixonada pelo meio que a cerca. E o Instituto Soka Amazônia, seu atual local de trabalho, foi desde muito cedo uma extensão de sua casa, pois seu pai, o engenheiro agrônomo, Charlles Likiyasu Osawa da Silva, foi o primeiro gerente da instituição.

Entender melhor a natureza

Segunda filha de uma prole de 5, Carla desde cedo se interessou pela área científica. “Quando estava na escola sempre gostei de estudar matérias como ciências, biologia e matemática. Biologia atraía muita minha atenção, por poder conhecer plantas e animais, sempre gostei desse contato com a natureza e queria entender ela melhor”, conta. Foi por meio da Ciência que ela pôde realizar experimentos na escola, se encantando ao ver como os fenômenos se interrelacionam, comprovando o que via nos livros, em teoria.

Já os números foram a verdadeira paixão. “Sempre tive gosto pela matemática, eu tinha facilidade de aprender cálculos então me empolgava conseguindo realizá-los”, ressalta Carla.

Administração de empresas e sua abrangência

Ao final do Ensino Médio escolheu a ampla área da Administração “pois, abrange várias matérias e eu sempre quis conhecer um pouco de cada”. Característica que sempre a acompanhou, o empreendedorismo. Já na adolescência, o desejo por independência levou-a abrir uma lojinha de roupas e depois de acessórios. Hoje, cursando o 7º semestre, vê na carreira uma oportunidade para alçar novos voos.

Onde entra o Instituto Soka

Desde julho de 2019 é estagiária administrativa no Instituto Soka. Encarrega-se do dia a dia do escritório, realiza as entradas e saídas da parte contábil, cuida da parte dos contribuintes com quem mantém contato estreito por meio eletrônico, desde o envio de respostas às dúvidas do público até a geração de boletos, relatórios, certificados, pagamentos. Por assim dizer, é a pessoa que mantém a instituição funcionando. Uma importante função para alguém com tão pouca idade.

De um local degradado à realidade atual

“Meu pai foi o primeiro gerente do Cepeam [primeiro nome do Instituto Soka Amazônia] e saiu em 2011”, explica.

Charlles Osawa esteve presente desde a compra do terreno do atualmente Instituto Soka, na época um local completamente degradado. Foi ele quem coordenou a inauguração oficial em 1994, e também a construção do laboratório. Carla, embora muito criança na época, vivenciou cada etapa e estar participando hoje de forma efetiva para o desenvolvimento como um todo é motivo de grande orgulho. “Minha família tem uma ligação muito forte com o Instituto por ter acompanhado toda essa trajetória, meu primeiro encontro com a instituição foi com 20 dias de nascida”, emociona-se. Houve um evento de participação livre e sua mãe levou-a. Daí para frente foram muitos finais de semana na época da construção, às vezes seu pai a levava junto. “Eu amava e não queria ir embora, meu sonho era morar ali, ficar o mais próximo possível e hoje consegui realizar esse sonho. Não moro no Instituto, mas antes da pandemia, podia ir todos os dias e, sempre que estou lá, sinto a mesma energia positiva que sentia quando era criança”, finaliza.

A aventura brasileira de um peruano de muito valor

Juan Pablo é filho da floresta, da Amazônia peruana e, como ninguém, sabe o que representa essa densa mata na vida de cada habitante do planeta Terra

Já faz uma década que Pablo chegou ao Brasil.

O jovem coletor e cuidador da Reserva do Instituto Soka Amazônia tinha tenros 21 anos quando aqui chegou vindo do Peru, do pequeno distrito de Tapiche Iberia, localizado no departamento de Loreto, na província de Requena.

Juan Pablo Tercero Caiña Arce, como muitos imigrantes latino-americanos, veio ao Brasil em busca de uma vida melhor.

Venda de madeira para chegar ao Brasil

O convite do cunhado Erick Oblitas (esposo de sua irmã), também peruano, para trabalhar como coletor de terra preta foi aceito prontamente, mas havia um grande empecilho a vencer: recursos financeiros para a viagem. “Eu trabalhava com meu pai em uma serraria e ele me cedeu um grande lote de madeira para que eu vendesse e conseguisse o dinheiro para comprar a passagem”, conta Pablo.

Logo que chegou ao Brasil, em 2011, foi recebido por seus familiares que moravam em Manaus. Desde a década de 1980 tanto a capital como algumas outras cidades da Amazônia passaram a ser ponto de referência para os peruanos, que viam na emigração uma oportunidade para reconstrução de suas vidas.

A Amazônia peruana é muito similar à brasileira: compreende 37% do território do Peru e a economia se baseia na agricultura de pequena escala e na extração florestal e de hidrocarbonetos[i]. Essa região concentra cerca de 77% da população menos favorecida do Peru. Foi nesse contexto que o jovem Pablo decidiu emigrar e iniciar suas atividades laborais como coletor de sementes no INPA. Por ser oriundo do mesmo ecossistema, conhecia muito bem as espécies e foi bem tranquila a sua adaptação ao serviço.

A chegada ao Instituto Soka Amazônia

Pouco menos de um mês de iniciado trabalho, recebeu um novo convite. Desta vez veio do prof. dr. Jomber Chota, também oriundo do Peru e pesquisador residente do Instituto Soka há vários anos. O contato adveio por meio da comunidade peruana que o acolheu logo que chegou a Manaus. Jomber já era grande amigo dos tios de Pablo, que haviam emigrado muito tempo antes.

A proposta do pesquisador foi prontamente aceita e o garoto Pablo decidiu se aventurar uma vez mais. A amizade e o carinho do professor foram mais do que suficientes para sua decisão que, ao longo de uma década, se mostrou assertiva.

Além de coletar sementes tanto na Reserva do Instituto, prepara os plantios e cuida com grande dedicação das mudas. É figura primordial para a continuidade dos projetos do Instituto.

O sorriso fácil e o olhar aguçado – embora um tanto tímido – do rapaz ao longo de toda a entrevista demonstraram toda a sua força e tenacidade, componentes estes que fizeram com que conquistasse sua companheira, a brasileira Érica, que conheceu no Instituto, com quem têm uma filha de 4 anos, Yanka. A aparente simplicidade é, na realidade o grande valor de sua qualificada mão de obra, que se comprova pela longevidade de sua permanência no Instituto. Seu maior sonho é aprimorar suas habilidades, retornando à faculdade de Biologia em breve e continuar sua trajetória no Instituto.

Herança genética

O teórico cultural e sociólogo britânico-jamaicano, Stuart Hall, em seu livro Identidade Cultural e Diáspora, defende que os locais das culturas são transitórios. Isso significa que quando um sujeito migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos. Pablo, nesta década de Brasil, reconstruiu seus novos espaços simbólicos, a partir de sua dedicação ao trabalho e no valor deste. “Eu tenho os valores herdados de meu pai que carrego comigo desde criança”, explica. Segundo ele, tais valores são parte de sua herança genética e sente-se feliz por saber que seu trabalho é fundamental para a preservação da Amazônia. Um legado que deixará, não só aos seus, mas à toda a humanidade.

Quando um migrante cruza fronteiras culturais e geográficas distintas, este passa não somente por uma mudança de localização, mas vivencia a construção de novos espaços simbólicos


[i] Hidrocarbonetos são compostos orgânicos cuja estrutura molecular é formada a partir da união entre átomos de hidrogênio e carbono. A fórmula básica para hidrocarbonetos é a seguinte: C x H y . Esses compostos orgânicos podem ser encontrados em diferentes estados da matéria: líquido, gasoso (gás natural ou por condensação) e eventualmente sólido.

Mogno brasileiro: uma preciosidade à beira da extinção

Mogno Brasileiro

É a espécie madeireira mais valiosa do país e, seguindo os passos do pau-brasil, a mais ameaçada pelo seu alto valor comercial

No dia 18 de novembro, data em que se celebra o aniversário de fundação da Soka Gakkai – organização que deu origem à SGI – o Instituto Soka Amazônia homenageou o dia com o plantio de uma árvore de mogno brasileiro, simbolizando com isso seu total engajamento com o ideal da entidade: paz, cultura e educação.

Elevando-se a cerca de 70 metros de altura e com 3,5 metros de diâmetro, o mogno-brasileiro (Swietenia macrophylla) é uma das árvores nativas da Amazônia mais ameaçadas de extinção devido ao seu alto valor comercial. O metro cúbico da madeira pode custar perto de R$ 5 mil no exterior e um quilo de sementes varia de R$ 2,5 mil a R$ 3 mil no Brasil.

Segundo manual de cultivo e manejo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – plantando apenas 625 árvores em um hectare é possível obter (com o plantio e manejo corretos), em apenas 10 anos, um lucro de R$ 5 milhões, uma verdadeira aposentadoria verde.

A árvore é mais comum no sul do Pará, mas também pode ser encontrada no Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. Outros países como México e Peru também registram a ocorrência da espécie. O mogno é encontrado em floresta clímax, de terra firme, argilosa. De crescimento rápido, pode atingir quatro metros em 2 anos de idade, com o tronco chegando a 50~80 cm de diâmetro.

A época da florescência ocorre nos meses de novembro a janeiro e seus frutos amadurecem de setembro a meados de novembro. Serve ainda como ornamentação de parques, praças e jardins, mas possui uma grande importância na recuperação de áreas degradadas devido ao crescimento rápido. De boa tolerância à luz, apresenta um bom desenvolvimento em áreas de clareiras.

A cor atrativa, sua grande durabilidade, estabilidade dimensional e fácil manuseio fazem dela uma das madeiras mais apreciadas da indústria moveleira, artigos de decoração como painéis, adornos, laminados e até embarcações leves. É muito utilizada também na construção civil e na confecção de instrumentos musicais, principalmente em guitarras e violões, pelo timbre característico e ressonância sonora, que tende ao médio-grave. Depois de polida, a madeira apresenta um aspecto castanho-avermelhado brilhante, que chama atenção pela beleza.

Além da extração ilegal, outro fator de ameaça é a lagarta Hypsypyla grandella, conhecida como broca-do-mogno. Ela ataca a árvore, impedindo seu desenvolvimento, especialmente em áreas de reflorestamento, onde a densidade é muito maior que na floresta. É recomendado o plantio de outras espécies ao redor dela para amenizar os efeitos negativos dessa lagarta.

Quase extinto

A principal ameaça à sua sobrevivência, entretanto é, de longe, a extração ilegal, fator que promove enorme devastação. A espécie já desapareceu de grandes áreas da floresta e resiste apenas em regiões de difícil acesso e em áreas protegidas. Porém, mesmo nessas, os madeireiros não se intimidam e abrem estradas na mata em busca das valiosas árvores de mogno e promovem derrubada ilegal e o arraste da madeira, que acaba levando à destruição de até 30 árvores próximas, o que agrava ainda mais o desmatamento.

A exploração, o transporte e a comercialização do mogno brasileiro estão suspensos no Brasil desde outubro de 2001, por meio de Instrução Normativa, editada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

E é por todas essas razões que o Instituto Soka Amazônia homenageia a entidade de origem de todas as afiliadas da SGI – Soka Gakkai Internacional com o plantio dessa preciosidade da flora amazonense: sua majestade, o mogno brasileiro.

Fontes:

https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/julho_mogno/

https://www.sementescaicara.com/ImagensDiversas/file/mognomaisinfo.pdf

https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1007849/1/Doc114A5.pdf

Parceria com Igreja Católica: Saudável manifestação da harmoniosa coexistência religiosa

O primeiro plantio simbólico aconteceu pouco antes da missa do Dia de Finados (2/11)

Alguns momentos antes de missa na Catedral de Manaus, em que foi celebrado o dia de Finados (02.11.2020), foi posta em ação a parceria da Igreja Católica com o Instituto Soka Amazônia, de fé budista, que põe em relevo a recíproca vocação para a tolerância e a saudável, harmoniosa e crescente coexistência de diferentes religiões no país.

Sumaúma – a rainha das árvores

Considerada a “rainha das matas” e “árvore da vida”, a sumaúma foi a escolhida para inaugurar a parceria, dentro do projeto Memorial Vida, que vai plantar uma árvore amazônica para cada vítima fatal do covid-19 no Brasil.

O projeto foi concebido pelo Instituto Soka e, desde o lançamento no último dia 21 de setembro – data em que se celebra o Dia da Árvore – já recebeu diversos endossos de instituições e órgãos governamentais.

A sumaúma foi plantada no jardim na Praça da Matriz pelo Arcebispo de Manaus, Leonardo Steiner e o presidente do Instituto Soka, Akira Sato.

Arquidiocese Manaus e Instituto Soka Amazônia
Arcebispo de Manaus, Leonardo Steiner e o presidente do Instituto Soka, Akira Sato plantando a Sumaúma – projeto Memorial Vida

A campanha da Arquidiocese, Árvore da Esperança, vai plantar mil árvores até dezembro, como forma de homenagear as vidas ceifadas pela pandemia.

Sonho com um amanhã mais feliz

“O Instituto Soka Amazônia e a Associação Brasil Soka Gakkai Internacional, sentem-se honrados em participar dessa campanha em parceria com a Arquidiocese”, enfatizou Jean Dinelly Leão, gestor ambiental do Instituto. Ele também ressaltou o foco das ações da entidade: educação ambiental e a preservação e proteção das espécies nativas, principalmente as que estão em risco iminente de extinção.

“Atuamos com o objetivo de que por meio de nossas ações práticas a humanidade possa enxergar possibilidades e esperança e, assim, ter o direito universal de sonhar com um amanhã feliz”.

O Arcebispo enfatizou em suas palavras o sentimento de comunhão presente naquele gesto simbólico. E ressaltou, ainda, que a campanha de Manaus repercutiu em diversas outras arquidioceses que também plantaram árvores para celebrar a data de Finados. Segundo ele, o ato também repercutiu positivamente junto à associação das religiões de matriz africana que também irão promover o plantio de árvores em parceria com o projeto Memorial Vida.

Ketlen Nascimento Gomes e sua canção

O ato do plantio foi marcado ainda pela belíssima e emocionante apresentação da cantora e compositora amazonense Ketlen Nascimento Gomes[i] que entoou a canção de sua autoria Amazônia.

Um lugar onde o vento beija pétalas que o sol iluminando faz surgir,
A canoa navega sobre as águas com o caboclo na proa a seguir,
E o canto dos pássaros entoa sinfonia que alegra o curumim,
O uirapuru que rege a melodia com o canto perfeito de se ouvir!!
E os mistérios que adentram as florestas que, o ribeirinho conta
Com prazer, ao seu filho ensina os valores que a natureza tem a
Oferecer..
Um lugar que se chama Amazônia, paraíso tão bonito de se ver
Onde as águas um dia serão ouro desse mundo que precisa aprender!
A viver…
Amazonas de um lindo alvorecer…
Amazonas, me orgulho de você!!

Após o plantio, houve uma procissão solene, marcada pelo badalar dos sinos da Catedral, ao longo do trajeto até o interior da igreja. A missa de Finados recordou a memória dos falecidos, com menção especial às vítimas da pandemia do covid-19.


[i] Amazônia, Ketlen Nascimento – https://www.youtube.com/watch?v=kDGrJlr7XtE