1500 mudas plantadas debaixo de chuva ou de sol de rachar
Além de falar das 1.500 árvores que o Instituto Soka Amazônia plantou neste janeiro de 2022, o propósito em especial, é lembrar passo a passo a verdadeira maratona que é fazer plantios. Sem deixar de contar como e por que as parcerias tornam possíveis esses projetos. Falar das razões que têm levado empresas e empresários a fazerem essas parcerias. Motivar outras empresas e outros empresários a seguirem por esse caminho.
Muitas árvores, diferentes realidades
Em termos gerais, o objetivo é completar o adensamento florestal com espécies madeireiras, frutíferas ou mesmo ornamentais em áreas que por alguma razão descampadas ou em clareiras abertas em florestas densas. Andirobas-cascudas, cumarus, teutos-vermelhos, mari-maris-rosas, mogno, as espécies são muitas, plantadas em locais adequados para seu natural desenvolvimento.
Antes de começar a maratona
É preciso ter informações sobre o local onde serão os plantios. Campo aberto? Mata? Quais os trabalhos necessários no local antes de deslocar até lá a equipe e tudo o que é preciso para que o plantio possa ser feito de forma a manter as mudas em condições até a hora de serem levadas aos berços. “Berços” é o termo usado para a abertura no solo para as mudas serem plantadas. A palavra “cova” é inadequada…
Para isso, visita de técnicos ou, quando o local é mais distante, análise por imagens via satélite.
No caso de um dos locais usados em janeiro, os proprietários assumiram a responsabilidade por esse trabalho que poderia ser rápido, mas por diversas razões levou praticamente 6 semanas para ser concluído.
O dia da maratona começa às 5 da manhã
Às 5 da manhã a equipe formada normalmente por 6 pessoas já está a postos no Instituto: coordenador, motorista e pessoal operacional. E a faina começa com a coleta das mudas nos dois viveiros para sua acomodação das mudas e de toda aparafernália necessária na Kombi que irá até o local.
Em seguida, estrada. Ou, num dos casos de janeiro, longa travessia de Manaus de uma ponta a outra da cidade para atingir, nesse caso, a área do Parque Mosaico. Na outra área desse mês, viagem de hora e meia até Iranduba, onde ficam as terras da Barcelar.
Dito dessa forma, pode ficar a impressão de que daí pra frente é tudo fácil, afinal é só abrir o berço, colocar as mudas em seu berço e sair para o aplauso.
Coisa nenhuma!
A Kombi é descarregada o mais perto possível do local de plantio, mas em verdade esse local “próximo” chega a estar a 1 quilômetro de onde serão cavados os berços. E as mudas têm que ser levadas “no braço”, em terreno quase sempre húmido, cheio de barro, em aclive e declive, num calor muito forte, quase sempre debaixo de chuva, já que é justamente na época das chuvas que os plantios podem ser feitos.
No caso do plantio em Manaus, uma ajuda nessa fase, dada pela empresa parceira que pôs à disposição da equipe um trator para distribuir as mudas no local certo.
Como já foi dito, há o trabalho que antecede o plantio, que é abrir o mato que sempre há no local.
Quando isso está feito, começa o plantio propriamente dito.
Demarcar o local; abrir o berço manualmente, usando apenas uma “boca de lobo” (aquela ferramenta, tipo de enxada com 2 pás) dentro das rigorosas especificações, dar o último trato na muda (em alguns casos é preciso, por exemplo, podar as raízes) colocar a muda no berço, fechá-lo com cuidados especiais, pois é necessário evitar que haja excesso de oxigênio no berço, para, então, fazer o georreferenciamento, dando a cada nova árvore seu endereço único.
O complicado dever de se alimentar e não morrer de sede O pessoal do Instituto Soka Amazônia agora já está escolado e foi aprendendo aos poucos a tornar menos árduo o seu trabalho. Para as refeições, por exemplo. No caminho de ida a equipe vai prestando atenção em alternativas para comprar o almoço. Levar marmitas não é a melhor solução, dada a falta de recursos. Escolhido o “restaurante”, na hora certa o motorista vai até lá, compra o que tem que comprar e volta. E a sede, naquele calorão? São 6 pessoas que acabam consumindo, cada um, em dia normal de trabalho, 3 litros d’água cada um. 18 litros de água em garrafões pesados que têm que ser transportados, no braço, do local em que a Kombi estacionou até a área de plantio. Sem falar que a água, para ter condições de ser consumida em condições de temperatura minimamente aceitável, exige uma boa quantidade de gelo. Terminou? Não. Hoje cada um já chega ao local com sua caneca e seus talheres, mas no princípio era um sufoco, bebendo água no gargalo e, por falta de um simples garfo, comendo com as mãos.
São horas e horas de trabalho pesado. Quase sempre com chuva ou com um sol de rachar. Pequeno intervalo para uma refeição improvisada. Água fresca, já que as tarefas são duras e o calor amazonense só faz aumentar a sede.
No fim do dia, preparar a retirada para chegar de volta ao Instituto lá pelas 5 ou 6 da tarde.
Dadas as condições adversas da atividade, muitas vezes as equipes só podem trabalhar três dias por semana.
As fundamentais parcerias
O Instituto Soka Amazônia tem tido demonstrações constantes de que há empresas e empresários cada vez mais conscientes da necessidade de plantar árvores. Têm recursos para isso, mas não têm condições de se ocupar dessa missão elas mesmas. Seja pela razão que for, encontram dificuldade para viabilizar os plantios através de terceiros.
O Instituto tem por norma não vender mudas e sim cria-las para executar plantios. As parcerias são a possibilidade de uma soma sinérgica em que se juntam recursos de um lado e de outro, para viabilizar de forma econômica os plantios, onde um lado entra com as mudas e a tecnologia de plantio, e de outro os recursos financeiros para permitir a concretização desses projetos.
Para cada plantio é editado um relatório minucioso, com todos os detalhes uma a uma de cada espécie plantada, sua localização, condições do terreno, equipe envolvida no projeto, documento que é entregue ao parceiro que tornou possível.
Veja abaixo nossos relatórios de plantios neste período.