Manacapuru recebe plantio do Memorial Vida

Município com o terceiro maior PIB do Estado promove evento ambiental com participação do Instituto Soka Amazônia

Manacapuru é um município amazonense situado na Região Metropolitana da capital Manaus. No último dia 28, integrando a programação de três dias do evento de Educação Ambiental promovido pelo município, o Instituto Soka Amazônia realizou o plantio de 100 árvores dentro do projeto Memorial Vida.

O objetivo do evento é a conscientização da população em geral. Durante o verão amazônico, aumentam consideravelmente os incêndios florestais – em geral, ocorrem por ação humana.

Ao longo de seis quilômetros, a equipe do Instituto plantou uma centena de espécies em conjunto com a população e convidados da municipalidade. O projeto Memorial Vida visa homenagear as vítimas brasileiras da Covid-19 com o plantio de árvores amazônicas. Uma forma de celebrar a vida!

Cedro brasileiro: aroma e qualidade de madeira ímpares!

Presente em muitos ecossistemas do país, a espécie vem sofrendo continuamente com a exploração comercial ao longo dos anos

Cedrela fissilis e Cedrela odorata são espécies de Cedro amplamente distribuídas em muitos pontos do Brasil. Exploradas por sua madeira, muito utilizada tanto pela indústria moveleira quanto para produção de óleos essenciais devido seu aroma único e altamente benéfico para a saúde. No sul e sudeste, a população selvagem praticamente foi extinta, devido a exploração indiscriminada ao longo de anos. Acredita-se que, nos últimos 50 anos, foi dizimado cerca de 30% de sua população.

O cedro-cheiroso, ou Cedrela odorata, é também conhecido pelos nomes populares de acaju, cedro-fêmea, cedro-rosa, cedro-espanhol, cedro-vermelho, cedro-mogno e cedro-brasileiro é uma árvore da família das meliáceas, com uma ampla distribuição natural, ocorrendo do México a Argentina. No Brasil ocorre na Floresta Atlântica, na Amazônia e até mesmo na Caatinga.

Características

Ambas as espécies podem chegar a atingir 30 metros de altura e 1,5m de diâmetro. Têm o caule rugoso e folhas compostas, ou seja, o limbo é formado por várias unidades (vários folíolos[i] de 8 a 14cm de comprimento) e contém, na base do pecíolo comum, gemas de crescimento, estípulas ou bainha. Suas folhas possuem formato de lâmina e 7 pares de folíolos e 11 folíolos opostos. Dimensões: 60 a 100cm de comprimento.

A floração, entre agosto e setembro, é composta de flores com coloração de brancas a amarelo pálido, que ocorre de janeiro a maio e seus frutos são capsulares deiscentes (que se abre para liberar sementes, os indeiscentes são aqueles em que as sementes permanecem no interior do fruto), e medem de 2,0 a 3,5 cm de comprimento. Amadurecem, em geral, de março a setembro, com a árvore quase que totalmente desfolhada, produzindo anualmente uma vasta quantidade de sementes viáveis. Seu sistema de reprodução se dá por meio do sistema sexual monóico e sua polinização é feita principalmente por mariposas e insetos.

Muda de Cedro Fissilis

A cor avermelhada forte de seu cerne é o grande atrativo para a produção de mobiliário. Some-se a isso a excelente qualidade da madeira, o que a faz figurar na triste lista de espécies ameaçadas de extinção. Além de mobiliário, a madeira do cedro é bastante utilizada também na construção naval e aeronáutica.

Devido o aroma forte, agradável e benéfico, é muito apreciada para a produção de óleo essencial utilizado na indústria de perfumaria e produtos terapêuticos.

Árvore que restaura a mata

Também é uma ótima aliada para restauração de florestas, pois se dá muito bem em solo degradado, área aberta e mata ciliar. O cedro é uma espécie com alto potencial para reflorestamento, seja para restauração de ambientes degradados como já citado, sequestro de carbono, paisagismo ou plantios com finalidade econômica. O único cuidado que se deve ter é não realizar plantios homogêneos, pois esta espécie sofre bastante com o ataque da broca. Para evitar ou minimizar essa ameaça o plantio deve ser feito misturando-se o cedro com outras espécies, de preferência também nativas, dependendo da finalidade do plantio.

Muda de Cedro no Instituto Soka Amazônia
Benefícios do Óleo Essencial de Cedro

Possui propriedades expectorantes que ajudam no bom funcionamento do aparelho respiratório, combatendo como coadjuvante problemas como bronquite, tosse e acúmulo de catarro. O excesso de mucosidade é controlado pelo efeito “secante” do cedro.

Produz um efeito calmante e pode ser muito útil na meditação. Tem aroma prolongado, capaz de elevar e estimular o cérebro. Ajuda no combate à depressão e alivia a tensão ou o medo. É suave e levemente tranquilizante. Útil em casos de irritabilidade e insônia.

Alivia dores reumáticas e artrite crônica – aumenta a circulação sanguínea produzindo um efeito analgésico.

Suas propriedades adstringentes e antissépticas são muito benéficas à pele oleosa; pode ajudar a combater a acne. Em combinação com o óleo essencial é ótimo para tratamentos faciais em peles maduras e com rugas.

É um ótimo tônico capilar e pode ser eficaz no combate à seborreia do couro cabeludo, à caspa e queda de cabelo. Ajuda no fortalecimento capilar.

Observação: a utilização de todo e qualquer produto com finalidade medicinal deve ter recomendação, orientação e acompanhamento de um profissional de saúde.

Fontes:

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20fissilis

http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Cedrela%20odorata https://belezaesaude.com/oleo-essencial-de-cedro/


[i] Folíolo: cada uma das partes laminares de uma folha composta, o mesmo que pina.

Nossa biodiversidade : Camu camu, muitas vezes mais vitamina C

Essa árvore é uma prova viva de que a floresta tem ainda muito o que oferecer à humanidade e a cada exemplar abatido é uma perda irreparável para o meio ambiente

Ela ocorre em muitas áreas da Amazônia em sua forma silvestre, mas devido suas propriedades medicinais, no Brasil vem sendo cultivada principalmente no Pará, em algumas fazendas de São Paulo, nos municípios de Mirandópolis e Iguape. Ainda pouco conhecido no Brasil, o destino da produção são os grandes apreciadores do fruto no exterior, como: Japão, EUA e a União Europeia. Atualmente, o Peru é o grande produtor e exportador do camu camu.

Porém, a América Tropical, o Brasil possui a maior diversidade de espécies do gênero Myrtaceae. A planta é encontrada abundante nos estados do Amapá, Marachão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantis. O primeiro registro data de 1902, quando da expedição do botânico austro-húngaro, Adolfo Ducke, à Amazônia.

Conhecida também por outros nomes – caçari, araçá-d’água, araçá-de-igapó, sarão, azedinha – o camucamuzeiro é um arbusto ou pequena árvore, podendo atingir de 3m a 6m de altura, pertencente à família Myrtaceae, ainda não totalmente domesticada e se dispersa em praticamente toda a região Amazônia. Embora seja um fruto de alto valor nutritivo os povos da floresta parecem não apreciá-lo como alimento, preferindo utilizá-lo como isca para pesca ou, eventualmente, como tira-gosto. O peixe, por sua vez, alimenta-se do camu camu e é o principal dispersor das sementes. A polinização é feita principalmente por abelhas, embora o vento também contrinua significamente no processo. As flores exalam um aroma doce e agradável, devido isso o néctar é bastante apreciado pelas abelhas nativas (Melipona fuscopilara e Trigona portica).

Sua preferência são as margens de rios e lagos, os exemplares silvestres chegam a permanecer por 4 a 5 meses submersos durante os períodos de cheia. O camu camu amadurece entre novembro e março e praticamente ao longo de todo o ano a árvore brinda os olhos com suas flores, principalmente entre abril e junho.

São largamente conhecidos os benefícios da vitamina C para o bom funcionamento do sistema imunológico do organismo. Além disse é um importante antioxidante, que participa em várias reações metabólicas no organismo, como o metabolismo de ácido fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, metabolismo de carboidratos, lipídios, proteínas e carnitina. Esta vitamina é também muito importante na síntese de colágeno, razão pela qual está muitas vezes presente nos suplementos de colágeno. O colágeno é essencial para a manutenção da pele, mucosas, ossos, dentes e preservação da integridade dos vasos sanguíneos.

Desde de 1980, o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, vem estudando o camucamuzeiro figurando em sua lista de prioridades, por considerá-la de grande potencial nutritivo, entre os frutos nativos da região. O objetivo é oferecer formas alternativas de melhorar a dieta da população local, mas também a geração de divisas. Para se ter uma ideia mais clara de seu potencial nutritivo, a concentração de vitamina C do camu camu é aproximadamente 13 vezes maior que aquela encontrada no caju, 20 vezes maior que na acerola, 100 vezes maior que no limão, podendo conter 5 g da vitamina em cada 100 g de polpa.

By Agroforum Perú – http://www.agroforum.pe/agro-noticias/attachments/11564d1471060316-camu-camu-peru-vitamina-c.jpg/, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=54372736

E mais: na comparação com a laranja, o camu camu contém 10 vezes mais ferro e 50% mais fósforo. Devido o elevado teor de ácido ascórbico é considerado um poderoso antioxidante e coadjuvante na eliminação de radicais livres, proporcionando retardamento no envelhecimento. Ou seja: são muitas as razões para estudar, cultivar e promover seu consumo.

Desafios

Por todos os motivos acima listados, os pesquisadores concordam que se trata de uma espécie de imenso potencial para exploração comercial. Os desafios a serem vencidos tem a ver com a falta de variedades ou clones indicados para condição de cultivo em área de terra firme.

Nesse sentido, a Embrapa da Amazônia Oriental vem se debruçando sobre a questão do melhoramento genético da espécie desde 2008, promovendo a seleção de genótipos para o caráter de produção de frutos no Banco Ativo de Germoplasma (BAG) do Camucamuzeiro. Foi assim que os melhores materiais obtidos foram clonados e estão em fase de avaliação em área de terra firme.

A partir de plantas sadias e de alta produção com frutos de tamanho apropriado, faz-se a coleta das sementes. A extração dos frutos é feito por meio da coleta de frutos com o mesmo estágio de maturação que deve garantir uma maior uniformidade no processo de germinação.

O camucamuzeiro começa a produzir após 3 anos de seu posicionamento em campo. Os frutos têm formato globoso arredondado, com diâmetro de 10mm a 32 mm, de coloração vermelha ou rósea e roxo escuro no estágio final de maturação e pesa cerca de 8g. De elevada acidez, dificilmente são consumidos in natura, sendo bastante apreciados em preparações, como refrescos, sorvetes, geleias, doces, licores, ou para conferir sabor a tortas e sobremesas. É, portanto, mais uma das espécies amazônicas potencialmente das mais viáveis economicamente por contribuir significativamente para o bem estar e a saúde humana.

Fontes:

http://portal.inpa.gov.br/cpca/areas/camu-camu.html?#:~:text=O%20camu%2Dcamu%2C%20ca%C3%A7ari%2C,lagos%2C%20geralmente%20de%20%C3%A1gua%20preta

https://www.todafruta.com.br/camu-camu/  https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/175155/1/COLECAO-PLANTAR-A-cultura-do-camu-camu-2012.pdf

Instituto Soka e o Memorial VIDA

Vítimas Covid-19

Projeto está plantando árvores em homenagem às vítimas fatais do covid-19

Desde o seu lançamento em 21 de setembro último – Dia da Árvore – o Instituto Soka Amazônia em parceria com a Rede Amazônica já foram plantadas mais de 4 mil árvores em oito locais de Manaus. A cerimônia de lançamento do projeto Memorial Vida se deu no Clube do Trabalhador do SESI da capital amazonense com a presença de diversas empresas apoiadoras que viram nessa iniciativa, uma maneira grandiosa de honrar as vidas ceifadas por essa pandemia global.

Momento de um dos plantios. Este foi realizado por Cláudia Daou, presidente da Fundação Rede Amazônica

O apoio da Arquidicese de Manaus trouxe um grande incremento que resultou na disposição de outras instituições a oferecerem locais e auxílio nos plantios. Mesmo em meio às chuvas desse período do ano, a equipe do Instituto Soka vem se desdobrando em esforços para cumprir o cronograma de plantios.

Plantio em Parceria com a Arquidiocese de Manaus

Locais em que ocorreram plantios do projeto Memorial Vida:

  1. Clube do Trabalhador
  2. Balneário do SESC
  3. Empresa Musashi
  4. Dom Bosco Zona Leste
  5. DDPM SEMED
  6. Seminário São José
  7. Paróquia São Francisco
  8. Instituto Soka

Memorial da Vida: Uma árvore para cada vítima do Covid 19 no Brasil

Homenagem Vítimas Covid 19

Todas as mudas plantadas são espécimes nativas da Amazônia. O ato de plantar uma árvore – símbolo universal da vida – é uma forma de honrar toda a humanidade que ora encontra-se num momento dramático. Uma árvore representa a perpétua evolução; sua ascensão vertical – tanto para baixo da terra com suas raízes, quanto para cima, com seu tronco, ramos, folhas, flores e frutos – demonstra a grandeza do ciclo da vida em movimento. Esse projeto é a materialização de toda essa simbologia, idealizada pelo Instituto Soka Amazônia e vem sendo implementado por apoiadores que todos os dias chegam oferecendo seus esforços. E é esse o resultado buscado: que a energia do bem de cada plantio se alastre e se mimetize com outras até que cada ser se conscientize da importância de se preservar a Amazônia, a maior floresta tropical do planeta.

Sementes da Vida completa 3 anos!

“A desertificação externa do planeta corresponde precisamente à desertificação espiritual da vida humana.”

Daisaku Ikeda

Nós, seres humanos, compartilhamos este planeta que, em um futuro próximo, deixaremos para nossos filhos. Seguindo essa máxima, há três anos, teve início um projeto inédito e transformador. O projeto Sementes da Vida foi idealizado pela Corregedoria-Geral de Justiça do Estado do Amazonas, e coordenado pelo Instituto Soka Amazônia cuja ação se centra no legado que a geração atual deixará para a próxima: uma árvore plantada a cada nova vida humana gerada. Mais do que o ato em si, a ideia é que cada criança terá sua árvore georreferenciada, cuja família poderá acompanhar seu crescimento e desenvolvimento, estimulando a consciência ambiental às futuras gerações. Desde o primeiro plantio, milhares de novas árvores vicejam em centros de convivência, no estacionamento do TJAM e na própria maternidade. A primeira certidão da árvore foi de um mogno, que já atingiu mais de dois metros de altura. Para saber mais sobre esta espécie, leia nosso texto sobre o mogno.

Plantio Sementes da vida no Tribunal de Justiça do Amazonas
Plantio Sementes da Vida na Maternidade Moura Tapajós

Ao ser registrado em cartório, cada novo bebê recebe, junto com a certidão de nascimento, um certificado de um espécime da flora amazônica, plantado em área reservada dentro município. Esta muda poderá ser localizada pela família, por meio de georreferenciamento, constante na própria certidão expedida pelo cartório.

Quando do lançamento do projeto. nove crianças, com idades entre 1 e 12 anos, participaram, na área externa da sede do Tribunal de Justiça do Amazonas, do plantio de mudas de árvores como ipê roxo, pau rosa, ingá-açu, cuieira, entre outros espécimes amazônicos. Todas receberam a Certidão de Plantio da Árvore em que consta o nome da criança e a informação de que a muda plantada homenageia seu nascimento. Na certidão está, ainda como já citado, o georreferenciamento e os nomes cientifico e popular da árvore. As crianças e seus responsáveis firmaram o compromisso de comparecer regularmente à sede do TJAM para cuidar e acompanhar o crescimento das respectivas plantinhas que “adotaram”.

O projeto não se finda com o plantio. É uma ação coordenada de educação ambiental e cidadania e, de acordo com a Corregedoria Geral da Justiça é ainda uma estratégia para ampliar as ações de arborização da cidade de Manaus que, a longo prazo, proporcionará uma significativa melhoria da qualidade de vida da população.

O projeto tem a parceria da Associação de Registradores Civis do Amazonas (Arpen-AM); Associação dos Notários e Registradores do Amazonas (Anoreg-AM), Instituto Soka Amazônia, em conjunto com o Centro de Sementes Nativas do Amazonas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam); Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas); Oca do Conhecimento Ambiental da Secretaria Municipal de Educação; e a empresa Rymo da Amazônia.

Para o Poder Judiciário, idealizador do projeto, a iniciativa representa muito para o para todo o Estado do Amazonas, pois prevê a conscientização do que representa cada árvore na qualidade de vida da população pois a cada criança nascida, tanto ela quanto seus pais serão responsáveis por cuidar dessa árvore e fazê-la se desenvolver.

À época da implantação do projeto, o desembargador Aristóteles Thury, naquela época corregedor-geral de Justiça ressaltou que o papel da Corregedoria não é somente o de punir, mas oferecer os meios para a conscientização ambiental, uma ideia que faz parte da estrutura implantada no âmbito da própria CGJ, onde a sustentabilidade é vivenciada em ações. “Queremos cultivar o espírito de atenção ao nosso meio ambiente, não somente na criança que está nascendo, mas em toda a família. Que todos se unam para cuidar daquele espécime que será plantado em áreas preservadas, para que possa crescer, ser apreciado e, futuramente, usufruído por todos”, explicou o desembargador Thury.

Empresa do futuro não pode estar isolada entre quatro paredes

Visão de Claudio Antonio Barrella, diretor da Tutiplast ao expor o programa aos colaboradores da empresa

Adriana Costa é mãe do jovem aprendiz Thiago Tavares da Costa, que se diz orgulhoso em trabalhar na Tutiplast. Na sala de chat da live no YouTube[i] do evento de abertura do projeto Meio Ambiente & Sustentabilidade, da empresa com o Instituto Soka Amazônia, Adriana registrou:

“Ótima iniciativa da empresa em querer preservar o meio ambiente e sustentabilidade por meio de boas práticas do dia a dia. Enquanto o Thiago está trabalhando, estou conhecendo um pouco mais a empresa  que ele tem orgulho de trabalhar. Live de suma importância para preservação”.

Os gestores da empresa visitaram a sede do Instituto Soka Amazônia, no lançamento do programa, previsto para se estender por 6 meses (quadro abaixo).

Cronograma do Projeto Tutiplast – Instituto Soka Amazônia

O principal objetivo desse primeiro momento do projeto foi apresentar aos gestores, o Instituto Soka e suas ações, e o cronograma do projeto. Contemplados nele há a apresentação da Carta da Terra[ii] por ser o documento norteador de todas as ações programadas; o início da Campanha de Redução do Consumo de Água e de Energia por parte da empresa; com base nos 17 ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), a reutilização de bens inservíveis e coleta seletiva; plantio de mudas e semeadura no entorno da fábrica; e plantio de mudas em igarapé. Todas as ações são orientadas e monitoradas pelo Instituto, visando contribuir com a sustentabilidade do planeta.

Todo o projeto foi pensado para promover a conscientização dos colaboradores da Tutiplast sobre a importância de agir localmente pensando no bem global. A previsão é que esse conjunto de ações coordenadas se prolonguem por anos, não se findando com as atividades listadas nessa primeira fase.

Cláudio Antônio Barrella (foto) diretor presidente da Tutiplast citou a ideia que vem norteando as empresas mais progressistas há poucos anos: “a empresa do futuro tem que estar junto com a sociedade, não pode mais estar isolada, desvinculada, entre quatro paredes”. Barrella enfatizou sobre a necessidade de envolvimento das empresas nas questões relacionadas ao meio ambiente e a Amazônia – patrimônio natural da humanidade – é um bem que precisa ser protegido por todos e, para tanto, é fundamental promover a conscientização.

Já Mariana Reis Barrella, diretora da empresa, ressaltou sua constante preocupação em realizar ações efetivas que minimizem o impacto que sua empresa causa. “Finalmente encontramos o começo de um longo processo de aprendizado que certamente causará uma mudança significativa de comportamento”, declarou ela sobre seu sentimento quanto à parceria com o ISA. Para tanto ela conta com o contingente de mil colaboradores, suas famílias e seus grupos sociais para iniciar essa transformação na base da sociedade.

Semeadura

Semear uma árvore é um gesto simbólico de grande significado. Na última semana de agosto, – em 5 turnos –, todos os mil colaboradores da Tutiplast participaram da semeadura de mil novas árvores de Chuva de Ouro (denominação científica: acácia fistula) na própria fábrica. Após assistirem um vídeo sobre a Carta da Terra preparado pela equipe do Instituto, cada participante plantou uma semente. Estas foram colhidas pela equipe do ISA na cidade de Manaus, como parte de um dos projetos permanentes do Instituto. A Chuva de Ouro é uma árvore bastante comum na cidade e a previsão é de que em cerca de 6 a 7 meses será iniciado o plantio dessas mudas em escolas, creches, e demais locais públicos do município.

Houve ainda o anúncio de uma competição salutar entre os colaboradores: quem mais divulgar os eventos em suas mídias sociais receberá brindes. Outro anúncio que causou grande interesse entre os participantes: há algum tempo, como parte das ações de RH, foi colocada em votação “o local de Manaus que eu gostaria de conhecer”. O lugar vencedor foi o Instituto Soka Amazônia.

“Somos a primeira empresa local, 100% nacional a tomar uma iniciativa dessa natureza. É, portanto, uma responsabilidade muito grande (…) é preciso repensar o modelo de desenvolvimento atual para que possamos legar ao futuro um planeta viável (…) por meio de ações sustentáveis”, finalizou Maria Alice.

Tutiplast

Fundada em 1993, a empresa iniciou suas atividades com apenas 3 máquinas injetoras e 3 funcionários, num galpão de 150m2. Atualmente possui um parque fabril de 5,5 mil m2 e 83 máquinas e cerca de mil colaboradores em 3 turnos diários. Detém certificações importantes como a ISO 9001, ISO 14001 e a IATF 16949.

Tem como missão: “Gerar resultados sustentáveis utilizando tecnologias modernas na gestão, na fabricação de peças plásticas e prestação de serviços, aliando qualidade custo e flexibilidade sendo uma extensão de nossos clientes”.

Recentemente anunciou a fabricação de uma caixa d’água verde – em contraponto com as tradicionais azuis – cuja meta é plantar uma árvore a cada item vendido em parceria com o Instituto Soka (custeando todos os insumos e serviços advindos dessa ação).


[i] Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=YRgjZKljEWM

[ii] Carta da Terra é uma importante declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa e pacífica. Busca inspirar todos os povos a um novo sentido de interdependência global e responsabilidade compartilhada, voltado para o bem-estar de toda a família humana, da grande comunidade da vida e das futuras gerações. É uma visão de esperança e um chamado à ação. O documento é resultado de uma década de diálogo intercultural, em torno de objetivos comuns e valores compartilhados. O projeto começou como uma iniciativa das Nações Unidas, mas se desenvolveu e finalizou como uma iniciativa global da sociedade civil.

Coleta de sementes não em meio à floresta, mas em pleno centro de Manaus

Sementes em Manaus

Autorização para coleta em mais 5 pontos

Isso mesmo: coleta de sementes de árvores da região amazônica em pleno centro da cidade de Manaus.

A explicação do fato inusitado não é complicada.

Pode olhar no mapa: Manaus é, a bem dizer, uma mancha urbana no meio da floresta amazônica. Uma enorme mancha, uma cidade cosmopolita, com muitos traços de modernidade, um dos mais importantes aeroportos do país, muitas indústrias, mais de dois milhões de habitantes, claro que com quase todos os problemas comuns senão à totalidade, mas à maioria das cidades brasileiras.

Justamente por ser essa mancha urbana em meio ao verde, não é de admirar que existam vivas, aqui e ali restos intocados da floresta, capazes às vezes, de trazer à tona peculiaridades como essa, de encontrar-se um ponto de coleta de sementes nada mais, nada menos, do que no estacionamento do Fórum de Manaus.

Esse local, e mais quatro já vinham sendo usados pelo Instituto Soka Amazônia em Manaus para coleta de sementes, mas recentemente foi formalizada a autorização para seu uso com esse fim.

O curioso é que nesse local central da Capital há outras pessoas que também fazem coletas e chega a haver, algumas vezes, uma certa corrida para ver quem chega primeiro e quem consegue ter melhores resultados, cada um movido pelas seu interesse pelas preciosas sementes.

Um desses novos locais recentemente liberados para o Instituto Soka Amazônia é no Bosque da Ciência do INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia uma enorme reserva, com 13 hectares, um dos pontos de maior visitação por parte de turistas que vão ao Amazonas.

A terceira autorização é a da Fazenda do sr. Raimundo Rodrigo, no bairro de Puraquequara, ao leste da capital do Estado.

A quarta e a quinta são propriedades privadas, uma fazenda na cidade de Itaquatiara a 175 quilômetros de Manaus, e outra em fazenda na cidade de Rio Preto da Eva, a 80 quilômetros da Capital.

A aventura de um dia na mata em busca de árvores e sementes

Um dia na Floresta Amazônica

A história de Rodrigo, o jovem engenheiro paranaense que morava no Japão com a família, conheceu o conceito Bom-Belo-Benefício, decidiu voltar sozinho ao Brasil, estudou e hoje faz parte das expedições que se embrenham na mata em busca de árvores-matrizes e sementes

O mundo dá muitas e muitas voltas e o caso do Rodrigo Yuiti Izumi comprova isso.

Engenheiro Ambiental, 33 anos de idade, ele hoje faz parte ativa (muito ativa) da equipe do Instituto Soka da Amazônia, e uma das suas funções é participar das expedições que entram floresta adentro em busca de sementes e árvores-matrizes.

Paulista de nascimento, mas criado no Paraná, quando adolescente foi com a família para o Japão em 2003 e tinha tudo para fazer lá a sua vida. Estudava, conseguia se comunicar bastante bem em japonês, vivia bem com a família, mais adiante começou a trabalhar, não ganhava mal, tinha tudo para não voltar ao Brasil.

Mas voltou.

Voltou até com uma decisão profissional assumida, alguma atividade relacionada a ambientalismo.

Contribuiu para essa tomada de decisão a leitura das publicações do Soka Gakkai que os pais recebiam em casa, onde leu, por exemplo e com interesse que acabou marcando para sempre a sua vida, o conceito “Belo, Benefício, Bom” de autoria do primeiro presidente da Soka Gakkai, Tsunesaburo Makiguchi. Essa teoria, aplicada ao trabalho, é um excelente critério para a escolha de um bom emprego. O valor do belo significa encontrar um trabalho do qual a pessoa goste; o valor do benefício é conseguir um emprego que proporcione um salário com o qual ela possa se sustentar; e o e o valor do bem significa encontrar um emprego que ajude os outros e ao mesmo tempo contribua para a sociedade.

E foi com decisão tomada que desembarcou de volta no Paraná com uma poupança capaz de mantê-lo enquanto estudava: completar o estudo básico interrompido quando saiu do Brasil, um ano de preparatório e 4 anos na Universidade Federal do Paraná.

O curso, Engenharia Ambiental, não era exatamente o que tinha imaginado, em verdade um curso que não existia e não existe, para formação específica de um ambientalista.

“Aliás – conta Rodrigo – a decisão de estudar, foi a partir do choque com a realidade da maior parte dos meus amigos brasileiros da minha faixa etária, 19 anos em 2007, que, terminada a formação no ensino médio entrava no mercado de trabalho e ganhava um salário mínimo, um sexto do que eu ganhava no Japão”.

Conclusão: se quisesse encontrar o emprego dentro do critério Belo, Benefício, Bom, teria que estudar.

E foi o que fez.

Já formado, através de um amigo comum, conheceu o sr. Edison Akira, presidente do Instituto Soka da Amazônia e começou uma troca de e-mails, conferências pelo hangout e, em 2017, uma visita a Manaus. Em 2019, aberta pelo ISA uma seleção de profissionais, acabou sendo contratado e estava definida a carreira profissional do jovem engenheiro ambientalista paranaense.

Expedições: o que vem antes

Antes de uma expedição à mata para a coleta de sementes e identificação/cadastramento de árvores matrizes, todo o planejamento exposto em outra matéria neste espaço: estudo da genética das árvores, tipos de solos, potencial das espécies coletáveis, valores ambientais próprios de cada espécie e tudo o mais.

 As expedições

À beira da floresta como está o Instituto Soka da Amazônia, as expedições são realizadas normalmente em um dia de trabalho, um dia que começa muito cedo, pelas 5 da manhã e termina no mesmo dia, com o sol se pondo ou já noite fechada.

Os grupos são de 3 a 7 pessoas, cada um com sua própria função.

Um dia na Floresta Amazônica

Chegar cedo, mas, cuidado, não cedo demais

Numa dessas excursões, como Rodrigo conta, a maratona começou com pequeno percurso de carro, em seguida 25 quilômetros e duas horas de barco a motor rio a baixo pelo Rio Negro, troca de barco por uma canoa a remo, caminhadas, abertura de trilhas, todos os muitos cuidados tomados e chegada ao destino não muito cedo.

“Há animais, que afinal são os “donos” da floresta, e podem ser agressivos dependendo do horário em que os forasteiros aparecem” – diz Rodrigo.

As canoas são necessárias para ganhar tempo e atingir o mais rapidamente possível os locais de coleta das sementes. O rio por onde entravam na mata era muito sinuoso e o barqueiro do barco a motor seguiu adiante, dando voltas e voltas, para resgatar a expedição mais tarde, enquanto a equipe, graças aos atalhos, começou antes o trabalho que a trouxe para o meio da mata.

Tanta água, muita sede

O dia cheio de atividade, o trabalho só é interrompido para um lanche rápido – sanduiches que saíram prontos de Manaus.

“O problema de matar a fome não seria problema, sempre há algo pra se comer e, de qualquer forma ninguém chega a morrer por um dia de fome, mas passar sede é que é complicado” conta Rodrigo, a respeito de uma expedição em que a ração de água foi mal calculada e a sede apertou. “Mas os “mateiros” (espécie de guias naturais da região) não tiveram problema para cortar alguns cipós e tirar de dentro deles água fresquinha”.

O trabalho

As expedições normalmente têm duas etapas. A primeira de reconhecimento do local, entendimentos com pessoas que vivem nos povoados dentro da mata, localização de áreas com potenciais matrizes, preparação, enfim, para planejar a logística das expedições de coleta.

As sementes, dependendo das árvores, podem ser minúsculas, do tamanho de um grão de pimenta do reino, outras vezes bem grandes, do tamanho de um côco ou até maiores.

As caminhadas pelo meio da mata vão se tornando cansativas pois as sementes -às vezes pesadas, às vezes dentro de frutas que também pesam- vão enchendo as mochilas. Em meio a isso, ir identificando e marcando as árvores capazes de ser boas matrizes.

A árvore ideal é aquela que está no ponto ideal, dispersando suas sementes, prontas para serem colhidas ou simplesmente pegadas no solo.

“Muitas vezes é uma disputa com animais, cotias, por exemplo, que também querem as sementes para sua alimentação e nós temos que ser mais espertos e ágeis para não perder uma semente”.

Os habitantes da selva

A região não é habitada por índios, mas as expedições são sempre a locais em que há aldeias de habitantes com sua vida extremamente simples, que vivem ali rusticamente há anos a anos.

“O senhorzinho que nos guiou na expedição que contei, tem seus 60 e poucos anos. Nasceu ali, ele e sua ente sobrevivem com alguma coisa que plantam, com a pesca, com algumas idas eventuais à cidadezinha mais próxima pra comprar alguma coisa. Muitas vezes é praticado o chamado “escambo” em que troca o que colhe na mata, seja cultivado por ele -na maior parte das vezes macachera, (ou mandioca, ou aipim, dependendo de como se chame a raiz num lugar ou outro do país) , sejam frutos ou peixes por coisas como arroz, feijão, por exemplo” – conta Rodrigo.

Problemas práticos

Entre os objetivos das expedições é identificar e sinalizar as melhores árvores matrizes. Sinalizar com a fixação de uma placa com as características da matriz, sua localização determinada por GPS. Ao mesmo tempo, treinar os habitantes locais para colher as sementes, acondicioná-las e indicar de que árvore foi colhida simplesmente copiando os dizeres da placa e assim ter mais um produto para seu escambo. Problema: os “mateiros” não sabem ler. Uma das alternativas que estão em teste é fazer a identificação não por texto, mas por cores.

Planos pessoais

O ar de Rodrigo quando fala de si, de seu trabalho, de seus planos de vida, é um ar de pessoa de bem com a vida, que conseguiu encontrar o seu caminho dentro do conceito Bom, Belo, Benefício e, mais do que isso, sente que a Proposta de Paz que o mestre Ikeda sempre prega está sendo plenamente alcançada.

Se já voltou ao Japão? Sim, uma vez e não está fora de cogitação ir mais vezes, mas para ver a família, matar a saudade dos pais e da irmã e voltar.

“Minha vida é aqui” -diz.